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A Força de um sonho: O filho de gari passa em 8 faculdades de medicina

Minha história é de Pavão, uma cidadezinha no interior de Minas. Eu sou filho de uma gari, de uma família humilde, e com 18 anos, meio que do nada, decidi que ia mudar minha vida. Deixei a segurança de casa pra ir atrás do meu sonho de ser médico em Belo Horizonte. Foi uma decisão meio louca, e pra ser sincero, minha mãe achou que eu tava de brincadeira quando eu disse que ia “passear” na capital.

Mas a realidade de BH bateu na porta. Foi barra, sabe? Eu morava de favor, consegui um emprego de telemarketing e a grana era curta. Foi uma época de contar cada centavo, de ter que escolher entre pagar o aluguel ou comprar um livro. Foram tempos sombrios, mesmo. A solidão era diária. Mas eu não ia deixar o medo me parar. Eu me sentia vitorioso com as pequenas coisas, tipo ter um emprego e tirar minha carteira de motorista. Eu me perguntava: “onde eu quero estar daqui 5 anos?”. Eu sabia que, para quem é pobre, nada vem fácil.

E nessa caminhada, eu tive a sorte de ter anjos na minha vida. Uns professores de cursinho que acreditaram em mim e me deram um suporte surreal. Teve gente de coração gigante que me ajudou a pagar uma parte do cursinho. As bolsas que eu consegui me deram um fôlego para continuar. A minha gratidão por essas pessoas é eterna.

Foram cinco anos de ENEM, muita noite em claro estudando, mas a persistência valeu a pena! Quando vi meu nome na lista de aprovados na UFMG, foi uma alegria imensa. O engraçado é que eu tinha passado em primeiro lugar na UFVJM, em Teófilo Otoni, mas arrisquei tudo pela UFMG. Chorei de medo, mas sabia que tinha que acreditar em um plano maior. A minha fé valeu a pena! O melhor de tudo? Passei em oito faculdades de medicina por Minas, o que mostra que o esforço realmente compensa. Além da UFMG e da UFVJM, o PROUNI e o FIES abriram portas incríveis para mim em outras seis instituições: FAMINAS-BH, Uni-BH, Ciências Médicas de Minas Gerais (CMMG), Unifenas-BH, FASEH e AlfaUnipac de Teófilo Otoni. Cada “aprovado” era um grito de vitória!

Hoje, quando olho pra trás, eu vejo o menino que saiu de Pavão. Filho de uma gari, de uma família humilde, que ousou sonhar grande. E sinto um orgulho que não cabe em mim. Essa vitória não é só minha, é nossa! De todo mundo que me apoiou. É um lembrete de que o verdadeiro sucesso não é só sair de onde a gente vem, mas ter a coragem de voltar para transformar vidas. O meu maior sonho é voltar para Pavão, pra minha gente, e garantir que eles tenham a saúde que merecem. Eu acredito que o papel de um médico é servir, e é isso que eu quero fazer.

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