Trabalho por aplicativos no Brasil envolve 2,2 milhões de pessoas e revela questões sobre renda e previdência.
Atualmente, o Brasil conta com um contingente significativo de trabalhadores atuando em aplicativos. Dados recentes apontam que 2,2 milhões de brasileiros estão nessa modalidade, incluindo 1.721.614 motoristas e 455.621 entregadores.
A pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), em parceria com a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), revela o crescimento expressivo dessa categoria.
Comparado a 2022, houve um aumento significativo de 35% no número de motoristas e de 18% no de entregadores.
Remuneração e jornada dos trabalhadores por app
O estudo também calculou a média salarial desses profissionais, destacando a diferença em relação à remuneração de outros trabalhadores com ensino médio completo. A renda mensal líquida entre motoristas varia de R$ 3.083 a R$ 4.400, enquanto para entregadores fica entre R$ 2.669 e R$ 3.581.
A pesquisa revela que motoristas trabalham entre 19 e 27 horas semanais em aplicativos, enquanto os entregadores têm jornadas que variam de 9 a 13 horas semanais.
A flexibilidade e a autonomia são atrativos dessa modalidade de trabalho, mas a ausência de proteção previdenciária gera críticas constantes.
Perfil dos trabalhadores:
- Motoristas: 1.721.614
- Entregadores: 455.621
Previdência e permanência na atividade
Um ponto de crítica é a falta de cobertura previdenciária para esses trabalhadores. Apenas 53% dos motoristas e 57% dos entregadores contribuem para a Previdência.
Entre esses, parte tem contrato formal ou atua como microempreendedores individuais (MEI). Essa lacuna na proteção social é um desafio que o Brasil enfrenta há anos.
Apesar dos desafios, 75% dos entregadores e 80% dos motoristas desejam continuar nessa função. Os principais motivos incluem a remuneração, seguidos pela busca por autonomia e flexibilidade. A insegurança no mercado de trabalho formal também leva muitos a optar por esse formato.
O trabalho por aplicativos no Brasil continua em expansão, mas permanece a necessidade urgente de regulamentação e proteção social efetiva para esses profissionais.
O debate sobre a segurança e os direitos precisa avançar para garantir condições justas e dignas para esses milhões de brasileiros.
FONTE: EDITAL CONCURSOS