Imagine você sentado no sofá, pronto para assistir ao noticiário ou à novela, quando a imagem começa a falhar. Primeiro um chiado, depois a tela preta. Não é defeito do aparelho nem falta de energia. É o sinal analógico se despedindo — e isso está acontecendo agora, em milhares de casas por todo o Brasil. Especialmente em Minas Gerais, onde mais de 140 mil famílias ainda não pediram a nova parabólica digital, gratuita e com instalação incluída.
Mas o tempo está correndo. O prazo para solicitar o equipamento termina em 30 de junho, e o agendamento só pode ser feito até as 20h daquele dia. Depois disso, quem ainda estiver com a parabólica antiga pode ficar literalmente sem nada — nem sinal, nem novela, nem o jornal da noite. O programa é promovido pela Siga Antenado, associação responsável por minimizar os impactos da chegada do 5G, que interfere diretamente no sinal das parabólicas tradicionais, aquelas da famosa banda C.
Para quem está no CadÚnico e ainda assiste TV por esse sistema antigo, a solução é simples: acessar www.sigaantenado.com.br ou ligar para 0800 729 2404. Só é preciso informar o CPF ou NIS. Em poucos dias, um técnico vai até a residência e instala a nova antena, que oferece som e imagem muito mais limpos — e sem custo algum.
A adesão tem sido alta, especialmente em cidades do interior, onde a parabólica ainda é a principal janela para o mundo. Nos últimos meses, mais de 4,7 milhões de famílias já foram atendidas em todo o Brasil, e em Minas, a meta é beneficiar até 314 mil domicílios. Mas cerca de 190 mil ainda não fizeram a solicitação. O motivo? Em muitos casos, desinformação, falta de acesso à internet ou até mesmo medo de algum tipo de golpe.
O curioso é que, onde o programa já chegou, o retorno tem sido positivo. As famílias comemoram não só a melhora da qualidade da transmissão, mas também o fato de continuarem com acesso aos canais regionais — aqueles que falam a língua do povo, que mostram o que acontece na cidade e nos arredores. A troca da parabólica é, nesse sentido, também um ato de pertencimento: de continuar conectado à sua terra, à sua rotina, à sua história.
A história, aliás, é o que está em jogo. Em um tempo em que tudo muda rápido — da tecnologia à comunicação —, garantir o acesso gratuito à nova parabólica é mais do que um benefício: é garantir que ninguém seja deixado para trás. Principalmente os que mais dependem desse sinal para se informar, se entreter e, de certo modo, continuar se sentindo parte do país.
Falta pouco para o prazo acabar. E ainda há tempo de fazer a escolha certa: ligar, agendar, trocar.
Porque quando o sinal some, o que some junto é muito mais do que imagem. É o laço com o mundo