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CPI em risco? Pressão política aumenta e marca denúncias de obras pagas e não realizadas em São João del-Rei

A coluna divulgou, no último dia 29 de setembro, informações que apontam denúncias graves sobre a administração passada do ex-prefeito Nivaldo Andrade, envolvendo obras supostamente quitadas pela Prefeitura, mas não executadas. O caso levou vereadores a se mobilizarem para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) — instrumento legítimo e eficaz de investigação do poder público. Até a manhã de terça-feira (30), quatro assinaturas já estavam comprometidas com o pedido.

No entanto, no meio da tarde, um dos parlamentares retirou sua assinatura, enfraquecendo a iniciativa. Com a saída de Rafael Lima (PL), restam apenas três: Gustavo Acácio (PODEMOS), Sinara Campos (PV) e Cassi Pinheiro (PT). Assim, o pedido volta a depender de mais dois vereadores. Para que a CPI seja instaurada, são necessárias cinco assinaturas. Com a saída de Rafael, restam apenas três: Gustavo Acácio (PODEMOS), Sinara Campos (PV) e Cassi Pinheiro (PT). Assim, o pedido volta a depender de mais dois vereadores.

Eleito em 2024, Rafael Lima foi o sexto mais votado do município e é aliado político do prefeito Aurélio Suenes (PL) e do vice Rogério Cury (PL). Sua decisão ocorre em meio a pressões políticas e reacende o debate sobre a atuação da Câmara na fiscalização do Executivo.

No início do mandato, o vereador já havia sido alvo de críticas após propor projetos polêmicos, como o “Dia Municipal dos Legendários” e uma honraria ao deputado Nikolas Ferreira, ambos rejeitados após reação popular. A retirada da assinatura levanta questionamentos sobre os interesses por trás do recuo e a resistência em investigar recursos públicos. Até o momento, Rafael não se pronunciou sobre sua decisão, o que aumenta a cobrança por clareza e transparência. Enquanto isso, o futuro da CPI segue indefinido, colocando em evidência o papel dos vereadores na apuração de possíveis irregularidades em obras que impactam diretamente a população.

Divergência de posicionamentos

O vereador Fernando Inspetor justificou sua recusa em aderir à CPI alegando que não encontrou indícios concretos de corrupção ou desvio de recursos. Porém, de acordo com os autores do pedido, as denúncias contam com documentos, números, registros, percentuais de pagamentos acima dos contratos e comprovação de trechos pagos mas não executados.

Suspeitas de pressão política

Nos bastidores, cresce a percepção popular de que pode haver pressão do Executivo sobre os vereadores para impedir a instalação da CPI — seja desestimulando novas assinaturas ou induzindo parlamentares a retirarem seus apoios.

Esse cenário levanta questionamentos que ecoam entre a população:

  • Para que servem os vereadores, senão para fiscalizar o uso dos recursos públicos?
  • Por que tanto esforço em evitar a investigação?
  • O que se teme que seja revelado por uma CPI?
  • A atual gestão não deveria se pautar pela independência e transparência, sem vínculos políticos com o passado?

Recursos públicos em debate

O que está em jogo são recursos do município, que pertencem à coletividade e não a prefeitos ou vereadores. Por isso, a cobrança é clara: a sociedade espera transparência, coragem política e a instalação de uma investigação que dê respostas à população de São João del-Rei. (com informações coluna Luis Tito)

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