16 de julho de 2024 09:34

MISCIGENAÇÃO GASTRONÔMICA: bares sediam 1º festival do tropeiro; veja participantes

Evento acontece entre os dias 7 e 23 de junho em estabelecimentos do bairro e da região

Um festival para celebrar um prato típico do Brasil que representa a miscigenação da cultura gastronômica brasileira com referências da culinária portuguesa, indígena e africana: o feijão tropeiro.

Esse é o intuito do Festival Sabores do Santa Tereza – 1º Festival de Tropeiro de Belo Horizonte, que vai acontecer de 7 a 23 de junho, em bares e restaurantes do bairro e da região Leste (veja lista abaixo). Cada estabelecimento elaborará um tropeiro exclusivo e um drink com cachaça, que serão os atrativos principais do circuito. 

De acordo com os organizadores, a ideia partiu da empresária Miriam Cerutti, proprietária do restaurante Mármore 450, localizado no bairro. “Esse será o primeiro festival de tropeiro de Minas Gerais, quiçá do Brasil. Mas por que fazer um festival de tropeiro? O feijão tropeiro é um prato típico do Brasil originário de um movimento, o tropeirismo, e não de uma região específica”, contou.

Segundo ela, os estabelecimentos participantes do festival poderão contar essa história de maneira reinventada por meio do prato que irão criar, o que deverá promover o resgate de saberes ancestrais e técnicas culinárias tradicionais.

“Através das origens do tropeiro, buscamos inspirar a criatividade, fomentar a diversidade gastronômica e colocar o bairro de Santa Tereza no contexto gastronômico mundial, fazendo dele o lugar de referência da comida mineira, em especial do tropeiro”, explicou Miriam. A concepção do evento foi feita em parceria com a produtora cultural Perla Horta.

Competição

Durante o festival, o público irá degustar o tropeiro e o drink de cachaça de cada estabelecimento, votar e eleger os três melhores quanto à apresentação, sabor e criatividade. Os participantes são:

– A Firma
– Bar Bocaiúva
– Bar do Museu Clube da Esquina
– Bar du Pedro
– Bar Sabores da Ana
– Cunhas Bar
– Dom Caixeta
– Dona Carlota Empório
– Mármore 450
– Sheridan
– Terezinha Bar
– The Brothers
– The Eat
– Tia Maluca 

Maior caipirinha do mundo

No evento de encerramento, no dia 29 de junho, que vai acontecer de 10h às 22h, na Praça Duque de Caxias, além das preparações das receitas pelos estabelecimentos e atrações artísticas, o evento evoca outras facetas relacionadas à história e consumo do tropeiro: será produzida a maior caipirinha do mundo, com o objetivo de ser registrada pelo Guiness Book.

Segundo os organizadores, serão utilizados um tonel de 1.000 litros, 300 litros de cachaça Jeceaba, 100kg de limão, 60kg de açúcar, cerca de 500kg de gelo, 2 mil copos e 10 barmans.

Feijão tropeiro

O feijão tropeiro é um prato típico do Brasil feito principalmente com feijão, carne seca, toucinho e farinha de mandioca ou milho. Muito popular nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, o feijão tropeiro surgiu dentro de um contexto nômade conhecido como Tropeirismo, que se resume à atividade comercial realizada pelos Tropeiros, que eram carregadores de mulas, gados, cavalos e comerciantes, que atuavam principalmente entre as regiões centro-oeste e sudeste do Brasil durante os séculos XVII e XX.

Neste período, principalmente entre os séculos XVII e XVIII, a culinária brasileira sofria forte influência de três culturas: indígena, portuguesa e africana. Foi daí que veio a combinação da farinha de mandioca com o feijão.

Para facilitar o transporte de alimentos, os tropeiros costumavam carregar ingredientes secos e não perecíveis, como farinha de mandioca, farinha de milho, feijão, toucinho, charque, sal e café. Esses ingredientes formavam a base da dieta dos tropeiros. Os mantimentos e utensílios de preparo eram carregados dentro das bruacas, que eram caixas de couro presas nas cangaias dos animais de transporte. 

O feijão tropeiro surgiu neste contexto: a receita era uma maneira prática e nutritiva de preparar alimentos secos e duráveis, capazes de suportar as longas jornadas dos tropeiros. O prato ganhou popularidade nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás e hoje é considerada comida típica em muitas cidades dessa região.

FONTE O TEMPO

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