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Não dê celular para o seu filho antes desta idade, dizem especialistas

Entenda como o smartphone pode prejudicar a mente de crianças e jovens.

O acesso a smartphones na infância tem se mostrado um fator crítico para a saúde mental na idade adulta. Um estudo recente realizado pelo Sapien Labs, organização sem fins lucrativos dedicada a pesquisas sobre a mente humana, revelou que jovens que tiveram contato com smartphones antes dos 13 anos apresentam maior risco de desenvolver problemas psicológicos mais tarde.

A pesquisa envolveu mais de 100 mil participantes e foi publicada no Journal of Human Development and Capabilities, periódico acadêmico revisado por pares.

Riscos associados à posse precoce de smartphones

Foto: Shutterstock

Para avaliar o impacto do uso de smartphones na infância, os pesquisadores utilizaram o Quociente de Saúde da Mente (MHQ), um índice que mede o bem-estar psicológico.

Os resultados foram alarmantes: participantes que receberam o primeiro aparelho aos 5 anos tiveram pontuação média de apenas 1 no MHQ, enquanto aqueles que começaram a usar smartphones aos 13 anos atingiram média de 30.

Segundo a Dra. Tara Thiagarajan, neurocientista líder do estudo:

“A posse precoce de smartphones e o acesso constante às redes sociais estão ligados a mudanças profundas na saúde mental e bem-estar no início da idade adulta”.

Entre os efeitos observados estão pensamentos suicidas, comportamentos agressivos e desconexão da realidade.

Impactos diferenciados entre gêneros

O estudo também destacou efeitos distintos para homens e mulheres. Para mulheres, o uso precoce de smartphones está associado a baixa autoestima, diminuição da autoimagem e menor resiliência emocional. Já entre homens, foram observadas reduções na estabilidade emocional, empatia e capacidade de manter a calma.

Os especialistas ressaltam que essas consequências vão além da depressão e ansiedade tradicionais, sendo frequentemente negligenciadas em pesquisas que utilizam apenas rastreadores padrão de saúde mental.

Idade mínima e fiscalização

Apesar de muitas plataformas digitais estabelecerem a idade mínima de 13 anos, a fiscalização dessas regras é limitada e facilmente burlável.

Globalmente, a idade média para aquisição do primeiro smartphone continua diminuindo, tornando mais urgente o debate sobre restrições e educação digital.

Países como Brasil, França, Holanda, Itália e Nova Zelândia já implementaram restrições ao uso de celulares em escolas, e a tendência é que mais legislações surjam nos próximos anos para proteger crianças e adolescentes.

Recomendações dos especialistas

Com base nos dados obtidos, os pesquisadores do Sapien Labs sugerem quatro áreas prioritárias para políticas públicas:

  • Educação obrigatória sobre alfabetização digital e saúde mental;
  • Fiscalização ativa de violações de idade em redes sociais e sanções para empresas que permitam o acesso precoce;
  • Restrição do acesso a plataformas digitais para crianças;
  • Implementação de sistemas graduados de acesso a smartphones, permitindo maior controle dos pais e responsáveis.

O estudo reforça que o controle do uso de smartphones na infância é fundamental para garantir uma saúde mental saudável na vida adulta, evitando consequências de longo prazo e promovendo o bem-estar emocional e psicológico.

FONTE: CAPITALIST

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