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“Lafaiete resgata suas raízes: monumento e memorial vão eternizar a Batalha de Queluz e a Revolução Liberal de 1842

O resgate da história política de Conselheiro Lafaiete no século XIX

O Projeto Memorial Batalha de Queluz, idealizado pelo João Vicente, coordenador do Movimento Cultural Memória Viva de Queluz em parceria com a Artccol Monumentos tem trabalhado para tornar realidade a proposta cultural de resgatar a história política de Conselheiro Lafaiete com a construção de um monumento de concreto armado na Pça Barão de Queluz, palco do conflito ocorrido em 26 de julho de 1842, durante a Revolução Liberal. Segundo, João Vicente, o projeto já foi apresentado às autoridades do Poder Público Estadual e Municipal que gostaram da ideia. “Conversamos com pessoas que sabem da importância que a Revolução Liberal de 1842 tem para a história política do Brasil, de Minas onde Lafaiete faz parte desta história. O monumento alusivo à Batalha de Queluz é uma forma de chamar atenção à população para o tema principalmente, incentivando os jovens estudantes a produzir trabalhos acadêmicos e trazendo novas versões da historiografia da época e por tanto, dando a cidade uma maior identidade cultural com sua história e sua memória. Além do monumento, nós do Memória Viva desde 2011, defendemos a criação do museu céu aberto Batalha de Queluz também na Praça Barão de Queluz transformando o nosso antigo jardim de areia no espaço público cultural com mais história, mais memória, mais monumentos que retratam o passado, o presente e o futuro de Conselheiro Lafaiete.

João Vicente, Guilherme Dias, desembargador Dr. Marco Caldeira Brant e o escultor Felipe Dias, especialista em peças de cimento armado para monumentos
     Banner da Mostra realizada em 2011 pelo Movimento Memoria Vivas de Queluz

Para João Vicente, a batalha foi crucial para os insurgentes, pois foi o único local onde as tropas liberais venceram as tropas legalistas. E explicou dizendo que a vitória em Queluz foi crucial por que, somente a cúpula do comando das tropas liberais sabiam que os liberais paulistas haviam sido rendidos pelas tropas do Exército Imperial comandada pelo Caxias.  ” Além da derrota em SP, as tropas de Caxias já estavam a caminho de Minas. Essas notícias criou um impasse no comando militar e político dos insurgentes onde uma corrente defendia tomar de assalto a capital da Província Ouro Preto. A outra era contra e defendia o fim do conflito”. Depois de um profundo debate sobre a estratégia a ser tomada após a vitória em Queluz, os líderes liberais decidiram partir para Santa Luzia esperar as tropas de Caxias. Foi a mais violenta batalha com mais de 5.000 soldados e com centenas de mortos e feridos em 20 de agosto, o que representou o fim do movimento político armado em Minas no ano de 1842. Joao Vicente ainda destacou as consequências após a pacificação em Minas.” A derrota impôs aos revoltosos liberais, prisões, julgamentos injustos, desapropriação de suas terras, humilhações, perseguições e violência física. Exemplo, foi a família Pereira Brandão expulsa de Queluz. Essa passagem é contada no livro, “CAMINHOS DO CERRADO – A trajetória da Família Pereira Brandão” escrito pelos   seus descendentes José Américo Ribeiro, Eduardo Carvalho Brandão e Olímpio Garcia Brandão, lançado em 2005.Quanto a economia mineira, a Província de Minas entrou numa forte crise perdendo status na produção econômica para o Rio de Janeiro e São Paulo. Em 1844, D.Pedro II deu anistia aos revoltosos liberais.

 Peça ilustrativa do projeto Memorial Batalha de Queluz representando um comandante militar das tropas liberais

Contexto Histórico

A Revolução Liberal de 1842 foi um movimento político armado comandado pelas lideranças liberais que teve lugar nas Províncias de SP e MG e as causas da revolta do partido liberal baseava nas reformas políticas do gabinete conservador que tirava autonomia das províncias com o retorno do poder moderado, centralizando as decisões políticas e econômicas nas mãos do Imperador.

 Litografia das tropas liberais chegando em Queluz em 1842

Preservação da História

O projeto busca preservar a memória da Batalha de Queluz e seu papel na história política de Conselheiro Lafaiete. Ao resgatar essa história, o projeto visa conscientizar a população sobre a importância da participação cidadã e da luta por direitos e liberdades. O projeto resgata também a importância do papel do Joaquim Rodrigues de Almeida, entusiasta do estudo da Revolução Liberal de 1842 e da biografia do Conego Marinho, que graças aos seus  esforços  reeditou em 1939  pela Tipografia Almeida, a obra do Conego Marinho sobre o Movimento, escrito na Fazenda Olhos D’água no distrito de  Brumado( Entre Rios de Minas) em 1844.

Fazenda Olhos D’água no século XX

Figuras importantes da época que compunham o comando  político e militar do Movimento Revolucionário de 1842 em Minas

Tenente Antônio Nunes Galvão: Líder militar das forças liberais na Batalha de Queluz.

Capitão Marciano Pereira Brandão: Herói da batalha, o ultimo alvitre estrategista da Batalha de Queluz

Padre Gonçalo Ferreira da Fonseca: líder local, vereador em Queluz e proprietário da Fazenda Olhos D’água onde foi escrito o livro o Movimento Revolucionário de 1842 pelo Conego Marinho em 1844.

Jacob Dornellas – rico fazendeiro de Catas Altas da Noruega, financiador e líder local. Saiu com 300 homens da sua fazenda em Boa Vista para se juntar com as tropas do Capitão Marciano Pereira Brandão em Queluz em 13 de junho de 1842, quando os vereadores liberais de Queluz aderiram ao Movimento Revolucionário de 1842.

Coronel Antônio Rodrigues Pereira (Barão de Pouso Alegre): Apoiador e financiador dos liberais em Queluz e pai do Conselheiro Lafayete Rodrigues Pereira.

Teófilo Otoni, principal líder político do Movimento em Minas

Cônego Marinho: Foi um dos principais líder político do Movimento em Minas e autor do livro ” História do movimento político que no ano de 1842 teve lugar na província de Minas Gerais, publicado em 1844, escrito na Fazenda Olhos D’agua, do Padre Gonçalo em Entre Rios de Minas. Na Batalha de Queluz estava combatendo as tropas legalistas no sul de Minas.

Joaquim Antão Fernandes Fernandes Leão-Conselheiro Antão, outra liderança política importante dos liberais mineiros e participou da Batalha de Queluz.

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