Os manifestantes fecharam a BR 040, por 5 minutos e cantaram o Hino Nacional
Os caminhoneiros ganharam a adesão dos donos de van escolares ao movimento pela redução dos preços de combustíveis. Há menos de 30 minutos, os manifestantes se aglomeram na BR 040 na Barreira e fecharam a rodovia por 5 minutos. Em seguida eles contaram o Hino Nacional como forma de protesto.
Solidariedade
Nossa reportagem acompanha de perto os desdobramentos do movimento dos caminhoneiros na região da Barreira em Lafaiete.
Nas redes sociais o apoio a causa da categoria é maciça e desperta um outro lado dos lafaietenses de empresários: a solidariedade.
No WhatsAPP um grupo se organiza para mobilizar, recolher e levar alimentação, café, água, roupa e outros produtos para manter os mais de 30 caminhoneiros na Barreira e agregando a todo instante mais pessoas aderem a iniciativa voluntária.
Nossa reportagem esteve agora cedo no local de concentração na BR 040. Flagramos os caminhoneiros no momento em que tomavam o café matinal com produtos doados pela comunidade e empresários. A cada momento pessoas chegam, ofertam produtos e até mesmo dinheiro.
No local improvisado de cozinha, um fogão prepara as refeições e não faltam gêneros alimentícios para manter em atividade os manifestantes. A rede de solidariedade cresce e voluntários percorrem bairros recolhendo alimentos e produtos. Um empresário colocou banheiros químicos para servir aos manifestantes.
Percebe-se que o movimento é organizado e está mobilizado e articulado na causa da categoria que também é comum aos brasileiros: reduzir os preços dos combustíveis. E não há sinais de esmorecimento, ao contrário, a determinação é levar o movimento a alcançar seus objetivos.
Opiniões
Pelo 3º consecutivo, os caminhoneiros estão parados em uma atitude pacífica.
O lafaietense, Aílton Luiz, morador do Bairro Santa Cruz, conta a nossa reportagem que trabalha como voluntário no local desde o primeiro dia do movimento. Ele ajuda na manutenção da cozinha improvisada. “Estou aqui desde as primeiras horas para ajudar a nossa classe que vem sofrendo com o governo com este aumento dos combustíveis. Vamos continuar firmes aqui”, afirmou o caminhoneiro. Ele contou que a todo momento chegam comerciantes como padeiros doando produtos.
Outros caminhoneiros lafaietenses também se juntam ao movimento, como é o caso de Hermano Resende. “Não vamos deixar o movimento ceder a pressão e a comunidade lafaietense se mostra solidária e vem ajudando a nossa classe”, comentou.
Tiago Costa saiu de Rondônia trazendo madeira a São João del Rei. Na volta parou para apoiar o movimento na Barreira. “Estamos unidos contra os abusos nos preços dos combustíveis. Não tem como trabalhar nesta situação”, disse. Ele está acampado com sua carreta desde segunda feira.
Luciano Zen, de Ubá, é outro caminhoneiro que se juntou ao grupo. “Não vamos arredar o pé daqui. Os lafaietenses estão de parabéns pela iniciativa”, disse. O caminhoneiro, José Luiz Goés, de Muriaé, mostrou sua revolta. “Esse governo não tem legitimidade em nada. Nós, caminhoneiros, mudamos este país ou paramos ele”, assinalou.
No acampamento onde estão os caminhoneiros se misturam pessoas de diversas regiões de Minas e do Brasil, e ao contrário do que se supunha, o movimento é vigoroso. “Ou mudamos este país ou vamos continuar parados”, disse o caminhoneiro Tiago.
Solidariedade
Durante a cobertura na Barreira nossa reportagem flagrou duas mulheres que estacionaram o carro e trouxeram dois tabuleiros de bolo, preparados por elas próprias. “Viemos para apoiar o movimento”, disse as lafaietenses Walquíria e Shirley.
O que se percebe é que as manifestações dos caminhoneiros sintetiza o sentimento nacional de revolta dos brasileiros.
Grupo
Um grupo de caminhoneiros de Lafaiete que recolhe materiais diversos e gêneros alimentícios agradeceu aos colaboradores pelas doações:
Vitorino Varejão, Supermercado Santo Expedito, Padaria Nossa Senhora da Glória, Açougue do Juarez, Armazém Silva e Armazém do Aguinaldo (Cachoeira).