Sistema contará com robôs que levitam para transportar carga de forma autônoma em uma futura base no satélite natural da Terra
Entre seis projetos escolhidos pela Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa) para receber financiamento, está o que avalia construir um sistema de ferrovias na Lua.
A ideia é que o satélite conte com um transporte de carga autônomo para operações diárias em uma futura base lunar prevista para 2030. O sistema se chama Levitação Flexível em Trilhos (FLOAT, da sigla em inglês).
Ele irá utilizar robôs magnéticos que levitam em cima de uma pista flexível de três camadas. A primeira delas é feita grafite.
Outra camada irá gerar impulsos eletromagnéticos, o que permite o controle dos robôs ao longo do trajeto. A terceira será um painel solar responsável por produzir energia para o sistema quando em contato com a luz do Sol.
Cada robô conseguirá transportar até 30 kg por m², com velocidade de 1,8 km/hora. A rede de trilhos será instalada uma vez na Lua e pode ser enrolada e reconfigurada ao longo do tempo para corresponder aos requisitos das missões.
O FLOAT foi um dos selecionados do para a segunda fase programa Conceitos Avançados Inovadores da Nasa (NIAC) que irá fornecer financiamento e desenvolvimento extra. Nessa fase, os projetos recebem até US$ 600 mil (cerca de R$ 3 milhões) para continuar os trabalhos pelos próximos dois anos.
Há ainda uma terceira e última fase do NIAC, em que os projetos recebem mais recursos e são considerados para se tornarem missão aeroespacial.
Programa quer energia de plasma para encurtar viagens
O estudo aprovado pela fase dois do programa visa utilizar energia de plasma (quarto estado da matéria) para criar impulso em missões espaciais. Isso tem o potencial de reduzir tempo de viagem entre a Terra e outros destinos no Sistema Solar. Ir para Marte, por exemplo, poderia demorar apenas dois meses.
Um terceiro projeto pretende criar um grande observatório astronômico no espaço a partir de espelhos criados para aumentar a capacidade de observação do telescópio. Os espelhos serão formados a partir de um novo método que utiliza líquidos ionizados.
Isso pode trazer avanços na exploração do nascimento de estrelas, galáxias jovens e planetas fora do Sistema Solar (exoplanetas) que se parecem com a Terra.
Outro projeto de observatório que está entre os aprovados consegue medir radiação eletromagnética de baixa frequência emitida por exoplanetas e as primeiras estrelas e galáxias. Essas radiações de baixa frequência ainda não conseguiram ser acessadas pela humanidade e podem trazer muitas informações ainda não reveladas sobre o Universo.
FONTE ESTADÃO