Para o ex-presidente do Legislativo, Oswaldo Barbosa (PV), volta às aulas “parece um filme de terror”
Indignados com as precárias condições do espaço provisório proposto pela prefeitura para onde seriam acomodados os mais de 60 alunos da Escola Municipal Prefeito Pedro Silva, em São Gonçalo, zona rural de Lafaiete, os pais se recusaram a encaminhar seus filhos nesta primeira semana no retorno regular às aulas. A comunidade está descontente já que havia alertado a secretaria sobre as más condições da escola.
A prefeitura iniciou nesta semana reforma da escola e temporariamente levaria os estudantes para uma casa chamada de “Casa das Almas”, um velório perto do cemitério, porém o local é inadequado e o espaço insuficiente para receber os alunos com conforto e dignidade.
A alternativa seria volta com os alunos para escola em reforma, sugestão rejeitada pelos pais. “Nossos filhos seriam levados para um local totalmente comprimido. Nossos filhos não ficarão amontados. Queremos uma escola digna. Esse é nosso direito e principalmente que já havíamos cobrado uma ampla reforma. Agora de repente, a prefeitura vem e inicia a obra em plena volta às aulas sendo que houve prazo para esta reforma. É um absurdo com nossas crianças”, comentou a nossa reportagem uma mãe relatando diversas irregularidades na Escola Prefeito Pedro Silva.
Nesta quinta-feira (16), o representante do Sindicado do Servidores Públicos estará reunido com os pais para buscar uma solução para a comunidade. “Não queremos uma reforma apenas para enganar nossa comunidade, mas uma reforma ampla e estrutural”, cobrou a mãe.
Repercussão
Na sessão da noite desta terça-feira (14) a pauta principal das discussões foi a reforma das escolas. Os vereadores, inclusive da base governista, concordaram de que não houve planejamento na reforma das escolas. Oswaldo Barbosa (PV) citou que na Escola Pedro Rezende, no Bairro Sion, que banheiro sem portas há mais de um ano. “Esperamos que sejam solucionadas esta e outra situações. São trincas, mato, mofo e falta de pintura”, comentou.
A Vereadora Damires Rinarlly (PV) informou em outubro de 2022 esteve na escola e presenciou uma reforma. “A situação atual é pior do que antes. Esta reforma ficou ainda pior pelo serviço executado. Precisamos de uma solução urgente”. Ela citou que a reforma da Escola Doriol Beato, vitrine da educação em Lafaiete, os alunos convivem com poeira da reforma durante as aulas. “É um ambiente totalmente inadequado e nocivo a saúde. No geral é um descaso com a educação”. “Isso sem contar com fauna presente nas escolas como morcegos e pombos”, ironizou Oswaldo Barbosa.
Caixão no velório
“Essa situação está vergonhosa para a prefeitura. Somos cobrados todos os dias. Se tivesse igual anteriormente ainda estaria melhor. Não há fiscalização das obras no município. Iam sim colocar os alunos em um velório e chegaram a limpar o local e até encontraram um caixão. O prefeito não atende minhas chamadas e até pensei em apagar seu número da minha agenda”, atacou o Vereador Renato Pelé (Podemos).
Para o vereador Fernando Bandeira (União Brasil) a situação é recorrente e citou má aplicação dos recursos públicos. “Faltam organização e planejamento. Há recursos para as reformas. Na Escola dos Almeidas não há monitores para educação de alunos especiais”, pontuou.
“Não é só uma escola”, assinalou Erivelton Jayme (sem partido). “O prefeito precisa mudar algumas peças. Na Escola Pedro Resende não há uma campainha”, relatou Pedro Américo.
“Se juntarmos os PSF’s e escolas são mais de 50 imóveis que precisam de uma ampla reforma”, finalizou o Vereador André Menezes (PP).