Intensificação de um ciclone extratropical provoca temporais, ventos acima de 100 km/h e alerta máximo em diversos estados brasileiros.
Um novo ciclone extratropical atua sobre o Sul do Brasil nesta terça-feira (09) e provoca temporais em grande parte do país, com previsão de chuva volumosa, queda de granizo e rajadas de vento que podem chegar a 120 km/h em áreas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
Meteorologistas apontam um cenário crítico, sobretudo entre hoje e amanhã, com acumulados de chuva próximos ao esperado para todo o mês em algumas cidades.
Enquanto o sistema avança pelo Rio Grande do Sul, imagens de satélite mostram nuvens carregadas se espalhando pelo Sul, parte do Sudeste e áreas do Centro-Oeste.
A instabilidade se intensifica ao longo do dia, com previsão de temporais e ventos fortes em vários estados, em especial no centro-sul do país.
Ciclone extratropical e alerta de tempestade no Sul
O ciclone extratropical já se formou e avança pelo território gaúcho, favorecendo a formação de nuvens de grande desenvolvimento vertical.
Elas se estendem pelo Rio Grande do Sul, por Santa Catarina e pelo Paraná, alcançando também São Paulo e parte do Centro-Oeste.
De acordo com informações divulgadas ao vivo pela equipe de meteorologia, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um aviso classificado como de “grande perigo”, um alerta de tempestade que abrange praticamente toda a região Sul.
O alerta inclui risco de chuva intensa, ventos fortes e possibilidade de granizo.
Nas áreas litorâneas e serranas de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, as rajadas podem atingir cerca de 120 km/h, segundo a projeção dos meteorologistas.
Em diversos pontos do Sul do país, há previsão de chuva volumosa, com acumulados que podem chegar a 120 milímetros nesta terça-feira, sobretudo no sul gaúcho, na campanha e no litoral.
Em Porto Alegre, a manhã começou com chuva fraca intercalada com rajadas de vento mais intensas.
A repórter Gabriela Garcia, que acompanha a situação no local, relatou que a capital registra instabilidade constante, embora sem interrupções prolongadas de chuva.
Segundo ela, “felizmente a gente não tem registro de feridos”, mas os danos materiais são significativos em outros municípios do estado.
Estragos em Flores da Cunha e na Serra Gaúcha
Os maiores estragos até o momento se concentram na Serra Gaúcha, especialmente em Flores da Cunha, apontada pela Defesa Civil estadual como a cidade mais afetada pelo temporal da tarde de segunda-feira.
De acordo com o órgão, mais de 2 mil pessoas foram impactadas no município.
Pelo menos 60 casas tiveram algum tipo de dano estrutural.
Parte da quadra de esportes de uma área recreativa foi destruída, assim como o telhado de uma capela e estruturas de três vinícolas da região.
A tempestade também derrubou mais de 20 parreirais, afetando diretamente a produção de uvas, além de atingir o refeitório de uma escola e um hospital da cidade.
As equipes da Defesa Civil municipal e estadual permanecem em campo para avaliar os prejuízos, distribuir lonas às famílias afetadas e auxiliar na proteção provisória de telhados e estruturas danificadas.
Apesar da extensão dos danos materiais, não há registro de feridos, segundo as autoridades locais.
Técnicos seguem monitorando o avanço do ciclone e o comportamento da chuva ao longo do dia para orientar a população sobre riscos adicionais de alagamentos, destelhamentos e queda de árvores.
São Paulo registra temporal, alagamentos e queda de árvores
Enquanto o Sul enfrenta os efeitos diretos do ciclone, o estado de São Paulo também sente a influência do sistema, com forte instabilidade desde a tarde de segunda-feira.
Na capital paulista, um temporal com raios e granizo provocou queda de árvores, alagamentos e transtornos em diversas regiões.
Segundo dados do Corpo de Bombeiros, apenas entre o início da noite e a madrugada foram registrados 139 chamados relacionados à queda de árvores.
Houve ainda pelo menos 22 pontos de alagamento em ruas e avenidas, além de um chamado por deslizamento de terra.
Cidades da região do Grande ABC também sofreram impactos.
Em Santo André, duas pessoas ficaram feridas após parte de uma estrutura ceder com a força do vento combinada à chuva volumosa.
As vítimas receberam atendimento após o incidente, que reforçou o alerta das autoridades para o potencial destrutivo das rajadas associadas ao sistema.
O repórter Renan Fiúza, que acompanha a situação em São Paulo, lembrou que, na rotina da capital, episódios de chuva forte costumam resultar em um cenário recorrente de alagamentos e transtornos.
Em suas palavras, quando chove forte, essa “sempre se torna a tônica da capital paulista”, com quedas de árvores, pontos de alagamento e danos em estruturas.
Comitê de crise e medidas preventivas em São Paulo
Diante da continuidade da instabilidade, o governo do estado de São Paulo e a prefeitura da capital colocaram a estrutura de Defesa Civil em estado de atenção.
Órgãos como o Corpo de Bombeiros, a concessionária responsável pela distribuição de energia elétrica e empresas de abastecimento de água, como a Sabesp, integram um comitê de crise formado para atuar pelo menos até quinta-feira.
O objetivo desse grupo é acompanhar a previsão de chuva forte e rajadas que podem superar 90 km/h, chegando a cerca de 100 km/h em alguns momentos.
A coordenação conjunta também busca agilizar respostas a ocorrências como quedas de árvores, interrupção de energia, deslizamentos e novos alagamentos.
Entre as prioridades estão a mobilização de equipes em regime de plantão, o monitoramento de áreas de risco e a comunicação direta com a população por meio de alertas e recomendações de segurança.
As autoridades reforçam que moradores de regiões sujeitas a enchentes ou deslizamentos devem seguir as orientações oficiais e acionar a Defesa Civil em caso de emergência.
Terça e quarta concentram maior risco
A previsão indica que terça e quarta-feira serão os dias mais críticos em função da passagem do ciclone extratropical.
A tendência é de intensificação das áreas de chuva e dos ventos fortes, especialmente no Sul e no Sudeste.
Mapas meteorológicos apontam uma faixa em alerta extremo, destacada em vermelho, que se estende desde o Rio Grande do Sul até o interior de São Paulo.
Nessas áreas, a combinação de chuva volumosa e rajadas intensas aumenta o risco de alagamentos, enxurradas, deslizamentos de encostas, quedas de árvores e danos em estruturas.
Regiões em laranja e amarelo também têm risco de chuva forte e temporais localizados ao longo do dia.
Em algumas cidades, pode chover quase o equivalente ao total esperado para o mês inteiro em apenas 24 ou 48 horas.
Além da precipitação intensa, são esperadas pancadas de chuva com ventos fortes hoje e amanhã, com maior intensidade na quarta-feira.
Os estados mantêm avisos da Defesa Civil ativos, recomendando que a população busque abrigo em locais seguros durante tempestades e evite áreas sujeitas a alagamentos rápidos ou transbordamento de córregos.
Temperaturas e condições nas demais regiões
Com o tempo fechado e instável, as temperaturas diminuem em boa parte do centro-sul do país.
Em Porto Alegre, São Paulo e Curitiba, a máxima prevista não passa da faixa de 22ºC a 23ºC.
Fora da área de maior influência do ciclone, o cenário é diferente.
No Nordeste, cidades como Recife e Salvador devem registrar máxima em torno de 31ºC, com tempo mais abafado.
No Norte, Belém pode chegar a 34ºC, enquanto Cuiabá tem previsão de cerca de 26ºC, com chuva mais intensa no período da tarde.
O sol aparece com mais força em uma faixa que vai do Espírito Santo ao extremo norte do país, ainda que com possibilidade de pancadas isoladas.
Em outra área, representada em verde claro nos mapas meteorológicos, a chuva ocorre de forma mais frequente, porém longe dos temporais previstos para o Sul e parte do Sudeste.
FONTE: CLICK PETRÓLEO E GÁS

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