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Cidade brasileira é conhecida como ‘formigueiro humano’: não tem mais espaço para nada e acumula mais de 13 mil habitantes por quilômetro quadrado

Município paulista chama atenção pela densidade demográfica recorde no Brasil, onde cada quilômetro quadrado abriga mais de 13 mil pessoas e praticamente não há terrenos disponíveis para novas construções.

Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo, apresenta a maior densidade demográfica do país.

São 13.416,81 habitantes por quilômetro quadrado, conforme o Censo 2022 do IBGE, em um território de 20,388 km² totalmente urbanizado.

Em números absolutos, o município registrava 273.542 moradores no levantamento mais recente, o que ajuda a explicar o apelido de “formigueiro humano”.

A oeste da capital, território totalmente urbanizado

Localizado a oeste da capital paulista e integrado à mancha urbana metropolitana, Taboão da Serra possui grau de urbanização de 100%, segundo dados do IBGE.

Isso significa que todo o território está ocupado por edificações, vias e equipamentos urbanos, sem áreas livres de grande porte.

Levantamentos municipais apontam que não há terrenos disponíveis para novos empreendimentos horizontais.

Origem rural e emancipação na década de 1950

Vista aérea de Taboão da Serra evidencia densidade populacional e urbanização intensa. (Imagem: cidadesdomeubrasil)
Vista aérea de Taboão da Serra evidencia densidade populacional e urbanização intensa. (Imagem: cidadesdomeubrasil)

A formação do município teve início no começo do século XX, quando a Vila Poá surgiu como núcleo rural vinculado a Itapecerica da Serra.

A emancipação ocorreu em 1959, consolidando Taboão da Serra como cidade autônoma.

Registros históricos mostram que, nas décadas seguintes, o avanço da urbanização substituiu gradualmente a produção agrícola por áreas residenciais e comerciais.

Expansão impulsionada pela capital

proximidade com São Paulo foi determinante para o crescimento populacional.

O município tornou-se destino de moradores da capital que buscavam imóveis com preços mais baixos, mas ainda próximos de centros de trabalho e serviços.

Esse fluxo de migração interna contribuiu para a rápida ocupação dos loteamentos e conjuntos habitacionais criados a partir da segunda metade do século XX.

Limite físico para expansão

Com todo o território classificado como área urbana, a expansão horizontal tornou-se inviável.

As novas construções concentram-se em projetos de verticalização e requalificação de áreas já ocupadas.

Técnicos municipais afirmam que a escassez de terrenos pressiona a infraestrutura e impõe desafios ao planejamento urbano, principalmente em regiões que ainda enfrentam déficit de serviços públicos.

Densidade comparada a campos de futebol

Panorama de ruas e edifícios em Taboão da Serra retrata pressão urbana e densidade populacional. (Imagem: GazetaSP)
Panorama de ruas e edifícios em Taboão da Serra retrata pressão urbana e densidade populacional. (Imagem: GazetaSP)

Para visualizar a densidade, basta imaginar que cada quilômetro quadrado equivale a cerca de 140 campos de futebol.

Com mais de 13 mil pessoas por km², é como se 96 pessoas estivessem em cada campo ao mesmo tempo, número muito superior ao de uma partida oficial, que comporta 22 jogadores.

O cálculo evidencia o grau de adensamento urbano do município.

População continua em crescimento

As estimativas do IBGE indicam que Taboão da Serra continua a crescer.

Em 2024, a população estimada chegou a 284.274 habitantes, aumento que reforça a necessidade de ampliar infraestrutura e serviços públicos.

A alta densidade coloca o município entre os que enfrentam maior pressão por habitação, transporte, saneamento e áreas de lazer da Grande São Paulo.

De zona agrícola a cidade conurbada

Entre o início do século XX e a emancipação, o território era composto por sítios e pequenas propriedades agrícolas.

Com o avanço da metrópole, Taboão da Serra tornou-se uma área conurbada à capital, com perfil predominantemente residencial.

Dados históricos mostram que essa integração territorial modificou o modo de vida local e incorporou o município à dinâmica econômica da região metropolitana.

Planejamento urbano em foco

Quarteirão altamente ocupado em Taboão da Serra reflete limite físico e adensamento urbano extremo. (Imagem: QuintoAndar)
Quarteirão altamente ocupado em Taboão da Serra reflete limite físico e adensamento urbano extremo. (Imagem: QuintoAndar)

Com ausência de espaços livres para expansão, a administração municipal tem priorizado projetos voltados à requalificação de áreas consolidadas e à melhoria do uso do solo urbano.

Segundo técnicos consultados pela prefeitura, medidas como incentivar o uso misto de edifícios e aperfeiçoar o transporte público são consideradas essenciais para sustentar o adensamento populacional.

Impactos na infraestrutura e nos serviços

Estudos acadêmicos e relatórios técnicos indicam que o adensamento elevado pode gerar sobrecarga nos sistemas de saneamento, mobilidade e oferta de equipamentos públicos.

Em Taboão da Serra, o desafio envolve equilibrar o crescimento populacional com a manutenção da qualidade dos serviços urbanos.

As autoridades locais têm avaliado ações voltadas à ampliação de parques, escolas e postos de saúde, de acordo com as demandas da população.

FONTE: CLICK PETRÓLEO E GÁS

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