A “grave situação da rodovia BR-040”, no trecho entre Belo Horizonte e Conselheiro Lafaiete, cidade localizada na região Central de Minas Gerais, será tema de audiência pública na próxima segunda-feira (8). O encontro reunirá representantes do poder público e da sociedade, e tem como objetivo encontrar soluções para uma série de problemas, que vão dos buracos na rodovia à circulação de veículos pesados carregados com minério. “O ponto principal desse encontro é o diálogo. A BR-040 está muito problemática. É algo que não começou agora, são décadas de confusão, de gambiarras”, relata o engenheiro civil Hérzio Mansur.
Diante da situação, ele desenvolveu um estudo sobre a situação na rodovia no trecho entre a capital e a cidade de Congonhas, na região Central do Estado. O levantamento feito pelo engenheiro civil apontou que 272 acidentes ocorreram em um trecho de 54 quilômetros entre Nova Lima e Conselheiro Lafaiete no período de dezembro de 2020 a dezembro de 2022. Desse total, 53 pessoas morreram. Os quilômetros 588, 593, 611 e 614 foram os que registraram o maior número de acidentes, com pelo menos 10.
Ainda de acordo com o estudo desenvolvido pelo engenheiro, as carretas, responsáveis principalmente pelo transporte de minério, são responsáveis por quase metade dos acidentes. Ao todo foram 127 dos 272 contabilizados, o que representa 46,7%. Os acidentes com veículos de carga pesada foram responsáveis por 28 dos 53 óbitos. “Não é o momento de caçar as bruxas, mas de encontrar soluções. A gente quer é que a partir dessas conversas sejam apresentadas soluções adequadas para esse trecho. A questão das cargas, a proteção da população e tudo aquilo que a gente já observou que tem provocado insegurança para quem passa pelo local”, pontuou o engenheiro.
Mansur revela que desde que o levantamento foi elaborado e apresentado aos órgãos públicos, pelo menos três grupos de estudo iniciaram as discussões sobre a situação da BR-040. Conforme o engenheiro, o movimento foi iniciado no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), no Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Cofea) e na Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (AMIG).
“Dentro de tudo que já conversamos e discutimos, constatamos que é um traçado antigo, ultrapassado e que precisa de uma releitura. Além disso, tem a questão do licenciamento ambiental. Espero que essa audiência possa chamar a atenção para isso, e que dá para fazer a mineração com mais segurança e atenção a população”, completou Mansur.