Queda de helicóptero em Capitólio acontece 2 anos depois de tragédia em Furnas

No mesmo mês, em 8 de janeiro de 2022, um talude se desprendeu dos cânions e matou dez pessoas

A queda do helicóptero com quatro pessoas no Lago de Furnas, em Capitólio, no Sul de Minas Gerais, nesta terça-feira (2 de janeiro), ocorreu dois anos depois de uma tragédia que chocou o Estado e todo o país. No mesmo mês, em 8 de janeiro de 2022, um talude se desprendeu dos cânions de Capitólio, atingiu três lanchas e matou dez pessoas. Outras 27 ficaram feridas.

Alguns meses depois, o inquérito da Polícia Civil concluiu pelo não indiciamento de nenhuma pessoa. Conforme os estudos feitos pela instituição, a queda do bloco de rocha foi ocasionada por fenômenos naturais, sem responsabilidade humana.

O local voltou a ser aberto quase três meses depois do acidente. Novas regras foram estabelecidas, como as embarcações manterem uma distância mínima dos paredões. Uma equipe de geólogos passou a avaliar, frequentemente, a estabilidade dos blocos.

Queda do helicóptero

Um helicóptero com quatro pessoas caiu na zona rural de Capitólio, na região Sul de Minas Gerais, nesta terça-feira (2 de janeiro).

Conforme o Corpo de Bombeiros, o acidente ocorreu na estrada de acesso a Escarpas do Lago. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado para ajudar no socorro.

Ainda segundo o Corpo de Bombeiros, três vítimas, inclusive o piloto, já foram retiradas da água e uma permanece submersa. O estado de saúde delas não foi divulgado.

FONTE O TEMPO

Cânions de Furnas, em Capitólio, serão interditados para manutenção

Fechamento do tradicional ponto turístico já estava programado e tem caráter preventivo

Os cânions do lago de Furnas, que ficam na cidade de Capitólio, na região Centro-Oeste, serão interditados para manutenção na sexta-feira (10) e no sábado (11). O fechamento do tradicional ponto turístico do estado já estava programado e tem caráter preventivo, segundo a prefeitura do município. O local deve voltar a funcionar normalmente no domingo (12).

De acordo com a prefeitura da cidade, uma equipe de geólogos vai realizar a avaliação do local, a fim de garantir a segurnaça dos navegantes e banhistas. Em janeiro de 2022, um deslizamento de pedras no cânion atingiu embarcações e matou dez pessoas. 

*Estagiário sob supervisão de Valeska Amorim

FONTE HOJE EM DIA

Cânions de Furnas, em Capitólio, serão interditados para manutenção

Fechamento do tradicional ponto turístico já estava programado e tem caráter preventivo

Os cânions do lago de Furnas, que ficam na cidade de Capitólio, na região Centro-Oeste, serão interditados para manutenção na sexta-feira (10) e no sábado (11). O fechamento do tradicional ponto turístico do estado já estava programado e tem caráter preventivo, segundo a prefeitura do município. O local deve voltar a funcionar normalmente no domingo (12).

De acordo com a prefeitura da cidade, uma equipe de geólogos vai realizar a avaliação do local, a fim de garantir a segurnaça dos navegantes e banhistas. Em janeiro de 2022, um deslizamento de pedras no cânion atingiu embarcações e matou dez pessoas. 

*Estagiário sob supervisão de Valeska Amorim

FONTE HOJE EM DIA

Capitólio, o paraíso em Minas Gerais!

Você já ouviu falar em Capitólio, em Minas Gerais? Se sim, tenho certeza que você já deve estar encantado com o lugar. Se não, você precisa parar o que está fazendo agora e conhecer mais sobre esse paraíso no meio do Brasil! 

A cidade de Capitólio está localizada a, mais ou menos, 276 km da capital mineira. Sua localização é privilegiada, com diversos rios e cachoeiras que presenteiam a região com um cenário digno de cinema. Portanto, se você quer uma dica de um lugar lindo, com paisagens deslumbrantes e com muito contato com a natureza, coloque Capitólio em sua lista de destinos.

Viajar para Capitólio – Foto: Prefeitura de Capitólio

Capitólio, o paraíso em Minas Gerais

Como já mencionamos, Capitólio é deslumbrante, com paisagens de tirar o folego. Portanto, se você gosta de ecoturismo, a cidade é o destino ideal! Por lá é possível realizar diversas atividades em meio a natureza como: mergulho, montanhismo, trilhas, ou simplesmente, admirar a paisagem magnífica de Capitólio

Se você está pensando em viajar para Capitólio e quer informações de lugares incríveis para visitar e atividades para fazer, segue algumas dicas do TemporadaLivre.

Refresque-se no Lago de Furnas

Lago de Furnas, em Capitólio é tão extenso que é conhecido na região como Mar de Minas. O Lugar é o mais procurado por turistas que visitam a cidade, principalmente pela sua beleza, com águas azuis-esmeraldas. O lago artificial desenvolveu-se após a construção da barragem da hidroelétrica de Furnas, que imundou cânions, transformando o local no maior espelho d’água do mundo, com mais de 1.000 km².

No lago é possível passear de lanchas, jet-skis ou nadar tranquilamente nas águas cristalinas. Além disso, você pode apreciar toda a beleza do lugar indo até o Mirante dos Cânions. O mirante oferece uma vista deslumbrante dos paredões de pedra e das águas do Lago de Furnas. Um passeio incrível para quem quer viajar para Capitólio e que vai render fotos maravilhosas para seu álbum de viagens. 

Viajar para Capitólio – Refresque-se no Lago de Furnas –  Foto: Prefeitura de Capitólio

Aproveite as trilhas da região

Capitólio também possui diversas opções para quem adora fazer trilhas e desfrutar da natureza. Uma dessas trilhas é a Trilha do Sol, que, além do passeio, ainda contempla visita em 3 cachoeiras. A caminhada possui um trajeto de aproximadamente 4 km. A Trilha do Sol está localizada dentro de uma propriedade particular e, portanto, é necessário pagar uma taxa para realizar a atividade, porém, vale muito a pena. A trilha é bem tranquila e como é possível refrescar-se nas cachoeiras, não é considerada de grande dificuldade.

Outra trilha bastante procurada em Capitólio é a Trilha dos Macacos. Como o próprio nome sugere, ao realizar a trilha você encontrará diversos macaquinhos pelo caminho, além de alguns outros animais como gambás, preás e diversos pássaros. A trilha é muito tranquila e aconselhável para adultos e crianças. 

Além disso, você ainda pode o Morro do Chapéu. O morro possui uma altitude de 1293 metros e para chegar ao seu pico, a subida é íngreme, portanto, é indicado realizar a subida com um veículo que aguente o tranco. Muitas empresas oferecem o serviço disponibilizando um veículo 4×4. Lá de cima você é presentado com uma vista deslumbrante do Lago de Furnas, além de poder avistar os municípios de Guapé, Piumhí, São José da Barra e claro, Capitólio. Portanto, ao viajar para Capitólio, não deixe de conhecer essas trilhas e visitar o Morro do Chapéu.

Viajar para Capitólio – Morro do Chapéu – Foto: Prefeitura de Capitólio

Conheça as belíssimas cachoeiras

As cachoeiras de Capitólio também são atrativos a parte, que chamam a atenção de quem deseja viajar para Capitólio. E para quem quiser fazer a Trilha do Sol, já é possível conhecer 3 cachoeiras deslumbrantes da região: Cachoeira No Limite, Cachoeira do Grito e a Cachoeira do Poço Dourado. Todas elas possuem águas geladas e cristalinas, super convidativas para o banho. 

Cachoeira Lagoa Azul também é um encanto. A queda d’água fica está localizada dentro de uma propriedade particular, portanto, também é necessário pagar para acessar o local. Mas vale super a pena, já que as águas verde cristalinas enchem os olhos e presenteiam com banhos refrescantes.

Outro lugar deslumbrante é o complexo de cachoeiras Cascata Ecoparque. O local presenteia os visitantes com uma magníficas cachoeiras, além de piscinas naturais e uma bela vista para os cânions.

Viajar para Capitólio – Cascata EcoParque – Foto: Prefeitura de Capitólio

Conheça a Serra da Canastra

Ao viajar para Capitólio você não pode deixar de conhecer o Parque Serra da Canastra, que fica bem pertinho da cidade. O parque é um dos mais importantes em relação a preservação da fauna e flora brasileira e é administrado pelo Instituto Chico Mendes. 

No parque também é possível realizar trilhas e conhecer lindas cachoeiras. O lugar é belíssimo e merece um dia todo de visita, portanto, separe um dia para dar uma fugidinha e conhecer um pouco da Serra da Canastra.

Viajar para Capitólio – Serra da Canastra – Foto: Fabianni Luiz Ribeiro / wiki

Viajar para Capitólio

Capitólio é deslumbrante, com certeza você não vai se arrepender em colocar a região no seu destino de viagem. Você vai voltar com as energias renovadas, além de lembranças de lugares que mais parecem o paraíso. 

E depois de tanto lugar lindo para conhecer durante o dia, você precisa de um bom lugar para descansar a noite, não é mesmo? Então aproveite e reserve um imóvel de temporada em Capitólio. Você vai poder desfrutar de toda a beleza da cidade e relaxar em um imóvel com muito conforto! Quer ver as opções de aluguel de temporada em Capitólio aqui no TemporadaLivre? Só acessar o imóveis abaixo e escolher o seu.

FONTE TEMPORADA LIVRE

10 razões para conhecer Capitólio, em Minas Gerais

A cidade de Capitólio (MG), localizada nas proximidades da Serra da Canastra, é um agradabilíssimo polo turístico de Minas Gerais. Lá, o visitante poderá contemplar as belezas naturais, fazer trilhas, degustar as delícias da culinária local e muito mais.  Se você busca tirar o máximo proveito do contato com a natureza e marcou viagem para o município mineiro, ótimo: você trará excelentes recordações. Caso ainda esteja na dúvida, não pense duas vezes.

O esplêndido cenário natural possui cânions com mais de 20 metros de altura da represa de furnas, cachoeiras, grutas e exuberante vegetação. Pronto para passear de lancha, escunas e desbravar esse paraíso do maior estado do região sudeste? O Viajali apresenta 10 razões para você conhecer Capitólio e conferir de perto todas essas maravilhas mineiras.

1. Em Capitólio, você pode passear de barco pelo Lago de Furnas

Obba Coema

OBBA COEMA

Identificado como o ‘Mar de Minas’, o  lago artificial de furnas tem 1440 km² e está entre os mais extensos do mundo. É maravilhoso passear por ele de escuna, lancha, catamarã e apreciar os cânions, as quedas d’águas e as piscinas naturais do entorno. As pousadas da região promovem esses passeios pelas embarcações. Dá uma olhada nesse visual e responda: vale ou não vale a pena?

2. E mergulhar na Cachoeira Lagoa Azul

Pinterest

PINTEREST

Você gosta de conferir de pertinho e banhar-se em lindas quedas d’água? Então deverá conhecer a convidativa Cachoeira Lagoa Azul, que forma uma piscina de águas marcadas por tons azuis e esverdeados, onde o visitante poderá se refrescar a vontade. Nas proximidades há um restaurante para repor as energia e satisfazer o paladar, é claro!

3. Que tal subir o Morro do Chapéu?

Visite Minas

VISITE MINAS

Os adeptos do montanhismo, trilhas,  montain bike ou até quem topa passar por qualquer esforço físico para ser recompensado com o visual,  poderá subir o Morro do Chapéu, que com seus 1293 metros, é um dos locais mais altos de Capitólio. No ponto alto do morro, há diferentes espécies de animais, muitas flores e algumas nascentes de rio, sem contar que a vista da área urbana de Capitólio e do Lago de Furnas é de tirar o fôlego. Aventura, calmaria e muitos registros fotográficos: não deixe essa escalada de fora do seu passeio!

4. Em Capitólio você vai conhecer o Parque Nacional da Serra da Canastra

Ze Viagem

ZE VIAGEM

O Parque Nacional da Serra da Canastra possui uma das reservas naturais mais bonitas do Brasil. Além da fauna e flora em seus tons mais exuberantes, a região tem cachoeiras com mais de 100 metros de altura – entre elas a cachoeira Casca D’anta com incríveis 180 metros – e é onde está localizada a nascente do famoso Rio São Francisco.

Se você está cansado da vida urbana e quer sentir a natureza pura, viva e suntuosa, não pode deixar de visitar esse parque, que é um verdadeiro orgulho nacional.

5. Os fãs de trekking têm muita atividade em Capitólio

Panoramio

PANORAMIO

É claro que na belíssima região de terrenos acidentados opções de trilhas não faltam. E a trilha do sol é, sem dúvidas, um dos lugares mais especiais de Capitólio: os caminhos bem sinalizados são preenchidos por belas vegetações e algumas quedas d’águas, a mais famosa delas é a Cachoeira do Grito.

6. Admire-se com o Balneário Escarpas do Lago

Receptivo

RECEPTIVO

O Balneário escarpas do Lago possui uma enorme marina fluvial, considerada a maior da América Latina. Os passeios de lanchas pela límpida praia de água doce entre os cânions de Capitólio são imperdíveis. Nessa região há centenas de casas de veraneio, lindas e luxuosas.

7. Divirta-se na trilha dos macacos

Hotel Engenho da Serra

HOTEL ENGENHO DA SERRA

Como o próprio nome sugere, na trilha há vários macacos pendurados em galhos de árvores e outros bichos como preás, gambás, lontras e uma infinidade de borboletas e pássaros. É super divertido curtir uma trilha – ou mesmo fazer um passeio de leve com as crianças – pela mata preservada, onde a vida animal dá o ar da graça.

8. A Cascata Eco Parque tem muito a oferecer

Cachoeiras e Cascatas

CACHOEIRAS E CASCATAS

Situado próximo à BR MG050, o Cascata Eco Parque é outro show de belezas naturais de Capitólio, mas é válido ficar atento ao ponto alto da atração: uma trilha em que na ida o visitante passa por cima de cachoeiras e, na volta, por dentro delas e por irresistíveis piscinas naturais. Imagina como são bons esses banhos refrescantes em dias bem ensolarados!

9. Tome um banho delicioso na Cachoeira do Lobo

Panoramio

PANORAMIO

Localizada na área da pousada e camping do Lobo, a cachoeira tem cerca de 15 metros de altura e a água é verdinha. Há uma cobrança de 10 reais por pessoa para acessá-la e o valor é utilizado para a manutenção e preservação da área. A foto já dá uma mostra de que o valor é muito baixo pelo tanto que você irá se divertir.

10. A culinária local é divina

Ronco do Bugio

RONCO DO BUGIO

Relacionar Minas Gerais com comidas deliciosas é um algo comum e inescapável, pois quem já visitou o estado sabe que é um dos principais centros gastronômicos do país. É claro que a culinária de Capitólio é incrível e, depois de tantos passeios, você não pode deixar de apreciar deliciosos pratos à base de peixe nos diferentes restaurantes da cidade.

Uma dica: escolha a tilápia com queijo e uma traíra desossada com arroz à grega e batata frita. Se sua preferência for outra, fica tranquilo, afinal, assim como diversão, comida boa não falta em Capitólio.

FONTE VIAJALI

Queda de rocha em Capitólio foi ‘evento natural’, conclui Polícia Civil

O inquérito foi concluído pela Polícia Civil. Ninguém foi indiciado

A Polícia Civil informou, nesta sexta-feira (4), que  se tratou de um “evento natural” a queda de uma rocha do Lago de Furnas, em Capitólio, no Sul de Minas. A pedra, de aproximadamente 900 toneladas, cedeu no dia 8 de janeiro, deixou dez mortos e 27 feridos. Todas as vítimas fatais pertenciam a uma mesma família. Eles estavam em uma única embarcação batizada como “Jesus”. 

Segundo a corporação, não foi verificada nenhuma ação humana específica que tenha provocado a queda da rocha. Por isso, não foram identificados responsáveis ou culpados pelo desabamento; ninguém foi indiciado.

Por se tratar de um “evento natural”, a equipe técnica da Polícia Civil avaliou que  novos desmoronamentos podem ocorrer em Capitólio, por isso, a instituição elaborou dez sugestões que serão encaminhadas aos órgãos e às instituições responsáveis pelo licenciamento e fiscalização da região para a melhoria da segurança na localidade.  

Entre as sugestões, estão o uso obrigatório de coletes salva-vidas em toda a represa, o uso de capacetes nas proximidades dos cânions e a proibição de passeios turísticos após advertências da Defesa Civil.

Durante as investigações diversas análises e possíveis irregularidades foram estudadas para se chegar a causa do desabamento. O pedido de arquivamento do inquérito será analisado agora pelo Ministério Público, que pode concordar, requisitar novas diligências ou optar por realizar alguma denúncia. 

“Nós averiguamos eventuais irregularidades que pudessem culminar para o ocorrido, mas essas irregularidades não estão conexas com o tombamento da rocha. Se houvesse a existência de responsáveis pelas dez mortes eles seriam devidamente  punidos, mas não foi isso que ficou comprovado”, esclareceu o delegado Marcos Pimenta.


Irregularidade descartada

A principal delas se tratava de uma série de anomalias detectadas a respeito do andamento da obra de um empreendimento para a perfuração de um poço para a captação de água a cerca de 150 metros do desabamento. 

Segundo o delegado à frente das investigações,  a empresa que atua na região de Capitólio tinha solicitado ao Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) autorização para a perfuração de um poço de 80 metros de profundidade. No entanto, a perfuração foi feita por outra empresa, com um CNPJ diferente, e com profundidade de 288 metros.

“Quando não se encontra água no poço, tem que fechar e comunicar ao Igam no prazo legal de 30 dias, e não houve por parte das empresas essa comunicação. Mesmo em meio a diversas irregularidades a perfuração do poço não contribuiu para o desabamento”, disse o delegado.

Outras irregularidades excluídas

  Ainda conforme o delegado, além das irregularidades apontadas na perfuração do poço, outras três anormalidades detectadas durante as investigações também não contribuíram para a queda da rocha.

A primeira delas é a não existência de píer para a fiscalização das embarcações. Um decreto municipal de Capitólio previa a existência de um píer para a fiscalização prévia dos barcos e lanchas.Segundo o delegado, o píer teria sido retirado pela própria prefeitura da localidade por causa dos diversos atos de vandalismo e não foi reposto.  

A investigação também identificou que apenas crianças e idosos utilizavam coletes salva-vidas e que a legislação permitia até 40 embarcações nos cânions Para a polícia o indicado é no máximo 18 embarcações por vez na área dos cânions. 

Cerca de duas horas antes do acidente, a Defesa Civil emitiu um alerta sobre chuvas intensas e a possibilidade de ocorrências de cabeça d’água em Capitólio. No entanto, essa orientação não impediu que o piloto da embarcação realizasse o passeio turístico. O piloto está entre as vítimas fatais.


O que teria motivado o desabamento

De acordo com o perito e geólogo da Polícia Civil, Otávio Guerra, em linhas gerais, a causa do desmoronamento do paredão de pedra está ligada ao processo natural de remodelamento natural na região.

“A movimentação das àguas fez com que processo erosivo removesse a massa que dava sustentação ao bloco. Desse modo, ocorreu o deslocamento da base e o bloco se moveu. Tanto a rachadura quando a queda da rocha são eventos naturais. Existem dezenas de outros blocos na região com risco. Por isso, é necessário urgentemente o mapeamento das àreas de risco da localidade”, explicou.  


Sugestões da Polícia Civil

1 – Realização de mapeamento de todas as zonas de risco (movimento de massas) por geólogos e/ ou outros profissionais especializados no ramo e sua demarcação em campo e em planta;

2 – Redução no número de embarcações nos cânions, que deverão apenas contemplar o local, em velocidade baixa e sem uso de aparelho sonoro;

3 – Implementação do selo de identificação nas embarcações;

4 -Identificação de todos os turistas que utilizarem embarcações, sendo que o controle/ cadastro deverá ser armazenado/ disponibilizado nos respectivos píeres;

5 -Uso obrigatório de colete salva-vidas em toda a represa e capacete na região dos cânions e áreas semelhantes;

6 -Maior integração entre os órgãos/ instituições responsáveis pela concessão e fiscalização de empreendimentos turísticos;

7 -Proibição de passeios turísticos na região quando houver comunicação de advertência pela Defesa Civil;

8 -Fortalecimento das fiscalizações de engenharia, geologia e ambiental;

9 -Exigência de estudo de risco e respectiva contenção para os empreendimentos turísticos;

10 – Efetiva participação de Furnas e da concessionária Nascentes das Gerais na adoção de medidas preventivas de segurança.

FONTE O TEMPO

https://youtu.be/gEy2ueJ0VnM

O que levou à queda do totem no Cânion de Capitólio?

Frequentador há anos da região de Capitólio, Sanner Moraes traz uma análise do acidente no Cânion da região

O cartão postal da região de Capitólio e Lago de Furnas, em Minas Gerais, que na última década ficou conhecido nacionalmente por sua beleza natural ímpar e começou a atrair turistas de todo o Brasil – sendo pautas de grandes programas de TV – virou uma das notícias mais comentadas e republicadas da sua história neste sábado, 08 de janeiro de 2022. Mas desta vez, por um acontecimento trágico.

O Cânion de Furnas, como é conhecido desde o século passado, a partir da construção da barragem da usina hidrelétrica de Furnas, na década de 60, era um local desconhecido até os anos 2000. Apenas alguns pescadores ou rancheiros da represa chegavam ao local por vias aquáticas, além de alguns amantes da natureza e aventureiros, que o acessavam por cima, para praticar escalada em rocha e o rapel na cachoeira.

“O local era deserto, uma paz, um convite à contemplação no sentido mais pleno da palavra. Muito antes do advento da fotografia digital e das mídias sociais, muito menos dos smartphones, íamos pra lá para praticar nossas aventuras e trocar energia com a natureza. Não para voltar com uma foto e ganhar likes e comentários na internet”, conta o aventureiro Sanner Moraes. 

Sanner Moraes em descida de rapel pela Cachoeira do cânion de Capitólio | Imagem: Arquivo Pessoal

Com o passar dos anos, mais casas à beira da represa foram surgindo, mais barcos, cada vez maiores foram chegando e claro, por sua beleza, o local começou a ser mais frequentado.

Com visão empreendedora, dois empresários locais começaram a realizar passeios comerciais, um em uma balsa, conhecida por “Chalana” com capacidade para cerca de 100 pessoas e um outro com uma escuna, com capacidade para cerca de 20 pessoas. Eles foram pioneiros neste segmento. 

Lanchas aglomeradas no Cânion de Capitólio no início década de 2010. Imagine se a rocha cai neste momento. | Imagem: Mídias Sociais

Nesta mesma época, a câmera fotográfica digital se tornou acessível, a primeira mídia social popular apareceu, o “Orkut” e com estes, a possibilidade de divulgar galeria de fotos em perfis pessoais ou comunidades. Com a chegada do Facebook e novos recursos, a divulgação destes locais e de serviços entrou em sua primeira fase de grande alcance.

Foi então que o local também passou a ser mais frequentado por cima, dado a sua proximidade com a rodovia MG 050 e a facilidade de acesso.

Estes “novos turistas” vieram sem a consciência de um turismo sustentável, muito menos o compromisso necessário para o mínimo impacto.

“No local onde reinava a paz e tranquilidade, passou a reinar a baderna, o som alto, a bebida alcóolica, o churrasco, o lixo. Tudo isso é representado pela expressão “farofa”.
Cheguei a ver até fezes e pichações nas rochas. É altamente lamentável que um local destes, tenha sido consumido e depredado desta forma”
, relata Sanner.

O que os dois pioneiros fizeram, fez crescer aos olhos de outras pessoas, que começaram a fazer passeios com seus barcos, numa atividade aparentemente bem lucrativa, uma vez que quem começava com uma lancha, logo passavam a ter duas ou mais, e isso foi um incentivo para que outras pessoas começassem a fazer o mesmo, aumentando significativamente a frota de barcos para passeios comerciais na represa.

É claro que isso só aconteceu porque aumentou também a demanda por passeios, e esta demanda aumentou por conta do início da era digital, que falamos acima.

Após o início de 2010, com o advento dos smartphones, do Instagram e do Whatsapp, entramos na segunda fase da divulgação de altíssimo alcance. Desta vez, foi o “boom”, uma avalanche “imparável” de divulgação.

A economia local entrou em um ótimo momento, mas o ecossistema entrou em uma decadência exponencial.

Isso é comum em qualquer lugar onde o ser humano passa a interferir. É o caso de quando se forma uma cidade. Antes da cidade, o local era uma natureza, com sua fauna e flora, e essa interferência existe desde que os humanos passaram a ser a raça dominante.

A inteligência para explorar novas economias é livre para todos e gera novos empregos. Do outro lado da cadeia econômica, há os turistas, todos que têm vontade de conhecer e têm o direito de conhecer. Mas quando este sistema começa a rodar e a aumentar significativamente a ponto de começar a comprometer a natureza, algo deve ser feito para frear, normatizar e preservar.

Mas isso não é algo que surge coletivamente, de quem está dentro dessa roda econômica. Essa normatização acaba surgindo através de instituições ou prefeitura que detém poder organizacional.

Lembrando que, se o turismo predatório acaba com a natureza e, consequentemente com sua beleza natural, e passa a ser um contrassenso, já que o objetivo é visitar a beleza natural.

Dificilmente, nessa proporção turística que a região chegou, ainda mais com o comportamento cada vez mais ególatra das pessoas, alcançaremos uma fase de controle de capacidade de carga de cada local. Todos têm o direito de visitar os locais e estes turistas não sabem qual a capacidade, muito menos conseguem gerenciar tal controle de acesso. É como se você estivesse sentado em sua poltrona em um ônibus lotado e embarcasse uma pessoa idosa, ou mãe com filho no colo.

Você tem o direito de se manter na sua poltrona, assim como os turistas têm o direito de visitar os locais, mas nem tudo que se pode, convém. No caso do ônibus, a probabilidade de alguém se abster do seu direito à vaga na poltrona e ceder o lugar, de forma empática, a quem sob seu julgamento precisa mais do que você, é muito maior do que no caso do turismo.

No turismo, estamos falando de um organismo muito maior, onde o ego e o senso de merecimento próprio supera qualquer outra percepção, e é claro que ninguém vai se abster de conhecer um atrativo turístico natural se não houver uma limitação imposta por alguma autoridade que controla e fiscaliza.

Foi o que passou a acontecer em 2019 com a criação Delegacia Fluvial de Furnas, a DelFurnas, da Marinha do Brasil, que começou a implantação de uma capacidade de carga e intensificou a fiscalização náutica do lago de Furnas. 

Delegacia Fluvial de Furnas da Marinha do Brasil | Imagem: https://www.delfurnas.site/

Mas estamos falando apenas das vias aquáticas. E as vias terrestres, as estradas de acessos e as outras cachoeiras da região? O mercado de passeios 4×4 é tão intenso quanto os de passeios náuticos e depredam as serras.

Nesse caso, qual entidade poderia definir a capacidade de carga? Não se tem esse controle nas terras que estão fora das delimitações do Parque Nacional da Serra da Canastra. O que tenho visto é um impacto cada vez maior nas estradas de terra causados pelos veículos 4×4 e do turismo predatório em algumas cachoeiras da região.

A crescente oferta de passeios 4×4 segue o mesmo princípio dos passeios de lancha. Há muita demanda e quem começa com um veículo, passa a ter dois ou mais, despertando o interesse cada vez maior de novos operadores.

Alguns atrativos turísticos que já possuem essa consciência, já implementaram um modus operandi e determinaram sua capacidade de carga, especialmente em épocas de chuvas com risco de cabeças d’água. Eles fecham suas portas, impedindo que os turistas que desconhecem os riscos coloquem suas vidas em perigo.

Já outros atrativos investem cada vez mais em acessos para ônibus, aumentando a capacidade de recepção dos turistas, com o foco cada vez maior no lucro, o que vai na contramão da sustentabilidade do local e da segurança dos visitantes.

E alguns ainda dizem que as pedreiras que funcionavam antigamente nestes locais é que acabavam com as serras. O que o turismo predatório está estragando em menos de 10 anos vai superar, em área degradada, o que as pedreiras estragaram em mais de duas décadas.

Ninguém pode ser culpado pela situação ter chegado a este ponto, mas a partir desta tomada de consciência, de entender onde o turismo chegou e junto as suas consequências, se negligenciarmos as mudanças necessárias para conter o caos, então seremos todos responsáveis.

Sobre o totem de rocha que desabou no cânion de Capitólio.

Confira os pontos que Sanner Moraes, praticante frequente de aventuras no local destacou:

1)Não houve Cabeça d’água no dia.
Alguns pseudo especialistas, associaram o desmoronamento da rocha à uma cabeça d’água que ocorreu antes, causando vibração e fazendo o totem pré-fissurado cair. Essa informação é FALSA. Não houve cabeça d’água momentos antes. O vídeo que está circulando mostra o aumento repentino do volume de água da cachoeira da “esquerda” de quem entra no cânion por via aquática, ou seja, a cachoeira do ribeirão Diquadra, não aconteceu no dia da tragédia.

2)A rocha da foto não é a mesma que caiu.

Algumas matérias mostram a foto de um totem, feita em 2012 pelo médico Flávio Freiras, com o título “Essa pedra vai cair”, como sendo o totem que desmoronou, mas isso não é verdade. Eu conheço bem o local e esta rocha da foto fica numa aresta central, entre as duas cachoeiras. A rocha que caiu fica à direita da cachoeira da direita, do ribeirão Diquadrinha, e é bem maior que a rocha da foto divulgada. 

Totem “Errado”: Muitos estão pensando que o tem que desabou foi este, publicado pelo médico Flávio Freitas em 2012, porém esta não foi a rocha que caiu. Esta é bem menor e fica na aresta central do cânion

A cena do deslocamento da rocha caindo sobre as embarcações parecia cena de filme, parecia computação gráfica, de tão surreal que foi.

Quem poderia imaginar que aquele totem ia cair tão cedo assim? Acredito que ninguém que frequentou o local por muito tempo, pensou nessa possibilidade. Nem eu, que frequentei o local intensamente por mais de década. 

A esquerda, em vermelho, o totem que foi divulgado com o que caiu, mas que NÃO caiu. A direita, em verde, o verdadeiro totem que desabou. | Foto: Mídias Sociais

Mas, segundo Paul Antonio, Ph.D em geofísica pela França e Brasil, que já visitou a região comigo para prática de canionismo, estas rochas vêm caindo desde a sua formação.

O Arenito, uma rocha macia e porosa, formada por camadas depositadas uma acima das outras (chamado de sedimentos) há 10 milhões de anos, quando submetido a alta pressão e temperatura, se metamorfoseou, se tornando o Quartzito, uma rocha extremamente dura (a mais dura que já vi) e resistente, porém essa dureza vem acompanhada de fraturas e pré-fissuras, por onde a água na época das chuvas – quando o solo fica saturado – escorre, e com o mesmo princípio da água que escava um profundo cânion, esse “veio” d’água, numa proporção menor, também escava a fissura.

Ilustração esquemática da estrutura interna, suas fraturas e corrosão por intemperismo

Mas estamos falando de eventos de quedas que podem ocorrer com um espaçamento enorme de anos, entre um e outro desmoronamento, mas quando comparado num espaço de tempo de 10 milhões de anos, passa a ser percebido como um atrás do outro. Exemplo: O que são 200 ou 300 anos de espaço dentro de 10 milhões de anos? Nada… é um atrás do outro.

Segundo Paul, outras rochas podem ter caído neste tempo, mas como antigamente o local era pouco frequentado e não existiam formas práticas de registro audiovisuais, como os celulares, então um evento (ou mais) destes pode ter passado despercebido de nós.

Mas Sanner acredita que uma rocha desta magnitude não tenha caído desde que começou a frequentar o local, em 1999. São várias as vias de escalada por todo o cânion, e se uma rocha daquele tamanho tivesse “sumido” do local, entre uma ida e outra visita, certamente ele perceberia a falta.

Segundo ele, outro ponto a ser levado em consideração é que um desmoronamento destes, mudaria expressivamente o fundo, e os praticantes de mergulho do local, também amigos dele, perceberiam esta mudança.

Nunca houve delimitação de distância mínima para se navegar das paredes rochosas porque simplesmente, com base nas observações acima, nunca se viu uma queda destas. Diferentemente do turismo de observação de grandes geleiras, onde as quedas são frequentes, e por este motivo, por normas de segurança, as embarcações tem um limite para se aproximar.

Após este evento, certamente as instituições que regulamentam os passeios, ou mesmo a própria Marinha do Brasil, farão delimitações, às vezes até proibições de locais a serem navegados, até que um estudo geológico minucioso seja feito e garanta a segurança. Mas com base na imensidão de paredões rochosos que temos no lago de Furnas, este estudo pode demorar muito tempo, e por conveniência e segurança, é mais pragmático proibir do que abrir uma brecha para novos acidentes.

Quem perde com isso é todo o turismo náutico, ainda mais considerando que o Cânion de Capitólio é o cartão postal da região. É como você ir às cataratas do Iguaçu e não poder ver as cataratas. Mas até o momento, não há outra medida mais coerente do que a proibição da visitação ao local.

Mas no final das contas, qual foi a causa da queda do totem rochoso?

Esta é uma foto que fiz em 2013. Na ocasião, o nível do reservatório estava mais de 10 metros abaixo do nível máximo, expondo todo o totem que veio a cair. 

O infográfico mostra o nível máximo da água do reservatório o quanto a base do dotem que desabou fica submersa (cerca de 10 metros | Imagem: Sanner Moraes

Dá pra ver em detalhes que sua base estava com marca de desassoreamento, ou seja, sua base estava com a parte externa se fragmentando e sendo dissolvida pela intempérie da água. 

Detalhe para a base do totem, já com marcas de desassoreamento causado pela intempérie da água. Foto feita em 2013 | Imagem: Sanner Moraes

Também é possível ver toda a fissura principal, longitudinal (no sentido vertical), da base ao topo.

Provavelmente uma somatória de fatores, mas não dá para definir qual teve maior participação. Alguns já mencionados acima, como a própria natureza de formação da rocha e suas fissuras internas, o desgaste feito pelas águas que minam através das fendas em épocas chuvosas, a variação do volume do reservatório e, consequentemente, seu peso podendo movimentar o leito do cânion, e até as obras com escavações para as fundações na construção de uma ponte, plataforma de escadaria, mirante e tirolesa que foram feitas na área do topo deste cânion podem ter antecipado a queda.

FONTE ACIDADEON

Turismo vale-tudo nos cânions de Capitólio

Visita em janeiro de 2020 antecipou cenário da tragédia anunciada que, dois anos depois, deixou pelo menos dez mortos

No pequeno e improvisado porto de embarque do Rio Turvo, à margem da estrada MG-050, as famílias se aglomeravam para esperar a saída do passeio pela represa de Furnas. Alguns com coletes salva-vidas, outros não, todos animados. Muitas crianças zunindo de lado a outro enquanto a fila de turistas aumentava. Um janeiro chuvoso e de calor constante. Talvez por isso, muitos grupos ali levassem seus isopores cheios de bebidas para o programa de até quatro horas de navegação pelos cânions do Capitólio, em Minas Gerais. A cena poderia ter sido hoje, mas aconteceu em 6 de janeiro de 2020.

Naquele verão inocente, percorremos 130km pela Serra da Canastra até Capitólio, em Minas Gerais, destino conhecido para quem visita a nascente histórica do rio São Francisco no Parque Nacional da Canastra. Era a parada que nossa família precisava, intervalo numa longa viagem de exploração por Minas Gerais. Chegamos na véspera, como programado, e tudo parecia tranquilo. Apesar do tempo ainda instável, resolvemos manter os planos e ligar para um marinheiro recomendado na pousada onde estávamos. Marcamos para o dia seguinte. Um barco para os quatro e um pouco de brisa num lugar bonito. Paraíso. Foi o que imaginamos.

Mas a realidade é diferente da propaganda. O que o lugar tem de deslumbrante – os paredões de pedra rasgados pela água verde esmeralda da represa – tem de desordem. São dezenas de lanchas se espremendo entre os apertados corredores de pedra. Chega a ser sufocante em alguns momentos. Os barcos que transportam grupos parecem estar sempre em sua capacidade máxima. Além de concorrerem por espaço, disputam ainda o som ambiente, cada um com sua música. As embarcações chegam perigosamente perto das cachoeiras e umas das outras, sem zona de manobra. É aflitivo. Não existe sinalização para avisar de perigos ou evitar esse ou aquele lugar. É o turismo vale-tudo, daquele tipo que permite deslizar seu jet-ski onde bem entender na praia ou pescar em área de proteção. Se é que você me entende.

Lanchas lotadas e aglomeradas à distância pouco prudente da cachoeira: tudo errado. Foto Simone Barreto 6.1.2020
Lanchas lotadas e aglomeradas à distância pouco prudente da cachoeira: tudo errado. Foto Simone Barreto 6.1.2020

Não vimos qualquer fiscalização naquele 6 de janeiro. Havia um bar flutuante acima de sua capacidade funcionando num dos pontos de observação turística. Já na água e no início da nossa jornada, o piloto nos avisou que pouco antes tinha acontecido uma tromba d´água – muito comum nessa época do ano, acrescentou ele, só precisávamos ficar atentos. (Nesse momento, me lembro do nosso caçula pedindo um colete extra ao marinheiro).

As cenas do desabamento em Capitólio nos deram uma tristeza infinita. É natural nos imaginarmos no lugar daquelas pessoas que perderam as vidas num momento de lazer. Da natureza sou apenas observadora, portanto não tenho autoridade para falar sobre a geologia do local. Mas posso afirmar com convicção e como testemunha que não temos proteção suficiente para explorar o turismo em regiões como a da represa de Furnas.

Somos amadores. As trombas d´água acontecem com frequência. Então por que não evitar as cachoeiras em épocas de grande volume de chuvas como agora? A sensação é de que tudo está nas mãos do piloto, que pode ou não pôr todos ali em risco. Os barcos saem às dezenas todos os dias das férias. Quem fiscaliza a quantidade de embarcações? Nosso marinheiro mencionou algumas vezes a possiblidade de sermos abordados pela inspeção local, mas não vimos uma autoridade portuária em nenhum momento entre o embarque e o desembarque. O porto continua improvisado. E como há mais de uma saída para a água, improvisos são comuns e conhecidos na região. A dona da pousada onde ficamos nos deu o contato de uma empresa que tinha lancha legalizada, mas no porto não havia informação clara sobre as embarcações regularizadas. A sinalização continua inexistente. Onde está a regulação do local? Pelo que pudemos perceber do nosso passeio, apenas na cabeça dos marinheiros.

Não é a chuva, não é a pedra, não é a tromba d´água. A responsabilidade é do Estado. No meu janeiro de 2020 no Capitólio, o Estado não estava à vista.

FONTE PROJETO COLABORA

Polícia revela identidades de cinco dos 10 mortos na tragédia de Capitólio

Duas mulheres e três homens estão na lista de vítimas após queda de rocha em represa

Cinco dos dez mortos após a queda de uma rocha sobre uma lancha em Capitólio, no Sudoeste de Minas Gerais, ontem, foram identificados pela Polícia Civil neste domingo (9/1). Mais cedo, a corporação havia informado a conclusão do reconhecimento de um homem; nesta noite, os agentes encerraram o processo de detecção de outros quatro.

O primeiro identificado, ainda na manhã de domingo, foi Júlio Borges Antunes, de 68 anos, natural de Alpinópolis (MG). Nesta noite, foram revelados os dados de Camila Silva Machado, de 18 anos, nascida em Paulínia (SP), Mykon Douglas de Osti, de 24 anos, de Campinas (SP).

Na lista, ainda, Sebastião Teixeira da Silva, de 64 anos, natural de Anhumas (SP) e a esposa, Marlene Augusta Teixeira da Silva, de 57 anos, natural de Itaú de Minas (MG).

Os corpos de Júlio, Camila e Mykon já foram entregues aos familiares. Os representantes do Instituto Médico-Legal (IML) de Passos, cidade próxima a Capitólio, aguardam por pessoas próximas a Sebastião e Marlene.

Os dez passageiros estavam na lancha Jesus. O grupo se conhecia e estava hospedado na mesma pousada, na cidade de São José da Barra, no Sul de Minas. Horas atrás, dois tripulantes da embarcação, ainda desaparecidos, tiveram os corpos encontrados.

Exames garantem identidade dos corpos

Os cinco mortos ainda não nomeados passaram pelo que as autoridades chamam de “reconhecimento precário”. Familiares os identificaram a partir de fragmentos corpóreos e características como tatuagens, aparelhos dentários e anéis.

A polícia, no entanto, já projeta o trabalho para fortalecer os indícios de identidade. “Vamos pegar material genético dos corpos e fragmentos e compará-los a filhos, ascendentes e descendentes para ter confirmação oficial”, disse o delegado Marcos Pimenta, responsável pelo departamento da Polícia Civil em Passos.

Polícia Civil e Marinha terão inquéritos

O curso d’água palco da tragédia está sob a jurisdição da Marinha do Brasil (MB), que instaurou, ainda ontem, inquérito para apurar as causas do acidente. O balneário foi interditado. Também serão analisados os aspectos sobre a segurança da navegação, a habilitação dos condutores envolvidos, o ordenamento aquaviário do local e a observância das normas e legislações emanadas pela Autoridade Marítima.A corporação chegou a enviar homens e um helicóptero para auxiliar nas buscas.

Paralelamente aos trabalhos da MB, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) conduz investigação própria para saber se houve influência alheia à ação da natureza. “A princípio, nosso foco principal e de todos os atores, é a localização do maior número possível de vítimas. Posteriormente, vamos ouvir geólogos para saber se houve algum problema de estrutura. Queremos acalentar as famílias enlutadas”, explicou o delegado.

O proprietário da lancha Jesus, a mais atingida pelo impacto das pedras, já foi ouvido. Antes da ida à água, ainda no hotel que hospedava os turistas, ele fez uma foto das 10 pessoas que perderam suas vidas.

“Essa fotografia está conosco e nos ajudando na identificação dos corpos no Instituto Médico-Legal (IML) em Passos”, pontuou Pimenta.

Ao longo desta semana, a ideia é colher depoimentos de testemunhas do caso. Uma força-tarefa com três delegados será montada. Por ora, em respeito ao luto, as oitivas de familiares não estão nos planos.

Mortos na tragédia de Capitólio:

Identificados:

Júlio Borges Antunes, 68 anos, de Alpinópolis (MG);
Camila Silva Machado, 18 anos, de Paulínia (SP);
Mykon Douglas de Osti, 24 anos, de Campinas (SP);
Sebastião Teixeira da Silva, 64 anos, de Anhumas (SP); 
Marlene Augusta Teixeira da Silva, 57 anos, de Itaú de Minas (MG).

Precariamente identificados

Homem, 40 anos, natural de Betim (MG) – seria o piloto;
Mulher, 43 anos, natural de Cajamar (SP) – seria a mãe de Camila;
Homem, 37 anos, natural de Itaú de Minas (MG) – seria o filho de Sebastião;
Homem, 14 anos, natural de Alfenas (MG) – seria o neto de Sebastião;
Homem, 35 anos, natural de Passos (MG).

FONTE ESTADO DE MINAS

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