Riqueza rápida nem sempre dura
Poucas cidades brasileiras viveram uma montanha-russa econômica tão intensa quanto Manaus. Em pouco mais de um século, a capital amazônica conheceu riqueza extrema, entrou em colapso quase total e hoje busca novos caminhos para não repetir os erros do passado. A história parece exagero, mas é real e ajuda a entender os desafios que a cidade enfrenta até hoje.
Por que Manaus nasceu rica?
No fim do século XIX e início do século XX, Manaus se tornou o epicentro do Ciclo da Borracha. O látex amazônico era disputado pelas grandes potências industriais, e o dinheiro passou a circular em volumes impressionantes para a época.
A cidade se transformou rapidamente, com infraestrutura e luxos que não existiam nem em muitos centros europeus. Manaus virou símbolo de modernidade em plena floresta, sustentada por uma única fonte de riqueza.

Como a riqueza virou colapso em poucos anos?
O problema estava na dependência total de um único produto. Quando a borracha passou a ser produzida em larga escala no Sudeste Asiático, o mercado amazônico perdeu competitividade de forma abrupta.
O efeito foi devastador. Empresas fecharam, investimentos sumiram e a elite deixou a cidade. Manaus, que parecia invencível, entrou em falência econômica em um intervalo surpreendentemente curto.
O que aconteceu com Manaus após o fim da borracha?
Depois do colapso, Manaus enfrentou décadas de estagnação e isolamento. A cidade ficou distante dos grandes centros, sem infraestrutura de integração e com pouco apoio para se reinventar.
O crescimento populacional continuou, mas sem o mesmo ritmo de desenvolvimento econômico. A herança do luxo virou contraste com problemas urbanos e sociais que se agravaram ao longo do tempo.
Como a zona franca mudou o destino da cidade?
A tentativa mais concreta de reinvenção veio a partir da década de 1960, com a criação da Zona Franca de Manaus. O objetivo era atrair indústrias, gerar empregos e integrar a região à economia nacional.
O modelo trouxe resultados importantes, com fábricas, empregos formais e novo fôlego econômico. Hoje, grande parte da atividade industrial da cidade depende diretamente desse sistema de incentivos.
O canal Rolê Família, no Youtube, mostra um pouco de Manaus hoje em dia, seus pontos turisticos, comércio e industrias: https://www.youtube.com/embed/wyzrQGsr7ws?si=cJ1ClLoUDxjVmOqw
Quais são os desafios e o futuro de Manaus?
Apesar dos avanços, Manaus ainda enfrenta desafios estruturais. A dependência de incentivos fiscais, o alto custo logístico e a pressão ambiental colocam o modelo atual em constante debate.
A cidade discute novos caminhos para evitar repetir o erro do passado, buscando diversificação econômica e soluções que valorizem sua posição estratégica na Amazônia:
- Bioeconomia e uso sustentável dos recursos da floresta.
- Pesquisa científica e inovação tecnológica.
- Turismo histórico e ambiental.
- Integração econômica com menor impacto ambiental.
A trajetória de Manaus deixa uma lição clara para o Brasil: riqueza sem base sólida vira memória. A reinvenção é possível, mas exige planejamento, diversidade e visão de longo prazo para não repetir ciclos de ascensão e queda.
FONTE: O ANTAGONISTA




