Hoje (31) tem vacinação para crianças de 3 anos contra COVID19

A Secretaria Municipal de Saúde informa o inicio da vacinação de 1ª dose para crianças com 3 anos completos, nascidas em NOVEMBRO E DEZEMBRO
➡ Terça-feira, 31/01 das 13 às 17h:
➡ A imunização será realizada na Unidade Central de Vacinação no horário de 13:00 às 17:00 horas. Destacamos que este horário o atendimento na Unidade Central de Vacinação será EXCLUSIVO para aplicação da vacina CORONAVAC. (Neste dia a à vacinação de rotina das demais vacinas podem ser administradas nas Unidades de Estratégia de Saúde da Família dos bairros).
➡ Local: Unidade Central de Vacinação
Av. Dom Pedro II, nº178, Bairro São Sebastião
⚠️ Documentação a ser apresentada:
É indispensável a apresentação do cartão de vacina, cartão do SUS ou CPF (ORIGINAL e CÓPIA:)
✅ Os menores deverão estar acompanhados de seus pais e/ou responsáveis

Aberto cadastro para vacinação de crianças menores de 3 anos com comorbidades

A Prefeitura de Congonhas inicia, nesta quarta-feira (30), o cadastro de crianças com comorbidades, com idade entre seis meses e 2 anos, 11 meses e 29 dias de idade, para terem acesso à vacina contra Covid-19, conforme a recomendação do Ministério da Saúde. O cadastro favorecerá o planejamento de imunização deste grupo que começa no dia 12 de dezembro nas UBS’s de Congonhas.

Os pais ou responsáveis devem procurar a Unidade Básica de Saúde de sua referência para efetuar o cadastro. No caso das famílias que fazem uso de convênios e da rede particular de saúde, é necessário levar laudos, declarações, prescrições médicas ou relatórios médicos com descritivo ou CID da doença ou condição de saúde (emitidos em até 12 meses antes da data da vacinação), assinado e carimbado, em versão original que comprove a comorbidade da criança.

Não poderão ser imunizadas as crianças que tenham tido Covid-19 com início de sintomas nos últimos 30 dias. Todas as demais orientações serão passadas aos pais e responsáveis no ato do cadastro.

O município recebeu 150 doses da vacina que permitirá a vacinação de 50 crianças com três doses do imunizante. Essas doses são exclusivas para crianças com comorbidades. A segunda dose deve obedecer um intervalo mínimo de 4 semanas e mais 8 semanas para a terceira dose.

De acordo com as orientações do Ministério da Saúde, estão elegíveis para se vacinar as crianças de 6 meses a menores de 3 anos com as seguintes comorbidades:

  • Diabetes mellitus;
  • Pneumopatias crônicas graves;
  • Hipertensão Arterial Resistente (HAR);
  • Hipertensão arterial estágio 3;
  • Hipertensão arterial estágios 1 e 2 com lesão em órgão-alvo;
  • Insuficiência cardíaca (IC);
  • Cor-pulmonale e Hipertensão pulmonar;
  • Cardiopatia hipertensiva;
  • Síndromes coronarianas;
  • Valvopatias;
  • Miocardiopatias e Pericardiopatias;
  • Doenças da Aorta, dos Grandes Vasos e Fístulas arteriovenosas;
  • Arritmias cardíacas;
  • Cardiopatias congênitas;
  • Próteses valvares e Dispositivos cardíacos implantados;
  • Doenças neurológicas crônicas;
  • Doença renal crônica;
  • Imunocomprometidos;
  • Hemoglobinopatias graves;
  • Obesidade mórbida;
  • Síndrome de Down;
  • Cirrose hepática.

ESCALA DO HORÁRIO DO TRABALHADOR NAS UBS’s (até as 20h).

• Segunda-feira: UBS’s – Basílica, Ideal, Lamartine, Pires e Vila São Vicente
• Terça-feira: UBS’s – Alvorada Campinho, Dom Oscar, Jd Vila Andreza, Joaquim Murtinho e Primavera
• Quarta-feira: UBS’s – Centro I, Alto Maranhão, Jardim Profeta II, Residencial e Santa Mônica
• Quinta-feira: UBS’s – Centro II, Cinquentenário, Dom Oscar II e Jd Profeta.

UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE

• Alto Maranhão – 3733-2158
• Alvorada – 3731-1746
• Basílica – 3731-7960
• Campinho – 3732-2257
• Centro I – 3732-1376
• Centro II – 3731-5750
• Cinquentenário – 3731-2371
• Dom Oscar I e II – 3732-1946
• Ideal – 3731-4365
• Jardim Profeta I e II – 3732-1945
• Jardim Vila Andreza – 3731-4365
• Joaquim Murtinho – 3733-1483
• Lamartine – 3731-9310
• Lobo Leite – 3733-3160
• Pires – 3733-5074
• Primavera – 3731-5235
• Residencial – 3731-2036
• Santa Mônica – 3731-6577
• Santa Quitéria – 3733-4041
• Vila Cardoso – 3733-6030
• Vila São Vicente – 3731-2860

Texto e foto por Reinaldo Silva – Comunicação Prefeitura de Congonhas

Confira o calendário de vacinação para crianças com 3 anos completos

A Secretaria Municipal de Saúde informa o inicio da vacinação de 1ª dose EXCLUSIVAMENTE para crianças com 3 anos completos, nascidas em SETEMBRO e OUTUBRO conforme programação:
➡ Inicio da vacinação de 1ª dose para crianças com 3 anos completos, nascidas em SETEMBRO e OUTUBRO
➡ Terça-feira, 29/11 das 8:30 às 16h:
➡ Local: Unidade Central de Vacinação
Av. Dom Pedro II, nº178, Bairro São Sebastião
⚠️ Documentação a ser apresentada:
É indispensável a apresentação do cartão de vacina, cartão do SUS ou CPF.
✅ Os menores deverão estar acompanhados de seus pais e/ou responsáveis

Hoje (16) tem vacinação contra a COVID-19 para crianças de 3 anos

A Secretaria Municipal de Saúde informa a seguinte data de vacinação de 1ª dose contra a covid-19 para crianças
➡ Quarta-feira, 16/11 das 08:30 às 16h: 1ª Dose PARA CRIANÇAS para crianças de 3 anos nascidas de maio a agosto
➡ Local: Unidade Central de Vacinação
Av. Dom Pedro II, nº178, Bairro São Sebastião
⚠️ Documentação a ser apresentada:
É indispensável a apresentação do cartão de vacina, cartão do SUS ou CPF.
✅ A criança deverá estar acompanhada de seus pais e/ou responsáveis

Hoje (05) tem vacinação contra COVID para crianças de 3 anos

A Secretaria Municipal de Saúde informa que no dias 05 de outubro será iniciada a vacinação de crianças de 03 anos contra a covid-19 conforme programação:
➡ Inicio da vacinação de 1ª dose para crianças com 3 anos completos, nascidas de janeiro a abril
➡ Quarta-feira, 05/10 das 8:30 às 16h:
➡ Local: Unidade Central de Vacinação
Av. Dom Pedro II, nº178, Bairro São Sebastião
⚠️ Documentação a ser apresentada:
É indispensável a apresentação do cartão de vacina, cartão do SUS ou CPF.
✅ Os menores deverão estar acompanhados de seus pais e/ou responsáveis

Inicia-se quarta-feira (05) a vacinação contra COVID para crianças de 3 anos

A Secretaria Municipal de Saúde informa que no dias 05 de outubro será iniciada a vacinação de crianças de 03 anos contra a covid-19 conforme programação:
➡ Inicio da vacinação de 1ª dose para crianças com 3 anos completos, nascidas de janeiro a abril
➡ Quarta-feira, 05/10 das 8:30 às 16h:
➡ Local: Unidade Central de Vacinação
Av. Dom Pedro II, nº178, Bairro São Sebastião
⚠️ Documentação a ser apresentada:
É indispensável a apresentação do cartão de vacina, cartão do SUS ou CPF.
✅ Os menores deverão estar acompanhados de seus pais e/ou responsáveis

Três anos após tragédia de Brumadinho, indignação persiste

Das 270 vítimas do rompimento da barragem da Vale, seis ainda não foram encontradas. Poluição causada por rejeitos, sensação de injustiça e medo de novos desastres acompanham os atingidos.

Foram quase três anos até que a família de Natalia de Oliveira recebeu o aguardado telefonema com a notícia de que o corpo da irmã, Lecilda de Oliveira, havia sido encontrado. Ela diesapareceu enquanto trabalhava em 25 de janeiro de 2019, atingida pela avalanche de rejeitos após o rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho (MG). Outras 269 pessoas, incluindo duas gestantes, também morreram imediatamente.

“A gente espera tanto esse telefonema, e quando ele vem, você vive tudo de novo”, diz Natália à DW Brasil. “A minha mãe tem 82 anos e tinha medo de morrer e não sepultar a filha.”

Lecilda foi identificada por segmentos de seu corpo e enterrada em 30 de dezembro de 2021. Famílias de seis vítimas ainda esperam para velar suas joias, como costumam chamar os que faleceram na tragédia.

Mesmo após a identificação da irmã, Natália segue no comitê de buscas dos desaparecidos. “Todas as famílias continuam unidas. É um compromisso estabelecido, é missão, e não sei largar eles pra trás. Todos serão encontrados”, afirma.

Os 1.095 dias da Operação Brumadinho dos bombeiros marcam o maior trabalho de busca e salvamento da história, segundo a corporação. No momento, as atividades no local estão paralisadas devido aos riscos trazidos pelas fortes chuvas na região.

A área atingida pelos cerca de 10,5 milhões de metros cúbicos de rejeitos se estende por 270 hectares – o equivalente a 270 campos de futebol. A lama, que despencou de uma altura equivalente a um prédio de 28 andares e escorreu pelo vale a uma velocidade de 70 quilômetros por hora, praticamente não deu chance de sobrevivência para quem encontrou pelo caminho.

Ninguém foi preso

Muitos familiares dos mortos não gostam de falar publicamente sobre o sofrimento que têm enfrentado. Eles dizem não se conformar com o que consideram impunidade: ninguém foi preso até agora.

“É uma completa falta de justiça. A Vale é um CNPJ, não posso prender a Vale. Mas posso prender as pessoas [responsáveis]. Onde elas estão? Como estão vivendo nesses três anos? Será que elas têm coragem de colocar a vida dos outros em risco, de matar outras pessoas?”, questiona Natália.

Ela diz o mesmo sobre a empresa alemã TÜV Süd, que emitiu um certificado de estabilidade da estrutura meses antes do colapso. “A TÜV Süd também tem culpa, ela também causou [o rompimento]. A empresa nunca nos pediu desculpa, nunca assumiu ter a mão suja de sangue. A única maneira de ela pagar o mal que fez é financeiramente. Não existe reparação para uma perda familiar”, defende Natália.

Imagem do dia do desastre de Brumadinho, 25 de janeiro de 2019Foto: AFP/D. Magno

Em janeiro de 2020, o Ministério Público (MP) de Minas Gerais apresentou uma denúncia contra 16 pessoas ligadas à Vale e à TÜV Süd por homicídio doloso duplamente qualificado e por diversos crimes ambientais. Segundo os promotores, um conluio entre as empresas teria levado à tragédia em Brumadinho. A denúncia foi aceita pela Justiça estadual.

Mas em outubro de 2021, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou esse processo criminal e passou o caso para a Justiça Federal, após analisar o pedido de defesa de Fábio Schvartsman, então presidente da Vale. O processo foi enviado para reavaliação, e os denunciados, dessa forma, deixaram de ser réus.

Às vésperas do terceiro aniversário das mortes, o MP recorreu da decisão. Os promotores argumentam que “os acusados agiram assumindo o risco de provocar mortes, pois antes da tragédia efetuaram um cálculo econômico envolvendo o valor das vidas que seriam perdidas com a então provável ruptura da barragem”. Os responsáveis estariam “cientes do estado crítico da estrutura” e teriam se omitido, alega a ação.

Na Alemanha, um outro processo em andamento julga a responsabilidade da TÜV Sud.

Impactos duradouros

Rosane Maria de Jesus, de 51 anos, nunca imaginou que a casa onde nasceu e cresceu seria tomada pelos rejeitos – três anos depois do rompimento. A construção, às margens do rio Paraopeba, no bairro Canto do Rio, em Brumadinho, foi atingida pela enchente que castigou a região neste mês.

Acostumada a ver a água invadir o local, Jesus conta que vivencia algo inédito. “O rejeito veio junto com a enchente. Depois que seca a água, vai ficando um barro seco por cima. Ele tem brilho, e a gente não consegue tirar, parece que tem uma cola. É bem fininho”, contou à DW Brasil.

Desde 11 de janeiro, ela dorme num abrigo providenciado pela Igreja Católica na cidade, onde passou a cozinhar para as 80 pessoas acolhidas. “Sem chances de voltar pra casa, ainda tem muito minério pra ser tirado de lá de dentro. Eu perdi toda a mobília. Desde a tragédia [de 2019], o rio ficou muito assoreado. A gente nunca mais vai dormir sossegado”, diz, em referência ao medo de novos rompimentos. 

Casa de Rosane de Jesus, em Brumadinho, atingida em janeiro por inundação do rio Paraopeba, ainda contaminado por rejeitos da mineraçãoFoto: Rosangela Jesus

A quase 200 quilômetros do epicentro da tragédia, em Curvelo, Eliana afirma travar uma batalha diária para se manter no sítio onde vive, próximo ao Paraopeba. A poluição trazida pelos rejeitos aniquilou todas as atividades que geravam renda para a família: pescaria profissional, cultivo de alimentos e criação de animais.

“Minha família é muito atingida. Perdemos toda a renda. Meu filho está em sofrimento mental, perdeu a vontade de viver”, disse por telefone à DW Brasil. No dia em que falou com a reportagem, Eliana estava no hospital, aonde chegara de madrugada para salvar a vida do filho, de 28 anos.

Ela recebeu por um ano um auxílio emergencial da Vale, mas água potável para o consumo da família nunca foi fornecida pela mineradora. O abastecimento desde então é feito por caminhões da Copasa, que enchem um tanque na comunidade.

“A gente é obrigada a pagar por essa água que chega em casa suja. Não é seguro. A água é fedida, escura”, afirma Eliana.

Os assessores técnicos que atuam nos territórios atingidos confirmam o cenário caótico. “Nós vemos uma violência, violações de direitos que acabam sendo invisibilizadas”, afirma o Instituto Guaicuy, uma das três assessorias técnicas independentes nomeadas pela Justiça para apoiar moradores na busca por reparação.

Até o fim de 2021, o instituto enviou à Vale 273 ofícios solicitando atendimento a atingidos, que pedem reconhecimento de direitos como pagamento emergencial, fornecimento de água ou ração, por exemplo.

“Nós presenciamos muito adoecimento, indignação, revolta. A ré do processo, a Vale, acaba sendo a última ditadora das regras do jogo”, afirma o corpo técnico.

Questionada pela DW Brasil, a Vale respondeu que faz entregas emergenciais via caminhão pipa e de água mineral em cerca de 620 núcleos familiares. São atendidos quem não possuía água encanada e fazia captação diretamente do Paraopeba; usuários de poços artesianos e cisternas a até 100 metros da margem do rio, de Brumadinho a Pompéu.

Eliana, que mora a 200 metros da margem, não compreende esse critério adotado. Impedida de usar a água contaminada pelos rejeitos do Paraopeba e cansada de reclamar, a moradora diz sofrer diversas tentativas de intimidação. “A Vale sabe o que causou na nossa vida. Os funcionários dela vão na nossa casa, fazem muitas perguntas, vão embora e depois voltam para negar o direito. Eles fazem tudo o que podem pra maltratar a gente”, denuncia.

Sensação de insegurança

Natália de Oliveira diz ter acreditado que as mortes da irmã e das outras vítimas trariam mudanças. “A gente se agarrou na história de que essas pessoas fizeram esse sacrifico de morrer aqui pra mudar a história da mineração. Mas a cada dia chega uma notícia de que outras barragens podem romper, de que outras famílias podem passar por isso”, afirma.

Com as fortes chuvas neste mês, uma vistoria feita pelo MP em Minas Gerais constatou que, das 31 estruturas supervisionadas por apresentarem algum grau de emergência, 18 terão que passar por intervenções.

Uma alerta emitido pela Associação Brasileira de Antropologia (ABA), Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS), Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP) e Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS) pede providências.

Para os especialistas, os sucessivos rompimentos, transbordamentos, “obras emergenciais” e ameaças de colapso de dezenas de barragens são exemplos dos riscos que envolvem o afrouxamento das regras ambientais no país.

“Minas é um dos estados pioneiros na chamada flexibilização do licenciamento ambiental”, diz a nota. “O avanço da mineração a qualquer custo, enfim, que se sustenta na pilhagem, no abuso de poder e na elevação de estruturas de engenharia erguidas para além dos limites técnicos aceitáveis, coloca o meio ambiente e a vida da população em risco”, argumenta.

Para Maria Teresa Corujo, ativista e ex-conselheira da Câmara de Atividades Minerárias do Conselho Ambiental de Minas Gerais, que denunciou várias ilegalidades durante o processo de licenciamento que autorizou a ampliação das atividades da Vale em Brumadinho um mês antes da tragédia, as mudanças esperadas não vieram.

“As duas tragédias, Mariana e Brumadinho, não trouxeram qualquer segurança quanto ao que é certificado pelas mineradoras. Pelo contrário. Estamos diante de situações suspeitas quanto ao risco de barragens. Estamos cada vez mais preocupados”, afirma.

Nádia Pontes Repórter

FONTE DW

Três anos após tragédia da Vale, famílias ainda vivem angústia à espera de localização de 6 vítimas: ‘A lama não é o lugar deles’

Desde 2019, mais de 4 mil bombeiros participaram da maior operação de buscas do país. Por causa das chuvas que castigaram MG, trabalhos em Brumadinho estão interrompidos

Seis famílias ainda vivem a angústia que começou no dia 25 de janeiro de 2019. Para elas, o tempo tem corrido de um jeito diferente. Três anos após o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho (MG), elas ainda esperam encontrar suas joias.

“É uma ferida que jamais vai cicatrizar. É muito triste para uma mãe e um pai perder um filho. Agora, perder um filho do jeito que a gente perdeu, ninguém merece passar por essa dor. A gente dorme, a gente acorda esperando uma ligação do IML avisando que meu filho foi identificado”.

Esse o desabafo da técnica de enfermagem Lúcia Aparecida Mendes Silva, mãe de Tiago Tadeu Mendes da Silva. (Leia mais sobre a história dos desaparecidos ao fim da reportagem).

Tragédia da Vale completa três anos; rompimento causou 270 mortes — Foto: Carlos Eduardo Alvim/TV Globo
Tragédia da Vale completa três anos; rompimento causou 270 mortes — Foto: Carlos Eduardo Alvim/TV Globo

Patrícia Borelli acompanhou a tragédia pelo noticiário e nem imaginou que a mãe estaria entre os 270 mortos. Maria de Lurdes da Costa Bueno era uma das hóspedes da Pousada Nova Estância.

“Ela não comentou que viajaria para Brumadinho. Ela estava junto com o marido e os filhos dele. A viagem era para celebrar a vida e acabou desse jeito”, lamenta.

Patrícia mora nos Estados Unidos e ficou 20 dias em Minas Gerais na expectativa de encontrar o corpo da mãe. Três anos depois, esse ciclo de luto ainda não se encerrou.

Seis pessoas continuam desaparecidas, quase três anos desde a tragédia da Vale em Brumadinho. — Foto: Arquivo g1

“A gente vive a tristeza duas vezes. Primeiro por ter perdido nossas joias de um jeito bárbaro e cruel. E segundo porque é preciso encerrar do jeito que ela merece. Ali não é lugar dela. Ela está na lama e não merece ficar naquele lugar”, diz.

Buscas interrompidas

A área atingida pelo rejeito de minério virou um grande canteiro. Máquinas e tratores fazem a limpeza do local praticamente durante todo o dia. No início do ano, a chuva que caiu em Brumadinho forçou o Corpo de Bombeiros a interromper as buscas.

“O trabalho deve ser retomado a partir do dia 8, 9 de fevereiro. Nesse momento estão sendo realizadas intervenções para garantir a estabilidade e a segurança dos militares, mas o planejamento e acompanhamento dessas ações continuam”, afirma o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.

Mais de 4 mil bombeiros participaram das buscas em Brumadinho — Foto: Carlos Eduardo Alvim/TV Globo
Mais de 4 mil bombeiros participaram das buscas em Brumadinho — Foto: Carlos Eduardo Alvim/TV Globo

Desde o dia 25 de janeiro de 2019, a operação em Brumadinho só tinha sido suspensa em dois momentos. O primeiro, de março a agosto de 2020, e o segundo, de março a agosto de 2021, em cumprimento a determinação do Comitê de Enfrentamento à Covid do estado. Nos dois períodos, Minas Gerais enfrentava, até então, as fases mais críticas da pandemia.

De acordo com a corporação, cerca de 4,2 mil bombeiros já atuaram nas buscas em Brumadinho. O trabalho não tem data para terminar. O compromisso dos militares é devolver às famílias todas as vítimas da tragédia.

No retorno das buscas, as equipes do Corpo de Bombeiros vão contar com esteiras desenvolvidas exclusivamente para a operação. As estações já estão sendo montadas e podem ajudar na localização dos corpos, agilizando as tarefas.

“Sem essa despedida é uma morte a conta-gotas. A gente entende que devolver essas joias para as famílias é a conclusão de um ciclo. E desde então, essa sempre foi a nossa missão”, afirma Aihara.

Identificação

Em três anos, 264 vítimas localizadas na área do desastre da Vale foram identificadas — Foto: Carlos Eduardo Alvim/TV Globo
Em três anos, 264 vítimas localizadas na área do desastre da Vale foram identificadas — Foto: Carlos Eduardo Alvim/TV Globo

Em Belo Horizonte, o trabalho de identificação também continua. Em três anos, 264 vítimas localizadas foram identificadas.

Até o dia 10 de janeiro, 900 casos foram solucionados. Isso representa 94% de todos os materiais que chegaram ao Instituto Médico-Legal (IML). De acordo com a Polícia Civil, nesses casos, estão incluídos as identificações, reidentificações e segmentos não humanos.

“A sensação de entrar aqui e ver o Instituto Médico-Legal coberto de lama, de encontrar todas as mesas de necropsia, todos os materiais cobertos por uma lama que não era de terra. Era uma lama de ferro. Aquela imagem está bem viva na minha cabeça, era um outro lugar”, relembra o medico-legista Ricardo Moreira, que chefiava a equipe do IML na época do rompimento.

Sessenta e um casos estão sob análise. Em nota, a Polícia Civil afirmou que eles já “foram examinados e periciados, mas sua identificação não foi possível por outros métodos (papiloscopia, odontologia, antropologia) e seguem para exame de DNA”. Na fase atual, cerca de 30 servidores são responsáveis pelo trabalho de identificação.

Joias ainda não encontradas

  • Tiago Tadeu Mendes da Silva
Tiago Tadeu Mendes da Silva — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Tiago Tadeu Mendes da Silva — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Tiago Tadeu Mendes da Silva, de 34 anos, tinha acabado de se formar em engenharia mecânica. Os estudos, feitos com muito suor e dedicação, foram celebrados pela família. O convite de formatura é como um diploma para a técnica de enfermagem Lúcia Aparecida Mendes Silva, mãe de Tiago.

“Ele trabalhava na mina de Sarzedo e veio transferido para Brumadinho 20 dias antes de morrer. Ele veio para a morte. Para nós, a faculdade dele foi um sonho. Para ele, uma expectativa de melhorar no emprego. Veio para trabalhar como engenheiro e não voltou mais”, conta Lúcia.

Tiago era o mais velho de três filhos. A paixão pelo Galo ele nunca escondeu. Fazia questão de publicar fotos com a camisa do time preferido. Deixou esposa e duas crianças: uma menina e um menino, que na época tinha oito meses.

“As crianças são o nosso maior incentivo para continuar, para seguir. A gente vive por causa dos netos. São os amores da minha vida. A gente vê nas crianças ele. É o nosso conforto”, diz a mãe.

  • Nathália de Oliveira Porto Araújo
Nathalia de Oliveira Porto Araujo — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Nathalia de Oliveira Porto Araujo — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Da porta de casa, a mãe de criação de Nathália olha para o horizonte e vê o local exato onde ficava a mina da Vale que se rompeu. E ali, sentada no sofá, ela passa boa parte das horas do dia como se esperasse pela filha.

“Nathália era muito assim, carinhosa com a gente. Tudo que ela fazia, ela falava comigo. Ela ia e falava onde ia. Trabalhadeira. A gente não esquece hora nenhuma da pessoa que a gente ama”, conta a aposentada Maria Oliveira.

Nathália Porto tinha 25 anos. Trabalhar na mineradora era um sonho antigo e, para ela, sinônimo de estabilidade. Conseguiu entrar como estagiária e o salário era usado para construir a casa própria. Deixou dois filhos e o marido, com quem conversou pela última vez momentos antes de morrer.

“Na hora do almoço ela ligou para o Jorge [marido de Nathália] para falar sobre a caixa d’água e a construção. Aí de repente ela disse: ‘Jorge está estremecendo tudo, tá fazendo o maior barulho, não sei o que está acontecendo’. Ele conta para gente que, antes de a ligação cair, ela gritou: ‘Deus me dá o livramento’. Aí acabou, nunca mais e até hoje a gente vive na expectativa de poder enterrar o corpo dela com dignidade”, diz Tânia Efigênia Queiroz, prima de Nathália.

  • Maria de Lurdes da Costa Bueno
A corretora Maria Lurdes da Costa Bueno morta na tragédia de Brumadinho (MG)  — Foto: Reprodução/Facebook
A corretora Maria Lurdes da Costa Bueno morta na tragédia de Brumadinho (MG) — Foto: Reprodução/Facebook

Maria de Lurdes tinha 59 anos e morava em São José do Rio Pardo, interior de São Paulo. Ela foi passear em Brumadinho com o marido e os enteados. Seria um fim de semana para conhecer o Inhotim e para descansar na Pousada Nova Estância. O sossego foi interrompido pela tragédia. Ninguém da família sobreviveu.

“Todo dia eu penso na tragédia, no que aconteceu, a gente não consegue não pensar. Minha mãe era uma pessoa de bem com a vida e que fazia questão de receber bem as pessoas. É uma dor devastadora. Quando eu cheguei no Brasil, na época do rompimento, eu quis ir ao local para ver de perto o tamanho da devastação e tentar entender o que tinha acontecido”, conta a filha de Maria de Lurdes, Patrícia Borelli.

Mesmo de longe, a consultora acompanha as informações sobre o trabalho de identificação em Brumadinho.

“A lama não é o lugar deles. Por isso é muito importante esse trabalho e não pode ser interrompido até que todas as famílias recebam suas joias. Enquanto esse ciclo não se encerra, vivemos um luto dobrado. Pela ausência e por não poder despedir dos nossos parentes do jeito que tem que ser”, lamenta.

  • Olímpio Gomes Pinto
Olímpio Gomes Pinto — Foto: Reprodução
Olímpio Gomes Pinto — Foto: Reprodução

Licão era auxiliar de sondagem. Ele e mais quatro colegas de trabalho estavam no nono andar da barragem, quando a estrutura se rompeu.

“A gente estava saindo para almoçar. Aí num piscar de olhos todo mundo sumiu, um da frente do outro. Aí, eu pulei de lado, na hora afundou tudo e eu não vi mais nada. Me deu um aperto no peito e eu só pensei: acabou tudo”, relembra Lieuzo dos Santos, 57 anos, único sobrevivente do grupo.

Olímpio Gomes Pinto tinha 56 anos. Deixou a mulher, com quem era casado por mais de trinta anos, e filhos. Morava em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

g1 não conseguiu contato com a família de Olímpio.

  • Cristiane Antunes Campos
Cristiane Campos Brumadinho — Foto: Reprodução/Redes sociais
Cristiane Campos Brumadinho — Foto: Reprodução/Redes sociais

Cristiane entrou na Vale como motorista de caminhão e viu na empresa a oportunidade de crescer profissionalmente. Fez curso técnico em mineração e passou a ser supervisora de mina. Ela tinha 34 anos na época da tragédia e trabalhava havia dez na Vale.

O parentes de Cristiane preferiram não dar entrevista.

  • Luís Felipe Alves
Luís Felipe Alves — Foto: Reprodução/Facebook
Luís Felipe Alves — Foto: Reprodução/Facebook

Para os amigos mais próximos, Luís Felipe Alves tinha o apelido carinhoso de “pivet”. Ele nasceu em Jundiaí, em São Paulo, e se mudou para Brumadinho três meses antes do rompimento da barragem. Ele trabalhava no setor administrativo da Vale.

Nas redes sociais, o rapaz de 30 anos não escondia o seu amor pela bola. Era apaixonado pelo Paulista Futebol Clube, o Paulista de Jundiaí, time de 112 anos, que disputa a série B da principal competição de futebol do estado de São Paulo.

Os parentes Luís também não quiseram dar entrevista.

FONTE G1

Chuvas colocam barragens em alerta, 3 anos após ruptura em Brumadinho

Tragédia em cidade mineira completa três anos nesta terça-feira

As chuvas das primeiras semanas de 2022 em Minas Gerais têm colocado a mineração em alerta, ao mesmo tempo em que moradores de áreas próximas às minas e às barragens voltam a temer a repetição de tragédias como a de Brumadinho (MG). O episódio que tirou a vida de 270 pessoas completa exatos três anos nesta terça-feira (25).

De lá para cá, o setor e o poder público anunciaram medidas que prometiam trazer maior segurança à população. No entanto, um dossiê divulgado na semana passada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) mostra que o cenário atual segue oferecendo preocupações. Constatou-se que 18 das 31 estruturas de mineração em situação de emergência no estado precisam de medidas emergenciais.

O relatório é fruto de uma parceria com a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), órgão ambiental vinculado ao governo mineiro. Foram reunidas informações como a pluviosidade média que incidiu em cada barragem, a existência ou não de plano para o período chuvoso, a avaliação da performance do sistema de drenagem, as referências a anomalias e patologias registradas, além de ações planejadas de manutenção e monitoramento.

O levantamento, considerado preventivo, foi anunciado como uma resposta aos últimos acontecimentos em meio às chuvas torrenciais. Em algumas localidades, foram registrados mais de 200 milímetros em apenas dois dias.

Segundo o MPMG, as mineradoras tiveram um prazo de cinco dias para apresentar documentos e prestar esclarecimentos. Expostas ao alto volume pluviométrico, as 18 estruturas precisarão de algum tipo de intervenção específica para prevenir novas intercorrências.

No dia 8 de janeiro, um dique da mina de Pau Branco, pertencente à mineradora francesa Vallourec, transbordou em Nova Lima (MG). Não houve ruptura da estrutura e nem mortes, mas a rodovia federal BR-040 foi atingida e ficou interditada por quase dois dias. A Vallourec recebeu do governo de Minas Gerais uma multa de R$ 288 milhões.

Um dia depois, o susto foi em Pará de Minas (MG). A população do entorno da represa da Usina Hidrelétrica do Carioca foi orientada a deixar suas casas às pressas diante do risco de rompimento, embora a estrutura da companhia têxtil Santanense não se seja uma barragem de mineração e sim de água.

Em Congonhas (MG), a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) justificou a suspensão dos trabalhos no domingo (9) pelo aumento do volume de chuva. Uma decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou há duas semanas o envio de fiscais da Defesa Civil para averiguar a situação, próxima à barragem Casa de Pedra.

A mineradora assegura que os deslizamentos são na área externa de barragem e que está trabalhando para conter o problema. A CSN também elevou, no dia 11 de janeiro, o alerta para a barragem B2 da Mina de Fernandinho, em Rio Acima (MG).

Já no dia 13 de janeiro, a Vale comunicou a alteração das condições de segurança em duas estruturas: a barragem Área IX, da Mina da Fábrica em Ouro Preto (MG), e o Dique Elefante, da Mina Água Limpa no Rio Piracicaba (MG).

“A companhia já iniciou estudos e ações corretivas em ambos os casos. Não há a ocupação permanente de pessoas nas zonas de autossalvamento correspondentes”, informou a mineradora na ocasião.

Diante da força das chuvas, as operações em diversas minas foram suspensas. O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que representa as maiores empresas do setor, emitiu uma nota dizendo que o setor age com cautela diante dos fenômenos naturais e que as paralisações eram medidas temporárias de precaução para minimizar riscos.

“Se esta intensidade de chuvas perdurar por um curto período, o Ibram estima que não haverá reflexos na variação do preço dos minérios e na oferta. Todas as estruturas que compõem as empresas – como barragens de rejeitos – estão sendo monitoradas 24h ao dia e a qualquer sinal de anormalidade as autoridades são imediatamente comunicadas e medidas de emergência, como alertas, são tomadas imediatamente”, informou a entidade.

Projeto

Para o engenheiro Marcos Massao Futai, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), vazamentos ou rompimentos podem indicar problemas de projeto. “Se ele for bem feito, com premissas bem estabelecidas, isso não era pra acontecer”, avalia.

Ele explica que uma fase dos estudos envolve o levantamento hidrológico. “Há um estudo estatístico que leva em conta o período de recorrência, que é uma premissa do projeto. Para barragens muito importantes, esse estudo é feito para uma chuva decamilenar. Ou seja, qual é a maior chuva que poderia acontecer em dez mil anos? Aquela barragem vai ser projetada para suportar isso”, diz.

Depois da tragédia de Brumadinho, o descomissionamento de barragens que utilizam o método de alteamento a montante se tornou obrigatório no país. A Lei Estadual 23.291/2019, que tornou a medida obrigatória, fixou um prazo de três anos, que se completará no próximo mês.

Em âmbito nacional, a Agência Nacional de Mineração (ANM) editou uma resolução com determinação similar mas estabeleceu outras datas: agosto de 2021 para estruturas inativas e agosto de 2023 para aquelas que ainda estavam em operação.

Em todo caso, nem o prazo mais alargado deve ser cumprido. Até agora, menos de 20% das estruturas alteadas a montante no estado tiveram seu processo concluído. Após a rompimento da sua barragem em Brumadinho, a Vale anunciou o descomissionamento de nove estruturas.

Com base nas determinações legais fixadas posteriormente, ela passou a listar 30. Apenas sete delas já estão com o processo concluído. A última, que teve a finalização anunciada em novembro do ano passado, foi o Dique 5, em Itabira (MG).

Diante dos riscos associados às barragens alteadas a montante, o descomissionamento muitas vezes passou a ser acompanhado por uma medida emergencial: a construção de muros de contenção, que atuariam como uma barreira para bloquear a passagem de uma onda de rejeitos. Essas obras costumam ser pactuadas entre mineradora e poder público nos casos mais críticos, quando há alto risco de rompimento.

Em meio ao alto volume pluviométrico, no entanto, consequências indesejadas foram relatadas por moradores da comunidade de Macacos, em Nova Lima, onde foi erguida uma dessas estruturas com cerca de 40 metros de altura para frear o impacto de uma eventual ruptura na barragem B3/B4. Mas com a retenção de água da chuva, ocorreu um alagamento nos acessos ao local e a população ficou ilhada.

Por meio de nota, a Vale afirma que o muro foi projetado para permitir a passagem do fluxo da água a partir de seu vertedouro e suas comportas. “Entretanto, devido ao elevado volume de chuvas – superior a 520 mm desde o início deste ano e acima da capacidade da estrutura –, a contenção acabou contribuindo para alagamentos nas vias próximas à estrutura. Com a melhora da situação climática e gradual liberação dos acessos nas áreas afetadas, as equipes técnicas da Vale já se mobilizam para executar uma avaliação aprofundada e identificar melhorias necessárias na estrutura”, garante a mineradora.

Futuro

Um movimento que vem ocorrendo no Brasil é a adoção de métodos do empilhamento à seco, conhecido também pela expressão em inglês dry stacking: a água filtrada é reutilizada no processo produtivo enquanto o rejeito é disposto em pilhas, dispensando assim o uso das barragens.

Essa alternativa, embora seja mais custosa, tem se tornado atraente em meio às mudanças na legislação ambiental brasileira. Muitas das grandes mineradoras que atuam no país têm caminhado nessa direção.

A Vale, por exemplo, iniciou em 2011 um projeto piloto em Vargem Grande (MG) e estima alcançar uma investimento de R$ 1,5 bilhão na implantação desta tecnologia em outras minas no período entre 2020 e 2023.

No mês passado, a Usiminas anunciou a inauguração de um sistema dry stracking em Itatiaiuçu (MG). “A nova planta permitirá à empresa encerrar o ciclo de uso das barragens para a disposição dos rejeitos gerados no processo de beneficiamento de minério”, assegura a mineradora, que aponta ainda outra vantagem do sistema: a recirculação da água reduz a necessidade de captação em rios ou poços.

Apesar do otimismo publicamente manifestado pelas mineradoras, o episódio ocorrido na mina de Pau Branco levanta o alerta. A Vallourec utiliza o sistema de disposição a seco no local. O transbordamento ocorreu no dique que capta a água da chuva que passa pela pilha de rejeitos. O nível da água se elevou porque parte do material empilhado escorregou para o reservatório.

“São coisas para se estudar. Essas pilhas estão começando a ser construídas e vão atingir alturas consideráveis. Mas deve demorar algumas décadas para chegarmos nesse cenário”, diz Marcos Massao Futai.

Ele alerta que é preciso aprofundar os conhecimentos para evitar novos problemas. “Em alguns países de clima mais árido, esse sistema funciona bem. Em locais onde chove pouco, não se vê muito problema. No nosso caso, com o passar do tempo, pode-se criar nível freático dentro dessas montanhas artificias de rejeito”, pontua.

Para o engenheiro, o caminho é melhorar a tecnologia constantemente e encontrar formas mais seguras de depositar o rejeito. “Independente do método, ele precisa ser bem projetado, bem construído, bem monitorado e ser preparado para um dia fechar. Chega um momento que não é possível mais por material. E aí é possível devolver para a sociedade de forma que sejam áreas reutilizáveis. É possível prever por exemplo que, depois do empilhamento, seja construído um parque com revegetação. Envolve um esforço amplo, não só da engenharia”.

Barragens em emergência

Das 31 barragens em situação de emergência no estado, uma pertence à ArcelorMittal e uma à CSN. As outras 29 são de responsabilidade de Vale, inclusive as três que se encontram atualmente no nível de emergência 3, que significa risco iminente de ruptura: a B3/B4 em Nova Lima, a Sul Superior em Barão de Cocais (MG) e a Forquilha III em Ouro Preto.

Essa lista cresceu após um pente-fino impulsionado por órgãos de controle em resposta à tragédia de Brumadinho. Diversas barragens perderam suas declarações de estabilidade, o que exige sua paralisação e o acionamento automático do nível 1 de emergência.

Nos casos em que a gravidade da estrutura atinge nível de emergência 2 ou 3, é obrigatória a evacuação de todo o perímetro que seria alagado em caso de um rompimento.

A retirada de milhares de moradores de suas casas, em diversas cidades mineiras, foi uma realidade durante os meses que se seguiram após o rompimento da barragem de Brumadinho.

No ano passado, ainda houve ocorrências pontuais. Os atingidos, na maioria dos casos, costumam ser levados para imóveis alugados pela mineradora responsável. A reparação dos danos causados a essas populações vêm sendo discutida em diversas ações judiciais.

A Vale já chegou a ter quatro barragens no nível de emergência 3 e seis no nível de emergência 2. Por outro lado, é frequente a entrada de barragens na lista daquelas que demandam atenção.

Em abril do ano passado, por exemplo, o MPMG foi à Justiça para cobrar inspeções e pedir a paralisação das operações em 14 barragens da Vale que eram consideradas fantasma.

Elas haviam sido cadastradas pela mineradora em 2020 e até então não eram conhecidas dos órgãos competentes. Três dessas tiveram acionamento do nível de emergência 1, diante da falta de informações sobre as condições de estabilidade.

Edição: Denise Griesinger

FONTE AGENCIA BRASIL EBC

Caixa libera 3 anos de saque do FGTS com valor mínimo de R$ 2 mil

Conheça a possibilidade de saque do FGTS onde a Caixa libera até três anos de saque com valor mínimo de R$ 2 mil

Durante o período de pandemia com o preço dos alimentos e de tudo ficando cada vez mais caro, muitos trabalhadores estão em busca de uma grana extra para conseguir resolver algumas pendências da vida. Nessa situação a Caixa Econômica Federal liberou uma modalidade que permite que os trabalhadores possam resgatar até três anos de saque do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) de uma só vez.

A possibilidade de antecipar três anos de saque é destinada a todo e qualquer trabalhador que tenha aderido à opção de saque-aniversário, modalidade está que é opcional.

Ao navegar pela internet você pode ter encontrado algumas informações sobre essa possibilidade, porém, aqui explicaremos o passo a passo de como funciona o saque-aniversário, como aderir, quanto receber, bem como o caminho para conseguir acesso à antecipação de saque do FGTS.

Saque-aniversário do FGTS

O saque-aniversário é uma medida nova, liberada em 2020, onde os trabalhadores fazem a opção pela possibilidade, em que, uma vez por ano, na data de aniversário o trabalhador recebe uma parte do saldo vinculado ao FGTS.

A modalidade se difere da opção tradicional, em que o saldo do FGTS é liberado em caso de demissão (sem justa causa) ou ainda em caso de aposentadoria do trabalhador.

O trabalhador que opta por retirar o dinheiro em parcelas anuais perde o direito de sacar o saldo do FGTS caso seja demitido sem justa causa. Todavia, mantém o direito de receber a multa rescisória de 40% sobre o saldo do FGTS pago pela empresa.

Quem tem direito ao saque-aniversário?

Todos os trabalhadores que atuam de carteira assinada e possuírem saldo no FGTS podem realizar a opção do saque-aniversário, vale lembrar que quem não aderiu à opção não recebe o saque-aniversário.

Como funciona o saque-aniversário?

O saque-aniversário segue um cronograma de pagamentos definido pelo Conselho Curador do FGTS. Cada trabalhador passa a ter direito de resgatar uma porcentagem do fundo mais uma parcela fixa.

Os valores ficam disponíveis para receber a partir do primeiro dia do mês em que o trabalhador faz aniversário, todavia, caso o trabalhador não queira receber em determinado ano, a retirada do valor não é obrigatória e volta para a conta do FGTS.

Outra vantagem do saque-aniversário é que é possível receber o mesmo em outros bancos, contato que tenha a mesma titularidade cadastrada na Caixa Econômica Federal, porém é necessário atenção a totalidade a ser paga será aportada nesta outra conta e, se não for sacada, não retorna ao fundo de garantia.

Qual valor do FGTS poderei sacar?

O valor pago no saque-aniversário é calculado com base no saldo que o trabalhador possui de FGTS. Dependendo do valor do Fundo de Garantia, o cidadão pode sacar uma porcentagem do total mais uma parcela adicional fixa (que mostraremos em uma tabela a seguir).

Por exemplo, caso o trabalhador tenha R$ 1.500 em sua conta do FGTS, o mesmo terá disponível no mês de seu aniversário 30% desse valor (R$ 450), mais uma parcela de R$ 150. Portanto, o trabalhador poderá retirar R$ 600. 

Vale lembrar que conforme os anos o valor que o trabalhador pode receber poderá ser maior ou menos, dependendo exclusivamente do saldo que o mesmo possui no FGTS.

Tabela de pagamentos

Faixas de saldoAliquotaParcela adicional fixa
Até R$ 50050%
de R$ 500,01 até R$ 1 mil40%R$ 50
de R$ 1.000,01 até R$ 5 mil30%R$ 150
de R$ 5.000,01 até R$ 10 mil20%R$ 650
de R$ 10.000,01 até R$ 15 mil15%R$ 1.150
de R$ 15.000,01 até R$ 20 mil10%R$ 1.900
Acima de R$ 20.000,015%R$ 2.900

Atenção! É importante lembrar que após aderir ao saque-aniversário, só será possível voltar à modalidade anterior (saque total no caso de demissão) após dois anos e um mês.

Calendário de pagamentos

Confira o atual calendário de pagamentos que vem sendo disponibilizado:

Mês de nascimentoData de liberação do saque
Janeiro e fevereiroabril a junho de 2020
Março e abrilmaio a julho de 2020
Maio e junhojunho a agosto de 2020
Julhojulho a setembro de 2020
Agostoagosto a outubro de 2020
Setembrosetembro a novembro de 2020
Outubrooutubro a novembro de 2020
Novembronovembro/2020 a janeiro/2021
Dezembrodezembro/2020 a fevereiro/2021

Como aderir ao saque-aniversário

Conforme a Caixa, é aceita a adesão até o último dia do mês de seu aniversário. Neste caso, você deve acessar o aplicativo do FGTS ou o site fgts.caixa.gov.br.

Depois, clique na opção “Meu FGTS” e, em seguida, acesse a aba “Opção Sistemática de Saque FGTS” e clique em “Optar”. O sistema também possibilita que você acesse o seu atual saldo e faça uma simulação do valor que poderá receber em 2021.

Fique atento! Se a opção a este saque acontecer a partir do mês seguinte ao do nascimento, o trabalhador começará a receber os valores no ano seguinte, ou seja, em 2022.

Antecipação de três anos de FGTS

O trabalhador que aderiu ao saque-aniversário do FGTS, pode antecipar até três anos de saque do FGTS de uma vez, o resgate antecipado dos recursos ocorrem através de empréstimo bancário.

Quando falamos em empréstimo muitos trabalhadores ficam frustrados, principalmente aqueles com nome sujo, todavia, mesmo que o empréstimo passe por uma análise de crédito os bancos conseguem liberar mesmo para quem tem score baixo ou nome sujo, isso porque a medida utiliza o FGTS como garantia, ou seja, praticamente sem risco de inadimplência.

É importante lembrar que o tema mais comum é de que a Caixa autoriza o crédito com garantia do saque-aniversário, todavia, outros bancos também oferecem a possibilidade como é o caso do Banco do Brasil.

Entretanto, adentraremos ao mais popular deles, de como realizar a contração por meio da Caixa Econômica Federal.

Condições do crédito pela Caixa

Como a modalidade de crédito utiliza o saque-aniversário do trabalhador como garantia, os bancos, e em especial a Caixa Econômica, consegue garantir melhores condições e inclusive sendo uma das condições mais atraentes do crédito pessoal. Conheça as condições gerais do programa:

  • Taxa de juros — 0,99% ao mês;
  • Juros por ano — Acumulado de juros por ano de 12,54%;
  • Valor mínimo para empréstimo — R$ 2 mil;
  • Quantos saques-aniversário posso antecipar — É possível antecipar até 3 anos de saque.

Veja esses exemplos para você entender melhor como antecipar o Saque Aniversário FGTS:

 1º ano2º ano3º ano
Valor de antecipação do saque aniversárioR$ 1.600,00R$ 300,00R$ 300,00
Soma dos 3 anosR$ 2.200,00
ContrataçãoA contratação pode ser realizada, pois atinge o valor mínimo exigido de R$ 2.000,00, além do valor mínimo por ano de R$ 300,00
 1º ano2º ano3º ano
Valor de antecipação do saque aniversárioR$ 1.500,00R$ 500,00Não optou
Soma dos 3 anosR$ 2.000,00
ContrataçãoA contratação pode ser realizada, pois atinge o valor mínimo exigido de R$ 2.000,00, além do valor mínimo por ano de R$ 300,00

Como antecipar saque-aniversário do FGTS?

Correntistas Caixa

  1. No internet banking da Caixa, acesse a opção “Crédito”;
  2. Selecione os períodos e valores a serem antecipados;
  3. Insira a assinatura eletrônica para confirmar;
  4. Pronto! O comprovante irá aparecer na tela do seu celular ou computador e o dinheiro será disponibilizado na conta em questão.

Não correntistas

  1. Baixar e acessar o aplicativo do FGTS; 
  2. Clicar em “linha de crédito”; 
  3. Informar o número de parcelas que se deseja antecipar e os respectivos valores; 
  4. Agora, é possível realizar uma simulação; 
  5. Caso se confirme o interesse no benefício, deve clicar em “contratar”; 
  6. Inserir a assinatura eletrônica;
  7. Concluir o processo e guardar o comprovante.  

FONTE JORNAL CONTÁBIL

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