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Da música a gestão: maestro assume regência da cultura em Lafaiete

Secretário há três semanas, Geraldo Vasconcelos anuncia projetos, parcerias e uma gestão voltada para inclusão, memória e futuro. Em entrevista a nossa reportagem, o maestro contou um pouco sobre seu trabalho. “Quero que seja uma casa de portas abertas, onde escuta e diálogo se tornem rotina”.”, salientou. Geraldo levantou a memória de seu antecessor. ‘Faço aqui uma homenagem especial à memória de Geraldo Lafayette — homem que carregava no nome e no coração a identidade desta cidade. Sua presença permanece como inspiração e farol para nossas ações.” Geraldo falou na divisão de tarefas entre as funções de secretário e maestro. Leia entrevista na íntegra abaixo

CM: O que significa, para o senhor, assumir a Secretaria de Cultura de Conselheiro Lafaiete?
Geraldo: Assumir a Secretaria é, para mim, mais que um cargo: é um chamado. Trago comigo a honra e a responsabilidade de conduzir uma pasta que pertence, em essência, aos artistas, coletivos, mestres populares, produtores e grupos tradicionais. São eles os verdadeiros guardiões da cultura, que, com coragem e criatividade, transformam vidas e realidades.

CM: E como pretende conduzir a Secretaria?
Geraldo: Quero que seja uma casa de portas abertas, onde escuta e diálogo se tornem rotina. Onde houver barreiras, construiremos passagens; onde houver distâncias, ergueremos pontes. O compromisso é claro: oferecer meios para que a arte floresça, alcance cada cidadão e cumpra sua vocação de ser de todos e para todos.

CM:O senhor mencionou a importância da memória cultural. Como isso se traduz na gestão?
Geraldo: Não partimos do vazio. Temos a base sólida daquilo que foi construído por gestões anteriores. Faço aqui uma homenagem especial à memória de Geraldo Lafayette — homem que carregava no nome e no coração a identidade desta cidade. Sua presença permanece como inspiração e farol para nossas ações.

CM: Como o senhor enxerga o papel da cultura na sociedade?
Geraldo: Cultura é muito mais que entretenimento. Sua força está em educar, incluir, gerar emprego, promover saúde, despertar consciência ambiental. Vale lembrar que a palavra “entreter”, nos descaminhos da humanidade ganhou o sentido da alienação; de desviar o foco. Porém, em sua origem, significava “manter juntos”. É esse sentido que queremos resgatar: unir, fortalecer e transformar.

CM: E qual é a visão do prefeito Leandro Chagas sobre esse papel?
Geraldo: O prefeito tem convicção de que a cultura é eixo estruturante. Como ele mesmo diz, é um farol que orienta a construção de uma cidade equilibrada e próspera. Cada investimento nessa área é, ao mesmo tempo, investimento em turismo, inovação, educação, emprego e qualidade de vida.

CM: Quais projetos já estão sendo estruturados pela Secretaria?
Temos vários em gestação. O Reciclarte, que transforma resíduos em expressão artística, conectando escolas, associações e cidadãos. O Arte Sacra, que valoriza as tradições de fé viva de Lafaiete — católicas, evangélicas, espíritas, afro-brasileiras e outras. O Caleidoscópio Lafaietense, pensado como ponte entre escolas, artistas e instituições, culminando em mostras e festivais. E queremos também retomar o Faço Arte, projeto concebido por Geraldo Lafayette, como alicerce de nossa caminhada.

CM: E quanto à equipe que o acompanha nessa gestão?
Geraldo: Tenho orgulho da equipe da Secretaria: são profissionais, estudiosos, sensíveis no trato humano e comprometidos com a coisa pública. São  patrimônio vivo da cidade, sustentando com lealdade e dedicação cada passo do que realizamos.

CM: Os recursos, como sempre, são um desafio. Como o senhor pretende lidar com essa questão?
Geraldo: É inegável que são limitados. Por isso, vamos buscar novas parcerias com a iniciativa privada e estreitar laços com o legislativo, para que emendas parlamentares ampliem as possibilidades de ação e façam da cultura presença cotidiana em nossas praças, ruas e palcos.

Vasconcelos e a sua esposa, a soprano Giselda Rodrigues/ DIVULGAÇÃO

CM: Há também um movimento forte da classe artística, o Lafayarte. Qual será o papel dele?
Geraldo: O Lafayarte é expressão legítima dos artistas da cidade. Ele terá papel essencial na reativação do Conselho Municipal de Cultura, que é a instância vital de interlocução entre a classe e a Secretaria.

CM: O senhor continua como maestro do Madrigal Roda Viva. Como conciliar as duas funções?
Geraldo: Haverá momentos em que o Secretário e o Maestro dividirão o mesmo palco. O Madrigal Roda Viva, parte essencial da minha história, seguirá comigo como regente e educador. Mas, como Secretário, caberá a mim pensar a política cultural do município. Não vejo nisso um conflito, mas uma soma: a música e a gestão se encontrando em favor da cidade.

CM: Para encerrar, que mensagem o senhor deixa à população?
Geraldo: Cultura, em Lafaiete, é memória viva e promessa de futuro. É identidade e horizonte. É com esse espírito que assumo esta missão: caminhar lado a lado com artistas, cidadãos e instituições, para que nossa cidade seja cada vez mais encantada, criativa e plena de vida.

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