A história de Conselheiro Lafaiete agora ecoa em todo o Estado. Paulo Roberto Meireles do Nascimento, arquiteto e urbanista formado pelo Instituto Metodista Izabela Hendrix, foi nomeado presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais. A nomeação, publicada no Diário Oficial nesta quarta-feira, 25 de setembro, coloca um filho de Lafaiete à frente da mais importante instituição de proteção da memória mineira.
Natural de Lafaiete, onde iniciou sua formação e trajetória profissional, Paulo Roberto já não reside na cidade. Sua vida se expandiu para outros municípios, onde construiu uma carreira sólida marcada pelo compromisso com a preservação e pelo respeito à história. O orgulho de suas origens, no entanto, permanece vivo, e agora se projeta para Minas Gerais inteira.
A nomeação ocorre em um momento de mudança no Iepha. Ele assume o cargo em substituição a João Paulo Martins, exonerado após se tornar alvo da Operação Rejeito, investigação que revelou um esquema bilionário de corrupção envolvendo órgãos ambientais no Estado e no país. A escolha de Paulo Roberto representa o resgate da credibilidade e a aposta em um gestor com longa experiência.
Com mais de 35 anos de atuação, ele é reconhecido pelo trabalho em restauração, urbanismo e políticas de patrimônio. Já integrou conselhos municipais e estaduais em cidades como Contagem, Cataguases, Ouro Branco, João Monlevade e Belo Horizonte. Foi conselheiro do CAU-MG, atuando em comissões de ética, patrimônio e apoio ao profissional, além de ter feito parte do Conselho Estadual de Patrimônio Cultural.
A sala de aula também foi espaço de sua dedicação. Como professor, lecionou planejamento hoteleiro, construções rurais e desenho técnico, transmitindo a convicção de que preservar a cidade é preservar as pessoas.
Agora, no comando do Iepha, Paulo Roberto tem diante de si o desafio de ampliar políticas públicas de preservação, garantir maior participação da sociedade civil e fortalecer a integração entre Estado e municípios. Sua proposta é clara: construir uma política cultural inclusiva, sustentável e participativa.
A notícia repercutiu em Lafaiete como um motivo de orgulho coletivo. Artistas, produtores e militantes da cultura receberam a nomeação como uma vitória da cidade. “É como se todos nós tivéssemos sido reconhecidos junto com ele”, comentou um artista plástico local. Uma produtora cultural destacou que “quando um filho de Lafaiete chega ao Iepha, é a nossa arte popular que também chega lá”. Outro músico lembrou que “Paulo sempre foi sensível à cultura, e isso nos enche de esperança”.
Para Lafaiete, a celebração é dupla. A cidade se vê representada em Minas e acredita que, com Paulo Roberto à frente do Iepha, a memória mineira ganha não apenas um gestor competente, mas um guardião capaz de transformar o passado em futuro.