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Congonhense publica primeira obra literária dedicada exclusivamente a Feliciano Mendes

O livro faz parte do acervo histórico mineiro/DIVULGAÇÃO

O escritor Domingos Teodoro da Costa apresentou ao prefeito Zelinho e ao secretário de Planejamento da Prefeitura, Antônio Odaque da Silva, na data em que Congonhas comemorou 81 anos de emancipação política, 17 de Dezembro, o livro “Congonhas – Da fé de Feliciano à genialidade de Aleijadinho”. Esta passa a ser a única obra literária que discorre exclusivamente sobre a figura de Feliciano Mendes e seu entorno. O português veio para a região mineira, com o sonho de riqueza e acabou dando origem à devoção ao Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas, idealizou e deixou avançada a obra do Santuário de mesmo, que é considerada uma das maiores obras do barroco. O Governo Municipal se mostrou interessado em apoiar o escritor para que o lançamento do livro, que relata a história do homem que mudou o destino dessas terras e suas gentes, aconteça em breve.

Domingos Costa teve o interesse pelos templos católicos e tudo que os cercam despertado pelo costume da mãe, Alexandrina de Paula, católica e que regularmente subia a rua Teófilo Marques, acesso da Praia à Matriz, para realizar suas preces na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição.  “Eu, às vezes, subia com ela. Então me tornei curioso com relação às igrejas de Congonhas e por entender como tudo aquilo havia sido criado. Em algumas ocasiões, eu ia a pé até a Igreja do Rosário, verificava sua arquitetura, descia até a Matriz, onde verificava a edificação e seu entorno, atravessava o histórico rio Maranhão, parava na Igreja de São José Operário, seguia Ladeira do Bom Jesus e chegava ao Santuário”, lembra.

“Nós, moradores de Congonhas, temos uma dívida muito grande para com Feliciano Mendes, porque ele idealizou e participou de boa parte da construção do Santuário. Só possuímos um Patrimônio Histórico Mundial por causa de sua obstinação e fé. Senão, teríamos nos transformado em uma cidade mineradora como outra qualquer. Por isso, senti a necessidade de saber mais sobre ele”, afirma o escritor.

Este livro surgiu da necessidade que o escritor sentia de descobrir mais sobre a figura emblemática de Feliciano Mendes (1726 – 1765), natural da vila de Gêmeos, na região de Guimarães, no Norte de Portugal. Então realizou uma minuciosa pesquisa em Congonhas, Diamantina, Mariana, Ouro Preto, Rio de Janeiro e em Portugal, que teve como resultado o levantamento de documentos e elementos que, cruzados, aproximaram o escritor dos fatos relacionados com o personagem que lhe provocava tanta curiosidade.

A situação econômica de Portugal, país de pequena extensão territorial e poucos recursos naturais,

Escritor Domingos Costa, durante um bate-papo sobre o tema “Feliciano Mendes e as Origens da Fé e Devoção ao Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas”, organizado pelo Museu de Congonhas em julho de 2019./DIVULGAÇÃO

criaram o contexto que forçou diversos jovens, como Feliciano Mendes, a virem para o Brasil, do que este município especificamente se beneficiou. “Sua chegada a estas terras teve o mesmo objetivo de outros tantos jovens, ou seja, fazer fortuna na mineração e retornar àquele país como arrimo de família. Mas muitos deles criavam vínculos familiares, sociais e econômicos e ficaram por aqui mesmo.

“No ano de 1756, Feliciano Mendes trabalhava minerando ouro às margens do Rio Maranhão. O trabalho era pesado e, com o passar do tempo, ele contraiu uma grave doença. Diante da enfermidade, Feliciano fez uma promessa: se fosse curado, construiria uma igreja em agradecimento ao Bom Jesus. O desafio era grande, mas a fé e a gratidão pela cura foram a motivação para cumprir a promessa. Aos 39 anos, distante da sua grande obra, ele faleceu em Antônio Pereira, na região de Mariana, em 1765””, contextualiza o autor, que procurou informações para saber o antes e o depois desta narrativa e o resultado foi revelador.

A obra aspectos até então desconhecidos dos negócios de Feliciano ligados à mineração e à agricultura, a sua relação com a região onde surgiu o bairro Basílica, com a Igreja e seu sacrifício para entregar ao Bom Jesus o ex-voto prometido em troca da cura de da doença. Domingos levanta teorias, com base em documentos, sobre a ermida que deu origem à Basílica atual, que, para conhecer, é preciso ler o livro.

O autor buscou, durante sua pesquisa em Portugal, elementos para que o artista Alfred Disney pudesse criar uma imagem aproximada da compleição física e a fisionomia de ermitão erradicado no Morro do Maranhão. “O português daquela época era um cidadão de estatura baixa. Os traços são de portugueses da época, o mesmo ocorrendo com as vestes. Quem adquirir o livro quando for lançado, terá em mãos a imagem possível de Feliciano. Recriamos também a imagem do escravo Sebastião, que era quem o auxiliava nas visitas às fazendas para recolher esmolas destinadas à edificação do Santuário”, conta.

O traços /DIVULGAÇÃO

Referindo-se à retomada do relacionamento institucional entre o Governo de Congonhas e o da cidade e Matozinhos (de onde Feliciano trouxe a devoção ao Bom Jesus), o escritor considera importantíssimo a retomada do intercâmbio entre as cidades irmãs e torce para que ele produza efeitos práticos para os dois povos. Ele afirma ainda que “Congonhas possui um grande Museu, concebido para valorizar a devoção, a arte e histórias contidas no Santuário, como esta que relato neste livro”.

“Gostaria de agradecer ao prefeito Zelinho e ao secretário Antônio Odaque pela recepção e o interesse demonstrado na divulgação do livro”, completa Domingos.

A publicação “Congonhas – Da fé de Feliciano à genialidade de Aleijadinho” faz parte do Acervo Histórico Mineiro.  Em 12 de Dezembro, o escritor esteve no Arquivo Público Mineiro para entregar a Sônia Maria Gonçalves dois exemplares do livro.

 

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