GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA
Avelina Maria Noronha de Almeida
UM BAIRRO ENCANTADO – 6
E então iniciou-se um processo a partir das histórias relatadas: todas elas escritas, em seguida transformadas em desenhos e depois bordadas.”
Conheci as bordadeiras da “Associação São Benedito” no Aniversário da Cidade, no dia “19 de Setembro” do ano passado. Fui convidada a ir conhecê-las pela minha amiga Silvana de Francia, que faz um trabalho de Curadoria junto às bordadeiras.
Foi uma tarde maravilhosa de convivência com as bordadeiras, que estavam participando, na Praça Barão de Queluz, da homenagem que o Grupo Lesma fazia à aniversariante, nossa Conselheiro Lafaiete. Foi uma oportunidade excelente para que a arte desenvolvida no Bairro São Benedito fosse apresentada à Comunidade de Conselheiro Lafaiete.
Eu já sabia da ligação entre o tipo de bordado que era feito em São Gonçalo do Brandão no século XIX com os bordados famosos de Castelo Branco, em Portugal, que têm forte semelhança com as colchas que eram bordadas, no século XIX, naquele distrito de Queluz. E vendo os trabalhos que estavam expostos na praça, ou estavam nas mãos das bordadeiras, notei a mesma semelhança daqueles bordados com os de Castelo Branco. Outro ponto de referência interessante é que o Bairro São Benedito é vizinho de São Gonçalo do Brandão, havendo até, entre alguns habitantes de um e do outro local, ligações familiares.
Fiquei encantada com os bordados e também com a simpatia e gentileza das associadas que enfeitam e alegram a sua vida com aquela atividade, de acordo com o que elas expressaram e o que transparecia em seus rostos risonhos e realizados. Foi com muito prazer que tirei a foto abaixo com elas, sentindo que, naquele momento, começava uma grande e feliz amizade.
Vejam a felicidade que transparece nas faces embevecidas no trabalho que realizaram por várias horas, observadas com admiração com as pessoas presentes ao evento ou que passavam pela Praça Barão de Queluz.
Vejam que lindas as obras que ficaram expostas no jardim durante o evento.
Fiz um pedido a Silvana para que falasse sobre o seu trabalho. E ela, gentilmente e com muito entusiasmo me atendeu:
“Meu trabalho inicial foi retratar a memória afetiva de cada uma das bordadeiras. Com isso, foi criado um lindo trabalho bordado com a história pessoal delas. Esse trabalho resgatou, de cada uma, lembranças, muitas que estavam esquecidas, criando momentos de emoção, muitas chorando, tendo sido um momento emocional muito bonito!
E então iniciou-se um processo a partir das histórias relatadas: todas elas escritas, em seguida transformadas em desenhos e depois bordadas.”
(Continua)