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Congonhas inaugura Parque Natural da Romaria e recebe anúncio de investimento milionário no patrimônio cultural

Parque Natural da Romaria, em Congonhas, será inaugurado no dia 10 de dezembro; No mesmo dia, a cidade recebe evento em que o Iphan anuncia novas ações e faz um balanço do Novo PAC no estado, que soma R$ 290 milhões em investimentos destinados ao patrimônio cultural mineiro.

A Prefeitura de Congonhas e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) irão inaugurar o Parque Natural da Romaria Helvio Vitarelli, no dia 10 de dezembro (quarta-feira), às 14h. Autoridades e a população vão participar de um cortejo pelo parque e acompanharão atrações culturais da cidade. O equipamento foi uma das dez ações do PAC Cidades Históricas de Congonhas selecionadas pelo órgão federal e que agora, no âmbito do Novo PAC, é entregue a congonhenses e visitantes. O projeto, assinado pelo arquiteto e urbanista da Prefeitura, Douglas Montes Barbosa, tem como principais objetivos regenerar a mata, conectá-la ao meio edificado e, ao mesmo tempo, servir como espaço de prática esportiva, contemplação e educação ambiental, como também estabelecer um elo entre os diversos equipamentos culturais situados na região da Basílica, o que permitirá ao turista ampliar sua permanência na cidade. Futuramente o parque fará a ligação interbairros, com acessos pela Alameda das Palmeiras, Museu de Congonhas, Romaria, Paschoal Vartuli e Vila Rica, além do já existente pela Basílica.

Aspecto notável do parque é o foco na educação ambiental e patrimonial, de modo que diversos equipamentos se inserem ao longo do percurso trazendo à tona técnicas e procedimentos de preservação ambiental, seja por meio do uso adequado de materiais, seja pela apresentação de tecnologias sustentáveis.

O parque leva o nome Hélvio Vitarelli, em homenagem póstuma a um grande defensor do patrimônio natural de Congonhas. Reconhecido por sua atuação firme e pacífica em causas ambientais, Hélvio teve papel fundamental na mobilização social que garantiu a proteção da Serra Casa de Pedra, marco importante para a preservação dos ecossistemas ferruginosos do município. Sua trajetória como ativista deixou um legado de cuidado com a natureza e de compromisso com o bem comum, valores que atualmente orientam a missão do parque que leva seu nome.

O Parque Natural da Romaria possui uma portaria principal e recepção pela rua Alípio Barbosa, decks de madeira, banheiro seco com bacia de evapotranspiração, epifitário (onde vivem plantas que crescem sobre outras plantas), meliponário (local onde são criadas abelhas nativas sem ferrão), jardim de polinização, jardins dos campos rupestres de Congonhas, jardins de plantas xéricas (adaptadas para sobreviver em ambientes secos ), cobertura multiuso, relógio analemático (relógio de sol) e anfiteatro.

A princípio, seria criado um borboletário, mas a Secretaria de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas da Prefeitura sugeriu que se ampliassem as possibilidades para outros polinizadores presentes no próprio parque, como beija-flores e abelhas sem ferrão. Tal iniciativa está inserida dentro de um pressuposto do Parque: a valorização da biodiversidade e das espécies nativas de Congonhas. Mais de 80% de todas as espécies plantadas ocorrem naturalmente na região, ensinando a população sobre o valor das espécies locais e trazendo alimento para a fauna nativa. Além dos argumentos biológicos, estudos mostraram que um borboletário seria até dez vezes mais dispendioso do que o projeto atual.

O traçado das trilhas se desenvolve com o mínimo de intervenções no terreno natural, sem perder de vista os critérios de acessibilidade. Como exemplo, foram feitos desvios por conta da presença de árvores. Todos os cuidados com a biodiversidade levadas em consideração estão alinhados a diversos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, entre eles os ODS 4, 6, 8, 11, 13, 15 e 17.

No momento, a trilha termina junto ao alambrado com vista para o bairro Paschoal Vartuli. Está em estudo a criação formal de um corredor verde que ligará o Parque Natural da Romaria ao sítio arqueológico dos Alcatruz, antigas estruturas de pedra sabão que abasteciam de água a região da Basílica.

Recomposição botânica

Com 30.447,50 m², o Parque Natural da Romaria passa por um processo de recomposição botânica conduzido. A área, marcada por vegetação secundária de floresta estacional semidecidual (tipo de vegetação tropical condicionada por duas estações climáticas: uma chuvosa no verão e uma seca, geralmente mais fria, no inverno) da Mata Atlântica apresentava remanescentes nativos misturados a espécies exóticas e invasoras. O projeto paisagístico do parque integra recuperação ecológica e manejo ativo da flora, enriquecendo o ambiente enquanto controla gradativamente plantas invasoras. A iniciativa permite que o visitante compreenda, de forma interpretativa, a transição natural entre Cerrado e Mata Atlântica e valorize os campos rupestres característicos do território de Congonhas.

Para viabilizar um sistema de saneamento de baixo impacto ambiental, o parque adotou uma bacia de evapotranspiração, solução que trata os efluentes sem necessidade de redes extensas de esgotamento e direciona as águas cinzas para bananeiras em crescimento. O equipamento integra tecnologia, sustentabilidade e educação ambiental.

Interpretação do Patrimônio Cultural e Natural

O Parque Natural da Romaria amplia a vivência do patrimônio cultural do município ao relacionar plantas, território e história local em um circuito ao ar livre. O percurso permitirá o contato com diferentes jardins temáticos, como o Jardim de Polinização, o Jardim Ananás, os Jardins de Campos Rupestres Ferruginosos, o Jardim de Plantas Xéricas (espécies adaptadas a ambientes secos ou com pouca água), a Horta de PANCs (plantas alimentícias não convencionais), Pomar de Frutas Brasileiras e o Epifitário, cada um destacando aspectos botânicos e ecológicos essenciais para compreender a paisagem de Congonhas. Espécies simbólicas da região também estarão presentes, como a Congonha, planta que dá nome à cidade, e outras que ajudam a contar a formação cultural e ambiental do território, como a árvore Cedro (matéria-prima das esculturas do Mestre Antônio Francisco Lisboa presentes nas Capelas dos Passos) e os bambuzais, que eram utilizados para montagem das barracas do Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos. O bambu tratado foi utilizado como pergolados e em vedações do parque. Futuramente, o jardim ecumênico contará sobre as tradições religiosas com diversas espécies.

Perspectiva da Ponte Pensil. Fonte: Projeto Arquitetônico. Arq. Douglas Montes

Ponte pênsil

Em breve, será instalada a ponte pênsil que conectará dois decks em margens opostas da trilha, permitindo a travessia sobre o vale sem causar pisoteio em áreas úmidas e nas nascentes protegidas. O traçado em forma de ferradura acompanha a topografia para garantir acessibilidade e preservação das zonas sensíveis. A ponte também criará uma ligação direta com o anfiteatro do Museu de Congonhas, integrando o parque ao circuito cultural do entorno.

O Parque Natural da Romaria é fruto da parceria entre a Prefeitura de Congonhas e o Iphan, fortalecendo o turismo cultural e ambiental como alternativa econômica ao município. A cooperação já possibilitou importantes entregas, entre outras áreas da cidade, naquela que é o principal atrativo turístico local e que conta ainda com o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, a Alameda das Palmeiras, o Centro Cultural da Romaria, o Museu de Congonhas e o Teatro Municipal Dom Silvério Gomes Pimenta.

Avanços do Patrimônio no Novo PAC

No dia da inauguração do Parque Natural da Romaria, será realizado o evento “Avanços do Patrimônio no Novo PAC em Minas Gerais”, no Teatro Municipal Dom Silvério Gomes Pimenta, marcando o anúncio de novas ações e um balanço do Novo PAC no estado, que soma R$ 290 milhões em investimentos destinados ao patrimônio cultural mineiro. Trata-se do maior volume de aportes do programa nesse eixo em todo o país. O pacote prevê mais de 50 obras e 15 projetos em 15 municípios, reforçando o papel estratégico de Minas Gerais na preservação do patrimônio brasileiro. Prefeitos e prefeitas das cidades contempladas participarão do encontro, que apresentará resultados, novos aportes e os impactos do programa para as cidades do estado.

  • Por Secretaria de Comunicação/Prefeitura de Congonhas- Colaborou a Assessoria de Comunicação – Iphan

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