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Minas registra um caso de feminicídio dia sim, dia não

Em BH, número de crimes dobrou em 2025

“Prevenção é a chave” para enfrentar o crime

Doutora em Direito e pesquisadora do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (CRISP) da UFMG, Samantha Nagle Cunha considera que a prevenção é a “chave” para reduzir os casos de feminicídios. 

“Tem dois pontos muito importantes que precisamos avançar em Minas: o primeiro é a questão da educação de gênero, que precisa existir no sistema público de ensino e no privado também. Segundo, precisamos produzir dados confiáveis sistematizados entre as forças de segurança pública para podermos enfrentar o feminicídio antes dele ser cometido”, disse.“O cenário é muito preocupante. Dia sim, dia não as mulheres morrem simplesmente por serem mulheres”, afirma Samantha Nagle, do Crisp/UFMG

Para a especialista, a política de repressão aos homens que cometem esse crime é importante, mas não irá trazer a solução. “O feminicídio hoje é o crime que tem a maior pena máxima, de 40 anos, mas os dados mostram que isso não tem aumentado a segurança das mulheres nem desmotivado os homens. Não adianta lidar depois que a morte aconteceu, temos que lidar antes. Precisamos prevenir antes de remediar”, destacou. 

Conforme a pesquisadora, o feminicídio tem “raízes estruturais muito fortes” na sociedade. Samantha considera ainda que “vivemos em uma cultura pautada na objetificação da mulher”, o que corrobora para a falta de segurança das mineiras.

O que diz o Estado?

O Governo de Minas informou que promove diversas políticas de combate e prevenção à violência contra a mulher. As iniciativas são realizadas por órgãos do Executivo como as secretarias de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e de Desenvolvimento Social (Sedese). 

Entre as ações listadas estão a ampliação dos serviços de proteção dos Centros de Referência de Assistência Social; a campanha “A violência que os olhos não veem”; o “Protocolo Fale Agora”; o programa “Proteja Minas”; além do monitoramento de agressores, delegacias especializadas e Patrulhas de Prevenção à Violência Doméstica (PPVD). 

“As ações são permanentes e integradas entre diversos órgãos (…), garantindo assistência, acolhimento e proteção para que as vítimas também se sintam mais estimuladas a denunciar os crimes”.

Como denunciar violência doméstica

A Polícia Civil orienta que todo caso de violência doméstica e familiar contra a mulher seja denunciado. O registro pode ser feito diretamente em unidade policial, via disques 180 ou 181 e também pela delegacia virtual nos casos de ameaça, vias de fato/lesão corporal e descumprimento de medida protetiva. 

Acesse o manual produzido pela Polícia Civil e saiba mais sobre o tema (clique aqui).

FONTE: HOJE EM DIA

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