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Infraestrutura em Minas Gerais prevê aportes de mais de R$ 100 bilhões até 2031

Estimativa feita pela entidade é entre este ano e 2031; concessão da BR-381 foi assinada ontem em Brasília

Devido às concessões e parcerias público-privadas (PPPs), Minas Gerais receberá mais de R$ 100 bilhões em investimentos em infraestrutura entre este ano e 2031, de acordo com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Nesse intervalo, segundo a entidade, o volume de empregos, diretos e indiretos, gerados no Estado chegará a 730 mil.

Um dos projetos que vai atrair aportes significativos é a concessão do trecho da BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, cujo contrato foi assinado nessa quarta-feira (22) pelo governo federal e a concessionária Nova 381. A expectativa é que a companhia assuma, de fato, a operação no início de fevereiro.

A gestão da empresa está prevista para durar 30 anos, período em que terá que investir mais de R$ 9 bilhões na estrada. Já nos primeiros 24 meses, conforme antecipado pelo Diário do Comércio, o segmento receberá aproximadamente R$ 900 milhões em inversões que incluem, por exemplo, a recuperação do pavimento, bastante deteriorado atualmente.  

Além da BR-381, outras concessões, como as de trechos das BRs-040 e 262 e do metrô de Belo Horizonte, e a PPP do Rodoanel Metropolitano serão responsáveis por alavancar e transformar a infraestrutura mineira no decorrer dos próximos sete anos. Somam-se a estes projetos, os investimentos em ferrovias e os aportes da União e do governo estadual.

O vice-presidente da Fiemg e presidente do Conselho de Infraestrutura da instituição, Emir Cadar Filho, destaca que é um momento único para Minas Gerais, com todos os planos saindo do papel ao mesmo tempo. Na avaliação dele, em uma década, Minas Gerais será totalmente diferente do que é no momento no que se refere a infraestrutura e mobilidade.

Acordo de Mariana e investimentos de prefeituras elevam valores

Cadar Filho ressalta que o acordo de reparação aos danos da tragédia de Mariana reserva recursos para infraestrutura e não fazem parte da estimativa de mais de R$ 100 bilhões em investimentos na área até 2031. De acordo com ele, os aportes dos municípios também não constam na somatória. Ou seja, os valores são superiores ao computado.

“Se pegarmos o montante investido pelas dez maiores cidades do Estado, os investimentos em obras de infraestrutura são de, no mínimo, R$ 5 bilhões ao ano, o que, em sete anos, totalizaria R$ 35 bilhões”, afirma. “Fora o que as prefeituras menores investem”, reitera.

Mão de obra é desafio para o Estado

Com o avanço da infraestrutura em Minas Gerais e o consequente aquecimento do mercado de trabalho, o Estado terá o desafio de atender à demanda por mão de obra qualificada.

Conforme Cadar Filho, haverá uma explosão de geração de empregos, algo positivo, porém, em paralelo, são serviços que precisam de profissionais capacitados, o que preocupa.

“A Fiemg e o Sicepot (Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais) estão realizando o movimento da escola da construção para poder treinar muita gente para poder ser contratado. É um papel importante nesse cenário”, salienta.

O projeto citado pelo executivo trata-se do desenvolvimento de cursos específicos para a construção pesada. Como resultado da parceria entre as entidades, está prevista para 2025, a inauguração da nova unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) em Betim, onde serão incluídos campos de treinamentos práticos para a formação de operadores de máquinas pesadas, além de diversos outros cursos com foco no setor.

FONTE: DIÁRIO DO COMÉRCIO

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