Em uma reunião marcada pela revolta e indignação, os vereadores de Conselheiro Lafaiete (MG) usaram a Tribuna na noite desta terça-feira (18) para criticar o silêncio da direção do HMSJ (Hospital e Maternidade São José (HMSJ), em torno da morte da técnica em enfermagem, Fernanda Dutra, de 37 anos, cujo sepultamento ocorreu na tarde desta segunda-feira (17), no Cemitério Nossa Senhora da Conceição, em meio a dor e a tristeza de amigos e familiares.
Segundo informações, ela sentia fortes dores no peito durante o plantão no domingo, mas devido a política interna, ela não pode ser atendida sendo encaminhada a UPA. Ela veio a falecer em sua casa, gerando uma grande comoção popular em Lafaiete desencadeando uma revolta geral contra a política administrativa do HMSJ de não atender seus funcionários.
A Polícia Civil de Minas Gerais já abriu procedimento para apurar a causa da morte prematura de Fernanda. Paralelamente, o Sindicato de Profissionais da Área da Saúde, representado pela Presidenta Marcimone Sabará, cobrou informações do HMSJ. Em meio a morte, acontece a discussão em torno do dissídio coletivo da categoria onde uma das pautas é questão da humanização do ambiente de trabalho na instituição.

Repercussão no Legislativo
“Precisamos tomar medidas rígidas em torno da situação em que trabalhadores estão sofrendo no hospital. Talvez ela permaneceu no trabalho com medo de perder o vale alimentação. A Comissão de Saúde vai entrar pesado para apurar esta covardia que os trabalhadores da saúde passam”, citou o Vereador Samuel Carlos (PODE). “O hospital deve uma resposta a nós vereadores e a comunidade pois ali tem recursos públicos investidos”, completou.
“Era amiga da Fernanda. Me dá um nó na garganta neste momento, sabendo que poder ter sido evitada a morte. Precisamos saber qual normativa técnica de que os funcionários não podem ser atendidos no hospital. Precisamos buscar esta resposta da falta de atendimento”, comentou a Vereadora Damires Rinarlly (PV).
Já a Vereadora Gina Costa (Mobiliza) apresentou no plenário mais de 100 denúncias de assédio moral, pressão, constragimento e condições inaceitáveis a que são submetidos os trabalhados do HMSJ. “Como uma funcionária adoece e não poder ser atendida no hospital? E ainda ir a UPA com o uniforme da Maternidade São José”, questionou.
O Presidente da Câmara, o Vereador Erivelton Jayme (PRD) determinou o envio de um ofício solicitando uma reunião com a direção da HMSJ para buscar explicações sobre a morte de Fernanda Dutra.