×

FOLIA QUE NÃO ACABA MAIS: sol, chuva, inclusão e harmonia ditaram o ritmo da Terça-feira Gorda

O clima de tranquilidade e de diversão também reinou no último dia da festa momesca em Congonhas (MG). Desde às 11h até o início da madrugada da Quarta-feira de Cinzas, milhares de foliões aproveitaram as diversas atrações e grandiosa estrutura do Carnaval pra Todos. Ao final, uma santa chuva lavou corpos e almas e trouxe benção para a sequência do ano, que, para muitos, outros não, só começa depois do Carnaval.


Blocos
Seis distintos blocos passaram pela avenida Marechal Floriano Peixoto na terça-feira. O Tubarão, do bairro Matriz, arrastou 200 integrantes, em sua maioria jovens, abrindo os desfiles. Aquiles Jr. Passos Bento, presidente do bloco criado em 2023, lembra que o grupo já realizava eventos desde 2016. “Anos depois, os amigos nos juntamos e criamos o bloco. Este ano, trouxemos o Axé para a avenida”, conta.
“Agradecemos ao apoio do prefeito Anderson Cabido e à Secretaria de Cultura, que nos apoiaram, para que pudéssemos nos divertir na avenida. E ano que vem, se Deus quiser, estaremos aqui de novo”, promete Aquiles.
Em seguida, desfilou o bloco Purpurina Comunista, formado em grande maioria por moradores do bairro Campinho e da Comunidade Quilombola, como também da Comunidade LGBTQIA+. Demonstrando irreverência e posicionamentos bem definidos, o Purpurina Comunista ganhou a Marechal tendo à sua frente a representação da figura do presidente Luis Inácio Lula Silva. Nos três anos, o número de componentes variou entre 100 e 150 pessoas.
“Conseguimos criar um bloco democrático, gay e preto e, portanto, inclusivo, que atende a todas as pessoas, inclusive de outra identidade ideológica ou orientação sexual. Importante que a comunidade LGBTQIA está conosco. Estipulamos um valor baixo para os componentes. Conseguimos em três anos consolidar este espaço para nosso público-alvo, que se sentiu à vontade, e ainda a adesão de outras pessoas”, contextualiza a presidente do bloco, Silneia Cristina Rocha.
A presidente lembra ainda que, em 2023 e 2024, o Purpurina Comunista sofreu sanção dos organizadores do Carnaval de Congonhas e, por pouco, não foi impedido de desfilar naqueles anos.
O terceiro bloco Renascer Verde Rosa, que desfilou pelo segundo ano seguido, desta vez homenageou a padroeira de Congonhas, Nossa Senhora da Conceição, como também as costureiras da comunidade e reafirmou a importância do laço familiar. Este foi criado para resgatar na comunidade da Matriz o desejo e a organização para a volta da escola de samba do bairro. Mesmo após a realização deste sonho, que poderá se tornar real em 2026, o bloco seguirá firme.
Dona Eliene Gama, uma das homenageadas deste ano, que muito contribuiu para a antiga escola de samba da Matriz e também para o bloco, declarou ao final do desfile: “Estou muito satisfeita por ter sido a escolhida como destaque, porque sempre fomos muitas mulheres que sempre contribuímos para o Carnaval da Matriz”.
Também passaram pela Marechal na terça-feira gorda os blocos BCL, Kome-Keto e Marimbondo, este último que, ao lado do Santa Cruz, é formado, em grande parte, por integrantes da Unidos da Jacuba.


Matinê
Filhos, pais, mães, tios e tias e vizinhos se encontraram no Quarteirão do Samba na terça-feira à tarde para fecharem o carnavalzinho pra todos, embalado pela banda Pé de Sonho, destaque na cena musical infantil em Belo Horizonte. A apresentação proporcionou ao público um universo de envolvimento por meio de uma atmosfera de encanto, fascínio e leveza, além de muita diversão.
Patrícia da Cruz Rezende, mãe dos foliõezinhos Maria Alice e de Luiz Antônio, foi com os filhos e o marido Edson para o Quarteirão do Samba. ““Ah, ela adora brincar e curtir o Carnaval das crianças. Eles se divertem bastante e nós, pais, cantamos e dançamos juntos. Eu acho que tem de ter mesmo esse horário para as crianças brincarem. Acaba que fica um ambiente mais seguro e tranquilo. O horário das 16h ajuda, porque o sol já está começando a se por e fica mais fresco”, testemunha.
Mas teve shows para diversos gostos no encerramento da folia em Congonhas. Ainda no Quarteirão do Samba, apresentaram-se Samba de Sinhá, que o público não queria deixar ir embora, e ainda Fina Mistura, Radicais do Samba e Junto e Misturado. O final foi debaixo de chuva, o que só fez elevar o ânimo da massa carnavalesca.
Na Marechal, a festa ficou por conta do Via de Fato, logo às 11h, e ainda Baile Sacana e Me beija que eu sou pagodeiro.

Receba Notícias Em Seu Celular

Quero receber notícias no whatsapp