Presidente Sandro José antecipa que vai devolver R$100 mil nas próximas
semanas ao Executivo para reforço de caixa
O plenário da Câmara virou um caldeirão ontem à noite, dia 15, durante sessão em que vereadores rejeitaram por 7 votos contrários o projeto de lei que concederia um aumento salarial de 3,5% aos poucos mais de 40 funcionários. Em abril a Casa já havia concedido uma revisão na data base em torno de 5%.
Mas o clima acirrou os ânimos com troca de farpas, denúncias mútuas e um tremendo bate boca, bem diferente do cenário de tranquilidade reinante no 1º ano da legislatura.
De um lado vereadores contrários ao aumento alegando a conjuntura de crise por que passa o país.”O cenário não é oportuno e precisamos economizar para que o Município invista em setores como a saúde onde faltam medicamentos”, assinalou Alan Teixeira (PHS).
Os vereadores favoráveis ao reajuste justificaram a valorização da categoria. “Há um déficit de funcionários nesta Casa. Já fazemos economia e somos uma Casa enxuta e exemplo para o Estado. Pela primeira vez vamos antecipar a devolução da economia que fazemos nesta Casa em R$100mil. O aumento proposta já está dentro do orçamento e é um reconhecimento pelo o que faz nossos servidores que se desdobram em suas atividades’, alegou Presidente Sandro José (PSDB). Segundo Sandro o impacto do aumento dos servidores não passaria de mais de R$ 5 mil ao mês.
Por outro lado, ele ressaltou medias de economia da Casa, como as trocas lâmpadas por led, impactando na queda na conta da energia elétrica.
O tom de xingamentos aumentou com um embate entre as duas alas após a rejeição do projeto. “Não sabia que trabalhador votava contra trabalhador”, disparou Sandro José alfinetando os dois vereadores petistas que votaram contra o aumento. “É um muito fácil fazer política com o dinheiro do povo”, contra atacou Pedro Américo (PT). “Está faltando remédio e povo está passando fome. Não é hora de aumento. Não sou contra os funcionários, mas estamos diante de uma crise”, pontuou Américo.
Chico Paulo defendeu o escalonamento do reajuste. “Tem gente aqui que ganha mais de R$ 10 mil e outros pouco mais de R$1 mil. Não seria justo conceder o mesmo aumento. Por isso sou contra”.
Votaram contra o aumentos os vereadores: Carla Sassi (PSB), Fernando Bandeira (PTB), Pedro Américo (PT), Chico Paul0 (PT), Darcy da Barreira (SO), Carlos Nem (SO) e Alan Teixeira (PDS).
Vereador insinua desperdício em gabinetes
O tom de denúncias elevou, quando o líder do prefeito, o vereador João Paulo Pé Quente (DEM), o mais entusiasta do aumento, insinuou e cutucou seus colegas que em seus gabinetes estariam esbanjando recursos da verba de gabinete, usada para custeio das atividades. “Se estamos falando em economia temos que ver o que estão gastando os gabinetes. Há vereadores abusando de ligações em celulares corporativos. È só olhar as contas dos celulares de R$200,00 e até R$450,00”, disparou. “Fui funcionário desta Casa e sou testemunha do tanto que aqui trabalham nossos servidores. Votaria qualquer aumento aos servidores, se não comprometesse o equilíbrio das finanças”, assinalou.
“Eu desde o primeiro dia nesta Casa abri mão do celular e o devolvi”, antecipou Alan Teixeira. “Sou vereador 24 horas e uso o celular em minhas atividades e em favor do povo. Não vejo nada de ilegal”, pontuou Pedro Américo.
Vereador questiona eleições
“Como está decidido se não houve eleições?” Este foi o questionamento do vereador Chico Paulo ao reagir sobre um possível acordo de bastidores em que grupos teriam acertada a eleição do Fernando Bandeira como presidente do Legislativo em 2018. A noticia foi antecipada pelo site CORREIO DE MINAS e repercutido na imprensa local.
Para Chico, o acordo seria uma vergonha para a Casa. “Isso desmoraliza a nossa Câmara e é uma vergonha. Eu não aceito coleira. Não vou compactuar com isso. As eleições ocorrem em dezembro. Eu quero crer que não existe este acordo e esta Casa é democrática”, atacou.