Aposentadoria por invalidez: nova regra no INSS amplia acesso ao benefício

Entenda as mudanças nas regras de aposentadoria por invalidez e como elas impactam os segurados do INSS.

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) anunciou recentemente uma mudança fundamental nas regras da aposentadoria por invalidez, que tem o potencial de impactar positivamente a vida de muitos brasileiros. Agora, não há mais uma exigência de idade mínima para aqueles que buscam esse benefício.

Essa alteração é um marco que visa eliminar barreiras e facilitar o acesso à aposentadoria por invalidez, reconhecendo que as circunstâncias de saúde podem afetar pessoas de todas as idades

Para compreender plenamente o impacto dessas mudanças, é preciso diferenciar os dois principais grupos de segurados que buscam a aposentadoria por invalidez.

Existem aqueles que a recebem de forma temporária, devido a condições de saúde que podem melhorar com o tratamento e a reabilitação ao longo do tempo. Por outro lado, há aqueles que enfrentam incapacidades permanentes, tornando impossível o retorno ao trabalho.

Cálculo da aposentadoria

O valor da aposentadoria por invalidez é calculado com base no salário mínimo vigente. Atualmente, os beneficiários recebem R$ 1.320 por mês.

No entanto, estima-se que, em 2024, esse valor suba para R$ 1.421, representando um aumento de R$ 101 em relação ao piso atual. Isso é uma notícia positiva para aqueles que dependem desse auxílio para sobreviver e manter sua qualidade de vida.

Para solicitar a aposentadoria por invalidez do INSS, os segurados têm duas opções. A primeira é utilizar o aplicativo “Meu INSS” para conduzir o processo de forma online, o que proporciona mais comodidade e agilidade.

A segunda opção é entrar em contato com o órgão por meio do telefone 135. Os segurados podem agendar uma visita à agência mais próxima de sua residência, caso seja necessário.

Essas mudanças nas regras representam um avanço significativo no acesso aos benefícios previdenciários por invalidez, garantindo que mais brasileiros em situação de incapacidade possam receber o auxílio de que necessitam para assegurar sua subsistência e qualidade de vida.

A remoção da exigência de idade mínima é um passo importante na direção da inclusão e da proteção dos direitos daqueles que enfrentam desafios de saúde que os impedem de trabalhar.

Esta medida tem o potencial de aliviar o fardo financeiro daqueles que enfrentam dificuldades devido a condições de saúde debilitantes, fornecendo uma rede de segurança que lhes permitirá enfrentar as adversidades com mais tranquilidade.

Demonstra o compromisso do INSS em garantir a justiça e a igualdade na concessão de benefícios previdenciários e reconhece a necessidade de se adaptar às mudanças nas condições de saúde e trabalho da população brasileira.

Por fim, as mudanças nas regras da aposentadoria por invalidez representam um passo em direção a um sistema previdenciário mais inclusivo e adaptado às necessidades cambiantes da sociedade brasileira.

Com essas alterações, o INSS reafirma seu compromisso de fornecer apoio vital aos cidadãos que enfrentam dificuldades devido a incapacidades, independentemente de sua idade.

FONTE CAPITALIST

Aposentadoria por invalidez: nova regra no INSS amplia acesso ao benefício

Entenda as mudanças nas regras de aposentadoria por invalidez e como elas impactam os segurados do INSS.

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) anunciou recentemente uma mudança fundamental nas regras da aposentadoria por invalidez, que tem o potencial de impactar positivamente a vida de muitos brasileiros. Agora, não há mais uma exigência de idade mínima para aqueles que buscam esse benefício.

Essa alteração é um marco que visa eliminar barreiras e facilitar o acesso à aposentadoria por invalidez, reconhecendo que as circunstâncias de saúde podem afetar pessoas de todas as idades

Para compreender plenamente o impacto dessas mudanças, é preciso diferenciar os dois principais grupos de segurados que buscam a aposentadoria por invalidez.

Existem aqueles que a recebem de forma temporária, devido a condições de saúde que podem melhorar com o tratamento e a reabilitação ao longo do tempo. Por outro lado, há aqueles que enfrentam incapacidades permanentes, tornando impossível o retorno ao trabalho.

Cálculo da aposentadoria

O valor da aposentadoria por invalidez é calculado com base no salário mínimo vigente. Atualmente, os beneficiários recebem R$ 1.320 por mês.

No entanto, estima-se que, em 2024, esse valor suba para R$ 1.421, representando um aumento de R$ 101 em relação ao piso atual. Isso é uma notícia positiva para aqueles que dependem desse auxílio para sobreviver e manter sua qualidade de vida.

Para solicitar a aposentadoria por invalidez do INSS, os segurados têm duas opções. A primeira é utilizar o aplicativo “Meu INSS” para conduzir o processo de forma online, o que proporciona mais comodidade e agilidade.

A segunda opção é entrar em contato com o órgão por meio do telefone 135. Os segurados podem agendar uma visita à agência mais próxima de sua residência, caso seja necessário.

Essas mudanças nas regras representam um avanço significativo no acesso aos benefícios previdenciários por invalidez, garantindo que mais brasileiros em situação de incapacidade possam receber o auxílio de que necessitam para assegurar sua subsistência e qualidade de vida.

A remoção da exigência de idade mínima é um passo importante na direção da inclusão e da proteção dos direitos daqueles que enfrentam desafios de saúde que os impedem de trabalhar.

Esta medida tem o potencial de aliviar o fardo financeiro daqueles que enfrentam dificuldades devido a condições de saúde debilitantes, fornecendo uma rede de segurança que lhes permitirá enfrentar as adversidades com mais tranquilidade.

Demonstra o compromisso do INSS em garantir a justiça e a igualdade na concessão de benefícios previdenciários e reconhece a necessidade de se adaptar às mudanças nas condições de saúde e trabalho da população brasileira.

Por fim, as mudanças nas regras da aposentadoria por invalidez representam um passo em direção a um sistema previdenciário mais inclusivo e adaptado às necessidades cambiantes da sociedade brasileira.

Com essas alterações, o INSS reafirma seu compromisso de fornecer apoio vital aos cidadãos que enfrentam dificuldades devido a incapacidades, independentemente de sua idade.

FONTE CAPITALIST

Entenda como a decisão do STF pode quase dobrar os rendimentos do seu FGTS

A ação questiona a rentabilidade do FGTS, que neste momento é menor que a da caderneta de poupança

Os rendimentos dos valores Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) podem quase dobrar se o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir alterar o cálculo do reajuste do fundo. Segundo o entendimento do ministro Luís Roberto Barroso, relator da ação e presidente do Supremo, os recursos dos trabalhadores deveriam ter uma rentabilidade mínima igual ou superior ao da caderneta de poupança. O julgamento da ação estava previsto para acontecer na quarta-feira (8). No entanto, o Supremo decidiu adiar o julgamento para esta quinta-feira (9).

Posso ser ressarcido após o apagão de energia da Enel? Advogados respondem

A revisão pode afetar 117 milhões de contas ativas e com saldo no FGTS. O problema é que a mudança traz preocupação para o governo devido ao seu impacto para os cofres públicos em torno de R$ 8,6 bilhões em quatro anos. Além disso, segundo estimativas do Itaú BBA, o aumento poderia limitar em até 30% os recursos para o programa Minha Casa, Minha Vida que costuma beneficiar as construtoras de baixa renda, como MRV (MRVE3), Tenda (TEND3) e Plano & Plano (PLPL3), listadas na bolsa de valores. Veja os detalhes nesta reportagem.

Por essa razão, na semana passada, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, o advogado-geral da União, Jorge Messias, e representantes de centrais sindicais pediram ao presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, a retirada de pauta do processo por mais 30 dias.

Atualmente, o FGTS possui uma correção de 3% ao ano mais a taxa referencial (TR), enquanto a poupança possui uma rentabilidade de 6,17% ao ano mais o pagamento do TR. Ou seja, de acordo com uma simulação feita pelo C6 Bank, se o trabalhador tiver R$ 10 mil no FGTS, teria em um ano um retorno de R$ 498 com a correção atual. Se houver a alteração com uma rentabilidade igual ao da poupança, o mesmo valor traria ao trabalhador um retorno de R$ 815 durante um ano.

Já para os saldos de R$ 20 mil, a rentabilidade atual do FGTS entrega ao trabalhador um retorno de apenas R$ 996 em um ano. Se os rendimentos ficarem iguais ao da poupança, o acréscimo chega a R$ 1.630. O julgamento é uma resposta a uma ação movida pelo partido Solidariedade, em 2014. O processo questiona a rentabilidade do FGTS por render próximo a zero e ser insuficiente para repor o poder de compra dos trabalhadores.

Com informações do Broadcast

FONTE E INVESTIDOR ESTADÃO

Entenda como a decisão do STF pode quase dobrar os rendimentos do seu FGTS

A ação questiona a rentabilidade do FGTS, que neste momento é menor que a da caderneta de poupança

Os rendimentos dos valores Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) podem quase dobrar se o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir alterar o cálculo do reajuste do fundo. Segundo o entendimento do ministro Luís Roberto Barroso, relator da ação e presidente do Supremo, os recursos dos trabalhadores deveriam ter uma rentabilidade mínima igual ou superior ao da caderneta de poupança. O julgamento da ação estava previsto para acontecer na quarta-feira (8). No entanto, o Supremo decidiu adiar o julgamento para esta quinta-feira (9).

Posso ser ressarcido após o apagão de energia da Enel? Advogados respondem

A revisão pode afetar 117 milhões de contas ativas e com saldo no FGTS. O problema é que a mudança traz preocupação para o governo devido ao seu impacto para os cofres públicos em torno de R$ 8,6 bilhões em quatro anos. Além disso, segundo estimativas do Itaú BBA, o aumento poderia limitar em até 30% os recursos para o programa Minha Casa, Minha Vida que costuma beneficiar as construtoras de baixa renda, como MRV (MRVE3), Tenda (TEND3) e Plano & Plano (PLPL3), listadas na bolsa de valores. Veja os detalhes nesta reportagem.

Por essa razão, na semana passada, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, o advogado-geral da União, Jorge Messias, e representantes de centrais sindicais pediram ao presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, a retirada de pauta do processo por mais 30 dias.

Atualmente, o FGTS possui uma correção de 3% ao ano mais a taxa referencial (TR), enquanto a poupança possui uma rentabilidade de 6,17% ao ano mais o pagamento do TR. Ou seja, de acordo com uma simulação feita pelo C6 Bank, se o trabalhador tiver R$ 10 mil no FGTS, teria em um ano um retorno de R$ 498 com a correção atual. Se houver a alteração com uma rentabilidade igual ao da poupança, o mesmo valor traria ao trabalhador um retorno de R$ 815 durante um ano.

Já para os saldos de R$ 20 mil, a rentabilidade atual do FGTS entrega ao trabalhador um retorno de apenas R$ 996 em um ano. Se os rendimentos ficarem iguais ao da poupança, o acréscimo chega a R$ 1.630. O julgamento é uma resposta a uma ação movida pelo partido Solidariedade, em 2014. O processo questiona a rentabilidade do FGTS por render próximo a zero e ser insuficiente para repor o poder de compra dos trabalhadores.

Com informações do Broadcast

FONTE E INVESTIDOR ESTADÃO

Brasil terá onda de calor incomum e uma das mais intensas da história

Onda de calor que atingirá vários estados brasileiros será extraordinária com marcas jamais vistas em muitas cidades e que podem atingir 45ºC ou mais

O Brasil será atingido por uma onda de calor histórica pelo terceiro mês seguido com marcas extremas de temperatura em vários estados e uma alta probabilidade de quebra de recordes históricos. A MetSul projeta temperaturas máximas muito fora do comum, mesmo em cidades habituadas a calor muito intenso, com marcas 10ºC a 15ºC acima da climatologia histórica em algumas tardes.

METSUL METEOROLOGIA

Os dados analisados pela MetSul Meteorologia indicam que há o potencial deste novo episódio de calor excepcional superar em intensidade os eventos históricos de calor de setembro e outubro. O que os modelos mostram de calor é tão extraordinário e fora da curva histórica que a onda de calor pode ser a mais intensa já registrada no Brasil em valores de temperatura máxima.

onda de calor já está nos seus estágios iniciais e tende a ganhar muita força durante os próximos dias. A temperatura na tarda da terça-feira atingiu 42,3ºC no município de Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul. No estado do Mato Grosso, a temperatura se elevou a 40,4ºC em Cuiabá.

Ar extremamente quente cobria o Centro e o Norte da Argentina na terça com marcas extremas em diversas províncias. De acordo com o Serviço Meteorológico Nacional (SMN), as máximas da terça no país vizinho atingiram 46,0ºC em Rivadavia; 44,9ºC em Santiago del Estero; 44,0ºC em Las Lomitas e 43,7ºC no Observatório de Córdoba.

Quatro estações meteorológicas da Argentina anotaram ontem máximas recordes para novembro ou absolutas (qualquer mês do ano), Orán, em Salta, anotou 43,9ºC, nova máxima absoluta que superou os 43,7ºC de 16/10/2014, no período de observação 1958-2023. Chamical, em La Rioja, com máxima de 43,0ºC, estabeleceu novo recorde para o mês, batendo a marca anterior de 42,8ºC de 27/11/2008. A série tem registros desde 1962.

A estação meteorológica do observatório de Córdoba anotou máxima na terça de 43,7ºC, um novo recorde para novembro, superando a maior marca anterior no mês de 41,5ºC em 22/11/2023. Também a estação do aeroporto de Córdoba anotou novo recorde de máxima para o mês com 43,5ºC, superando o recorde anterior mensal de 40,8ºC em 5/11/1995. Ambas estações possuem dados desde a década de 50.

Também a Bolívia registrou calor extremo durante a terça-feira. A maior temperatura em estações oficiais do país vizinho alcançou 44,7ºC em Villamontes. Igualmente, o também vizinho Paraguai observou marcas extremas de calor durante a terça-feira com 44,0ºC em Pozo Colorado; 43,4ºC em Mariscal Estigarribia; 42,0ºC em Concepción; e 41,3ºC em General Bruguez.

ONDA DE CALOR VAI SE EXPANDIR A PARTIR DO FIM DE SEMANA

O calor mais extremo, inicialmente, atinge áreas do Centro-Oeste, como nos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. Até sexta-feira, o calor mais intenso concentra-se no Centro-Oeste e no interior de São Paulo, mas a partir do fim de semana a massa de ar quente se amplia e as máximas muito altas passam a alcançar mais áreas.

Isso porque a massa de ar quente ganha força e se expande geograficamente a partir do sábado. A tendência fica evidente nos mapas abaixo com a projeção de temperatura máxima dia a dia entre esta quarta e o sábado a partir de dados do modelo do serviço meteorológico alemão (Icon).

METSUL METEOROLOGIA

METSUL METEOROLOGIA

METSUL METEOROLOGIA

METSUL METEOROLOGIA

Por isso, embora já faça calor em muitas áreas do Sudeste do Brasil entre hoje e sexta, as temperaturas se elevam acentuadamente a partir de sábado, quando as máximas vão passar dos 40ºC em várias cidades do interior de São Paulo e podem alcançar até 36ºC ou 37ºC na cidade de São Paulo. O mesmo deve ocorrer com Belo Horizonte, que pode bater em 36ºC ou 37ºC no sábado.

PERÍODO DE CALOR EXTREMO SERÁ LONGO E O PIOR VEM SEMANA QUE VEM

período de temperaturas muito elevadas que está se iniciando será muito prolongado, antecipa a MetSul Meteorologia. Normalmente, ondas de calor duram entre quatro e sete dias, mas esta onda durará até dez dias ou mais em diversas cidades, podendo até completar duas semanas em alguns locais.

Os dados indicam temperatura muitíssimo acima da média no Centro do Brasil até o final desta semana. Não bastasse, a temperatura deve se elevar ainda mais durante a semana que vem com marcas extremamente altas e potencialmente recordes em várias cidades de diferentes estados.

Impressiona a intensidade do calor indicado pelos modelos numéricos para a próxima semana no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil. Uma métrica de intensidade de uma massa de ar quente é a temperatura no nível de pressão de 850 hPa, equivalente a 1500 metros de altitude.

METSUL METEOROLOGIA

Massas de ar quente com temperatura em 850 hPa (não em superfície) acima de 20ºC são fortes. Superiores a 25ºC são muito fortes. Valores acima de 30ºC acompanham massas de ar extraordinariamente fortes e que normalmente são vistas durante calor extremo no Sudoeste dos Estados Unidos ou no Oriente Médio. Modelos indicam até 32ºC em 850 hPa no Centro do Brasil semana que vem, o que muito raramente se enxerga em projeções para o território brasileiro.

Com isso, os valores de temperatura que devem ser alcançados na próxima semana e ao redor da metade deste mês no Centro do Brasil podem ser absurdamente elevados e em níveis jamais vistos em centenas a milhares de cidades brasileiras com quebra de enorme número de recordes.

O Centro-Oeste, o interior de São Paulo e pontos de Minas Gerais podem ter máximas em muitas cidades de 42ºC a 44ºC, mas com registros em algumas cidades tão altos quanto 45ºC a 46ºC ou mais. Trata-se, assim, de evento de calor muito fora do comum e potencialmente a onda de calor mais intensa a atingir o Brasil em máximas nominais desde o começo das medições meteorológicas no começo do século XX.

RECORDES DE CALOR DE CAPITAIS PODEM CAIR

As ondas de calor de setembro e outubro, ambas excepcionais, derrubaram os recordes de temperatura máxima de duas capitais do Brasil. A onda de calor que começa tem potencial de estabelecer recordes de temperatura máxima em diversas capitais, inclusive naquelas que alcançaram novos recordes em setembro e outubro.

ECMWF

No evento de calor extremo do mês de setembro, Belo Horizonte teve a sua maior temperatura máxima desde o início dos registros em 1910 com 38,6ºC na Pampulha e 37,5ºC em Santo Agostinho. No mês passado, na segunda grande onda de calor, a cidade de Cuiabá, no Mato Grosso, com dados desde 1911, chegou a impressionantes 44,2ºC. A marca na capital superou o recorde absoluto prévio de máxima de 44,0ºC de 30 de setembro de 2020.

A onda de calor de setembro foi tão fora do comum que motivou estudo de atribuição rápida por um time internacional de cientistas do clima da World Weather Attribution, que concluiu que o episódio teve um tempo estimado de recorrência de trinta anos e que as mudanças climáticas aumentaram o potencial de ocorrência da onda de calor extremo em cem vezes.

espantoso é que recordes de setembro e outubro podem cair de novo, poucas semanas de terem ocorrido. Isso porque o calor indicado para as capitais do Centro-Oeste o Sudeste na semana que vem e na metade do mês é muitíssimo intenso e fora do normal.

METSUL METEOROLOGIA

Modelos numéricos indicam a possibilidade de máximas ao redor de 45ºC ou mais para Cuiabá, o que derrubaria o recorde recém estabelecido de 44,2ºC. Campo Grande, cujo recorde absoluto de máxima é de 41,0ºC (5/10/2020), pode superar esta marca. Goiânia, com recorde de temperatura de 41,2ºC (7/10/2020) igualmente pode ter sua máxima absoluta ameaçada.

ECMWF

ECMWF

Belo Horizonte pode ter o recorde, semanas atrás alcançado de 38,6ºC, superado com máximas em torno de 40ºC. Também a cidade do Rio de Janeiro pode anotar máximas extraordinariamente altas com muitos dias acima de 40ºC.

A cidade de São Paulo, cujo recorde de máxima é de 37,8ºC em 17/10/2014, na estação do Mirante de Santana, é outra capital que pode ter seu recorde derrubado, uma vez que na semana que vem e no meio do mês as máximas na capital paulista podem atingir valores tão absurdamente altos quanto 38ºC ou 39ºC com alguns modelos apontando até 40ºC.

RECORDE NACIONAL DE CALOR TAMBÉM AMEAÇADO

A maior temperatura registrada oficialmente até hoje no Brasil foi de 44,8°C em Nova Maringá, Mato Grosso, em 4 e 5 de novembro de 2020, na grande onda de calor daquele ano que teve uma primavera excepcionalmente quente como a de 2023, superando o recorde também oficial de Bom Jesus, Piauí, de 2005, de 44,7°C.

O recorde de calor do Brasil ficou a apenas 0,6ºC de ser batido nas estações do Instituto Nacional de Meteorologia na onda de calor de outubro com os 44,2ºC da cidade de Cuiabá, mas desta vez, ao menos pelos dados existentes hoje, a probabilidade de que o recorde caia é maior, uma vez que os modelos projetam máximas acima do registro de 2020.

MAIS UMA BOLHA DE CALOR TRARÁ TEMPERATURA EXCEPCIONAL

Assim como nos episódios extremos de setembro e outubro, uma bolha de calor ou cúpula de calor será responsável pelas temperaturas extraordinariamente altas previstas para o Centro do Brasil. Uma área de alta pressão em altitude, típica de bolhas de calor, atuará entre o Sudeste e o Centro-Oeste enquanto no Sul do Brasil haverá enorme convergência de umidade com chuva extrema no Rio Grande do Sul.

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Uma bolha de calor, que se denomina também de domo ou cúpula de calor (em Inglês é chamada de heat dome) ocorre com áreas de alta pressão que atuam como cúpulas de calor, e têm ar descendente (subsidência). Isso comprime o ar no solo e através da compressão aquece a coluna de ar.

Em suma, uma cúpula de calor é criada quando uma área de alta pressão permanece sobre a mesma área por dias ou até semanas, prendendo ar muito quente por baixo assim como uma tampa em uma panela. Esta bolha de calor de agora vai estar com seu centro entre o Paraguai e o Centro-Oeste do Brasil.

É, assim, um processo físico na atmosfera. As massas de ar quente se expandem verticalmente na atmosfera, criando uma cúpula de alta pressão que desvia os sistemas meteorológicos – como frentes frias – ao seu redor. À medida que o sistema de alta pressão se instala em determinada região, o ar abaixo aquece a atmosfera e dissipa a cobertura de nuvens. O alto ângulo do sol de verão combinado com o céu claro ou de poucas nuvens aquece ainda mais o solo.

Evidências de estudos sugerem que a mudança climática está aumentando a frequência de cúpulas de calor intensas, bombeando-as para mais alto na atmosfera, algo não muito diferente de adicionar mais ar quente a um balão de ar já aquecido. Por isso, vários estudos apontam aumento da intensidade, duração e frequência de ondas de calor no Brasil e ao redor do mundo.

Nunca na história de mais de um século da observação do clima mundial tantos recordes de calor de todos os tempos caíram por uma margem tão grande quanto na histórica onda de calor do final de junho de 2021 no Oeste da América do Norte, efeito de uma maciça cúpula de calor. Foi o segundo desastre climático mais mortal do ano com 1.037 mortes: 808 no Oeste do Canadá e 229 no noroeste dos EUA. O Canadá quebrou seu recorde nacional de temperatura de todos os tempos em três dias consecutivos em Lytton, British Columbia, que atingiu impressionantes 49,6°Cem 29 de junho, um dia antes da cidade ser incendiada em um feroz incêndio florestal alimentado pelo calor extremo. O antigo recorde de calor canadense era 45,0°C em 5 de julho de 1937.

Este foi o evento regional de calor extremo mais anômalo a ocorrer em qualquer lugar da Terra desde o início dos registros de temperatura. Nada se compara”, disse o historiador do clima Christopher Burt, autor do livro Extreme Weather. Apontando para Lytton, Canadá, ele acrescentou: “Nunca houve um recorde nacional de calor em um país com um extenso período de registro e uma infinidade de locais de observação que foi superado por 4ºC”, afirmou O pesquisador internacional de registros meteorológicos Maximiliano Herrera concordou. “O que vimos é totalmente sem precedentes em todo o mundo”, disse. “É uma cascata interminável de recordes sendo quebrados”, resumiu.

Um estudo de resposta rápida do programa World Weather Attribution descobriu que as altas temperaturas diárias observadas em uma área de estudo que abrange grande parte do Oeste de Oregon, Washington e Colúmbia Britânica em junho de 2021 teriam sido “praticamente impossíveis sem as mudanças climáticas causadas pelo homem”. O estudo estimou que foi aproximadamente um evento de 1 em 1000 anos no clima de hoje, mas em um mundo com 2ºC de aquecimento global, que se projeta para daqui a duas décadas, evento semelhante poderia ocorrer aproximadamente a cada cinco a dez anos.

CALOR ATINGIRÁ NÍVEIS MUITO PERIGOSOS À SAÚDE E À VIDA

MetSul Meteorologia adverte que o nível de calor esperado para os próximos dias em muitas áreas do território brasileiro atingirá patamar extremamente perigoso à saúde e à vida com elevado risco para população vulnerável, como enfermos e idosos.

Normalmente, o calor no Brasil é percebido com um evento normal no clima e até celebrado, mas o país não mantém estatísticas sobre mortalidade relacionada à alta temperatura. O calor é um causador “silencioso” de mortes, diferentemente do que ocorre com desastres pela chuva. Os poucos levantamentos sobre mortes associadas ao calor no Brasil estão em alguns estudos epidemiológicos em pesquisas da Medicina e não da Meteorologia.

calor extremo é muito mais mortal do que outros desastres naturais, matando em média mais que o dobro de pessoas por ano do que furacões e tornados combinados, de acordo com dados monitorados pelo Serviço Meteorológico Nacional nos Estados Unidos.

As mudanças climáticas e crescente urbanização estão aumentando rapidamente a exposição humana a temperaturas ambientes extremas, mas poucos estudos examinaram a temperatura e a mortalidade na América Latina. Trabalho publicado em revista científica das temperaturas ambientes diárias e da mortalidade entre 326 cidades latino-americanas entre 2002 e 2015 mostrou alto índice de letalidade por calor extremo.

Em cidades latino-americanas, uma proporção substancial de mortes é atribuída a temperaturas ambientes não ideais. Aumentos marginais em temperaturas altas observadas estão associados a aumentos acentuados no risco de mortalidade. Os riscos identificados foram maiores entre os idosos e para mortes cardiovasculares e respiratórias.

Estudo pulicado em 24 de agosto de 2023 na revisrta Nature, intitulado “Rápido aumento no risco de mortalidade relacionada ao calor” destaca que os estudos em sua maioria avaliam como a mortalidade causada pelo calor aumenta com o aumento médio da temperatura global, mas não é claro até que ponto as mudanças climáticas aumentarão a frequência e a gravidade dos extremos com elevado impacto na saúde humana.

No estudo de análise probabilística, os autores combinaram relações empíricas de mortalidade por calor para 748 locais de 47 países com dados de grandes conjuntos de modelos climáticos. Na maioria dos locais, um evento de mortalidade por calor com recorrência estimada de 1 em 100 anos no clima de 2000 passaria a ser de uma vez a cada dez a vinte anos no clima de 2020.

O estudo projeta que esses períodos de retorno diminuam ainda mais sob níveis de aquecimento global de 1,5° C e 2°C, em que  extremos de mortalidade por calor do clima acabarão por se tornar comuns se não ocorrer adaptação. “As nossas conclusões destacam a necessidade urgente de uma forte mitigação e adaptação para reduzir os impactos nas vidas humanas”, enfatizam os cientistas.

ESTUDO MOSTRA MAIS DE MIL MORTES EM SÃO PAULO EM ONDA DE CALOR DE 2014

O trabalho publicado na Nature referencia uma pesquisa de 2015 sobre um evento de calor extremo na cidade de São Paulo. Em 2014, São Paulo apresentou mortalidade relacionada ao calor de 1,7% (intervalo de confiança de 0,7–2,8%) da mortalidade total, ou 1.296 mortes (556–2.095), número que seria esperado com um tempo de recorrência de a cada 134 anos pela média do clima do ano 2000. O período de retorno na cidade de São Paulo diminui para 18 anos (17,0–19,6) no clima de 2020, 11 anos (8,0–13,1) com aquecimento planetário de 1,5 °C e 5 anos (2,7–5,5) a 2,0 °C  de aquecimento global.

O estudo “Efeitos na saúde de uma onda de calor em fevereiro de 2014 na cidade de São Paulo, Brasil” examinou a mortalidade no período de 2 a 15 de fevereiro de 2014 com 12 dias seguidos com temperatura máxima acima de 33°C, incluindo cinco dias com umidade relativa abaixo de 20% e altos níveis de ozônio.

No período, ocorreram 3.228 óbitos, ou mais 743 óbitos que o esperado, predominantemente na faixa etária dos 60 anos ou mais, com destaque para óbitos por doenças do sistema nervoso, do aparelho geniturinário, de perturbações mentais e do aparelho circulatório. Foi possível identificar uma relação temporal entre condições climáticas atípicas e a ocorrência de excesso de mortes, destacam os autores.

COMO SE PROTEGER DO CALOR EXTREMO

As recomendações dos especialistas em saúde são quase idênticas em todo o mundo diante de uma intensa onda de calor. A Mayo Clinic, uma das principais instituições médicas do planeta, tem uma série de orientações de diante de um período de calor extremo.

A primeira e mais importante, beber grande quantidade de líquidos. Manter-se hidratado ajuda o corpo a suar e manter uma temperatura corporal normal. Igualmente importante é usar roupas folgadas e leves. Vestir roupas em excesso ou roupas justas não permite que o corpo esfrie adequadamente.

A Mayo orienta ainda a se proteger contra queimaduras solares. As queimaduras solares afetam a capacidade do corpo de se refrescar, portanto proteja-se ao ar livre com um chapéu de abas largas e óculos de sol e use um protetor solar de amplo espectro com FPS de pelo menos 15. Os médicos da Mayo recomendam também precauções extras com certos medicamentos. “Fique atento a problemas relacionados ao calor se você tomar medicamentos que podem afetar a capacidade do seu corpo de se manter hidratado e dissipar o calor”, enfatizam.

Enfatizam ainda que ninguém fique em um carro estacionado sob o sol. Esta é uma causa comum de mortes relacionadas ao calor em crianças deixadas ou esquecidas em automóveis. Quando estacionado ao sol, a temperatura do carro pode subir mais de 10ºC em apenas dez minutos. Não é seguro, assim, deixar uma pessoa em um carro estacionado sob forte onda de calor mesmo que as janelas estejam abertas ou o carro esteja na sombra.

Os especialistas assinalam também que esforço físico deve ser evitado nas horas mais quentes do dia. “Se você não puder evitar atividades cansativas em tempo quente, beba líquidos e descanse com frequência em um local fresco. Tente agendar exercícios ou trabalho físico para as partes menos quentes do dia, como de manhã cedo ou à noite”, dizem. “Acostume-se. Limite o tempo gasto trabalhando ou se exercitando no calor até que você esteja condicionado a isso. As pessoas que não estão acostumadas ao clima quente são especialmente suscetíveis a doenças relacionadas ao calor. Pode levar várias semanas para o seu corpo se ajustar ao tempo quente”, pontua a Mayo Clinic.

O choque de calor é um dos maiores riscos durante um período de temperatura muito alta. É uma condição causada pelo superaquecimento do corpo, geralmente como resultado de exposição prolongada ou esforço físico em altas temperaturas. Esta forma mais grave de lesão por calor e insolação pode ocorrer se a temperatura do corpo subir para 40ºC ou mais e requer tratamento de emergência. A insolação grave ou choque de calor não tratados pode danificar rapidamente o cérebro, o coração, os rins e os músculos. O dano piora à medida que o tratamento é adiado, aumentando o risco de complicações graves ou morte.

Os sinais e sintomas da insolação incluem, de acordo com a Mayo Clinic, uma temperatura corporal central de 40ºC u superior, estado mental confuso ou comportamento alterado, fala arrastada, delírio, convulsões e coma. Há ainda alteração na sudorese. Na insolação provocada pelo tempo quente, a pele ficará quente e seca ao toque. No entanto, na insolação provocada por exercícios exagerados, a pele pode ficar seca ou levemente úmida.

Outros sintomas incluem náusea e vomito. A pele pode ficar ainda avermelhada à medida que a temperatura do corpo aumenta. A respiração pode se tornar rápida e superficial. O pulso atinge frequência cardíaca de corrida com aumento significativo porque o estresse térmico coloca uma tremenda carga no coração para ajudar a resfriar seu corpo. Dores de cabeça com a percepção de latejar é frequentemente relatada.

FONTE METSUL

Brasil terá onda de calor incomum e uma das mais intensas da história

Onda de calor que atingirá vários estados brasileiros será extraordinária com marcas jamais vistas em muitas cidades e que podem atingir 45ºC ou mais

O Brasil será atingido por uma onda de calor histórica pelo terceiro mês seguido com marcas extremas de temperatura em vários estados e uma alta probabilidade de quebra de recordes históricos. A MetSul projeta temperaturas máximas muito fora do comum, mesmo em cidades habituadas a calor muito intenso, com marcas 10ºC a 15ºC acima da climatologia histórica em algumas tardes.

METSUL METEOROLOGIA

Os dados analisados pela MetSul Meteorologia indicam que há o potencial deste novo episódio de calor excepcional superar em intensidade os eventos históricos de calor de setembro e outubro. O que os modelos mostram de calor é tão extraordinário e fora da curva histórica que a onda de calor pode ser a mais intensa já registrada no Brasil em valores de temperatura máxima.

onda de calor já está nos seus estágios iniciais e tende a ganhar muita força durante os próximos dias. A temperatura na tarda da terça-feira atingiu 42,3ºC no município de Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul. No estado do Mato Grosso, a temperatura se elevou a 40,4ºC em Cuiabá.

Ar extremamente quente cobria o Centro e o Norte da Argentina na terça com marcas extremas em diversas províncias. De acordo com o Serviço Meteorológico Nacional (SMN), as máximas da terça no país vizinho atingiram 46,0ºC em Rivadavia; 44,9ºC em Santiago del Estero; 44,0ºC em Las Lomitas e 43,7ºC no Observatório de Córdoba.

Quatro estações meteorológicas da Argentina anotaram ontem máximas recordes para novembro ou absolutas (qualquer mês do ano), Orán, em Salta, anotou 43,9ºC, nova máxima absoluta que superou os 43,7ºC de 16/10/2014, no período de observação 1958-2023. Chamical, em La Rioja, com máxima de 43,0ºC, estabeleceu novo recorde para o mês, batendo a marca anterior de 42,8ºC de 27/11/2008. A série tem registros desde 1962.

A estação meteorológica do observatório de Córdoba anotou máxima na terça de 43,7ºC, um novo recorde para novembro, superando a maior marca anterior no mês de 41,5ºC em 22/11/2023. Também a estação do aeroporto de Córdoba anotou novo recorde de máxima para o mês com 43,5ºC, superando o recorde anterior mensal de 40,8ºC em 5/11/1995. Ambas estações possuem dados desde a década de 50.

Também a Bolívia registrou calor extremo durante a terça-feira. A maior temperatura em estações oficiais do país vizinho alcançou 44,7ºC em Villamontes. Igualmente, o também vizinho Paraguai observou marcas extremas de calor durante a terça-feira com 44,0ºC em Pozo Colorado; 43,4ºC em Mariscal Estigarribia; 42,0ºC em Concepción; e 41,3ºC em General Bruguez.

ONDA DE CALOR VAI SE EXPANDIR A PARTIR DO FIM DE SEMANA

O calor mais extremo, inicialmente, atinge áreas do Centro-Oeste, como nos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. Até sexta-feira, o calor mais intenso concentra-se no Centro-Oeste e no interior de São Paulo, mas a partir do fim de semana a massa de ar quente se amplia e as máximas muito altas passam a alcançar mais áreas.

Isso porque a massa de ar quente ganha força e se expande geograficamente a partir do sábado. A tendência fica evidente nos mapas abaixo com a projeção de temperatura máxima dia a dia entre esta quarta e o sábado a partir de dados do modelo do serviço meteorológico alemão (Icon).

METSUL METEOROLOGIA

METSUL METEOROLOGIA

METSUL METEOROLOGIA

METSUL METEOROLOGIA

Por isso, embora já faça calor em muitas áreas do Sudeste do Brasil entre hoje e sexta, as temperaturas se elevam acentuadamente a partir de sábado, quando as máximas vão passar dos 40ºC em várias cidades do interior de São Paulo e podem alcançar até 36ºC ou 37ºC na cidade de São Paulo. O mesmo deve ocorrer com Belo Horizonte, que pode bater em 36ºC ou 37ºC no sábado.

PERÍODO DE CALOR EXTREMO SERÁ LONGO E O PIOR VEM SEMANA QUE VEM

período de temperaturas muito elevadas que está se iniciando será muito prolongado, antecipa a MetSul Meteorologia. Normalmente, ondas de calor duram entre quatro e sete dias, mas esta onda durará até dez dias ou mais em diversas cidades, podendo até completar duas semanas em alguns locais.

Os dados indicam temperatura muitíssimo acima da média no Centro do Brasil até o final desta semana. Não bastasse, a temperatura deve se elevar ainda mais durante a semana que vem com marcas extremamente altas e potencialmente recordes em várias cidades de diferentes estados.

Impressiona a intensidade do calor indicado pelos modelos numéricos para a próxima semana no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil. Uma métrica de intensidade de uma massa de ar quente é a temperatura no nível de pressão de 850 hPa, equivalente a 1500 metros de altitude.

METSUL METEOROLOGIA

Massas de ar quente com temperatura em 850 hPa (não em superfície) acima de 20ºC são fortes. Superiores a 25ºC são muito fortes. Valores acima de 30ºC acompanham massas de ar extraordinariamente fortes e que normalmente são vistas durante calor extremo no Sudoeste dos Estados Unidos ou no Oriente Médio. Modelos indicam até 32ºC em 850 hPa no Centro do Brasil semana que vem, o que muito raramente se enxerga em projeções para o território brasileiro.

Com isso, os valores de temperatura que devem ser alcançados na próxima semana e ao redor da metade deste mês no Centro do Brasil podem ser absurdamente elevados e em níveis jamais vistos em centenas a milhares de cidades brasileiras com quebra de enorme número de recordes.

O Centro-Oeste, o interior de São Paulo e pontos de Minas Gerais podem ter máximas em muitas cidades de 42ºC a 44ºC, mas com registros em algumas cidades tão altos quanto 45ºC a 46ºC ou mais. Trata-se, assim, de evento de calor muito fora do comum e potencialmente a onda de calor mais intensa a atingir o Brasil em máximas nominais desde o começo das medições meteorológicas no começo do século XX.

RECORDES DE CALOR DE CAPITAIS PODEM CAIR

As ondas de calor de setembro e outubro, ambas excepcionais, derrubaram os recordes de temperatura máxima de duas capitais do Brasil. A onda de calor que começa tem potencial de estabelecer recordes de temperatura máxima em diversas capitais, inclusive naquelas que alcançaram novos recordes em setembro e outubro.

ECMWF

No evento de calor extremo do mês de setembro, Belo Horizonte teve a sua maior temperatura máxima desde o início dos registros em 1910 com 38,6ºC na Pampulha e 37,5ºC em Santo Agostinho. No mês passado, na segunda grande onda de calor, a cidade de Cuiabá, no Mato Grosso, com dados desde 1911, chegou a impressionantes 44,2ºC. A marca na capital superou o recorde absoluto prévio de máxima de 44,0ºC de 30 de setembro de 2020.

A onda de calor de setembro foi tão fora do comum que motivou estudo de atribuição rápida por um time internacional de cientistas do clima da World Weather Attribution, que concluiu que o episódio teve um tempo estimado de recorrência de trinta anos e que as mudanças climáticas aumentaram o potencial de ocorrência da onda de calor extremo em cem vezes.

espantoso é que recordes de setembro e outubro podem cair de novo, poucas semanas de terem ocorrido. Isso porque o calor indicado para as capitais do Centro-Oeste o Sudeste na semana que vem e na metade do mês é muitíssimo intenso e fora do normal.

METSUL METEOROLOGIA

Modelos numéricos indicam a possibilidade de máximas ao redor de 45ºC ou mais para Cuiabá, o que derrubaria o recorde recém estabelecido de 44,2ºC. Campo Grande, cujo recorde absoluto de máxima é de 41,0ºC (5/10/2020), pode superar esta marca. Goiânia, com recorde de temperatura de 41,2ºC (7/10/2020) igualmente pode ter sua máxima absoluta ameaçada.

ECMWF

ECMWF

Belo Horizonte pode ter o recorde, semanas atrás alcançado de 38,6ºC, superado com máximas em torno de 40ºC. Também a cidade do Rio de Janeiro pode anotar máximas extraordinariamente altas com muitos dias acima de 40ºC.

A cidade de São Paulo, cujo recorde de máxima é de 37,8ºC em 17/10/2014, na estação do Mirante de Santana, é outra capital que pode ter seu recorde derrubado, uma vez que na semana que vem e no meio do mês as máximas na capital paulista podem atingir valores tão absurdamente altos quanto 38ºC ou 39ºC com alguns modelos apontando até 40ºC.

RECORDE NACIONAL DE CALOR TAMBÉM AMEAÇADO

A maior temperatura registrada oficialmente até hoje no Brasil foi de 44,8°C em Nova Maringá, Mato Grosso, em 4 e 5 de novembro de 2020, na grande onda de calor daquele ano que teve uma primavera excepcionalmente quente como a de 2023, superando o recorde também oficial de Bom Jesus, Piauí, de 2005, de 44,7°C.

O recorde de calor do Brasil ficou a apenas 0,6ºC de ser batido nas estações do Instituto Nacional de Meteorologia na onda de calor de outubro com os 44,2ºC da cidade de Cuiabá, mas desta vez, ao menos pelos dados existentes hoje, a probabilidade de que o recorde caia é maior, uma vez que os modelos projetam máximas acima do registro de 2020.

MAIS UMA BOLHA DE CALOR TRARÁ TEMPERATURA EXCEPCIONAL

Assim como nos episódios extremos de setembro e outubro, uma bolha de calor ou cúpula de calor será responsável pelas temperaturas extraordinariamente altas previstas para o Centro do Brasil. Uma área de alta pressão em altitude, típica de bolhas de calor, atuará entre o Sudeste e o Centro-Oeste enquanto no Sul do Brasil haverá enorme convergência de umidade com chuva extrema no Rio Grande do Sul.

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Uma bolha de calor, que se denomina também de domo ou cúpula de calor (em Inglês é chamada de heat dome) ocorre com áreas de alta pressão que atuam como cúpulas de calor, e têm ar descendente (subsidência). Isso comprime o ar no solo e através da compressão aquece a coluna de ar.

Em suma, uma cúpula de calor é criada quando uma área de alta pressão permanece sobre a mesma área por dias ou até semanas, prendendo ar muito quente por baixo assim como uma tampa em uma panela. Esta bolha de calor de agora vai estar com seu centro entre o Paraguai e o Centro-Oeste do Brasil.

É, assim, um processo físico na atmosfera. As massas de ar quente se expandem verticalmente na atmosfera, criando uma cúpula de alta pressão que desvia os sistemas meteorológicos – como frentes frias – ao seu redor. À medida que o sistema de alta pressão se instala em determinada região, o ar abaixo aquece a atmosfera e dissipa a cobertura de nuvens. O alto ângulo do sol de verão combinado com o céu claro ou de poucas nuvens aquece ainda mais o solo.

Evidências de estudos sugerem que a mudança climática está aumentando a frequência de cúpulas de calor intensas, bombeando-as para mais alto na atmosfera, algo não muito diferente de adicionar mais ar quente a um balão de ar já aquecido. Por isso, vários estudos apontam aumento da intensidade, duração e frequência de ondas de calor no Brasil e ao redor do mundo.

Nunca na história de mais de um século da observação do clima mundial tantos recordes de calor de todos os tempos caíram por uma margem tão grande quanto na histórica onda de calor do final de junho de 2021 no Oeste da América do Norte, efeito de uma maciça cúpula de calor. Foi o segundo desastre climático mais mortal do ano com 1.037 mortes: 808 no Oeste do Canadá e 229 no noroeste dos EUA. O Canadá quebrou seu recorde nacional de temperatura de todos os tempos em três dias consecutivos em Lytton, British Columbia, que atingiu impressionantes 49,6°Cem 29 de junho, um dia antes da cidade ser incendiada em um feroz incêndio florestal alimentado pelo calor extremo. O antigo recorde de calor canadense era 45,0°C em 5 de julho de 1937.

Este foi o evento regional de calor extremo mais anômalo a ocorrer em qualquer lugar da Terra desde o início dos registros de temperatura. Nada se compara”, disse o historiador do clima Christopher Burt, autor do livro Extreme Weather. Apontando para Lytton, Canadá, ele acrescentou: “Nunca houve um recorde nacional de calor em um país com um extenso período de registro e uma infinidade de locais de observação que foi superado por 4ºC”, afirmou O pesquisador internacional de registros meteorológicos Maximiliano Herrera concordou. “O que vimos é totalmente sem precedentes em todo o mundo”, disse. “É uma cascata interminável de recordes sendo quebrados”, resumiu.

Um estudo de resposta rápida do programa World Weather Attribution descobriu que as altas temperaturas diárias observadas em uma área de estudo que abrange grande parte do Oeste de Oregon, Washington e Colúmbia Britânica em junho de 2021 teriam sido “praticamente impossíveis sem as mudanças climáticas causadas pelo homem”. O estudo estimou que foi aproximadamente um evento de 1 em 1000 anos no clima de hoje, mas em um mundo com 2ºC de aquecimento global, que se projeta para daqui a duas décadas, evento semelhante poderia ocorrer aproximadamente a cada cinco a dez anos.

CALOR ATINGIRÁ NÍVEIS MUITO PERIGOSOS À SAÚDE E À VIDA

MetSul Meteorologia adverte que o nível de calor esperado para os próximos dias em muitas áreas do território brasileiro atingirá patamar extremamente perigoso à saúde e à vida com elevado risco para população vulnerável, como enfermos e idosos.

Normalmente, o calor no Brasil é percebido com um evento normal no clima e até celebrado, mas o país não mantém estatísticas sobre mortalidade relacionada à alta temperatura. O calor é um causador “silencioso” de mortes, diferentemente do que ocorre com desastres pela chuva. Os poucos levantamentos sobre mortes associadas ao calor no Brasil estão em alguns estudos epidemiológicos em pesquisas da Medicina e não da Meteorologia.

calor extremo é muito mais mortal do que outros desastres naturais, matando em média mais que o dobro de pessoas por ano do que furacões e tornados combinados, de acordo com dados monitorados pelo Serviço Meteorológico Nacional nos Estados Unidos.

As mudanças climáticas e crescente urbanização estão aumentando rapidamente a exposição humana a temperaturas ambientes extremas, mas poucos estudos examinaram a temperatura e a mortalidade na América Latina. Trabalho publicado em revista científica das temperaturas ambientes diárias e da mortalidade entre 326 cidades latino-americanas entre 2002 e 2015 mostrou alto índice de letalidade por calor extremo.

Em cidades latino-americanas, uma proporção substancial de mortes é atribuída a temperaturas ambientes não ideais. Aumentos marginais em temperaturas altas observadas estão associados a aumentos acentuados no risco de mortalidade. Os riscos identificados foram maiores entre os idosos e para mortes cardiovasculares e respiratórias.

Estudo pulicado em 24 de agosto de 2023 na revisrta Nature, intitulado “Rápido aumento no risco de mortalidade relacionada ao calor” destaca que os estudos em sua maioria avaliam como a mortalidade causada pelo calor aumenta com o aumento médio da temperatura global, mas não é claro até que ponto as mudanças climáticas aumentarão a frequência e a gravidade dos extremos com elevado impacto na saúde humana.

No estudo de análise probabilística, os autores combinaram relações empíricas de mortalidade por calor para 748 locais de 47 países com dados de grandes conjuntos de modelos climáticos. Na maioria dos locais, um evento de mortalidade por calor com recorrência estimada de 1 em 100 anos no clima de 2000 passaria a ser de uma vez a cada dez a vinte anos no clima de 2020.

O estudo projeta que esses períodos de retorno diminuam ainda mais sob níveis de aquecimento global de 1,5° C e 2°C, em que  extremos de mortalidade por calor do clima acabarão por se tornar comuns se não ocorrer adaptação. “As nossas conclusões destacam a necessidade urgente de uma forte mitigação e adaptação para reduzir os impactos nas vidas humanas”, enfatizam os cientistas.

ESTUDO MOSTRA MAIS DE MIL MORTES EM SÃO PAULO EM ONDA DE CALOR DE 2014

O trabalho publicado na Nature referencia uma pesquisa de 2015 sobre um evento de calor extremo na cidade de São Paulo. Em 2014, São Paulo apresentou mortalidade relacionada ao calor de 1,7% (intervalo de confiança de 0,7–2,8%) da mortalidade total, ou 1.296 mortes (556–2.095), número que seria esperado com um tempo de recorrência de a cada 134 anos pela média do clima do ano 2000. O período de retorno na cidade de São Paulo diminui para 18 anos (17,0–19,6) no clima de 2020, 11 anos (8,0–13,1) com aquecimento planetário de 1,5 °C e 5 anos (2,7–5,5) a 2,0 °C  de aquecimento global.

O estudo “Efeitos na saúde de uma onda de calor em fevereiro de 2014 na cidade de São Paulo, Brasil” examinou a mortalidade no período de 2 a 15 de fevereiro de 2014 com 12 dias seguidos com temperatura máxima acima de 33°C, incluindo cinco dias com umidade relativa abaixo de 20% e altos níveis de ozônio.

No período, ocorreram 3.228 óbitos, ou mais 743 óbitos que o esperado, predominantemente na faixa etária dos 60 anos ou mais, com destaque para óbitos por doenças do sistema nervoso, do aparelho geniturinário, de perturbações mentais e do aparelho circulatório. Foi possível identificar uma relação temporal entre condições climáticas atípicas e a ocorrência de excesso de mortes, destacam os autores.

COMO SE PROTEGER DO CALOR EXTREMO

As recomendações dos especialistas em saúde são quase idênticas em todo o mundo diante de uma intensa onda de calor. A Mayo Clinic, uma das principais instituições médicas do planeta, tem uma série de orientações de diante de um período de calor extremo.

A primeira e mais importante, beber grande quantidade de líquidos. Manter-se hidratado ajuda o corpo a suar e manter uma temperatura corporal normal. Igualmente importante é usar roupas folgadas e leves. Vestir roupas em excesso ou roupas justas não permite que o corpo esfrie adequadamente.

A Mayo orienta ainda a se proteger contra queimaduras solares. As queimaduras solares afetam a capacidade do corpo de se refrescar, portanto proteja-se ao ar livre com um chapéu de abas largas e óculos de sol e use um protetor solar de amplo espectro com FPS de pelo menos 15. Os médicos da Mayo recomendam também precauções extras com certos medicamentos. “Fique atento a problemas relacionados ao calor se você tomar medicamentos que podem afetar a capacidade do seu corpo de se manter hidratado e dissipar o calor”, enfatizam.

Enfatizam ainda que ninguém fique em um carro estacionado sob o sol. Esta é uma causa comum de mortes relacionadas ao calor em crianças deixadas ou esquecidas em automóveis. Quando estacionado ao sol, a temperatura do carro pode subir mais de 10ºC em apenas dez minutos. Não é seguro, assim, deixar uma pessoa em um carro estacionado sob forte onda de calor mesmo que as janelas estejam abertas ou o carro esteja na sombra.

Os especialistas assinalam também que esforço físico deve ser evitado nas horas mais quentes do dia. “Se você não puder evitar atividades cansativas em tempo quente, beba líquidos e descanse com frequência em um local fresco. Tente agendar exercícios ou trabalho físico para as partes menos quentes do dia, como de manhã cedo ou à noite”, dizem. “Acostume-se. Limite o tempo gasto trabalhando ou se exercitando no calor até que você esteja condicionado a isso. As pessoas que não estão acostumadas ao clima quente são especialmente suscetíveis a doenças relacionadas ao calor. Pode levar várias semanas para o seu corpo se ajustar ao tempo quente”, pontua a Mayo Clinic.

O choque de calor é um dos maiores riscos durante um período de temperatura muito alta. É uma condição causada pelo superaquecimento do corpo, geralmente como resultado de exposição prolongada ou esforço físico em altas temperaturas. Esta forma mais grave de lesão por calor e insolação pode ocorrer se a temperatura do corpo subir para 40ºC ou mais e requer tratamento de emergência. A insolação grave ou choque de calor não tratados pode danificar rapidamente o cérebro, o coração, os rins e os músculos. O dano piora à medida que o tratamento é adiado, aumentando o risco de complicações graves ou morte.

Os sinais e sintomas da insolação incluem, de acordo com a Mayo Clinic, uma temperatura corporal central de 40ºC u superior, estado mental confuso ou comportamento alterado, fala arrastada, delírio, convulsões e coma. Há ainda alteração na sudorese. Na insolação provocada pelo tempo quente, a pele ficará quente e seca ao toque. No entanto, na insolação provocada por exercícios exagerados, a pele pode ficar seca ou levemente úmida.

Outros sintomas incluem náusea e vomito. A pele pode ficar ainda avermelhada à medida que a temperatura do corpo aumenta. A respiração pode se tornar rápida e superficial. O pulso atinge frequência cardíaca de corrida com aumento significativo porque o estresse térmico coloca uma tremenda carga no coração para ajudar a resfriar seu corpo. Dores de cabeça com a percepção de latejar é frequentemente relatada.

FONTE METSUL

Maquininhas de cartão deixarão de funcionar no Brasil; entenda

Mudanças em outras setores da economia podem retirar as maquininhas de cartão de circulação. Veja o que pode acontecer.

Após decisão que envolve todas as empresas de telefonia do país, as maquininhas de cartão podem parar de funcionar em breve! Isso porque a ideia das grandes empresas, como TIM, Vivo e Claro, é acabar com os sinais 2G e 3G, o que pode não dar conectividade ao aparelho.

Por esse motivo, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) está, atualmente, analisando a iniciativa das operadoras telefônica. No entanto, as empresas de maquininhas estão contestando a medida por meio da Abranet (Associação Brasileira de Internet). Confira mais informações sobre essa possível mudança na matéria a seguir!

Por que as maquininhas de cartão podem parar de funcionar?

Mão aproximando cartão de máquina de cartões
Imagem: YAKOBCHUK VIACHESLAV/shutterstock.com

De acordo com a Abranet, a conexão das maquininhas funciona basicamente com o uso de 2G e 3G, principalmente em áreas distantes, onde o 4G e o 5G ainda não chegaram. Por isso, aconselham mais cautela antes de realizarem essa decisão.

Ademais, o acesso às redes de conexão possui limitações, ou seja, diversas áreas, não só rurais, como também urbanas, não teriam acesso a esse modelo de pagamento. No entanto, pelo ponto de vista das operadoras telefônicas, a desativação dessas conexões seria positivo.

Isso porque causaria menos custos às empresas, já que esse tipo de conectividade é pouco utilizada no país. Com o impasse, a Anatel abriu uma consulta pública para ampliar o debate sobre o desligamento das redes 2G e 3G no Brasil e limitar o acesso às maquininhas de cartão.

Anatel abre Consulta Pública

A decisão foi feita após pedido da Conexis, companhia que representa empresas de telecomunicações. Adicionalmente, debaterão os prós e contras do desligamento das redes, propondo, ainda, uma atualização das tecnologias. A ideia é que opere nas mesmas frequências das redes que serão desligadas.

Por fim, as redes, que antes já tiveram mais de 200 milhões de usuários em seu auge, hoje têm menos de 20 milhões. Porém, a iniciativa de uma mudança tecnológica pode beneficiar a todos, mantendo o funcionamento das maquininhas de cartão pelo Brasil.

FONTE SEU CRÉDITO DIGITAL

Maquininhas de cartão deixarão de funcionar no Brasil; entenda

Mudanças em outras setores da economia podem retirar as maquininhas de cartão de circulação. Veja o que pode acontecer.

Após decisão que envolve todas as empresas de telefonia do país, as maquininhas de cartão podem parar de funcionar em breve! Isso porque a ideia das grandes empresas, como TIM, Vivo e Claro, é acabar com os sinais 2G e 3G, o que pode não dar conectividade ao aparelho.

Por esse motivo, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) está, atualmente, analisando a iniciativa das operadoras telefônica. No entanto, as empresas de maquininhas estão contestando a medida por meio da Abranet (Associação Brasileira de Internet). Confira mais informações sobre essa possível mudança na matéria a seguir!

Por que as maquininhas de cartão podem parar de funcionar?

Mão aproximando cartão de máquina de cartões
Imagem: YAKOBCHUK VIACHESLAV/shutterstock.com

De acordo com a Abranet, a conexão das maquininhas funciona basicamente com o uso de 2G e 3G, principalmente em áreas distantes, onde o 4G e o 5G ainda não chegaram. Por isso, aconselham mais cautela antes de realizarem essa decisão.

Ademais, o acesso às redes de conexão possui limitações, ou seja, diversas áreas, não só rurais, como também urbanas, não teriam acesso a esse modelo de pagamento. No entanto, pelo ponto de vista das operadoras telefônicas, a desativação dessas conexões seria positivo.

Isso porque causaria menos custos às empresas, já que esse tipo de conectividade é pouco utilizada no país. Com o impasse, a Anatel abriu uma consulta pública para ampliar o debate sobre o desligamento das redes 2G e 3G no Brasil e limitar o acesso às maquininhas de cartão.

Anatel abre Consulta Pública

A decisão foi feita após pedido da Conexis, companhia que representa empresas de telecomunicações. Adicionalmente, debaterão os prós e contras do desligamento das redes, propondo, ainda, uma atualização das tecnologias. A ideia é que opere nas mesmas frequências das redes que serão desligadas.

Por fim, as redes, que antes já tiveram mais de 200 milhões de usuários em seu auge, hoje têm menos de 20 milhões. Porém, a iniciativa de uma mudança tecnológica pode beneficiar a todos, mantendo o funcionamento das maquininhas de cartão pelo Brasil.

FONTE SEU CRÉDITO DIGITAL

Após dois anos, acordo bilionário sobre Tragédia de Mariana (MG) deve sair do papel até dezembro

Proposta deve ser finalizada com montante superior a R$ 100 bilhões, destinados às vítimas, cidades e estados atingidos

A negociação do acordo bilionário para reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, a 110 km de Belo Horizonte, deve chegar ao fim no próximo mês de dezembro, após dois anos de discussões.

A previsão foi feita pelo procurador da República Carlos Bruno Ferreira da Silva, coordenador da força-tarefa que acompanha o caso. O governo de Minas também confirmou o calendário. Segundo o MPF (Ministério Público Federal), as mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton já receberam parte da proposta e vão ter acesso à versão completa na próxima quarta-feira (8).

“Eu entendo que se o acordo não sair até o dia 5 de dezembro, é por exclusiva responsabilidade de Vale, BHP e Samarco por não desejá-lo”, avalia o procurador.

O valor final da proposta não foi confirmado pelos envolvidos nas negociações, mas a expectativa é que o montante passe de R$ 100 bilhões. A tratativa começou em 2021. O processo é mediado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

O procurador Carlos Bruno Ferreira da Silva detalha que o Governo Federal, sob a gestão Lula, apresentou observações que foram adicionadas ao documento e acatou outros pontos já definidos pelos membros da negociação.

“Eu acho que o grande embate é o valor. É uma discussão que no fim do dia termina em uma discussão sobre valor. É claro que as empresas têm uma discussão sobre retirada de rejeitos, da retomada da pesca, dos direitos individuais, indenizações individuais, o quanto o Novel foi um modelo suficiente ou não e a discussão do ressarcimento da saúde. Mas no final eu acho que é uma de quanto as empresas entendem que foi o dano causado à região da Bacia do Rio Doce e o quanto o poder público entende que é a indenização adequada”, detalha o representante do MPF sobre os questionamentos da empresa durante o processo.

Caso o acordo seja selado, ele vai substituir o pedido de condenação feito pelo MPF contra as três mineradoras. Na ação, o órgão pediu o pagamento de mais de R$ 155 bilhões às vítimas, além dos estados e cidades atingidas. Atualmente, não há data para julgamento da denúncia, mas o MPF espera que parte dela, relacionada a quase R$ 100 bilhões, seja analisada em breve.

A Samarco afirma que participa ativamente das discussões em busca “a repactuação e a solução definitiva para os programas que compõem o Termo de Transação e Ajustamento de Conduta”. “A empresa ressalta a complexidade das ações executadas no processo de reparação e compensação em andamento e, junto com suas acionistas, segue garantindo suporte para que a Fundação Renova realize as ações. Até agosto de 2023 foram indenizadas mais de 431,2 mil pessoas, tendo sido destinados R$ 32,66 bilhões para as ações executadas pela Fundação Renova”, completou em nota.

Para a Vale, o tempo para se fechar a uma definição está ligado à complexidade do assunto. “Os diálogos buscam soluções para conferir celeridade, eficiência e definitividade ao processo reparatório, visando endereçar cada um dos 42 programas socioeconômicos e socioambientais previstos no acordo anterior”, informou.

A BHP Billiton foi procurada e ainda não se manifestou sobre o assunto.

Ação inglesa

Ao mesmo tempo em que as autoridades brasileiras debatem o tema, uma ação corre na Justiça da Inglaterra contra a BHP Billiton, sócia da Vale na propriedade da Samarco. O processo representa 700 mil pessoas, instituições e governos atingidos. O valor da indenização pode chegar a R$ 230 bilhões.

A ação internacional já tem data para ser julgada: outubro de 2024. O advogado Tom Goodhead, responsável pelo processo, acredita na realização de um acordo até abril de 2024. Para o especialista, o julgamento do caso no Brasil não iria suspender o processo inglês.

“Se as empresas forem condenadas, vai ser interessante ver o que elas vão fazer. Elas vão pagar R$ 100 bilhões porque um juiz no Brasil disse que elas devem pagar ou elas vão fazer que têm feito nos últimos oito anos? As companhias têm entrado com recursos contra todas as decisões judiciais. Esses recursos podem se alongar por cinco, dez anos. As empresas nunca admitiram sua responsabilidade por este desastre”, comentou Goodhead sobre eventual condenação das mineradoras pela justiça brasileira.

O rompimento

A barragem de Fundou colapsou no dia 5 de novembro de 2015. Dezenove pessoas morreram. Uma delas nunca foi encontrada. A lama de rejeitos atingiu os rios Doce, Gualaxo do Norte e Carmo, em uma extensão de 650 quilômetros de cursos d’água, chegando ao oceano Atlântico. Mais de 2 milhões de pessoas foram impactadas, em aproximadamente 49 cidades, entre Minas Gerais e o Espírito Santo.

FONTGE NOTÍCIAS R7

Após dois anos, acordo bilionário sobre Tragédia de Mariana (MG) deve sair do papel até dezembro

Proposta deve ser finalizada com montante superior a R$ 100 bilhões, destinados às vítimas, cidades e estados atingidos

A negociação do acordo bilionário para reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, a 110 km de Belo Horizonte, deve chegar ao fim no próximo mês de dezembro, após dois anos de discussões.

A previsão foi feita pelo procurador da República Carlos Bruno Ferreira da Silva, coordenador da força-tarefa que acompanha o caso. O governo de Minas também confirmou o calendário. Segundo o MPF (Ministério Público Federal), as mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton já receberam parte da proposta e vão ter acesso à versão completa na próxima quarta-feira (8).

“Eu entendo que se o acordo não sair até o dia 5 de dezembro, é por exclusiva responsabilidade de Vale, BHP e Samarco por não desejá-lo”, avalia o procurador.

O valor final da proposta não foi confirmado pelos envolvidos nas negociações, mas a expectativa é que o montante passe de R$ 100 bilhões. A tratativa começou em 2021. O processo é mediado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

O procurador Carlos Bruno Ferreira da Silva detalha que o Governo Federal, sob a gestão Lula, apresentou observações que foram adicionadas ao documento e acatou outros pontos já definidos pelos membros da negociação.

“Eu acho que o grande embate é o valor. É uma discussão que no fim do dia termina em uma discussão sobre valor. É claro que as empresas têm uma discussão sobre retirada de rejeitos, da retomada da pesca, dos direitos individuais, indenizações individuais, o quanto o Novel foi um modelo suficiente ou não e a discussão do ressarcimento da saúde. Mas no final eu acho que é uma de quanto as empresas entendem que foi o dano causado à região da Bacia do Rio Doce e o quanto o poder público entende que é a indenização adequada”, detalha o representante do MPF sobre os questionamentos da empresa durante o processo.

Caso o acordo seja selado, ele vai substituir o pedido de condenação feito pelo MPF contra as três mineradoras. Na ação, o órgão pediu o pagamento de mais de R$ 155 bilhões às vítimas, além dos estados e cidades atingidas. Atualmente, não há data para julgamento da denúncia, mas o MPF espera que parte dela, relacionada a quase R$ 100 bilhões, seja analisada em breve.

A Samarco afirma que participa ativamente das discussões em busca “a repactuação e a solução definitiva para os programas que compõem o Termo de Transação e Ajustamento de Conduta”. “A empresa ressalta a complexidade das ações executadas no processo de reparação e compensação em andamento e, junto com suas acionistas, segue garantindo suporte para que a Fundação Renova realize as ações. Até agosto de 2023 foram indenizadas mais de 431,2 mil pessoas, tendo sido destinados R$ 32,66 bilhões para as ações executadas pela Fundação Renova”, completou em nota.

Para a Vale, o tempo para se fechar a uma definição está ligado à complexidade do assunto. “Os diálogos buscam soluções para conferir celeridade, eficiência e definitividade ao processo reparatório, visando endereçar cada um dos 42 programas socioeconômicos e socioambientais previstos no acordo anterior”, informou.

A BHP Billiton foi procurada e ainda não se manifestou sobre o assunto.

Ação inglesa

Ao mesmo tempo em que as autoridades brasileiras debatem o tema, uma ação corre na Justiça da Inglaterra contra a BHP Billiton, sócia da Vale na propriedade da Samarco. O processo representa 700 mil pessoas, instituições e governos atingidos. O valor da indenização pode chegar a R$ 230 bilhões.

A ação internacional já tem data para ser julgada: outubro de 2024. O advogado Tom Goodhead, responsável pelo processo, acredita na realização de um acordo até abril de 2024. Para o especialista, o julgamento do caso no Brasil não iria suspender o processo inglês.

“Se as empresas forem condenadas, vai ser interessante ver o que elas vão fazer. Elas vão pagar R$ 100 bilhões porque um juiz no Brasil disse que elas devem pagar ou elas vão fazer que têm feito nos últimos oito anos? As companhias têm entrado com recursos contra todas as decisões judiciais. Esses recursos podem se alongar por cinco, dez anos. As empresas nunca admitiram sua responsabilidade por este desastre”, comentou Goodhead sobre eventual condenação das mineradoras pela justiça brasileira.

O rompimento

A barragem de Fundou colapsou no dia 5 de novembro de 2015. Dezenove pessoas morreram. Uma delas nunca foi encontrada. A lama de rejeitos atingiu os rios Doce, Gualaxo do Norte e Carmo, em uma extensão de 650 quilômetros de cursos d’água, chegando ao oceano Atlântico. Mais de 2 milhões de pessoas foram impactadas, em aproximadamente 49 cidades, entre Minas Gerais e o Espírito Santo.

FONTGE NOTÍCIAS R7

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