Com clima favorável, solo fértil e trabalho de famílias, cidade do Interior se consolida como umadas maiores produtoras de melancia do Brasil
No interior de Goiás, a cidade de Uruana se orgulha de suas plantações que rendem 220 mil toneladas de melancia por ano, o que equivale a cerca de 16 melancias para cada um de seus cerca de 14 mil habitantes. Mais do que um recorde de produção, esse número revela como uma fruta virou pilar econômico, símbolo cultural e atração turística, sustentado por solo fértil, investimento em tecnologia e engajamento da comunidade.
Produção que impressiona e sustenta um município
A melancia é mais do que apenas uma fruta para Uruana: é o eixo que estrutura boa parte da economia local. A cidade produz aproximadamente 220 mil toneladas da fruta por ano.
O destaque da matéria também aponta que o solo rico em potássio, a presença de água em abundância e o investimento em tecnologia agrícola explicam o sucesso da produção.
Na entrada da cidade, os visitantes são recebidos por uma grande placa com o desenho de uma melancia, símbolo de orgulho local.
A escala do cultivo e a tradição se somam e justificam o título autoatribuído de “Capital da Melancia”.
Festa, turismo e vibração ao redor da fruta
Mas a melancia em Uruana não vive apenas do campo — ela toma as ruas, as festas e o calendário cultural. A cidade realiza no verão uma tradicional Festa da Melancia, que em mais de quarenta edições já atrai até 80 mil turistas, um número que multiplica a população local.
O evento inclui apresentações culturais, competições (como a eleição da “Rainha da Melancia”) e exposições que exaltam o fruto como símbolo de identidade.
Esse tipo de evento fortalece o comércio, o turismo rural e gera visibilidade para o município — conectando o agronegócio com o entretenimento e o lazer.
Tecnologia e condições naturais: o combo que faz a diferença
Segundo a reportagem, o crescimento da produção em Uruana se apoia em três fatores fundamentais: solo rico em potássio, abundância de água e interesse em inovação tecnológica.
Essas condições favorecem o cultivo de melancias maiores, mais saudáveis e rentáveis, com menor risco de perdas.
O equilíbrio entre tradição familiar — muitos agricultores são herdeiros de gerações de produtores — e métodos modernos de irrigação ou manejo permite que a cidade mantenha sua posição de destaque. O agrônomo local, citado na reportagem, ressalta que a “melancia bem manejada pode ser extremamente rentável” graças a esse alinhamento entre experiência e inovação.
Impactos socioeconômicos e desafios para o futuro
A produção elevada gera emprego e movimenta diversos setores: além do cultivo, há logística, transporte, embalagem e distribuição para outros estados e países. Nas semanas de safra, a economia local ganha fôlego extra — para produtores, trabalhadores e comércio em geral.
Entretanto, nem tudo são melancias doces sem espinhos. A reportagem destaca certa “rivalidade” pelo título de Capital da Melancia: apesar de regiões do Sul produzirem quantidades maiores, em volume ou área, Uruana se sobressai pelo envolvimento da comunidade e pela identidade que construiu em torno da fruta.
Além disso, o desafio futuro está em manter a sustentabilidade ambiental — conservação da água, práticas agrícolas adequadas e agregação de valor à produção (como industrialização de polpa ou ações de turismo agrícola) — para que o pilar econômico se fortaleça de forma contínua.
FONTE: A TRIBUNA