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CNH na mira: bicicletas elétricas ganham espaço e exigem atenção redobrada às regras do trânsito no Brasil

Entenda como funciona a legislação brasileira sobre bicicletas elétricas e saiba em quais casos a habilitação é obrigatória para circulação segura

O crescimento do uso de bicicletas elétricas nas cidades brasileiras, especialmente a partir de 2020, trouxe praticidade, sustentabilidade e alternativas mais econômicas para a mobilidade urbana. Entretanto, a popularização desses veículos levantou dúvidas sobre a necessidade de Carteira Nacional de Habilitação (CNH), já que o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) estabelece regras específicas desde 1997 para diferentes tipos de veículos.

Critérios técnicos definem obrigatoriedade da CNH

De acordo com o CTB, conduzir veículo automotor com a CNH vencida configura infração gravíssima, sujeita à multa de R$ 293,47 e à perda de sete pontos na carteira. Embora essas regras sejam direcionadas a carros e motocicletas, os modelos elétricos de duas rodas passaram a ser observados com mais rigor nos últimos anos.

Conforme normas publicadas pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) em 2021, bicicletas elétricas de até 250W e com velocidade máxima de 32 km/h podem ser utilizadas sem habilitação. Contudo, o uso de capacete continua obrigatório, e os ciclistas devem transitar preferencialmente em ciclovias e ciclofaixas.

Esse enquadramento atende à demanda urbana por transporte acessível e sustentável, sem a necessidade de documentação adicional. Entretanto, quando os limites de potência e velocidade são ultrapassados, a bicicleta é automaticamente classificada como ciclomotor.

Quando a bicicleta vira ciclomotor

Desde janeiro de 2020, bicicletas elétricas com desempenho acima dos limites legais passaram a exigir Autorização para Conduzir Ciclomotores (ACC) ou CNH na categoria “A”. Essa mudança se tornou fundamental para evitar penalidades pesadas.

As sanções previstas incluem:

  • Multa gravíssima triplicada, que pode chegar a R$ 880,41;
  • Retenção do veículo em fiscalizações;
  • Responsabilização criminal em caso de acidentes.

Portanto, os usuários de modelos mais potentes devem manter a habilitação atualizada para garantir circulação legal e evitar problemas judiciais.

Prazos de renovação da CNH no Brasil

Além da obrigatoriedade de portar habilitação em determinados casos, os prazos de renovação da CNH também merecem atenção. Em abril de 2021, o Contran determinou prazos escalonados conforme a idade do condutor:

  • Até 49 anos: renovação a cada 10 anos;
  • Entre 50 e 69 anos: renovação a cada 5 anos;
  • A partir de 70 anos: renovação a cada 3 anos.

Já a CNH Provisória segue válida por 12 meses, sem alteração desse período.

Essas mudanças foram aplicadas justamente para dar mais flexibilidade aos motoristas, mas mantêm o rigor necessário em faixas etárias mais altas, priorizando a segurança no trânsito.

Multas, prazos e capacete: entenda quando a CNH é obrigatória para quem anda de bicicleta elétrica

Entre 2022 e 2023, o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) reforçou, por meio de notas oficiais e campanhas em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, que o uso correto das bicicletas elétricas deve estar alinhado às normas de trânsito. O órgão destacou que, mesmo sem necessidade de habilitação em alguns casos, o respeito às regras de circulação e à segurança viária é indispensável.

Essas campanhas ressaltaram também que a popularização das bicicletas elétricas exige responsabilidade compartilhada entre ciclistas e autoridades, com fiscalização mais presente e educação voltada à segurança.

Responsabilidade do ciclista

A popularidade das bicicletas elétricas é inegável, mas a responsabilidade legal não pode ser ignorada. Por isso, quem adota esse meio de transporte deve observar:

  • Classificação correta do veículo segundo potência e velocidade;
  • Uso obrigatório de capacete;
  • Possuir ACC ou CNH categoria “A” em caso de ciclomotores;
  • Respeitar os prazos de renovação da CNH estabelecidos pelo Contran.

Mobilidade elétrica e o futuro urbano

O avanço da mobilidade elétrica já se consolidou como tendência irreversível no Brasil. No entanto, o sucesso desse processo depende da regularização documental, do cumprimento das regras e da educação no trânsito. Afinal, a expansão dos veículos elétricos só pode ser considerada um ganho coletivo quando equilibrada com segurança e responsabilidade.

O debate sobre a regulamentação das bicicletas elétricas reflete um desafio que o Brasil já enfrenta em outras áreas da mobilidade urbana: como integrar inovação tecnológica sem abrir mão da segurança pública?

FONTE: CLICK PETRÓLEO E GÁS

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