O músico lafaietense, Rômulo Márcio Ferreira, de 27 anos, viveu momentos de tensão e violência durante a Festa do Capelanovense 2025, em Capela Nova, após ser agredido fisicamente, segundo testemunhas, por um segurança da banda Bruno & Barretto. De acordo com o boletim de ocorrência, o caso aconteceu na madrugada de ontem (12), logo após o show da cantora Joice Gomes, do qual Rômulo fazia parte como baterista. Após a apresentação, por volta da 1h da manhã, ele começou a desmontar seu equipamento no palco quando foi interpelado pelo produtor da próxima atração, que exigia pressa. Segundo Rômulo, o produtor afirmou que havia apenas cinco minutos para a equipe deixar o palco. Isso tudo foi relatado no boletim com todos os detalhes da trama.
Ao alegar que precisava de mais tempo, Rômulo foi empurrado pelo produtor e, logo em seguida, um segurança o imobilizou com um golpe conhecido como “mata-leão”. O músico foi retirado à força do palco e levado para uma rua nos fundos, onde foi enforcado e agredido com dois socos na cabeça e uma tapa no rosto, conforme relatado por testemunhas. “Arrastaram ele como se fosse um bandido e o agrediram atrás do palco longe de todo mundo. Tentei impedir a violência mas não consegui. Tenho convicção que os artistas não compactuam com esta situação. E aonda disseram que seu eu denunciasse a situação iam manchar minha imagem. É um absurdo”, denunciou a artista.
A vítima gritou por socorro e procurou a Polícia Militar, sendo atendida por uma guarnição que o encaminhou ao Pronto-Socorro Municipal. Segundo o Boletim de Ocorrência, ao menos 3 testemunhas que também atuavam na produção da cantora confirmaram a versão da vítima, relatando que terem presenciado o momento da agressão e reforçaram que o músico foi retirado à força e agredido injustamente. Ainda durante o evento, a Polícia Militar tentou localizar o produtor e o segurança da banda Bruno & Barretto, e identificados. Eles informaram que estavam disponíveis para esclarecimentos, mas permaneceriam no palco por serem essenciais à apresentação.
Ao fim da festa, com a multidão se aglomerando em torno dos artistas, os autores não foram encontrados pela polícia. O boletim foi então registrado e Rômulo orientado sobre os prazos legais para representar criminalmente contra os agressores.
A ocorrência levanta questionamentos sobre a segurança e os bastidores dos grandes eventos regionais, além de trazer à tona a discussão sobre o respeito entre profissionais no ambiente artístico. “Isso não pode ficar impune, principalmente por um equipe despreparada”, desabafou a cantora.
A Festa do Capelanovense é um dos eventos mais importantes do calendário cultural da cidade, reunindo milhares de pessoas. O episódio expôs uma ferida sensível: o desequilíbrio entre grandes produções e o tratamento dispensado a artistas locais. Mais que uma denúncia, o caso virou um grito coletivo contra a naturalização da violência e do autoritarismo nos bastidores da cultura. Joyce encerrou sua fala com firmeza:
“Não vamos nos calar. Porque calar é aceitar. E eu jamais aceitarei esse tipo de coisa.” A reportagem segue acompanhando o caso e aguarda o pronunciamento oficial da produção de Bruno & Barretto. Enquanto isso, a expectativa da população é clara: que os artistas locais se levantem em coro por respeito, dignidade e justiça. Um boletim de ocorrência foi registrado para apurar a violência.