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Leleco Pimentel denuncia ameaças, grampo em celular e uso de lista de convidados em esquema investigado

O deputado estadual Leleco Pimentel (PT-MG) protocolou hoje (24) um ofício na Superintendência Regional da Polícia Federal em Minas Gerais, exigindo providências urgentes após seu nome aparecer em uma lista de pessoas supostamente ameaçadas por organização criminosa ligada à mineração ilegal na Serra do Botafogo. Segundo o parlamentar, essa lista corresponde exatamente às pessoas convidadas para sua audiência pública sobre a Serra do Botafogo, o que indica uma clara retaliação política.

As denúncias foram reveladas em reportagem especial do programa Fantástico, exibido no domingo (21), que detalhou o esquema investigado pela Operação Rejeito — que apura crimes ambientais, extração ilegal, corrupção e licenças ambientais fraudulentas no setor mineral em Minas Gerais. 

Lista de convidados + monitoramento político

Conforme o deputado alega, os nomes daquele documento coincidem com os cidadãos e autoridades que participaram da audiência pública que ele promoveu para discutir os impactos da mineração na Serra do Botafogo. Isso reforçaria a suspeita de que o grupo criminoso estaria mantendo vigilância política, especialmente sobre projetos que buscam coibir a mineração ilegal.

Grampo no celular: invasão e controle remoto

Além disso, Pimentel afirma que seu celular foi grampeado desde 10 de agosto, permitindo um invasor monitorar WhatsApp, câmera, microfone e outras funcionalidades remotas. Ele diz ter descoberto o grampo ao não conseguir acessar aplicativos bancários, incluindo o app da Caixa — o que, segundo ele, indicaria interferência externa no dispositivo. Essas alegações ainda não foram confirmadas por perícia pública.

Pedido formal à PF e medidas de proteção

No ofício enviado à Polícia Federal, o parlamentar solicitou que seja instaurado inquérito específico, com medidas de proteção pessoal para ele e sua equipe, e que autoridades competentes investiguem sem demora as condutas denunciadas. O documento também menciona o registro da Polícia Legislativa da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) sob o número 236.350.

Operação Rejeito: relevância e prisões

A Operação Rejeito já resultou em 22 prisões, no bloqueio de mais de R$ 1,5 bilhão em bens e no afastamento de agentes públicos suspeitos de facilitar ilegalidades ambientais. 
A matéria do Fantástico mostrou vídeos exclusivos que apontam pagamento de propinas para liberação de licenças ambientais e a atuação de operadores do esquema que atuavam em áreas de proteção ambiental. 

“Severidade no combate e firmeza institucional”

Ao sair da sede da PF, Leleco afirmou que apesar das ameaças, não vai retroceder e vai manter firme a sua atuação contra a mineração predatória. Ele ressaltou que esse trabalho faz parte da missão do seu mandato, ao lado do deputado federal Padre João, pelo projeto Juntos Para Servir.

“Mesmo diante dessas formas de intimidação, seguimos firmes no combate à mineração predatória, que destrói, degrada e mata”, disse ele.

Texto e captação:
VitaoMag ( Victor Augusto Magalhães ) / ALMG.

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