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Amigos compram casas para ‘envelhecer juntos’, mas história tem reviravolta

Em vez de seguir o caminho tradicional da aposentadoria, quatro casais de amigos criaram um modelo de convivência sustentável e comunitária

Quatro casais texanos, amigos há mais de duas décadas, decidiram transformar o sonho de envelhecer juntos em realidade. Em vez de seguir o caminho tradicional da aposentadoria, criaram um modelo de convivência sustentável e comunitária: um conjunto de pequenas casas à beira do Rio Llano, na região montanhosa de Hill Country, no Texas (EUA). No entanto, os norte-americanos tomaram a decisão abrupta de colocar a residência à venda.

O projeto, batizado de “Llano Exit Strategy”, nasceu em 2016 como uma alternativa às hospedagens convencionais para férias. Com o tempo, evoluiu para um plano de vida. Com o apoio do arquiteto local Matt Garcia, especialista em soluções sustentáveis, os casais construíram quatro casas individuais de cerca de 32 a 37 m² cada, além de uma casa central compartilhada com mais de 140 m², destinada ao convívio social.

Cada minicasa foi projetada para ser eficiente e confortável, com estruturas metálicas que refletem o calor texano, isolamento térmico em espuma de aerossol e telhados que captam água da chuva, armazenada em cisternas com capacidade de até 18 mil litros.

Os interiores combinam madeira compensada com pisos de concreto polido, oferecendo um visual moderno e acolhedor. Cada unidade dispõe de quarto, banheiro completo, cozinha funcional e vista privilegiada para a natureza local.

O espaço coletivo, apelidado de “The Commons”, inclui uma cozinha industrial, sala de jantar espaçosa, área de estar e um quarto adicional para hóspedes. Foi nesse ambiente que os casais celebraram aniversários, jantares e momentos de lazer em grupo, reforçando os laços que os uniam.

Mas o que começou como um desejo de proximidade e simplicidade, chamou a atenção de potenciais compradores e da mídia. Em 2024, os amigos decidiram vender o terreno de cerca de quatro hectares por US$ 3 milhões (cerca de R$ 17 milhões) para uma empresa que planeja transformar o complexo em hospedagens de curta duração, no estilo Airbnb.

Garcia, surpreso com a concretização do projeto, afirmou que muitas pessoas já haviam manifestado interesse em algo semelhante, mas nunca haviam levado a ideia adiante. “Eles não só sonharam como fizeram acontecer”, disse ele em entrevista ao portal britânico, Daily Mail.

Apesar de não saber quais serão os próximos passos dos casais, o arquiteto entende a decisão de venda: “Era uma proposta difícil de recusar”.

Segundo o portal britânico, o sucesso da iniciativa reflete uma tendência crescente nos Estados Unidos: diante do aumento dos preços dos imóveis e das taxas de hipoteca, muitas pessoas buscam soluções mais acessíveis, como minicasas, suítes independentes e construções modulares. Plataformas como a Amazon já comercializam casas pré-fabricadas com estruturas completas a preços significativamente mais baixos do que uma moradia convencional.

* Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice

FONTE: ESTADO DE MINAS

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