Aos 28 anos, a congonhense Sharon Ágata Brito Santos está vivendo um sonho que começou a ganhar forma há poucos anos: o de ser comissária de bordo internacional. Atualmente trabalhando na Emirates Airlines, uma das companhias aéreas mais prestigiadas do mundo, ela representa Congonhas nos céus e leva consigo o orgulho de suas origens.
“Eu sempre tive o sonho de conhecer o mundo e de trabalhar com aviação, mas o interesse específico pela profissão de comissária surgiu em 2021”, conta. Antes de conquistar as asas, Sharon teve uma trajetória marcada por esforço e versatilidade. “Em Congonhas eu fiz de tudo um pouco. Trabalhei como caixa de mercado, vendedora em loja de camisas, entreguei panfletos em sinal, fui monitora de van escolar e babá. Cada uma dessas funções me preparou um pouco pra exercer a profissão que tenho hoje”, lembra.
A jornada até a Emirates foi longa e exigente. Sharon tentou o processo seletivo quatro vezes até ser aprovada. “O processo tem cinco etapas, todas eliminatórias. Enviamos o currículo, o vídeo de apresentação, depois vem o screening day e o assessment day, que são bem intensos e cansativos. No final, há a entrevista, que pode ser online ou presencial. Passei na vez em que fiz presencialmente, acho que pude me expressar melhor pessoalmente.”


Além da dedicação, o caminho exigiu preparo e renúncias. “Estudei muito inglês e também sobre minhas experiências com atendimento ao público. Passei dois anos removendo minhas tatuagens e foi a parte mais difícil, porque eu não queria contar o motivo pra ninguém. Tive que inventar desculpas várias vezes”, revela.
Já em Dubai, onde mora atualmente, a adaptação foi um desafio. “No primeiro dia, de tanto nervosismo, passei mal e não conhecia nenhum remédio daqui. Também foi difícil entender tantos sotaques diferentes, mas hoje até consigo identificar a nacionalidade de algumas pessoas só pelo jeito de falar”, brinca.
A rotina de comissária é intensa, mas recompensadora. “Um dia tenho voo de manhã, na semana seguinte posso ter um voo à meia-noite. É uma rotina maluca, mas gratificante. O maior desafio é lidar com pessoas diferentes o tempo todo, nunca sabemos como será a tripulação ou os passageiros”, conta.
Mesmo a milhares de quilômetros de casa, a jovem não deixa de falar sobre suas raízes. “Eu sempre falo sobre Congonhas para todo mundo: sobre os ipês amarelos, as igrejas, os Profetas, nossos festivais e, claro, a comida mineira, que é uma das minhas maiores saudades. Tenho muito orgulho de ser de uma cidade pequena e ter conquistado algo tão grande. Quero inspirar outras meninas e meninos que, assim como eu, estudaram em escolas públicas e talvez não tenham tantos recursos. Com foco, estudo, dedicação e persistência, é possível chegar muito longe.”
Por Secretaria de Comunicação/Prefeitura de Congonhas



