Com 151 cv e foco no conforto, o novo Sentra usa a aparente confiabilidade de um motor tradicional para enfrentar a potência do Jetta e a eficiência imbatível do Corolla.
Em um mercado cada vez mais dominado por motores turbo e sistemas híbridos, a Nissan fez uma aposta ousada com o novo Sentra: manter um motor 2.0 aspirado. A estratégia visa atrair o consumidor mais conservador, que busca a suposta confiabilidade de uma tecnologia já conhecida, para brigar de frente com os líderes do segmento de sedãs médios.
O novo Sentra se posiciona como uma alternativa de conforto e bom pacote de equipamentos, mas enfrenta o desafio de justificar sua escolha mecânica contra a potência do Volkswagen Jetta e, principalmente, a eficiência e o baixo custo de propriedade do imbatível Toyota Corolla.
O campo de batalha dos sedãs em 2025: Corolla reina, mas a briga pela vice-liderança esquenta
O segmento de sedãs médios segue forte no Brasil. Em 2024, o Toyota Corolla foi o líder absoluto, com impressionantes 63% de participação de mercado. Nesse cenário, o novo Sentra conseguiu se consolidar como o segundo colocado, abocanhando 10% das vendas.
No entanto, o início de 2025 trouxe um novo e forte concorrente. O sedã híbrido chinês BYD King, em seu primeiro mês cheio de vendas, em fevereiro, já superou o Sentra, mostrando que a briga pela vice-liderança será intensa e que a tecnologia híbrida se tornou um grande atrativo.
A estratégia da Nissan: O motor 2.0 aspirado de 151 cv do novo Sentra

A arma da Nissan para essa briga é o motor 2.0 litros aspirado de terceira geração, com injeção direta de combustível. Ele entrega 151 cv de potência e 20 kgfm de torque, movido exclusivamente a gasolina. O conjunto trabalha com uma transmissão automática do tipo CVT, que simula 8 marchas.
O desempenho é adequado para o uso diário. O novo Sentra acelera de 0 a 100 km/h em 9,4 segundos. O consumo de combustível também é respeitável para um motor 2.0, registrando 11 km/l na cidade e até 14 km/l na estrada. A aposta da marca é que a familiaridade desse tipo de motor atraia clientes que ainda desconfiam do turbo e do híbrido.
A potência do Jetta e a eficiência do Corolla
Os concorrentes do novo Sentra apostam em estratégias bem diferentes. O Volkswagen Jetta GLI foca no nicho de performance. Seu motor 2.0 turbo entrega 231 cv, o que o torna um verdadeiro sedã esportivo, com uma aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 6,7 segundos.
Já o Toyota Corolla aposta todas as suas fichas na eficiência. Sua versão híbrida, a mais vendida, combina um motor 1.8 flex com um motor elétrico, entregando uma potência combinada de 122 cv. O desempenho é mais contido, mas o consumo é excepcional, chegando a 17,5 km/l na cidade com gasolina.
O que dizem os donos sobre cada modelo?
A ideia de que o motor aspirado do Sentra é mais confiável precisa ser analisada com cuidado. As queixas mais comuns de proprietários do novo Sentra não se referem ao motor, mas sim a ruídos na caixa de direção elétrica e à dificuldade de encontrar peças de reposição.
Dados do mercado norte-americano mostram que o Corolla continua sendo o campeão de confiabilidade. O Jetta, por sua vez, embora tenha um motor robusto, sofre com um problema crônico no Brasil: o furto do módulo do radar frontal (ACC), uma peça caríssima que pode custar mais de R$ 7.000 para ser substituída.
Análise do custo de compra e da desvalorização

O preço de aquisição do novo Sentra Exclusive, de R$ 178.390, é competitivo. Ele se posiciona abaixo do Corolla Altis Hybrid (R$ 199.990) e muito abaixo do Jetta GLI (R$ 245.390). No entanto, o fator mais importante no custo de propriedade a longo prazo é a desvalorização.
E neste quesito, a vitória do Corolla é esmagadora. Segundo projeções, o sedã da Toyota desvaloriza apenas 5,4% em seu primeiro ano de uso. O Nissan Sentra, por outro lado, perde 15,1% do seu valor no mesmo período. Essa diferença faz com que, no final das contas, o custo total de se ter um Corolla seja significativamente menor, mesmo ele sendo mais caro na hora da compra.
FONTE: CLICK PETRÓLEO E GÁS