Evento promoveu a troca de experiências, o fortalecimento de parcerias e oportunidades de vivenciar o melhor que nossas cidades históricas têm a oferecer.
O Teatro Dom Silvério Gomes Pimenta, em Congonhas, recebeu nos dias 3 e 4 de novembro cidades de todo o estado para debater políticas que transformem os patrimônios cultural, histórico e natural em potencial turístico das cidades históricas, de forma a se tornarem alternativas de renda e trabalho. Congonhas busca sua alternativa à atividade minerária. A Prefeitura apoia as quitandeiras e demais empreendedores que atuam na área do turismo. Ao criar a Secretaria de Turismo em 2025, uma das metas é posicionar-se como a “Capital Mineira da Fé”, estruturando o turismo e promovendo o destino Congonhas, que está integrado em uma política de regionalização do turismo mineiro. O evento acontece nos municípios que formam a Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais (ACHMG).
Na solenidade de abertura do evento, foram assinados convênios de filiação de Santana dos Montes, Aiuruoca e Campanha, e parcerias com a Fundação Oscar Niemeyer e o Polo Audiovisual de Cataguases, ampliando o diálogo entre história, arte e inovação.
Em seguida, ocorreu a assinatura do Termo de Parceria entre a Associação, a Prefeitura de Cataguases (terra do cineasta Humberto Mauro) e o Instituto Energisa, para a promoção e difusão do audiovisual mineiro. E ainda a assinatura do Termo de Parceria entre a Associação e a Fundação Niemeyer.
A programação ofertou possibilidades de as cidades usufruírem de suas inúmeras riquezas, como a palestra “O Senhor Bom Jesus de Matosinhos e Nossa Senhora da Piedade: o significado da fé que une um povo e promove o desenvolvimento sustentável”, tendo como painelistas o Monsenhor Nedson Pereira de Assis, reitor da Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, de Congonhas, e o padre Samuel Fidelis, pró-reitor de Comunicação do Santuário da Basílica Nossa Senhora da Piedade.
A palestra “Congonhas, capital mineira da fé: políticas públicas para o turismo religioso”, foi ministrada pela secretária de Turismo da Prefeitura de Congonhas, Ana Alcântara.
Outra palestra, “Quitanda Mineira: registros de saberes e sabores que contam histórias de Paracatu e Congonhas”, ministrada pelo diretor presidente da Fumcult e secretário de Cultura da Prefeitura de Congonhas, Pedro Cordeiro, e o secretário de Turismo de Paracatu, Igor Diniz.
Também ocorreram painéis “Experiências regionais, dedicado à troca de boas práticas e experiências exitosas de turismo”, com participação dos secretários municipais de Turismo de Conceição do Mato Dentro, Sabará e Diamantina; “Cordilheira do Espinhaço: patrimônio vivo, comunidade e sustentabilidade”, com o secretário de Turismo de Grão Mogol, Ítalo Mendes; e “Cataguases: cinema e audiovisual como vetores de transformação”, apresentado pelo prefeito daquela cidade, José Henriques, e pela secretária de Turismo, Rosângela Lima; e “Luz sobre o patrimônio: gestão, conservação e identidade visual, apresentado pelo secretário de Cultura e Turismo de São João del Rei e o secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Cultura de Lagoa Santa, Júlio Jorge Toledo.
De acordo com o presidente da Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais e prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo de Araújo Santos, “o encontro em Congonhas é um ponto alto da nossa jornada no ano de 2025, porque estamos aqui fechando um período de muitas realizações. As novas administrações municipais se uniram no fortalecimento dessa entidade decisiva para a preservação do patrimônio, a ativação da vida cultural e os desdobramentos que o turismo traz como resposta socioeconômica da proteção desses bens culturais e da nossa vida plenamente movimentada pela cultura, para acolher sempre mais visitantes. Congonhas é a ‘capital da fé’ de Minas e do Brasil. É muito importante e muito significativo para nós, das cidades históricas, termos esta reunião em Congonhas, ao lado do Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, patrimônio mundial, neste teatro Tedoms [Teatro Dom Silvério Gomes Pimenta], projetado pelo arquiteto Sylvio Emrich de Podestá. Nós nos reunimos aqui para debater temas importantes da valorização, da ativação da cultura e do desenvolvimento do turismo, como uma resposta socioeconômica, de sustentabilidade para as cidades históricas, que, geralmente, estão em municípios mineradores. E é através desta condição de cidade patrimônio e da cultura que abrimos uma vertente nova na diversificação da nossa economia. Por isso, este debate em Congonhas, que é cidade mineradora e histórica, é propício para que possamos encontrar com clareza e objetividade esses caminhos seguros para a construção do nosso futuro. O nosso passado é fabuloso, é patrimônio mundial, o nosso presente está cheio de conflitos, mas nós construiremos um futuro melhor para todos, se buscarmos as boas soluções numa perspectiva de união, unidade e construção desses caminhos seguros”.
Patrícia Moreira, subsecretária de Estado de Turismo de Minas Gerais considera “importante conversarmos sobre Congonhas, roteiros de fé, turismo religioso, turismo de natureza entre outros, que são trabalhos na região. Estado, municípios e a ACHMG devem trabalhar juntos. O número de turistas tem crescido em Minas e este é o resultado de um trabalho conjunto. Este evento apresentou uma pequena mostra dos produtos mineiros, como a cachaça, o queijo, o artesanato tão rico, o que faz parte da cultura de Minas que atrai turistas. Sem esses produtos, como promovemos nossas experiências? Levar o turista para visitar uma queijaria, por exemplo, é fundamental para promovermos nossa mineiridade e o turismo do estado”.
Após a apresentação do Distrito Criativo de Passagem, em Mariana, e as políticas públicas que impulsionam a cultura e a economia local, o prefeito de Congonhas, Anderson Cabido, afirmou que trabalhar o fortalecimento das instituições explica bastante o sucesso de iniciativas como esta da cidade vizinha.
“Não há desenvolvimento sem tecido institucional forte, formado por instituições que, inclusive, não dependam de governo. Uma das maiores tragédias que nosso povo brasileiro enfrenta é a descontinuidade. Você tem um governo bom e depois um governo ruim, um que gosta de cultura e outro que não gosta. Quando a sociedade civil é organizada e protagonista, pode ser o governo que for que ela fará com que as coisas aconteçam. Isso vale também quando falamos de uma política estadual ou nacional de cultura, de patrimônio histórico ou de turismo. É importante que elas encontrem na base suas instituições. E a Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais é uma dessas instituições, que representa com vigor o interesse dos nossos municípios, que é onde as coisas acontecem”.
Ana Alcântara, secretária de Turismo da Prefeitura de Congonhas, ex-secretária executiva da ACHMG durante 14 anos, afirmou que, “nos dois dias, Congonhas conseguiu fazer turismo de verdade, projetando sua cultura, o patrimônio histórico e, com isso, ocupar os hotéis e restaurantes e mais recursos circularam por nossa economia”.
A secretária disse viver a expectativa da reinserção de Congonhas no Mapa do Turismo Brasileiro ainda este ano. Também lembrou que, junto com a subsecretária de Estado de Turismo de Minas Gerais e outras personalidades ligadas ao setor, fundou a Rede Mineira de Mulheres do Turismo, no 2º Encontro das Cidades Históricas de Minas Gerais, realizado em Paracatu.
Comitiva portuguesa conheceu o Jubileu de Congonhas.
Rememorou também a realização este ano do Circuito Mineiro de Devoção ao Bom Jesus de Matosinhos, iniciativa que valoriza cidades mineiras onde a tradição permanece viva no coração dos fiéis. “Uma comitiva da Santa Casa de Misericórdia de Matosinhos-PT esteve em Minas para visitar estas cidades, inclusive em Congonhas, para conhecer o Jubileu. Cada uma das localidades que compõem este circuito expressa a fé ao Bom Jesus de maneira única, mas todas contribuem para fortalecer um percurso de religiosidade, cultura e turismo. Ângelo Oswaldo foi a Braga-PT e divulgou Ouro Preto e Congonhas, por meio de uma exposição riquíssima que internacionalizou o nosso destino”.
Marília Sinimbu Melo, arquiteta e urbanista, chefe do Escritório do Iphan em Congonhas, considera encontros como este são fundamentais para troca de experiências entre o município e outros entes e promover mais ações para a promoção do patrimônio. “Aqui em Congonhas temos um exemplo bastante importante que são as ações do PAC Cidades Históricas, das quais sete foram concluídas. Este é um bom exemplo para entender o tanto que é a cooperação entre os entes municipal e federal”, contou Marília.

As ações do PAC Cidade Históricas em Congonhas são: a restauração dos elementos artísticos das Igrejas do Rosário, Matriz de Nossa Senhora da Conceição, Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, requalificação e revitalização da Alameda das Palmeiras e do Centro Cultural da Romaria, implantação do Parque Natural da Romaria e criação do Teatro Dom Silvério Gomes Pimenta, este último ofertado ao município, graças à elaboração de projetos e execução das demais obras autorizadas no âmbito do programa criado pelo Iphan, com recursos do Governo Federal. O órgão federal assumiu a recuperação do Adro da Basílica, obra que é muito complexa e por isso não foi executada ainda. A requalificação da Biblioteca Municipal Djalma Andrade voltou a figurar entre as obras previstas pelo PAC Cidades Históricas. O Museu de Arte e Memória (Museu da Ladeira) fazia parte da lista inicial, mas não foi executada por ter sido uma das ações descomissionadas pelo Governo Temer. O Cine Teatro Leon, que também pertencia à lista de ações aprovadas para o município no âmbito do PAC Cidades Históricas, acabou sendo restaurado e requalificado graças a um patrocínio do BNDES, por intermediação do IPHAN.
Apresentações culturais

O Trio de Violinos Ímpetos, do Projeto Garoto Cidadão, da Fundação CSN, apresentou a primeira intervenção cultural.
A segunda foi “Mater Admirabilis”, performance poético-musical, do ator Hudson Raony e da música Luiza Castelani, que mergulha na espiritualidade popular e na forma simbólica da figura materna representada por Nossa Senhora. Inspirada no poema de Djalma Andrade, a obra revela um diálogo íntimo e comovente entre um pecador e a Mãe Divina, numa jornada de culpa, arrependimento e esperança.
A partir da próxima reunião da ACHMG, que ocorrerá em janeiro em Paracatu, além de acordos técnicos e deliberações, haverá a elaboração de cartas para envio a esferas de governo ou estabelecimento de acordos.
Por Secretaria de Comunicação/Prefeitura de Congonhas





