Minas Gerais atraiu US$ 7,2 bilhões em investimentos dos EUA em 10 anos

Distribuído em 52 projetos, capital desse tipo atraído pelos mineiros tinha potencial de gerar cerca de 6.700 postos de trabalho

Minas Gerais captou, entre 2013 e 2023, cerca de US$ 7,2 bilhões dos investimentos greenfield anunciados pelos Estados Unidos no Brasil, que incluem aportes em novos planos produtivos ou em companhias existentes que envolvam expansão física e/ou geração de empregos. Distribuído em 52 projetos, o capital atraído pelos mineiros tinha potencial de gerar 6.743 postos de trabalho. 

O valor captado pelo Estado representou o segundo maior entre as unidades federativas. Com US$ 17,9 bilhões, São Paulo liderou o ranking. Rio de Janeiro (US$ 2,1 bilhões); Paraná (US$ 1,6 bilhão); Santa Catarina (US$ 1,3 bilhão) e Rio Grande do Sul (US$ 1,2 bilhão) também foram destaques. No período, os americanos anunciaram US$ 41,5 bilhões em investimentos no País.

Os dados constam na terceira edição do Mapa Bilateral de Comércio e dos Investimentos Brasil-Estados Unidos. O estudo, elaborado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), apresenta uma análise abrangente das relações econômicas e comerciais entre os países.

O professor de Ciências Econômicas do Ibmec BH, Gustavo Guimarães Andrade, pondera que o Brasil sempre atraiu investimentos externos relevantes mesmo em momentos de dificuldades institucionais, políticas e econômicas. No caso de Minas Gerais, ele explica que alguns fatores contribuíram – e têm contribuído – para que o Estado fosse destino das inversões americanas.


Em 2023, houve mudança de cenário para setores que receberam investimentos no Brasil e minerais para transição energética, como lítio, são exemplos | Crédito: Fagner Alves Dias / CBL

O primeiro deles é o ambiente de negócios favorável, com taxas de retorno sobre o investimento consideradas atraentes. “Minas Gerais é um estado que vem frequentemente propondo melhorias no ambiente microeconômico, no ambiente de fazer negócios como um todo”, destaca. 

Outro ponto é a comunicação proativa da atual gestão do governo estadual junto aos investidores para mostrar as oportunidades que o Estado tem com foco em segmentos específicos. “Minas Gerais tem benefícios bastante claros para projetos, principalmente voltado para a energia sustentável. Temos a capacidade de absorver projetos greenfield bem relevantes na área solar, eólica ou mesmo na otimização de pequenas centrais de hidrelétricas”, sublinha.

Potenciais do Estado para atrair aportes em transição energética

Historicamente, os investimentos dos Estados Unidos no Brasil são direcionados para setores como financeiro, petróleo e gás, serviços de tecnologia da informação (TI) e manufatura. Entre 2013 e 2023, as áreas que mais se destacaram foram: software e hospedagem web (24,8% do total de aportes anunciados) e fabricação de veículos (17%).

Em 2023, porém, o cenário histórico mudou com a maior parte dos investimentos greenfield dos americanos no País voltados para tecnologia e economia verde. Dos mais de US$ 7 bilhões anunciados, a maioria foi para data centers (US$ 3 bilhões), minerais para transição energética, como lítio e alumínio (US$ 610 milhões), e energia eólica (US$ 230 milhões).

Embora o estudo não apresente o recorte estadual desses dados, Minas Gerais, possivelmente, foi beneficiada, já que está na vanguarda da transição energética e tem potencial para liderar a oferta de minerais críticos. Andrade reitera que o Estado tem uma vantagem competitiva sobre os outros que se refere, justamente, a abundância de metais básicos, algo que favorece a atração de capital.

O professor do Ibmec BH salienta que o mercado está passando por uma grande transformação e o conceito ESG, que corresponde às boas práticas ambientais, sociais e de governança, é foco de investimentos. Nesse sentido, ele realça que a exploração de lítio, insumo para baterias de carros elétricos, por exemplo, é forte no Estado, especialmente no Vale do Jequitinhonha.

FONTE DIÁRIO DO COMÉRCIO

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