“Circuito Villas e Fazenda de Minas” celebra 20 anos e homenageia cidades participantes

Ontem (08/11) o Circuito Villas e Fazendas de Minas deu inicio as comemorações de 20 anos de sua história completada neste mês, iniciando o projeto “Circuito na Cidade”, onde irá percorrer as 12 cidades pertencentes a entidade, visitando os poderes executivos e legislativos fazendo a entrega do mapa regional e apresentando os projetos realizados e em execução.

A primeira cidade visitada foi Santana dos Montes, onde a Presidente da instituição, Tatiana de Resende, entregou em mãos o quadro para o Prefeito Municipal Cici do Lego e para a Presidente da Câmara Juliana Nogueira.

Senhora de Oliveira foi visitada pela Gestora da entidade, Sidneia Martins, onde foi recebida pela a equipe da Secretaria de Cultura e Turismo, prefeito e Câmara Municipal. Ela entregou a homenagem para o Prefeito Jose Aureliano e para o Presidente da Câmara Nivaldo.

“A Instância de Governança Regional é uma organização com participação do poder público, do setor privado e de outras entidades representativas do turismo dos municípios componentes das regiões turísticas, com o papel de coordenar o Programa em âmbito regional. Elas passam a ser responsáveis pela definição de prioridades, pela coordenação das decisões a serem tomadas, pelo planejamento e execução do processo de desenvolvimento do turismo na região turística”, destacou Tatiana.

Nando Reis se apresenta em Ouro Branco no mês de dezembro

Com o avanço da vacinação, os shows começam a voltar em solo brasileiro. Em Ouro Branco, após confirmar o show da cantora Marília Mendonça em novembro, também terá a apresentação do cantor e compositor Nando Reis. O ex-Titãs se apresentará de forma intimista na Pousada Ecorsini no dia 30 de dezembro, em um lual pré-réveillon.

A banda mineira Velotrol e os DJs Edbass e Be também se apresentarão na Pousada Ecorsini na mesma noite que Nando Reis. O evento será open bar, com água, refrigerante, cerveja e vodka. O evento está marcado para às 20h.

No anúncio do show de Nando Reis, a organizadora do evento, Agenda Cultural FCA, esclareceu que “estão monitorando atentamente a situação da COVID-19 no Brasil” e “que todas as medidas necessárias para assegurar o bem-estar de todos serão tomadas”.

O último lançamento de Nando Reis foi o single “Na Estrada”, que contou com a participação do cantor Péricles. Para o show em Ouro Branco, o ex-Titãs tocará seus grandes sucessos, como “Pra Você Guardei O Amor”, “Relicário”, “All Star”, “De Janeiro a Janeiro”, “Por Onde Andei”, entre outros, acompanhado de sua banda.

Nando Reis se apresenta em Ouro Branco no mês de dezembro
Foto: Instagram / Pousada Ecorsini

Situação da Covid-19 em Ouro Branco

Ouro Branco se encontra na Onda Verde, a mais flexível do plano Minas Consciente, o que permite a realização de eventos. De acordo com o Boletim Epidemiológico divulgado pela Prefeitura Municipal nessa terça-feira, 26 de outubro, dos 5.107 casos de Covid-19 confirmados na cidade, 48 estão em monitoramento domiciliar, dois pacientes estão internados, 57 pessoas morreram pela doença e 4.996 estão recuperados.

O “vacinômetro” da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) mostra que, em Ouro Branco, 32.244 imunizantes de primeira dose e 26.697 da segunda foram aplicadas na cidade, além de 825 doses únicas e 646 de reforço. Portanto, 81,44% das pessoas estão parcialmente imunizadas e 69,51% receberam a imunização completa contra a Covid-19.

FONTE MAIS MINAS

Casa das Tias retorna aos palcos

Após longo tempo de pausa, com cortinas fechadas, luzes apagadas e atores em profundo respeito às regras e protocolos impostos pela pandemia, esta semana o Teatro Municipal Placedina de Queiroz abre novamente as portas para os espetáculos. Mesmo com algumas exigências e cuidados ainda necessários como medidas preventivas, a Casa do Teatro iniciou no último final de semana as apresentações em Lafaiete, realizando a “avant première” do Espetáculo Casa das Tias, uma comédia divertida, que nos devolve a oportunidade do riso, do encontro – mesmo que comedido – mas cheio de esperanças. A peça escrita por Geraldo Lafayette conta a história de três senhoras que havendo deixado o interior há mais de trinta anos, se instalaram na capital paulistana e lá fizeram uma vida muito diferente da que levavam em “Santa Felicidade”, lugar fictício de onde vieram e onde deixaram uma quarta irmã, Maria da Luz, que infelizmente veio a falecer, deixando órfão um sobrinho que por causa de uma doença, foi obrigado a deixar o seminário onde vivia. A fatalidade familiar fez com que  as três tias consternadas, tivessem que hospedar  o único sobrinho, que apesar de já rapaz, órfão, doente e sozinho, ficou  sem ter para onde ir, restando-lhe como opção  a Casa das Tias.

Com 90 minutos de duração, o enredo passa por situações hilárias onde o interior e a cidade grande se encontram gerando alguns conflitos. Vale a pena assistir e se divertir na Casa das Tias que trás no elenco Jouglas Simão fazendo o sobrinho Toninho e as Tias Leley Silva, Wendell Muryllo e Geraldo Lafayette que assina além do texto a direção do espetáculo.

Em cartas no Teatro Municipal a partir do dia 22 de outubro, sempre às sextas, sábados e domingos, até dia 31 de outubro às 20h (horário fixo para todos os dias) – Ingressos antecipados são vendidos à meia entrada na Loja ARTESÃ DE QUELUZ em frente ao Teatro Municipal ou na Casa do Teatro. Informações nos telefones: 9 8819 9057 ou 3761 0751.

Projeto vai tonar obrigatória a apresentação de comprovante de vacinação contra Covid-19

Já tramita na Câmara de Lafaiete, um Projeto de Lei, que se aprovado, tornará obrigatória a apresentação do comprovante de vacinação contra Covid-19 em espaços que prestam serviços a coletividade, como comércio, bancos, ônibus, locais públicos, etc, enquanto perdurar o Estado de Emergência em Saúde Pública.

A obrigatoriedade do comprovante de vacinação estabelecida será exigida das pessoas das faixas etárias cuja vacinação contra a Covid-19 já tenha sido iniciada, de acordo com a programação estabelecida pelo plano nacional de vacinação do Ministério da Saúde.

Segundo a lei, apresentação do comprovante não elimina a obrigatoriedade de utilização da máscara que cubra o nariz e a boca.

A não observância da legislação será considerada infração sanitária gravíssima, com sanções e penalidades, tratada como consequências danosas à saúde pública.

Coral Cidade dos Profetas encerra a série “Concertos Itinerantes” em São João Del Rei no domingo (29/08)

Após percorrer seis cidades de Minas, o Coral Cidade dos Profetas chega a São João Del Rei, última parada de sua nova turnê – a série de “Concertos Itinerantes”. A apresentação será no domingo (29/08), na Capela do Divino Espírito Santo, às 11h, de acordo com os protocolos de biossegurança. A entrada é gratuita.

“Neste concerto teremos algumas músicas acompanhadas por um instrumento  pouco comum chamado espineta, executado por Maria Amélia Viegas. Também teremos a participação da instrumentista Salomé Viegas, na flauta, e de dois cantores da cidade, a soprano Elisabete Mendonça e o barítono Adilson Cândido. Outra peculiaridade dessa apresentação é que teremos no repertório músicas de compositores de São João,  do período colonial mineiro”, afirma o maestro Herculano Amâncio. O projeto Concertos Itinerantes é viabilizado com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura, da Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo. 

Acompanhado de orquestra de câmara e solistas, o Coral Cidade dos Profetas interpretará nas ocasiões, alguns dos clássicos do repertório que o notabilizou, pinçados originalmente em acervos setecentistas. “A cada recital um compositor do período Colonial, como Manoel Dias de Oliveira, Joaquim José Emerico Lobo de Mesquita, Padre João de Deus de Castro Lobo, Marcos Coelho Neto e Jerônimo de Souza Lobo, será homenageado, com a intenção de revelar às novas gerações sua obra e sua biografia, e de aproximar este patrimônio imaterial de um público mais amplo, durante as apresentações em igrejas, reproduzindo a mesma atmosfera do período colonial”, explica o maestro do Coro, José Herculano Amâncio.

Com esta série, o Coral Cidade dos Profetas já passou por São Brás do Suaçuí, Entre Rios de Minas,  Ouro Preto, Conselheiro Lafaiete, Congonhas e Tiradentes. “Essas cidades foram escolhidas porque mantêm a tradição da Música Colonial. Quando cantamos é como se a arquitetura barroca ainda presente em alguns aspectos destes lugares ganhassem sua trilha sonora”, conclui o tenor Antônio Maria Reis, um dos integrantes do grupo.

Repertório:

– Missa Pequena – Kyrie (Joaquim de Paula Souza)

– Jaculatória (Anônimo)

– Sicut Cedrus (Anônimo)

– Moteto O Vere Christe (José Joaquim da Paixão)

– Matinas do Natal – Responsório I (Anônimo)

– Tota Pulchra es Maria (Anônimo)

– Padre Nosso (Lobo de Mesquita)

– Ave Maria (Lobo de Mesquita)

– Stabat Mater (Lobo de Mesquita)

– Ofertório de Nossa Senhora da Assunção (Anônimo).

 Pioneirismo

Especializado na interpretação de música sacra antiga de Minas Gerais, e com três CDs gravados _ “Missa em Fá de Lobo de Mesquita”, “Mestres do Colonial Mineiro” e o disco “Louvor à Virgem Maria” _ o Coral Cidade dos Profetas desenvolve, nestas mais de  três décadas de atuação, desenvolve o pioneiro trabalho de proteção deste patrimônio imaterial do País. Formação, difusão e promoção são bases das atividades desenvolvidas pelo grupo, sediado na cidade histórica de Congonhas.

Minas Gerais, nos séculos 18 e 19, protagonizou um apogeu criativo incomum com a presença de centenas de compositores _ grande parte deles atualmente desconhecidos _, e que trabalharam na criação de músicas para as celebrações litúrgicas que regiam a vida cotidiana. O tempo passou e a execução deste legado criativo do nosso povo foi deixando de acontecer, até que se restringiu basicamente aos acervos de poucas instituições de memória dedicadas à proteção das antigas partituras. O Coral Cidade dos Profetas surgiu com a proposta de divulgar esta rica musicalidade, símbolo da época do apogeu do Ciclo do Ouro.

A trajetória incomum do grupo vem proporcionando oportunidades de realização de centenas de concertos, bem como sua participação nos principais eventos culturais do interior do Estado, como Festivais de Inverno, Encontros de Corais Nacionais e celebrações litúrgicas das cidades históricas como a Semana Santa. 

Mantido pela Associação Cultural Canto Livre, o Coral oferece gratuitamente, além da produção cultural, formação musical para pessoas de 12 a 80 anos, sendo reconhecido como uma das mais autênticas manifestações culturais de Minas. Toda sua trajetória foi, recentemente, registrada no documentário “Coral Cidade dos Profetas e a Música Antiga e Minas”, disponível no Youtube, no canal oficial do Coral Cidade dos Profetas (https://bit.ly/3o4r81A).

Música Colonial

Espantoso mistério envolve a formação do movimento musical de Minas Gerais, na época em que se estabelecia e se definia a sua região aurífera. Pouco se sabe sobre os primeiros músicos que se fixaram nesta região. O certo é que, imediatamente, a música se ampliou e ocupou todos os espaços sacros da região.

Mas o maior mistério é a quase ausência de brancos neste movimento, que revelou mulatos de impressionante capacidade artística, às centenas, num só século. A valorização do músico era tamanha que mulatos eram frequentemente admitidos em irmandades de brancos, a fim de reforçarem os conjuntos como compositores, cantores e instrumentistas. Havia músicos em atividade permanente, o que explica também a grande quantidade de música composta em tão pouco tempo – a maioria das partituras encontradas foi escrita nos últimos decênios do século XVIII.

Documentos comprovam que os mestres mulatos de Minas Gerais conheciam perfeitamente as formas da música. Escreviam com grande desembaraço, fazendo ostentação de uma generosíssima invenção melódica, de uma grande capacidade para modulações espantosas, de um contraponto fluido e de uma prosódia correta, como profundos conhecedores que foram do Latim e da liturgia. É neste plano estilístico que se enquadram as composições escolhidas para o repertório da série de concertos, que compõem a ação cultural proposta pelo projeto.

A respeito desta música, o pesquisador Benedito Lima de Toledo escreveu: “Estamos no cenário de um espetáculo que ganhou características operísticas. É preciso proclamar a Fé “In Hynnis et Canticis” (com hinos e cânticos), como desde o Concílio de Trento a Igreja vinha recomendando. Assim, do coro das igrejas, vem música que preenche todo o espaço, fazendo vibrar desde a tábua do assoalho até o forro. O compositor pode ser brasileiro, mas na letra é usado o Latim e o povo entende apenas um credo aqui ou um glória ali, em meio à profusão de vozes, profusão coerente com a profusão decorativa: profusão barroca… Assim, todos os sentidos são solicitados, e com eles todos os sentimentos…”

Serviço:

Série de Concertos Itinerantes

Quando: Dia 29/08, domingo às 11h

Onde: São João Del Rei – Capela do Divino Espírito Santo 

Entrada gratuita

Conselheiro Lafaiete recebe o Coral Cidade dos Profetas com a série “Concertos Itinerantes”

O Coral Cidade dos Profetas está se apresentando em igrejas barrocas do interior de Minas, com a sua turnê “Concertos Itinerantes”. O próximo domingo é a vez de Conselheiro Lafaiete receber o grupo na Igreja de São Sebastião, às 20h. Após mais de um ano com as atividades de difusão interrompidas, devido à pandemia de Covid-19, o Coral está levando a música antiga para várias cidades do Estado, seguindo todos os protocolos de segurança. Nesta turnê, o grupo já passou por São Brás do Suaçuí e Entre Rios de Minas. Na agenda de agosto estão ainda Ouro Preto (14/08) e Congonhas (22/08). Em setembro será a vez de São João Del Rei e Tiradentes.

abertura do concerto terá a participação de ex e atuais integrantes do Coral que são de Conselheiro Lafaiete. Eles cantarão juntos com o grupo: Invitatório das Matinas do Natal (Anônimo) e Salve Regina (Lobo de Mesquita). O projeto Concertos Itinerantes é viabilizado com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura, da Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo.

Acompanhado de orquestra de câmara e solistas, o Coral Cidade dos Profetas interpretará nas ocasiões, alguns dos clássicos do repertório que o notabilizou, pinçados originalmente em acervos setecentistas. “A cada recital um compositor do período Colonial, como Manoel Dias de Oliveira, Joaquim José Emerico Lobo de Mesquita, Padre João de Deus de Castro Lobo, Marcos Coelho Neto e Jerônimo de Souza Lobo, será homenageado, com a intenção de revelar às novas gerações sua obra e sua biografia, e de aproximar este patrimônio imaterial de um público mais amplo, durante as apresentações em igrejas, reproduzindo a mesma atmosfera do período colonial”, explica o maestro do Coro, José Herculano Amâncio.

São Brás do Suaçuí, Entre Rios de Minas, Ouro Preto, Conselheiro Lafaiete, Congonhas, São João Del Rei e Tiradentes são os municípios selecionados para receber a Série. “Essas cidades foram escolhidas porque mantém a tradição da Música Colonial. Quando cantamos é como se a arquitetura barroca ainda presente em alguns aspectos destes lugares ganhassem sua trilha sonora”, conclui o tenor Antônio Maria Reis, um dos integrantes do grupo.

Repertório:

– Invitatório das Matinas do Natal (Anônimo)

– Salve Regina (Lobo de Mesquita)

– Maria Mater Gratiae (Marcos Coelho Neto)

– Missa Pequena – Kyrie (Joaquim de Paula Souza)

– Jaculatória (Anônimo)

– Sicut Cedrus (Anônimo)

– Moteto O Vere Christe (José Joaquim da Paixão)

– Matinas do Natal – Responsório I (Anônimo)

– Tota Pulchra es Maria (Anônimo)

– Padre Nosso (Lobo de Mesquita)

– Ave Maria (Lobo de Mesquita)

– Stabat Mater (Lobo de Mesquita)

– Ofertório de Nossa Senhora da Assunção (Anônimo).

Pioneirismo

Especializado na interpretação de música sacra antiga de Minas Gerais, e com três CDs gravados _ “Missa em Fá de Lobo de Mesquita”, “Mestres do Colonial Mineiro” e o disco “Louvor à Virgem Maria” _ o Coral Cidade dos Profetas desenvolve, nestas mais de três décadas de atuação, desenvolve o pioneiro trabalho de proteção deste patrimônio imaterial do País. Formação, difusão e promoção são bases das atividades desenvolvidas pelo grupo, sediado na cidade histórica de Congonhas.

Minas Gerais, nos séculos 18 e 19, protagonizou um apogeu criativo incomum com a presença de centenas de compositores _ grande parte deles atualmente desconhecidos _, e que trabalharam na criação de músicas para as celebrações litúrgicas que regiam a vida cotidiana. O tempo passou e a execução deste legado criativo do nosso povo foi deixando de acontecer, até que se restringiu basicamente aos acervos de poucas instituições de memória dedicadas à proteção das antigas partituras. O Coral Cidade dos Profetas surgiu com a proposta de divulgar esta rica musicalidade, símbolo da época do apogeu do Ciclo do Ouro.

A trajetória incomum do grupo vem proporcionando oportunidades de realização de centenas de concertos, bem como sua participação nos principais eventos culturais do interior do Estado, como Festivais de Inverno, Encontros de Corais Nacionais e celebrações litúrgicas das cidades históricas como a Semana Santa.

Mantido pela Associação Cultural Canto Livre, o Coral oferece gratuitamente, além da produção cultural, formação musical para pessoas de 12 a 80 anos, sendo reconhecido como uma das mais autênticas manifestações culturais de Minas. Toda sua trajetória foi, recentemente, registrada no documentário “Coral Cidade dos Profetas e a Música Antiga e Minas”, disponível no Youtube, no canal oficial do Coral Cidade dos Profetas (https://bit.ly/3o4r81A).

Música Colonial

Espantoso mistério envolve a formação do movimento musical de Minas Gerais, na época em que se estabelecia e se definia a sua região aurífera. Pouco se sabe sobre os primeiros músicos que se fixaram nesta região. O certo é que, imediatamente, a música se ampliou e ocupou todos os espaços sacros da região.

Mas o maior mistério é a quase ausência de brancos neste movimento, que revelou mulatos de impressionante capacidade artística, às centenas, num só século. A valorização do músico era tamanha que mulatos eram frequentemente admitidos em irmandades de brancos, a fim de reforçarem os conjuntos como compositores, cantores e instrumentistas. Havia músicos em atividade permanente, o que explica também a grande quantidade de música composta em tão pouco tempo – a maioria das partituras encontradas foi escrita nos últimos decênios do século XVIII.

Documentos comprovam que os mestres mulatos de Minas Gerais conheciam perfeitamente as formas da música. Escreviam com grande desembaraço, fazendo ostentação de uma generosíssima invenção melódica, de uma grande capacidade para modulações espantosas, de um contraponto fluido e de uma prosódia correta, como profundos conhecedores que foram do Latim e da liturgia. É neste plano estilístico que se enquadram as composições escolhidas para o repertório da série de concertos, que compõem a ação cultural proposta pelo projeto.

A respeito desta música, o pesquisador Benedito Lima de Toledo escreveu: “Estamos no cenário de um espetáculo que ganhou características operísticas. É preciso proclamar a Fé “In Hynnis et Canticis” (com hinos e cânticos), como desde o Concílio de Trento a Igreja vinha recomendando. Assim, do coro das igrejas, vem música que preenche todo o espaço, fazendo vibrar desde a tábua do assoalho até o forro. O compositor pode ser brasileiro, mas na letra é usado o Latim e o povo entende apenas um credo aqui ou um glória ali, em meio à profusão de vozes, profusão coerente com a profusão decorativa: profusão barroca… Assim, todos os sentidos são solicitados, e com eles todos os sentimentos…”

Serviço:

Série de Concertos Itinerantes

Quando: Dia 15/08, domingo, às 20h

Onde: Conselheiro Lafaiete – Igreja de São Sebastião

Entrada gratuita

Informações para a imprensa: Luz Comunicação – @luz.comunica

Coordenação: Jozane Faleiro – jozane@luzcomunicacao.com.br – 31-99204-6367

Atendimento: Wandra Araújo – luzcomunicacaoimprensa@gmail.com – 31 999645007

Coral Cidade dos Profetas chega a Entre Rios de Minas com a série “Concertos Itinerantes” na quinta-feira (05/08)

A música antiga de Minas está de volta. Após mais de um ano com as atividades de difusão interrompidas, devido à pandemia de Covid-19, o Coral Cidade dos Profetas lança sua nova turnê: a série de “Concertos Itinerantes”. A próxima apresentação será em Entre Rios de Minas na quinta-feira (05/08) na Igreja Nossa Senhora das Brotas, às 20h, de acordo com os protocolos de biossegurança. As próximas cidades serão Ouro Preto (14/08), Conselheiro Lafaiete (15/08) e Congonhas (22/08). Em setembro será a vez de São João Del Rei e Tiradentes.

O projeto Concertos Itinerantes é viabilizado com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura, da Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo.

Acompanhado de orquestra de câmara e solistas, o Coral Cidade dos Profetas interpretará nas ocasiões, alguns dos clássicos do repertório que o notabilizou, pinçados originalmente em acervos setecentistas. “A cada recital um compositor do período Colonial, como Manoel Dias de Oliveira, Joaquim José Emerico Lobo de Mesquita, Padre João de Deus de Castro Lobo, Marcos Coelho Neto e Jerônimo de Souza Lobo, será homenageado, com a intenção de revelar às novas gerações sua obra e sua biografia, e de aproximar este patrimônio imaterial de um público mais amplo, durante as apresentações em igrejas, reproduzindo a mesma atmosfera do período colonial”, explica o maestro do Coro, José Herculano Amâncio.

Após São Brás do Suaçuí – escolhida especialmente para abrir a turnê, devido ao grande número de estudantes e interessados em música erudita -, ainda dentro do mês de agosto, o Coral Cidade dos Profetas fará os concertos em Entre Rios de Minas (dia 5), Ouro Preto (14), Conselheiro Lafaiete (dia 15) e Congonhas (dia 22). “Essas cidades foram escolhidas porque mantém a tradição da Música Colonial. Quando cantamos é como se a arquitetura barroca ainda presente em alguns aspectos destes lugares ganhassem sua trilha sonora”, conclui o tenor Antônio Maria Reis, um dos integrantes do grupo.

Repertório:

– Missa Pequena – Kyrie (Joaquim de Paula Souza)

– Jaculatória (Anônimo)

– Sicut Cedrus (Anônimo)

– Moteto O Vere Christe (José Joaquim da Paixão)

– Matinas do Natal – Responsório I (Anônimo)

– Tota Pulchra es Maria (Anônimo)

– Padre Nosso (Lobo de Mesquita)

– Ave Maria (Lobo de Mesquita)

– Stabat Mater (Lobo de Mesquita)

– Ofertório de Nossa Senhora da Assunção (Anônimo).

 Pioneirismo

Especializado na interpretação de música sacra antiga de Minas Gerais, e com três CDs gravados _ “Missa em Fá de Lobo de Mesquita”, “Mestres do Colonial Mineiro” e o disco “Louvor à Virgem Maria” _ o Coral Cidade dos Profetas desenvolve, nestas mais de  três décadas de atuação, desenvolve o pioneiro trabalho de proteção deste patrimônio imaterial do País. Formação, difusão e promoção são bases das atividades desenvolvidas pelo grupo, sediado na cidade histórica de Congonhas.

Minas Gerais, nos séculos 18 e 19, protagonizou um apogeu criativo incomum com a presença de centenas de compositores _ grande parte deles atualmente desconhecidos _, e que trabalharam na criação de músicas para as celebrações litúrgicas que regiam a vida cotidiana. O tempo passou e a execução deste legado criativo do nosso povo foi deixando de acontecer, até que se restringiu basicamente aos acervos de poucas instituições de memória dedicadas à proteção das antigas partituras. O Coral Cidade dos Profetas surgiu com a proposta de divulgar esta rica musicalidade, símbolo da época do apogeu do Ciclo do Ouro.

A trajetória incomum do grupo vem proporcionando oportunidades de realização de centenas de concertos, bem como sua participação nos principais eventos culturais do interior do Estado, como Festivais de Inverno, Encontros de Corais Nacionais e celebrações litúrgicas das cidades históricas como a Semana Santa. 

Mantido pela Associação Cultural Canto Livre, o Coral oferece gratuitamente, além da produção cultural, formação musical para pessoas de 12 a 80 anos, sendo reconhecido como uma das mais autênticas manifestações culturais de Minas. Toda sua trajetória foi, recentemente, registrada no documentário “Coral Cidade dos Profetas e a Música Antiga e Minas”, disponível no Youtube, no canal oficial do Coral Cidade dos Profetas (https://bit.ly/3o4r81A).

Música ColonialEspantoso mistério envolve a formação do movimento musical de Minas Gerais, na época em que se estabelecia e se definia a sua região aurífera. Pouco se sabe sobre os primeiros músicos que se fixaram nesta região. O certo é que, imediatamente, a música se ampliou e ocupou todos os espaços sacros da região.

Mas o maior mistério é a quase ausência de brancos neste movimento, que revelou mulatos de impressionante capacidade artística, às centenas, num só século. A valorização do músico era tamanha que mulatos eram frequentemente admitidos em irmandades de brancos, a fim de reforçarem os conjuntos como compositores, cantores e instrumentistas. Havia músicos em atividade permanente, o que explica também a grande quantidade de música composta em tão pouco tempo – a maioria das partituras encontradas foi escrita nos últimos decênios do século XVIII.

Documentos comprovam que os mestres mulatos de Minas Gerais conheciam perfeitamente as formas da música. Escreviam com grande desembaraço, fazendo ostentação de uma generosíssima invenção melódica, de uma grande capacidade para modulações espantosas, de um contraponto fluido e de uma prosódia correta, como profundos conhecedores que foram do Latim e da liturgia. É neste plano estilístico que se enquadram as composições escolhidas para o repertório da série de concertos, que compõem a ação cultural proposta pelo projeto.

A respeito desta música, o pesquisador Benedito Lima de Toledo escreveu: “Estamos no cenário de um espetáculo que ganhou características operísticas. É preciso proclamar a Fé “In Hynnis et Canticis” (com hinos e cânticos), como desde o Concílio de Trento a Igreja vinha recomendando. Assim, do coro das igrejas, vem música que preenche todo o espaço, fazendo vibrar desde a tábua do assoalho até o forro. O compositor pode ser brasileiro, mas na letra é usado o Latim e o povo entende apenas um credo aqui ou um glória ali, em meio à profusão de vozes, profusão coerente com a profusão decorativa: profusão barroca… Assim, todos os sentidos são solicitados, e com eles todos os sentimentos…”

Serviço:

Série de Concertos Itinerantes

Quando: Dia 05/08, quinta-feira Às 20h

Onde: Entre Rios de Minas – Igreja Nossa Senhora das Brotas

Entrada gratuita

Congonhas e os visitantes estrangeiros no século 19

Caro leitor,

Fiquei honrado diante do convite feito pelo amigo Guilherme, diretor-chefe do conceituado Correio de Minas para integrar o “time” de colunistas e levar até você a minha coluna intitulada “Congonhas do Campo” que se inicia hoje contando um pouco da história da “cidade dos profetas”.

Início com um relato sobre a presença dos estrangeiros durante o século 19 e como alguns deles relataram em seus diários de viagens o que viram em Congonhas e região.

Espero que gostem. Boa leitura.

Congonhas e os visitantes estrangeiros no século 19

O Brasil colonial vivia a passos lentos em seu desenvolvimento e progresso como determinava o domínio português cujo objetivo maior era extrair da colônia suas riquezas minerais e leva-las para o reino além mar.

Os portos eram fechados. Só entravam na colônia quem os portugueses autorizavam. Tudo era restrito e mesmo com o intenso comércio com a Inglaterra e o constante tráfico de pessoas escravizadas da costa africana, a presença de estrangeiros em terras brasileiras era restrita e muito bem controlada.

Esse cenário só iria mudar após a vinda da corte portuguesa para o Brasil no ano de 1808. Dom João VI ao se estabelecer em terras tupiniquins passou a exigir melhorias na condição de vida das províncias, principalmente no Rio de Janeiro.

E uma de suas ações foi promover a abertura dos portos à nações amigas de Portugal, principalmente a Inglaterra.

Assim inicia-se a vinda para cá dos viajantes europeus ávidos em desbravar e conhecer melhor o Brasil, atraindo pesquisadores e naturalistas ingleses, alemães e franceses desejosos em pesquisar nosso modo de viver.

E por estar localizada em uma região que durante o século 18 produziu uma estrondosa riqueza mineral em ouro e pedras preciosas, Congonhas foi de imediato o destino de alguns desses estrangeiros no qual compilamos vários relatos destes intrépidos viajantes que aqui passaram durante o século 19.

A vinda da Corte Portuguesa ao Brasil trouxe consequências não esperadas para a história de Congonhas, onde as reservas de ferro já haviam sido notadas por diversos naturalistas como o inconfidente José Álvares Maciel e pelo naturalista Vieira Couto, tornou-se possível a elaboração de um projeto vultuoso para a superação da condição colonial. Congonhas recebeu grande influência dos progressos desse período com destaque para, próximo de seu centro, a instalação de uma das fábricas de ferro que iniciaria a siderurgia industrial no Brasil do século 19.

Barão de Eschwege

Dom João VI contratou diversos profissionais para auxiliá-lo no desenvolvimento da então colônia brasileira. Um desses profissionais foi o geólogo e metalúrgico alemão Wilhelm Ludwig von Eschwege, também conhecido como Barão de Eschwege.

Ele chegou ao Brasil em 1811 e aqui permaneceu até o final de 1821 quando retornou à Alemanha. Sua missão inicial era pesquisar o solo da região das minas de ouro.

Em 07/08/1811 ele chegou ao povoado do Redondo, o atual distrito do Alto Maranhão, onde descreveu a vila como um lugar decadente e abandonado. Seguiu pelo caminho real e logo avistou a Basílica do Bom Jesus deparando-se com a monumental obra de Aleijadinho, anotando em seu diário de viagem que as esculturas eram bem trabalhadas, porém feias e foram produzidas por um aleijado. Era de fato o primeiro olhar de um europeu às obras de Aleijadinho em Congonhas.

O barão de Eschwege permaneceria por quase 11 anos instalado entre Congonhas e Ouro Preto. Realizou um grande estudo sobre potencial mineral da então colônia para reanimar a decadente mineração de ouro e para trabalhar na nascente indústria siderúrgica. Ainda em 1811 Eschwege iniciou em Congonhas os trabalhos de construção de uma fábrica de ferro, denominada “Patriótica”, um empreendimento privado sob a forma de sociedade por ações, cujo sócio principal era Romualdo José Monteiro de Barros – o Barão do Paraopeba. Em 1812 sua siderurgia já produzia em escala industrial e é considerada a pioneira do gênero na américa latina colonial.

A fábrica é responsável não só pela introdução de novo método siderúrgico, o método catalão, mas também foi palco de atração de viajantes e introduziu os primeiros alemães a se estabelecerem em Congonhas. E como consequência beneficiou a economia local além de aumentar o impacto da produção de carvão na destruição das matas da região, que já eram usadas para isso, inclusive porque ali existiram algumas forjas pequenas, do modelo de cadinhos e produção artesanal, que produziam algum ferro antes da Fábrica Patriótica.

Auguste de Saint-Hilaire

Pouco depois chegava ao Brasil o botânico e naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire em 1817. Sob a influência do Conde de Luxemburgo, embaixador da França, Saint-Hilaire explorou as regiões do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O principal interesse desse viajante em suas excursões recaia em estudos botânicos, chegando a reunir um herbário de 30.000 espécimes, que abrangia 7.000 espécies, muitas das quais até então avaliadas como desconhecidas. Além disso, coletou material de origem zoológica e forneceu impressões sobre aspectos econômicos, políticos e culturais da sociedade em geral.  Percorreu quase todo o interior de Minas Gerais.

Saint-Hilaire passou por Congonhas em 1819 vindo de Ouro Preto pelo caminho entre Cachoeira do Campo e antiga fazenda do Pires no qual anotou: “as encostas dos morros rasgadas e reviradas de todos os modos atestam o trabalho de maior vulto: o garimpo do ouro. Congonhas cai então em decadência, como tantas outras aldeias, vendo-se grande número de casas mal conservadas ou mesmo abandonadas”. Encantou-se pelas obras sacras da Basílica do Bom Jesus descrevendo-as detalhadamente. Seguiu viagem passando pelo Alto Maranhão. Saint-Hilaire ficou no Brasil até 1822.

John Luccock

John Luccock, um comerciante Inglês também visitou o Brasil entre os anos de 1817 e 1818. Relatou em seu diário a hospitalidade do povo mineiro e beleza das serras e montanhas fazendo um especial destaque da peculiar culinária. Em Congonhas percorreu as igrejas barrocas passando por último pela igreja dedicada à Nossa Senhora do Rosário dos Pretos onde logo à frente seguiria pelo caminho primitivo que o levaria à Ouro Preto.

Luccock anotou em seu diário: “o povoamento da margem oposta a Congonhas, Matozinho, é uma pequena vila, bonita, animada e limpa, composta de cerca de cento e cinquenta casas e muitas igrejas. Dependura-se à barranca setentrional do rio Paraopeba, defronte de Caacunha (Congonhas)”. Sobre Congonhas deixou anotado: “Caacunha, situada sobre as íngremes barrancas do rio, apresenta agradável aspecto, quando contemplada pelo norte. Contém cerca de duzentas casas e algumas igrejas. Uma delas, posto que diminuta em tamanho, rivaliza por seus esplêndidos ornatos com os mais admirados dos edifícios eclesiásticos do Brasil. Constituía ela o objeto principal da minha vista à localidade, ocupando-me quase a totalidade da permanência ali. Sob mais um ponto de vista, merece considerar-se como a Loretto deste país”.

Johann Baptist von Spix e Carl Friedrich Phillipp von Martius

Os alemães da bavária Johann Baptist von Spix e Carl Friedrich Phillipp von Martius também passaram por Congonhas em 1817 e anotaram apenas uma breve descrição da paisagem e alguns morros e cadeias de montanhas da região.

Alexander Caldcleugh

Outro inglês, agora Alexander Caldcleugh, visitou Congonhas em 1820. E ao chegar topou com uma festividade religiosa que tornou difícil até mesmo achar um local para se hospedar.

Era o dia 12 de setembro quando acontecia as celebrações do Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos. Caldcleugh e seus companheiros chegaram por volta das 14h e se depararam com as ruas apinhadas de gente. Anotou em seu diário: “todas as casas se encontravam ocupadas e pessoas estendiam colchões pelas ruas. Sequer encontravam abrigo contra o sol forte. Apenas mais tarde é que conseguimos pouso em uma pequena cabana bem periférica, um pouco mais distante da cidade”.

Durante toda a tarde ele vira os fiéis entrarem e saírem de uma igreja a outra para ouvir sermões, até que por volta das 21h a cidade silenciou por completo.

Charles James Fox Bunbury

Charles James Fox Bunbury, também inglês, passou por Congonhas em janeiro de 1835 e quase nada registrou. Não permaneceu mais que um pernoite.

Richard Francis Burton

Tempos depois passaria por Congonhas e Alto Maranhão o inglês Richard Francis Burton no ano de 1867. Burton era Geógrafo e Diplomata e baseando-se nos escritos do barão de Eschwege e do naturalista Auguste de Saint-Hilaire, teve um olhar especial sobre Congonhas admirando exaustivamente a obra de Aleijadinho. Burton ficou em Congonhas por 2 dias e chegou a se banhar nas águas ainda límpidas do rio Maranhão numa manhã fria do mês de agosto para espanto das mulheres e homens que ali estavam a realizar suas tarefas diárias. E deixou anotado em seu diário que as margens do rio Maranhão ainda tinham as marcas das explorações de ouro feitas no século 18.

Ainda sobre o rio destacou que o mesmo era o divisor natural de Congonhas e Matosinhos que, em sua opinião, eram lugares completamente diferentes. Burton anotou em seu diário a primeira visão que teve da paisagem entre Congonhas e Ouro Branco: “cerca de três horas da tarde, quando a viagem se tornara uma delícia, chegamos à crista de um morro e, de repente, avistamos Congonhas, como Trieste é avistada, ou melhor, como Trieste era avistada, outrora, de uma velha diligência. A localidade se situa na parte meridional de um lindo vale, em oval, cujo longo diâmetro, de nordeste para noroeste, é formado pelo rio Maranhão. A água corre em uma terra coberta de verdura esmeraldina em rico terreno de prados, raro em Minas, onde as depressões são estreitas. Corte e entalhes de argila branca, vermelha e amarela na parte superior do leito são os únicos vestígios das minas de ouro, outrora ricas. Para o norte, fica a vasta e fragosa serra, reta e semelhante a um paredão; é chamada Serra de N. Sra. da Boa Morte, nome de uma aldeia e uma capela dessa invocação; seu ponto culminante é o pico do Itabira, que avistamos então, e, naquele ponto, ela forma um semicírculo que se estende até as montanhas de Congonhas, um maciço a oeste. Para leste, fica a grande cadeia de Ouro Branco, cujo aspecto varia muito, de acordo com os diferentes ângulos em que é observada”.

Burton teve dificuldades de conseguir alojamento devido à quantidade de peregrinos em romaria ao Senhor Bom Jesus. E sobre a religiosidade observou: “À primeira vista, Congonhas parece ser toda uma igreja e um convento. Logo, porém, aparece um segundo templo, mais para o vale ribeirinho; tem duas torres e é pintado de branco e preto…”.

Não deixou de observar as casas “caiadas, ofuscantes à luz solar, espalham-se formando uma linha no eixo transversal entre os dois santuários. Descemos uma ladeira rochosa e calçada, de uma inclinação excessiva, e em breve, nos vimos sob o teto do Alferes Gurgel de Santana…”. Burton se referia à pensão do Alferes Gurgel na ladeira Bom Jesus onde atualmente funciona a secretaria de Cultura.

James Wells

E em 1875 o engenheiro inglês James Wells permaneceu alguns dias em Congonhas ficando também hospedado na pensão do Alferes Gurgel. Wells anotou em seu diário que “a hospedaria era um local limpo e agradável e as refeições servidas deliciosas”.

Descreveu Congonhas como pitoresca e interessante povoação: “no primeiro plano, à esquerda, ficam os prédios espalhados, de considerável pretensão e tamanho, da igreja, convento e colégio, tornando as casas da cidade bem inferiores em comparação; no terreno côncavo a nossos pés ficam os telhados vermelhos e paredes brancas reluzentes das casas e lojas. O rio Maranhão, um curso de águas claras no fundo do vale, meandra sobre cascalho e matacões, por entre margens de relva verde; além dele, na elevação, ficam as casas da vila e a igreja Matozinhos…”.

Não deixou de observar que ainda havia em Congonhas a procura pelo ouro por todos os lados: “ao cruzarmos o rio Maranhão vemos as lavadeiras trabalhando, batendo nas pedras chatas as roupas molhadas e perto delas homens com bateia na mão, cheia de cascalho do leito do rio, garimpando ouro”.

Wells veio para Congonhas com o objetivo de realizar os estudos técnicos para a construção de um ramal férreo que margeasse o rio Paraopeba até sua foz no rio São Francisco estando a serviço da companhia belga de estradas de ferro investidora no Brasil imperial de Dom Pedro II. Wells fez um trabalho primoroso que culminou na construção do ramal férreo do Paraopeba com mais de 140 km de extensão partindo onde atualmente é o bairro de Joaquim Murtinho, passando por Congonhas até chegar em Belo Horizonte.

“Império das festas”

O Brasil durante o século 19 recebeu a visita de muitos outros viajantes estrangeiros que percorreram o interior do país cujo teor era, sobretudo, científico. Paralelamente, vivia-se, em Minas Gerais, uma espécie de “império das festas” como muitos desses viajantes anotaram em seus diários.

Colocando um olhar mais atento aos seus relatos vemos que realizaram um o trabalho de análise arqueológica e cartográfica, destacando a geografia local, a diversidade biológica e os recursos minerais, além de realçarem o rico calendário festivo que engendrava a sociedade mineira nesse período.

Encontramos em seus diários de viagem relatos sobre as festas aqui praticadas destacando as religiosas (missas, procissões, romarias, cavalhadas e celebrações), cívicas (celebrações ao poder político constituído), públicas (carnaval e ano-novo), domésticas (batizados, casamentos e jantares), negras (alforria, coroação, entre outras), indígenas (colheitas, danças e funerais), divertimentos públicos (jogos, teatro e fandangos), divertimentos domésticos (bailes, saraus e almoços), hospitalidade (eventos de acolhimento, gentileza, polidez e despedida) e suspensão do trabalho (lazer, dia de descanso e momento de liberdade para os negros).

Apesar desses relatos narrarem o comportamento afetivo do povo mineiro, vê-se que a sociedade daquele período não se traduzia necessariamente por elementos pacificadores. A opressão também foi relatada pelos viajantes como muito mais cruel em Minas, provocando a rebeldia que culminou na Inconfidência Mineira, fazendo emergir a figura de Tiradentes. O viajante Burton descreve esse movimento classificando-o como uma embrionária tentativa de estabelecer a república além de terem observado o modo cruel como eram tratados e explorados os escravizados.

Os viajantes europeus do século 19 estabeleceram uma estreita relação com o povo mineiro e através de seus relatos é possível conhecer mais a fundo como vivia a nossa sociedade nesse período.

Após acidente, Erasmo Carlos se apresenta no Museu de Congonhas

Projeto “Poesia e Música no Museu” traz ícone da Jovem Guarda para um bate-papo musical cheio de nostalgia

Enfim, Erasmo Carlos se apresentará no Museu de Congonhas/REPRODUÇÃO

Congonhas se prepara para receber um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos: o cantor, compositor e músico multi-instrumentista Erasmo Carlos que participa, na quinta-feira, 26, às 20h, de mais uma edição do Projeto “Poesia e Música no Museu”. A iniciativa, que conta com o patrocínio da empresa CSN, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, já trouxe para a cidade diversos artistas renomados como Moraes Moreira, família Caymmi e Toni Garrido.

Em cada encontro o “Poesia e Música no Museu” aproxima o público da trajetória de artistas consagrados por meio de um bate-papo entremeados de performances e canções. Ao contar com a mediação de Júlio Diniz, pesquisador, ensaísta e professor universitário, o projeto amplia a compreensão da carreira bem-sucedida dos convidados para além da simples conversa usual. A intenção é desmistificar muito da aura que cerca a profissão do artista, oferecendo ainda sugestões para quem busca se profissionalizar na área.

Para o bate-papo musical no Museu de Congonhas, Erasmo Carlos trará a sua trajetória artística desde a sua infância, passando pela Jovem Guarda e  as paradas de sucesso, e ainda o seu novo trabalho “O amor é isso”, que reúne suas eternas canções e o frescor de músicas novas. O último lote de ingressos será vendido no dia do evento, na recepção do Museu, por R$2.

Leia também: Acidente pode alterar evento com Erasmo Carlos em Congonhas

O Museu de Congonhas recebe o cantor Erasmo Carlos

Museu recebe a cantora congonhense Deise Lucci

Deise Lucci / DIVULGAÇÃO

Para encerrar as comemorações pelo Mês de Aleijadinho, o Museu de Congonhas recebe, na próxima quarta-feira, dia 28 de agosto, às 20h, a cantora congonhense, Deise Lucci, que comemora 35 anos de carreira com o lançamento do disco “Deise Lucci canta Vander Lee” (Sony Music).

A cantora se apresentará com  convidados especiais, e será acompanhada da banda oficial do cantor, falecido em agosto de 2016, Cristiano Caldas (piano e acordeon), Eneias Xavie( Contra-baixo), Ramon Braga (bateria) e Rogério Delayon (guitarra e violões). Os ingressos estão à venda na recepção do Museu, no valor de R$2,00.

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