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A cidade que nasceu rica, faliu e hoje tenta se reinventar

Riqueza rápida nem sempre dura

Poucas cidades brasileiras viveram uma montanha-russa econômica tão intensa quanto Manaus. Em pouco mais de um século, a capital amazônica conheceu riqueza extrema, entrou em colapso quase total e hoje busca novos caminhos para não repetir os erros do passado. A história parece exagero, mas é real e ajuda a entender os desafios que a cidade enfrenta até hoje.

Por que Manaus nasceu rica?

No fim do século XIX e início do século XX, Manaus se tornou o epicentro do Ciclo da Borracha. O látex amazônico era disputado pelas grandes potências industriais, e o dinheiro passou a circular em volumes impressionantes para a época.

A cidade se transformou rapidamente, com infraestrutura e luxos que não existiam nem em muitos centros europeus. Manaus virou símbolo de modernidade em plena floresta, sustentada por uma única fonte de riqueza.

Manaus conta com grandes portos, sendo o principal meio para exportação da borracha - Por Arne Müseler / Wikimedia Commons
Manaus conta com grandes portos, sendo o principal meio para exportação da borracha – Por Arne Müseler / Wikimedia Commons

Como a riqueza virou colapso em poucos anos?

O problema estava na dependência total de um único produto. Quando a borracha passou a ser produzida em larga escala no Sudeste Asiático, o mercado amazônico perdeu competitividade de forma abrupta.

O efeito foi devastador. Empresas fecharam, investimentos sumiram e a elite deixou a cidade. Manaus, que parecia invencível, entrou em falência econômica em um intervalo surpreendentemente curto.

O que aconteceu com Manaus após o fim da borracha?

Depois do colapso, Manaus enfrentou décadas de estagnação e isolamento. A cidade ficou distante dos grandes centros, sem infraestrutura de integração e com pouco apoio para se reinventar.

O crescimento populacional continuou, mas sem o mesmo ritmo de desenvolvimento econômico. A herança do luxo virou contraste com problemas urbanos e sociais que se agravaram ao longo do tempo.

Como a zona franca mudou o destino da cidade?

A tentativa mais concreta de reinvenção veio a partir da década de 1960, com a criação da Zona Franca de Manaus. O objetivo era atrair indústrias, gerar empregos e integrar a região à economia nacional.

O modelo trouxe resultados importantes, com fábricas, empregos formais e novo fôlego econômico. Hoje, grande parte da atividade industrial da cidade depende diretamente desse sistema de incentivos.

O canal Rolê Família, no Youtube, mostra um pouco de Manaus hoje em dia, seus pontos turisticos, comércio e industrias: https://www.youtube.com/embed/wyzrQGsr7ws?si=cJ1ClLoUDxjVmOqw

Quais são os desafios e o futuro de Manaus?

Apesar dos avanços, Manaus ainda enfrenta desafios estruturais. A dependência de incentivos fiscais, o alto custo logístico e a pressão ambiental colocam o modelo atual em constante debate.

A cidade discute novos caminhos para evitar repetir o erro do passado, buscando diversificação econômica e soluções que valorizem sua posição estratégica na Amazônia:

  • Bioeconomia e uso sustentável dos recursos da floresta.
  • Pesquisa científica e inovação tecnológica.
  • Turismo histórico e ambiental.
  • Integração econômica com menor impacto ambiental.

A trajetória de Manaus deixa uma lição clara para o Brasil: riqueza sem base sólida vira memória. A reinvenção é possível, mas exige planejamento, diversidade e visão de longo prazo para não repetir ciclos de ascensão e queda.

FONTE: O ANTAGONISTA

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