A semana entrou com o travamento da pauta de projetos do Executivo de Conselheiro Lafaiete (MG). Em mais uma vez, em uma sessão tumultuada, os vereadores divergiram sobrem o acordo feito com a categoria de servidores enquanto não fosse decidido sobre o aumento salarial e outras demandas. A greve deflagrada será alvo de uma audiência virtual no próximo dia 22.
A sessão desta terça-feira (13) terminou às 22:00 horas, já que com o travamento da pauta, pelo regimento, há não há a chamada “ordem do dia”, situação que obrigou aos vereadores esgotar o horário regimental. Com o vácuo na sessão, eles se esforçaram para levar a sessão até ao final já que não havia pauta, mesmo tomada por proposições, projetos, moções e requerimentos, mas as discussões renderam. Internamente não há consenso e alguns vereadores são contrários a iniciativa regimental. Nossa reportagem flagrou um vereador da base rasgando a pauta, insatisfeito com a situação de impasse entre os poderes
O Vereador Sandro José (PRTB) pediu a Mesa Diretora o agendamento de uma reunião pública entre prefeitura, Câmara e sindicato na tentativa de ouvir as demandas das partes e buscar um acordo nas reivindicações. “A Câmara não pode ficar neste vácuo. Temos que fazer esta convocação para dar uma resposta a população”, considerou. “Temos que destravar esta pauta e que as pessoas responsáveis respondam aos servidores”, pontuou Giuseppe Laporte (MDB).
Sem definição de aumento
O Líder do Governo, o Vereador João Paulo Pé Quente (União Brasil) informou que a prefeitura ainda não definiu um índice mas outras demandas seriam atendidas, mas Município aguarda dia 22 para uma audiência de conciliação. O Vereador Oswaldo Barbosa (PV) salientou que a solução não está no Legislativo, mas as demandas são legítimas. “Acordamos com os servidores mas não podemos ficar inertes”, analisou.
Discussões
Ainda faltava uma hora para encerrar a sessão, os vereadores elevaram o tom em torno do impasse regimental. “Temos que retomar as votações. Essa situação prejudica a população. Precisamos seguir o regimento”, criticou Renato Pelé (Podemos). João Paulo defendeu a continuação do travamento da pauta, considerando que na semana anterior matérias importantes não foram votadas, inclusive a Lei de projeto de Lei Clarissa Fernandes, em tramitação na Câmara, de autoria do Vereador Professor Oswaldo Barbosa (PV) que institui e reconhece oficialmente a Língua Brasileira de Sinais (Libras) em Lafaiete. “Seria desrespeito com a Assular , associação de surdos, que ficou por 3 sessões cobrando a aprovação. Votar projetos agora não seria justo”.
O Vereador Erivelton Jayme (Patriotas) cobrou, meio às discussões, coerência de discurso e postura. “Temos que honrar o que assumimos com os servidores. Todos falaram receberam palmas, e foram aplaudidos e pularam de alegria. Agora temos segurar o rojão e aguardar até dia 22”.
A Vereadora Damires (PV) comentou que o Governo Municipal pode se antecipar a data da audiência e propor um acordo. “Não precisa esperar pelo dia 22 para a data da audiência. Antes de tudo depende da boa vontade do Executivo. A culpada nesta situação é a prefeitura. A responsabilidade não é dessa Casa, de forma nenhuma, e sim do Executivo”. A reunião chegou ao final, após suspensão da sessão.