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Casamento ou namoro? Esquece! Nova tendência promete relação estável, mas com menos cobranças e expectativas

Jovens brasileiros aderem a uma nova forma de relacionamento que foge dos rótulos tradicionais, equilibra exclusividade e autonomia e já transforma o cenário afetivo nas grandes cidades.

Uma nova tendência de relacionamento tem ganhado destaque entre os jovens brasileiros e chama a atenção de especialistas e pesquisadores das dinâmicas sociais: o chamado “ficante fixo”.

O conceito representa uma alternativa ao namoro tradicional e ao casamento, sendo especialmente popular em grandes cidades e entre pessoas de 18 a 30 anos.

Dados do Instituto Qualibest, divulgados em junho de 2025, mostram que a busca por um relacionamento mais livre, mas ainda estável, cresce de forma expressiva nessa faixa etária.

O levantamento do Instituto Qualibest aponta que 35% dos entrevistados preferem o “ficante fixo” ao modelo clássico de namoro, enquanto 42% ainda optam pelo namoro tradicional e apenas 12% têm planos de casar nos próximos anos.

O resultado evidencia uma mudança nas prioridades e expectativas das novas gerações.

Ao contrário do que ocorria nas décadas anteriores, hoje muitos jovens veem o casamento como um projeto distante e até dispensável, priorizando outras experiências de vida.

Ficante fixo: exclusividade sem formalidades

O “ficante fixo” se caracteriza por oferecer exclusividade afetiva e sexual, mas sem envolver compromissos formais, obrigações cotidianas ou a divisão da rotina diária, aspectos frequentemente associados ao namoro ou ao casamento.

Para a psicóloga Luiza Lopes, esse fenômeno reflete transformações profundas no comportamento dos jovens adultos.

Segundo ela, “os jovens têm buscado mais independência, priorizando estudos, carreira e experiências individuais. O ‘ficante fixo’ permite uma relação estável, mas com menos cobranças e expectativas”.

Novos valores e transformações sociais

Essa transformação está relacionada a mudanças sociais, econômicas e culturais.

Entre os principais fatores apontados por especialistas estão o aumento da busca por autonomia, a pressão por resultados acadêmicos e profissionais e o alto custo de vida nas grandes cidades, que torna inviável para muitos jovens assumir compromissos de longo prazo, como o casamento ou mesmo um namoro tradicional.

Além disso, a instabilidade econômica registrada nos últimos anos tem levado parte da juventude a adiar decisões importantes, incluindo aquelas relacionadas à vida amorosa.

O psicólogo e pesquisador Daniel Santos, especializado em comportamento jovem, ressalta que “o ficante fixo atende a uma necessidade de segurança emocional, mas sem abrir mão da liberdade individual. Esse arranjo traz conforto e flexibilidade, permitindo aos parceiros definir seus próprios limites e acordos”.

Aplicativos de relacionamento impulsionam a tendência

O avanço dessa tendência também pode ser percebido no ambiente digital.

Os aplicativos de relacionamento, como Tinder, Bumble e Happn, vêm registrando um aumento expressivo na busca por relações estáveis, mas sem rótulos tradicionais.

Muitos usuários já sinalizam no próprio perfil a preferência por “ficante fixo” ou mencionam que não desejam namoro convencional.

Essa mudança de postura desafia antigos padrões de convivência e força as plataformas a adaptar filtros e recursos, tornando a experiência mais alinhada aos novos desejos do público jovem.

Especialistas em tecnologia e comportamento afirmam que a dinâmica dos aplicativos reflete as principais demandas desse grupo: autonomia, respeito à individualidade e clareza nos acordos.

“O importante é o acordo entre as partes”, afirma Luiza Lopes.

O respeito aos limites individuais, à exclusividade afetiva e à ausência de cobranças tradicionais são elementos centrais desse tipo de relacionamento.

Motivações e desafios do ficante fixo

A preferência pelo “ficante fixo” é influenciada por fatores que vão além do aspecto econômico.

Questões relacionadas à saúde mental, à busca por qualidade de vida e à necessidade de equilibrar várias áreas da vida também são citadas.

Pesquisa recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicada em 2025, indica que jovens brasileiros estão entre os que mais sofrem com ansiedade e estresse em contextos urbanos, o que contribui para a preferência por vínculos afetivos mais leves e menos carregados de expectativas.

Outro ponto relevante é a valorização da experiência pessoal e do autoconhecimento.

Para muitos jovens, investir tempo em si mesmo e manter relações que não restrinjam suas escolhas se tornou prioridade.

O “ficante fixo” oferece um espaço de intimidade e confiança, mas sem abrir mão da autonomia individual, favorecendo o equilíbrio entre vida afetiva, social e profissional.

Comunicação, acordos e regras próprias

A ascensão do “ficante fixo” não significa ausência de desafios.

O modelo exige comunicação constante, clareza nos acordos e maturidade emocional de ambas as partes.

Segundo especialistas, a ausência de um “manual” ou convenções sociais rígidas exige que os envolvidos conversem sobre expectativas, limites e o que cada um espera da relação.

Isso vale tanto para exclusividade quanto para a liberdade de cada parceiro.

Além disso, o conceito de “ficante fixo” pode variar de acordo com o contexto e as preferências individuais.

Em algumas situações, envolve exclusividade total; em outras, permite maior abertura e flexibilidade.

O mais importante, segundo especialistas, é a transparência e o respeito mútuo, para evitar frustrações e conflitos.

Futuro dos relacionamentos estáveis e sem cobranças

Embora não haja consenso entre sociólogos sobre o impacto de longo prazo dessa tendência, é consenso que o “ficante fixo” já influencia as expectativas e projetos de vida dos jovens brasileiros.

A busca por estabilidade emocional, sem abdicar da liberdade, reflete uma geração que valoriza o presente e a construção de trajetórias mais flexíveis.

Diante desse cenário, resta a pergunta: será que o “ficante fixo” veio para ficar ou, assim como outros modismos relacionais, será superado por novas formas de amar e se relacionar? E para você, esse modelo faz sentido diante dos desafios e expectativas atuais da vida a dois?

FONTE: CLICK PETRÓLEO E GÁS

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