Uma ferrovia de R$ 800 milhões ligará a megafábrica da Arauco, no MS, ao Porto de Santos. O projeto promete revolucionar a logística e consolidar o estado como potência na celulose. Com 46 km de extensão, a obra trará impacto ambiental e econômico sem precedentes. Descubra como essa iniciativa está transformando o Brasil!
Uma megafábrica de celulose está prestes a mudar os rumos da infraestrutura ferroviária em Mato Grosso do Sul.
Com um investimento de R$ 800 milhões, a construção de um ramal ferroviário exclusivo promete conectar a produção de uma das maiores empresas do setor ao Porto de Santos, consolidando o estado como um polo estratégico no mercado nacional e internacional.
Mas como essa revolução começou? E o que ela significa para a economia local?
O projeto ferroviário da Arauco
A Arauco Celulose, multinacional do setor, solicitou à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) autorização para construir um ramal ferroviário de 46 quilômetros.
O projeto ligará a fábrica da empresa, localizada em Inocência, à linha férrea Ferronorte, possibilitando o transporte direto da produção até o Porto de Santos.
A intenção da Arauco é explorar esse ramal por 99 anos, conforme publicação no Diário Oficial da União do dia 2 de janeiro de 2025.
Esse investimento bilionário é parte de um plano estratégico mais amplo.
A unidade da Arauco em Inocência terá capacidade para produzir 3,5 milhões de toneladas de celulose de fibra curta anualmente, sendo considerada uma das maiores do mundo.
Além disso, a fábrica gerará mais de 400 megawatts de eletricidade, dos quais aproximadamente 200 MW serão destinados ao consumo interno e o excedente será disponibilizado ao sistema elétrico nacional.
Disputa entre gigantes do setor
A Arauco não é a única empresa com projetos ferroviários no estado. Outras gigantes do setor, como Eldorado Celulose e Suzano, também apresentaram propostas semelhantes nos últimos anos.
Em 2021, a Eldorado obteve a licença para construir um ramal de 89 quilômetros entre Três Lagoas e Aparecida do Taboado, com investimento estimado em R$ 890 milhões.
Já a Suzano solicitou, em 2022, a construção de um ramal de 111,7 quilômetros até Aparecida do Taboado.
Entretanto, a ANTT indicou que apenas uma autorização será concedida para a construção desses ramais, o que poderá forçar as empresas a compartilharem a infraestrutura.
Segundo Jaime Verruck, titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), “os projetos são fundamentais para o escoamento da produção no Vale da Celulose, mas ainda enfrentam desafios para sair do papel”.
Impactos econômicos e ambientaisSubscrições de notícias sobre finanças
Além de fortalecer a logística da celulose, o projeto da Arauco também promete gerar impactos significativos na economia e no meio ambiente.
O governo de Mato Grosso do Sul já concedeu a licença de instalação para a fábrica, destacando a importância de políticas industriais e florestais estruturadas no estado.
A empresa também se comprometeu a realizar compensações ambientais e a utilizar água do Rio Sucuriú no processamento da matéria-prima.
A energia gerada pela fábrica, suficiente para abastecer uma cidade com mais de 800 mil habitantes, também contribuirá para a sustentabilidade do projeto.
Essa característica reflete a estratégia da Arauco em alinhar crescimento industrial com responsabilidade ambiental.
Processo de autorização
O pedido da Arauco tramita na ANTT desde outubro de 2024.
A análise envolve múltiplos departamentos, incluindo a Superintendência de Transportes Ferroviários (Sufer) e a Gerência de Projetos Ferroviários (Gepef).
A última movimentação foi registrada no dia 8 de janeiro de 2025, indicando avanços no processo de autorização.
O projeto foi batizado de Sucuriú, em referência ao rio próximo à fábrica. Segundo o superintendente substituto da ANTT, Jean Mafra dos Reis, a proposta já recebeu parecer favorável em várias etapas do trâmite.
O futuro da logística no estado
Mato Grosso do Sul se consolida como um dos maiores polos industriais do Brasil, especialmente no setor de celulose.
Com a construção do ramal ferroviário da Arauco, o estado poderá ganhar ainda mais competitividade no mercado internacional.
O Porto de Santos, principal destino da produção, já é utilizado por outras empresas do setor, como Eldorado e Suzano, que possuem terminais próprios no local.
Entretanto, os desafios não são poucos. A necessidade de compartilhamento de infraestrutura e os trâmites burocráticos podem atrasar os projetos.
Ainda assim, o avanço da iniciativa da Arauco sinaliza um futuro promissor para a logística e a economia da região.
Pergunta para os leitores
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FONTE: CLICK PETROLEO E GAS