Mesmo antes da operação, os quase 6 mil moradores da pequena e charmosa Itaverava (MG), terra de Marília de Dirceu,a Musa da Inconfidência Mineira, já vivem a expectativa de uma “virada chave” na vida da comunidade com impactos antes visto na cidade tri-centenária.
O anúncio entusiasmou os habitantes já com uma guinda prevista de desdobramentos em diversas dimensões e pode ser a auto-suficiência da prefeitura com a arrecadação de Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem), o imposto da mineração, que ampliará os investimentos. O Município arrecada hoje em torno de R4 30 milhões/ano e o empreendimento mudará o perfil econômico diversificando a economia cuja atividade principal é agropecuária, mas tem um grande potencial turístico. Ainda não foi divulgado a fase de operação da minerada em Itaverava.
Mais de 60 empregos
O Prefeito José Flaviano (PR), o “Nô”, saudou o empreendimento e o ingresso de Itaverava no rol das cidades mineradoras de Minas, a exemplo de Congonhas, Ouro Preto, Mariana, Belo Vale, dentre outros. “A gente não esperava esta grande riqueza e ninguém sonhava um dia encontrar minério de ferro em nosso território. Grande riqueza em impostos e vai ajudar na saúde e na educação e melhorias para a cidade com muitos benefícios. Muitos falam em impactos, mas é daqui que vai sair o dinheiro para as futuras gerações”, comentou em um vídeo nas redes sociais em frente a sede da empresa Mineradora Atlântica Carijós.
O prefeito relatou que foi procurado ainda em 2018, em seu primeiro mandato, mas não podia divulgar o empreendimento já que estava em análise de licença ambiental. Para melhorar a logística, a prefeitura está reformando totalmente a estrada que liga da Itaverava e a rodovia 482 por onde escoará a produção do minério em um trecho de mais de 12 km. Ele adiantou que já foram gerados neste primeiro momentos da fase de implantação cerca de 60 empregos e acredita que pode chegar a mais de 200 novos postos de trabalho. “Faremos tudo para ajudar no nosso desenvolvimento econômico e esta é grande chance de crescimento de Itaverava”.
O empreendimento
A empresa atua na extração e beneficiamento de minério de ferro e formalizou na SUPRAM Central Metropolitana, em 05/06/2018, o processo administrativo de licença ambiental de n°12039/2014/001/2018, na modalidade de licença prévia, de instalação e de operação para o Projeto Água Limpa, na Zona Rural de Itaverava/MG, divisa com Santana dos Montes e Conselheiro Lafaiete. As atividades desenvolvidas e alvo da solicitação de licenciamento são: lavra a céu aberto – minério de ferro, código A-02-03-8, pilhas de rejeito/estéril – minério de ferro, código A-05-04-7 e unidade de tratamento de minerais UTM, com tratamento a seco.
O empreendimento de extração a céu aberto será desenvolvido na Fazenda Todão, próxima à antiga Fazenda Água Limpa, Zona Rural do Município de Itaverava/MG. O acesso ao local, a partir de Belo Horizonte, é realizado pela Rodovia BR 040, sentido Rio de Janeiro. Após 100km, em Conselheiro Lafaiete, segue-se por 10km em estradas municipais até a entrada da referida fazenda.
A área diretamente afetada possui cerca de 12 ha e o empreendimento contará com uma estrada externa, municipal, para o escoamento da produção mineral. A estrada externa atravessa as áreas rurais dos municípios de Itaverava Santana dos Montes e Conselheiro Lafaiete e ligará a área de produção mineral a um sítio de embarcação ferroviária operada pela MRS Logística, situado no Distrito de Buarque de Macedo. A localidade também se encontra próxima à Rodovia BR 040 em Conselheiro Lafaiete.
Foi solicitado ainda o licenciamento para a atividade de estrada para transporte de minério/estéril externa aos limites de empreendimentos minerários. O licenciamento foi requerido para uma produção bruta de 550.000 toneladas ano de minério de ferro, enquanto a unidade de tratamento de minerais possui capacidade instalada de beneficiamento de 750.000 toneladas ano. A pilha de rejeito/estéril ocupará uma área de 5,0ha. A área do empreendimento é de aproximadamente 12ha.