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PCMG apura crime de homofobia em ataque brutal a mulher trans

A Polícia Civil de Minas Gerais informa que instaurou inquérito policial para apurar os fatos ocorridos no dia 2 de julho de 2025, na Rua Marechal Bitencourt — conhecida como “Rua da Cachaça” —, na cidade de São João del-Rei, que resultaram em lesões corporais contra uma mulher transexual. As circunstâncias indicam possível motivação discriminatória, razão pela qual também será apurada eventual prática de crime de homofobia, nos termos da legislação vigente, além de outros delitos eventualmente configurados.

A Instituição reitera seu compromisso com a defesa dos direitos humanos e com o enfrentamento a toda forma de violência e discriminação, adotando as medidas legais cabíveis para a devida responsabilização dos autores. Outras informações poderão ser divulgadas à medida que o andamento das investigações permitir, respeitando-se o sigilo legal e o interesse da apuração.

Entenda o caso

A noite da última quarta-feira (2) foi marcada por um grave episódio de violência no Centro Histórico de São João del-Rei. Uma mulher trans foi atingida com uma pedra no rosto durante uma confusão na conhecida “Rua da Cachaça”, região de intensa movimentação noturna e ponto tradicional de encontro na cidade.

O episódio foi registrado por moradores e os vídeos rapidamente circularam nas redes sociais. Nas imagens, um homem aparece retirando uma pedra de uma caçamba de entulho e arremessando o objeto com violência contra a vítima, que cai ao chão, visivelmente ferida. Outra jovem também foi alvo do ataque, mas conseguiu desviar.

De acordo com testemunhas e relatos das próprias vítimas, o grupo estava se divertindo no local quando o agressor, acompanhado de amigos, passou pela rua e empurrou uma das mulheres trans, proferindo ofensas transfóbicas, como: “Sai, traveco”. A partir daí, iniciou-se uma discussão que rapidamente evoluiu para agressões físicas.

Vídeos divulgados posteriormente mostram momentos de tumulto e troca de agressões. Em meio à confusão, uma das vítimas chega a usar um tijolo para golpear o agressor na cabeça. Em retaliação, o homem recolhe uma pedra de grande porte e a arremessa contra o grupo, atingindo o rosto de uma das mulheres trans, que desaba no chão.

As vítimas relataram que, após o ataque, procuraram ajuda de policiais que estavam nas imediações, mas não teriam recebido o suporte necessário. Elas então se dirigiram por conta própria à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para prestar socorro à jovem ferida.

Até o momento, não há informações oficiais sobre o estado de saúde da vítima nem sobre a identificação do agressor, que fugiu do local após o ataque. O caso gerou forte comoção e revolta entre moradores, coletivos LGBTQIA+ e defensores dos direitos humanos, que cobram providências urgentes das autoridades.

O episódio levanta novamente o alerta para a crescente violência contra pessoas trans no Brasil, país que lidera os índices de crimes contra essa população. A Polícia Civil deve abrir inquérito para investigar o caso, e a comunidade espera por justiça diante da brutalidade registrada em plena via pública.

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