O salário mínimo de 2025 já está em vigor e começou a ser pago no contracheque de fevereiro, embora o reajuste esteja valendo desde 1º de janeiro. Isso acontece porque os salários são depositados no mês seguinte ao trabalhado, o que é padrão no calendário trabalhista.
O novo valor impacta milhões de brasileiros e serve como base para o cálculo de benefícios como aposentadorias, pensões e programas assistenciais do governo. Neste artigo, explicamos o que mudou, como o reajuste é calculado e quais são os efeitos práticos para trabalhadores e beneficiários.
O que aconteceu com o salário mínimo em 2025

Apesar de o novo valor estar em vigor desde 1º de janeiro, ele só foi percebido no pagamento realizado em fevereiro, já que os salários são depositados sempre no mês subsequente ao trabalhado. Ou seja, quem trabalhou em janeiro já teve o salário corrigido, mas o depósito só ocorreu em fevereiro, com o contracheque já refletindo a mudança.
Esse detalhe costuma gerar confusão entre trabalhadores, especialmente aqueles que esperam receber o valor reajustado já no primeiro mês do ano. No entanto, trata-se de uma prática comum e prevista no funcionamento do sistema de pagamentos.
Qual é o valor do salário mínimo em 2025
Em 2025, o salário mínimo nacional passou a ser de R$ 1.412,00. O aumento representa um reajuste de 6,97% em relação ao valor anterior, que era de R$ 1.320,00 em 2024. A correção seguiu a nova política de valorização do salário mínimo adotada pelo governo, que leva em conta a inflação acumulada medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.
Como é calculado o reajuste
A fórmula usada para definir o novo valor considera:
- Inflação medida pelo INPC em 2024
- Crescimento do PIB de 2023
Com base nesses critérios, o governo definiu o reajuste de 6,97%, o que resultou no novo piso salarial de R$ 1.412,00.
A importância do salário mínimo na economia
O salário mínimo não é apenas o valor mínimo que um trabalhador pode receber legalmente. Ele é uma peça-chave na estrutura econômica do país. Cerca de 60 milhões de brasileiros têm sua renda influenciada diretamente por ele, seja de forma integral ou como base para o cálculo de benefícios sociais e previdenciários.
Benefícios que são corrigidos com o novo salário mínimo
Diversos benefícios concedidos pelo governo federal são diretamente atrelados ao valor do salário mínimo. Entre os principais estão:
Previdência Social
- Aposentadorias do INSS
- Pensões por morte
- Auxílio-doença
- Salário-maternidade
- Auxílio-reclusão
Assistência social
- Benefício de Prestação Continuada (BPC/Loas)
- Benefício eventual de auxílio financeiro
- Programas de transferência de renda
Benefícios trabalhistas
- Seguro-desemprego
- Abono salarial do PIS/Pasep
Com o reajuste, todos esses valores são atualizados automaticamente para o novo piso de R$ 1.412,00 nos casos em que o benefício é calculado com base no salário mínimo.
Como o aumento impacta os trabalhadores

Valor da hora trabalhada
Para quem trabalha em regime de 44 horas semanais, o valor da hora passou a ser R$ 6,42, o que influencia diretamente no cálculo de horas extras, adicional noturno, adicional de periculosidade e outros direitos.
Contratos de meio período
Trabalhadores com jornada parcial recebem proporcionalmente, mas o valor da hora não pode ser inferior ao calculado com base no salário mínimo. Portanto, mesmo quem trabalha meio expediente deve ter seus rendimentos corrigidos.
Empregadores domésticos e pequenas empresas
O novo salário mínimo também afeta patrões que contratam trabalhadores domésticos e microempresários que operam com equipes pequenas. A folha de pagamento aumenta, e alguns setores relatam dificuldades para ajustar o orçamento à nova realidade.
O que dizem sindicatos, especialistas e o governo
Governo federal
A equipe econômica do governo defende o reajuste como um passo necessário para recompor o poder de compra da população e garantir a valorização do trabalho. Segundo o Ministério do Trabalho, o aumento é sustentável e está dentro da meta fiscal.
Sindicatos
Centrais sindicais elogiaram a retomada da política de valorização do salário mínimo, mas defendem que o valor atual ainda é insuficiente. O Dieese estima que o salário mínimo necessário para suprir as necessidades básicas de uma família brasileira seria, em fevereiro de 2025, de R$ 6.723,25.
Especialistas
Economistas alertam para o impacto fiscal do reajuste, especialmente nos gastos da Previdência Social. Por outro lado, destacam que o aumento pode aquecer o consumo das famílias e estimular a economia local.
O reajuste vale para todos?
Sim. O novo salário mínimo 2025 deve ser aplicado a todos os trabalhadores e beneficiários que recebem com base no piso nacional. Contratos antigos, acordos coletivos e regras específicas não podem prever valor inferior ao salário mínimo em vigor.
Como saber se o novo valor já está sendo pago
O trabalhador pode consultar seu contracheque de fevereiro para confirmar se está recebendo o valor atualizado. O documento deve apresentar:
- Salário bruto igual ou superior a R$ 1.412,00 (ou proporcional à jornada)
- Descontos legais (INSS, IRRF)
- Valor líquido
Caso o pagamento esteja inferior ao salário mínimo sem justificativa legal (como jornada reduzida), o empregador pode estar descumprindo a legislação.
E os trabalhadores informais?

Embora não tenham vínculo formal, muitos trabalhadores informais usam o salário mínimo como referência para negociar seus rendimentos. No entanto, por não estarem cobertos pela CLT, não têm garantia de recebimento nem reajuste automático.
Expectativas para os próximos anos
A política de valorização do salário mínimo deverá ser mantida nos próximos anos, o que significa que, se a economia brasileira continuar crescendo, o piso salarial poderá ter aumentos reais também em 2026 e 2027. Isso depende do comportamento do PIB e da inflação, mas há um compromisso governamental de seguir aplicando essa fórmula.
Conclusão
O novo salário mínimo de 2025, fixado em R$ 1.412,00, já está em vigor e impacta a vida de milhões de brasileiros. Apesar de o reajuste ter sido aprovado desde janeiro, seu efeito prático foi percebido apenas no contracheque de fevereiro, respeitando o calendário normal de pagamentos. O aumento influencia aposentadorias, pensões, seguro-desemprego e diversos programas sociais, além de garantir um piso legal para o trabalhador formal.
Embora o valor ainda esteja distante do considerado ideal por entidades como o Dieese, o reajuste representa um alívio parcial frente à inflação e reafirma o compromisso de valorização do trabalho. Ficar atento ao valor recebido, aos direitos trabalhistas e às atualizações anuais é essencial para garantir que o reajuste esteja sendo corretamente aplicado.
FONTE: SEU CRÉDITO DIGITAL