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Polêmica: funerária de Barbacena se recusa a transportar corpo de vítima da COVID-19

A Folha de Barbacena (FB) recebeu informações de que até às 22h30 de hoje (02/05), a funerária responsável pelo enterro da primeira vítima fatal de COVID-19, em Barbacena, não havia comparecido ao Hospital e Policlínica Maternidade de Barbacena (IMAIP), para a remoção do corpo. De acordo com fontes da FB a remoção somente foi concluída após o acionamento da Polícia Militar (PM).

Hospital e Policlínica Maternidade de Barbacena (IMAIP)/Fernando Silva

Ainda, segundo as fontes da FB, o óbito aconteceu às 14h20 de hoje, e a funerária foi acionada às 15h40, no entanto, se recusou a remover o corpo. O sepultamento deveria ter sido realizado às 17h de hoje (02/05), no cemitério do distrito de Torres, que pertence a Barbacena.

Segundo relatos, a família segue indignada e inconformada, tendo que, além da dor do luto, ter de encarar o descaso da empresa funerária. A redação da FB entrou em contato com a empresa, mas não obteve resposta. Mais informações a qualquer momento.

Pela segunda vez
Informações de diversas fontes da FB e também de um Boletim de Ocorrência (BO), no último dia cinco de abril, no Hospital e Policlínica Maternidade de Barbacena (IMAIP), foi internado um paciente suspeito de Coronavírus. Como o caso era grave, o paciente faleceu. No entanto, após exames, não foi comprovado que o paciente faleceu devido ao novo Coronavírus.

Cerca de três horas após o óbito, a mesma funerária do fato de hoje (02/05) não havia comparecido ao hospital, para fazer os preparativos do corpo, possivelmente, por se tratar de um caso suspeito da COVID19.

Segundo informações, após inúmeras tentativas de contato com os responsáveis pela funerária e muita insistência, a empresa atendeu ao telefone dos familiares.

No entanto, o sepultamento não ocorreu no mesmo dia, por conta do horário em que tudo ficou pronto, porque o corpo precisaria ser removido à funerária.

Neste dia (05/04), por volta das 21h, e sem resolução da situação, a Polícia Militar (PM), foi chamada para tentar resolver o problema, porque a empresa estava se opondo a dar assistência aquele corpo. Por esta razão, a Polícia Militar registrou um BO, relatando a possível omissão e desprezo do serviço funerário, frente à vítima.

De acordo com fontes da FB, esse caso se resolveu após o gerente da funerária receber ameaça de prisão. Somente às 23h que o corpo foi transportado pela funerária, sob escolta policial, sendo que às 23h30, a empresa se recusou a colocar o corpo em local apropriado, deixando-o dentro de um veículo no estacionamento da empresa.

Protocolo
De acordo com protocolos internacionais, falecidos que são vítimas da COVID – 19, o novo Coronavírus, devem ser sepultados em, no máximo, duas horas. Essa ação é para se evitar a proliferação do vírus.

No Equador, país vizinho ao Brasil, profissionais de saúde relatam cenas caóticas provocadas pelo colapso do sistema de saúde e funerário, que sofre com o crescimento do número de mortos em decorrência do novo Coronavírus.

Enfermeiros equatorianos relatam que precisaram empilhar corpos em banheiros por conta da lotação dos necrotérios – situação que não acontece em Barbacena. Além disso, para que os leitos fossem reutilizados, após o óbito, muitos corpos tiveram que ser embrulhados e armazenados.

Caso os corpos das vítimas da COVID – 19 não sejam sepultados imediatamente, corre-se o risco de se aumentar o contágio da doença. (Folha de Barbacena)

Foto: Fernando Silva.

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