A Terra vai girar mais rápido nesta terça-feira (22/5), tornando-se o segundo dia mais curto de 2025 até agora. Por causa da aceleração no movimento de rotação, o planeta completará a volta em torno de seu próprio eixo com 1,34 milissegundo a menos que as habituais 24 horas. Para se ter uma ideia, um piscar de olhos dura cerca de 300 milissegundos — ou seja, o “tempo perdido” é imperceptível.
Este fenômeno não é raro. Ocorreu recentemente em 9 de julho e deve se repetir em 5 de agosto. A rotação da Terra dura, em média, 86.400 segundos por dia, mas variações sutis como essa são naturais e não representam motivo de preocupação, segundo cientistas. Por que isso ocorre?
Especialistas explicam que, ao longo de décadas, a Terra apresenta variações irregulares na duração dos dias. Embora o planeta esteja desacelerando sua rotação ao longo de bilhões de anos — no passado, um dia durava cerca de cinco horas —, também são registradas pequenas acelerações momentâneas. Essas mudanças podem ser influenciadas por vários fatores, como o movimento do núcleo líquido da Terra; a circulação atmosférica; correntes oceânicas e efeitos gravitacionais do Sol e da Lua. Ainda assim, os cientistas não sabem exatamente o que causa essas oscilações com precisão milimétrica.
O recorde do dia mais curto da história foi registrado em 29 de junho de 2022, quando o planeta girou 1,59 milissegundo mais rápido do que o normal. Antes disso, em 2020, a Terra teve os 28 dias mais curtos já registrados desde que os relógios atômicos passaram a ser usados, na década de 1960. Em 9 de julho, a Terra girou com 1,36 milissegundos a menos que o padrão
Essas alterações mínimas não afetam o cotidiano, mas, ao longo dos anos, podem causar pequenos desvios nos relógios. Para corrigir esse descompasso, os cientistas usam o chamado “segundo bissexto” — que pode ser adicionado ou subtraído da contagem oficial do tempo.
Desde 1973, o Serviço Internacional de Sistemas de Referência e Rotação da Terra (IERS) já adicionou 27 segundos bissextos. Se a tendência de dias mais curtos continuar, pode ser necessário, no futuro, aplicar um segundo bissexto negativo — ou seja, tirar um segundo do tempo oficial.