Puxões de cabelo, socos e unhadas: paciente em crise agride enfermeira na UPA 

Na madrugada de domingo (2/4), uma enfermeira foi agredida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ouro Preto (Região Central de Minas). Uma paciente em crise psiquiátrica atacou a profissional de saúde com golpes de soco, unhadas, além de puxar o cabelo da vítima.

No momento do acontecimento, a UPA estava sem segurança e os funcionários do local tentaram separar, porém sem sucesso. Segundo a Rádio Itatiaia, outros pacientes que estavam por perto precisaram intervir para ajudar.

A Secretaria de Saúde de Ouro Preto afirmou que a crise psiquiátrica é quando o indivíduo entra em estado de alteração psíquica e tem grave sofrimento mental. Na piora dos sintomas, “delírios, alucinações visuais e agressividade” podem acontecer, informou.

De acordo com o órgão, quando algum paciente precisa de um acompanhamento intensivo, ele é encaminhado para os Leitos de Retaguarda da Saúde Mental na Santa Casa de Ouro Preto. Para isso, é necessário que o usuário aguarde até regular o leito da Santa Casa.

No caso em questão, a paciente aguardava na UPA que o seu regulamento fosse aprovado.

A Secretaria afirmou que está trabalhando no reforço da segurança da UPA e que se solidariza com a enfermeira, que foi devidamente amparada e cuidada por toda rede de atenção à saúde do município.

FONTE RADAR GERAL

Prefeitura de Itaverava faz demissões em massa e crise já afeta serviços

Demissões, incertezas e atraso nos salários. Esta é a realidade vivida na simpática Itaverava. Em diversas reportagens já antecipávamos a situação de crise financeira da Prefeitura. Agora a bomba estourou!
As informações apontam para mais de 50 contratados foram demitidos nas últimas semanas e a crise financeira já afeta serviços públicos essenciais como a saúde, a educação, dentre outros. Dezenas de pessoas envolvidas na limpeza urbana foram dispensadas.
Na educação, os veículos terceirizados para o transporte públicos suspenderam o serviço por falta de pagamento afetando a vida diária dos estudantes. Na saúde, somente na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Distrito de Monsenhor Isidro foram 13 demitidos entre médico, enfermeiro, recepcionista, fisioterapeuta, motoristas, farmacêutica dentre outros afetando por completo o serviço aos moradores. “Fico com pena daqueles que realmente precisam do serviço. Serão os maiores prejudicados”, disse um internauta da localidade a nossa reportagem.
Em outros relatos, há falta de medicamentos, serviços públicos precários e riscos de mais demissões. “A gente não sabe se vamos receber nossos salários”, disse desesperado um funcionário a nossa reportagem, pedindo que a prefeitura venha público explicar a população a real situação financeira da cidade.
Na sala de vacinação, segundo informações, estaria sem profissionais. Nossa reportagem fez contato com a prefeitura para explicar a realidade financeira do Município e seu reflexos na vida dos moradores, mas até fechamento não recebeu as respostas.

“A Umurama pode deixar a operação do transporte público. Estamos perto de novo do caos”, desabafa Vado Silva

O Vereador Vado Silva (DC) voltou a defender a gratuidade do transporte público, a exemplo de outras cidades vizinhas como Mariana e Ouro Branco. Ele salientou que diante da atual situação da empresa Umuarama, concessionária emergencial do serviço, que opera com prejuízos, é preocupante. “A tarifa zero vai movimentar a economia. O que se gasta com as passagens vai ficar no bolso do usuário e aumentar seu poder de compra”, avaliou. “Não ainda lamentar temos que buscar solução e parcerias”, sugeriu.

Vado pontuou que em junho ocorreu uma audiência pública para a apresentação do estudo do tráfego de Lafaiete e a prefeitura ainda não divulgou o edital para licitação da nova empresa concessionária. “E lá se vão mais de 60 dias. A Umuarama apresentou em junho uma proposta de reequilíbrio do contrato e até agora a prefeitura sequer analisou ou respondeu. É um absurdo e uma irresponsabilidade. Estou prevendo de novo o caos no transporte público e a empresa pode deixar o serviço por descaso da prefeitura. Este é meu desabafo. Este secretariado está derrubando o prefeito. É dura a situação”.

Vereador João Paulo, líder do Governo fez coro a seu colega e cobrou uma resposta da prefeitura ao pleito da Umuarama. “A empresa merece respeito e vem atendendo nossa população. Ao menos uma resposta. Se não pode, responda que não. É uma injustiça ficar enrolando a empresa”, criticou.

O caso

A Umuarama assumiu o serviço do transporte público em agosto do ano passado em caráter emergencial. Desde então ela justifica que a operação do sistema vendo gerando déficit. Em junho, ela protocolou um pedido de reajuste da tarifa ou o reequilíbrio financeiro que poderia vir com o aumento do subsídio, hoje na ordem de R$236 mil.

Nossa reportagem teve acesso aos números da empresa e em dezembro/2021 o custo de operação era de R$1.296.903,44 mensal e entre janeiro e julho de 2022 os custos subiram para R$1.448.971,50 mês, uma diferença em torno de R$ 200 mil.

“Precisamos de tomada de decisão para que o serviço não fique inviável. Da forma que está, a manutenção do sistema continua inviável. Mesmo com o novo edital, não esperem que em menos de 5 meses uma empresa esteja operando em Lafaiete devido a todos os tramites para contratação e início do novo contrato. Precisamos de um novo modelo de transporte e um edital mais atrativo, caso contrário qualquer empresa que venha a ser ganhadora da licitação, não será fácil assumir o serviço. O valor de subsídio pago pela Prefeitura não é para gerar lucro a empresa que opera o serviço, ele é necessário para cobrir os custos do sistema e para que a tarifa paga pelo usuário fique mais atrativa e economicamente viável a todos que necessitam utilizar o serviço”, alertou o Gerente da Umuarama Josué Silva.

Umuarama pede reequilíbrio do contrato: aumento do subsídio ou reajuste de tarifa para diminuir prejuízos em Lafaiete

A crise no transporte ainda apavora Lafaiete. Em agosto completou um ano do contrato temporário de operação pela Viação Umuarama do transporte público, em substituição a famigerada Presidente.
Em junho, em função dos constantes prejuízos, a concessionária protocolou um pedido de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato, no qual ela solicita um aumento do subsídio, hoje na ordem de R$233 mil mês, ou o aumento da tarifa.
Nossa reportagem teve acesso aos números da empresa e em dezembro/2021 o custo de operação era de R$1.296.903,44 mensal e entre janeiro e julho de 2022 os custos subiram para R$1.448.971,50 mês, uma diferença em torno de R$ 200 mil.
O aumento se deve aos elevados custos de insumos, em especial o óleo diesel. Em dezembro custo do litro comprado pela empresa era de R$4,95 e agora em agosto está em R$6,28, sendo que durante este período chegou a custar R$7,42 o litro. A Umuarama ainda teve que pagar o aumento da folha salarial em função do dissídio coletivo na ordem de 14%. A média de passageiro, apesar da queda dos últimos 3 anos, se manteve 236 mil passageiros pagantes ao mês e o média total transportada incluindo a gratuidade, em torno de 306 mil passageiros.


Segundo Josué da Silva, gerente da unidade da Viação Umuarama, diante dos custos de operação, a passagem deveria estar em R$6,26 sem considerar o repasse do subsídio, com o repasse feito pela Prefeitura a tarifa ideal para cobrir todos os custos seria R$5,25 e hoje custa R$4,10. “Nossa idade média dos ônibus em circulação varia entre 5 e 6 anos. Poderíamos estar renovando os veículos, ou aumentando o número de linhas, mas o atual modelo nos impede de investimentos. Já protocolamos pedindo a redução do ISS e flexibilização na contratação de trocadores, mas não há avanços. Precisamos de tomada de decisão para que o serviço não fique inviável. Da forma que está, a manutenção do sistema continua inviável.” Mesmo com o novo edital, não esperam que em menos de 5 meses uma empresa esteja operando em Lafaiete devido a todos os tramites para contratação e início do novo contrato. “Precisamos de um novo modelo de transporte e um edital mais atrativo, caso contrário qualquer empresa que venha a ser ganhadora da licitação, não será fácil assumir o serviço. O valor de subsídio pago pela Prefeitura não é para gerar lucro a empresa que opera o serviço, ele é necessário para cobrir os custos do sistema e para que a tarifa paga pelo usuário fique mais atrativa e economicamente viável a todos que necessitam utilizar o serviço”, alertou.

Índice de preço dos alimentos atinge o maior valor em 100 anos

Guerra na Ucrânia, crise hídrica e emergência climática estão entre as principais causas do recorde histórico. Pobres, como sempre, serão os mais prejudicados

A era da comida barata acabou. Ao longo do século 20, os preços dos alimentos foram caindo na medida em que aumentava a oferta em função da maior mecanização da produção, da maior produtividade agrícola, da redução do preço do petróleo, do aumento da área de cultivo e do aperfeiçoamento dos transportes que ampliaram a globalização e o intercâmbio no mercado de commodities.

No entanto, a menor disponibilidade de combustíveis fósseis, a erosão dos solos, a crise hídrica e a emergência climática reverteram a tendência do preço dos alimentos que começaram a subir no século 21. As duas primeiras décadas do atual século apresentaram preços mais elevados do que as últimas duas décadas do século passado. Mas o que estava ruim piorou com a pandemia de covid-19 e atingiu o grau máximo de tensão com a invasão russa da Ucrânia e o estabelecimento de sanções econômicas que restringiram o comércio de bens de subsistência em decorrência da guerra.

Com isso, o índice de preço da comida atingiu, no mês de março de 2022, o maior valor em 100 anos, como pode ser visto na série do relatório “The environmental food crisis” (Unep, 2009). Este recorde histórico foi registrado na sexta-feira 8 de abril, quando a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) divulgou a atualização da série de longo prazo do Índice de Preços de Alimentos (FFPI, na sigla em inglês).

O gráfico abaixo mostra que o recorde anterior de alta do FFPI aconteceu em 1974 e 1975 (quando houve o primeiro choque do petróleo na época da guerra do Yom Kippur), sendo que a década de 1971-80 foi a que teve a maior média decenal da série, com 110,2 pontos. Nas décadas de 1980 e 1990 os preços dos alimentos caíram e marcaram os menores valores do século 20. Entretanto, a comida voltou a ficar mais cara e estabeleceu um novo patamar da série histórica. O FFPI ficou em 159,3 pontos em março, superando em muito os valores de janeiro (135,4 pontos) e fevereiro (140,7 pontos).

Todos os componentes do FFPI subiram em março, mas as maiores altas ocorreram nos subíndices de preços de óleos vegetais e cereais. O Índice de Preços de Óleos Vegetais teve uma média de 248,6 pontos em março, alta de 46,9 pontos em relação a fevereiro e um novo recorde de todos os tempos. O forte aumento do índice foi impulsionado pelos preços mais altos de girassol, palma e soja. As cotações internacionais do óleo de girassol aumentaram substancialmente em março, impulsionadas pela redução da oferta de exportação em meio ao conflito em andamento na região do Mar Negro.

O Índice de Preços de Cereais da FAO teve uma média de 170,1 pontos em março, alta de 24,9 pontos em relação a fevereiro, também marcando seu nível mais alto já registrado. Somente o subíndice de preços do arroz não seguiu a tendência geral de aumento.

O Índice de Preços de Lácteos teve média de 145,2 pontos em março, alta de 3,7 pontos em relação a fevereiro, marcando o sétimo aumento mensal consecutivo e elevando o índice 27,7 pontos acima de seu valor há um ano. O Índice de Preços da Carne teve média de 120 pontos em março, alta de 5,5 pontos em relação a fevereiro, também atingindo um recorde histórico. O Índice de Preços do Açúcar atingiu a média de 117,9 pontos em março, alta de 7,4 pontos em relação a fevereiro, revertendo a maior parte da queda dos três meses anteriores e atingindo níveis mais de 20% acima dos registrados no mês correspondente em 2021.

O impacto da guerra na Ucrânia na oferta de alimentos

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação publicou o relatório “The importance of Ukraine and the Russian Federation for global agricultural markets and the risks associated with the current conflict”, em março de 2022, mostrando que Rússia e Ucrânia estão entre os mais importantes produtores de commodities agrícolas do mundo. Ambos os países são exportadores líquidos de produtos agrícolas e desempenham papéis de liderança nos mercados globais de alimentos e fertilizantes, onde os suprimentos exportáveis geralmente estão concentrados em alguns países. Essa concentração pode expor esses mercados a uma maior vulnerabilidade a choques e volatilidade.

Os gráficos abaixo, do site Our World in Data, com dados da FAO, mostram que Rússia e Ucrânia – juntas – foram responsáveis por mais da metade da produção global de semente de girassol (sunflower seed), mais de 20% da produção de cevada (barley) e quase 20% da produção de trigo (wheat). Em 2021, a Rússia ou a Ucrânia (ou ambas) ficaram entre os três principais exportadores globais de trigo, milho (maize/corn), canola (rapeseed), semente de girassol e óleo de girassol, enquanto a Rússia também se destacou como o maior exportador mundial de fertilizantes nitrogenados e o segundo líder fornecedor de fertilizantes potássicos e fosforosos.

Desta forma, a invasão russa da Ucrânia prejudicou a produção agrícola, reduzindo a oferta global de alimentos, uma vez que Ucrânia e Rússia somavam 29% das exportações globais de trigo, 19% de milho e 80% de óleo de girassol. Mas a Rússia também exporta insumos e nutrientes agrícolas, como o gás natural que é fundamental para a produção de fertilizantes à base de nitrogênio. Cerca de 25% do suprimento europeu dos principais nutrientes das culturas, nitrogênio, potássio e fosfato, são oriundos da Rússia. Portanto, enquanto durar a guerra haverá uma elevação conjuntural do preço dos alimentos, agravando a tendência estrutural de aumento do custo da produção dos bens de subsistência.

Aumento de preço de alimentos prejudica as parcelas mais pobres da população

O alto crescimento demográfico global e as práticas agropecuárias insustentáveis estão por trás do aumento de preço de alimentos. O Relatório da FAO, “The state of the world’s land and water resources for food and agriculture” (Solaw 2021), fornece uma atualização da base de conhecimento sobre a produção agrícola e apresenta um conjunto de respostas e ações para informar os tomadores de decisão nos setores público e privado.

O relatório Solaw 2021 mostra que as pressões humanas sobre os sistemas de terra, solo e a água doce estão se intensificando, justamente quando estão sendo levadas ao seu limite produtivo. Os impactos das mudanças climáticas já estão restringindo as produções de sequeiro e de irrigada.

O aumento de preço de alimentos é um reflexo da incompatibilidade cada vez maior entre o crescimento da economia e o meio ambiente. Os consumidores pobres, especialmente aqueles dos países de baixa renda, gastam proporcionalmente mais do orçamento familiar em alimentos e são mais afetados quando os preços sobem.

O artigo “War-Fueled surge in food prices to hit poorer nations hardest” (IMF, 16/03/2022) mostra que o preço das commodities alimentícias subiram 23,1% em 2021, o ritmo mais rápido em mais de uma década. O índice de fevereiro foi a mais alto desde 1961 e os preços globais dos alimentos continuaram subindo com a guerra na Ucrânia, colocando o fardo mais pesado sobre as populações mais vulneráveis, ao mesmo tempo em que dificultam a recuperação econômica global.

O gráfico abaixo mostra que o choque de preços terá impacto em todo o mundo, especialmente nas famílias pobres para as quais a alimentação representa uma parcela maior das despesas domésticas. Desta maneira, os custos dos alimentos representam 17% dos gastos do consumidor nas economias avançadas, mas 40% na África Subsaariana. Os pobres dos países pobres vão ser mais impactados.

O artigo também mostra que as diferenças na dieta são significativas. Na Europa, onde o pão está profundamente enraizado em muitos aspectos de sua cultura, o trigo compõe cerca de um quarto das dietas. No Sudeste Asiático, o trigo representa apenas 7%, contra 42% do arroz, para o qual os aumentos de preços até agora foram relativamente contidos. As médias em nível de país, no entanto, mascaram diferenças substanciais dentro das nações, pois as famílias pobres tendem a comer mais cereais, mas menos carne, legumes e frutas em comparação com as famílias de renda média.

Adicionalmente, a interrupção das exportações terá maior impacto para os países com laços comerciais estreitos com Rússia e Ucrânia, inclusive na Europa Oriental, Cáucaso e Ásia Central. Os altos preços do trigo pesarão ainda mais nas economias de Oriente Médio e Norte da África, como o Egito, que dependem especialmente das exportações russas. Olhando para o futuro, a redução do fornecimento de fertilizantes e os preços mais altos do petróleo aumentarão os custos de colheita, transporte e processamento de alimentos.

Inflação, preço dos alimentos e insegurança alimentar no Brasil

O Brasil é um dos países mais impactados pelo aumento do preço da energia e dos alimentos. O reflexo é sentido imediatamente na inflação e na carestia. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, acelerou para 1,62% em março, maior valor para o mês em 28 anos. Em 12 meses, a taxa atingiu 11,3%, bem acima da meta do Banco Central. E o pior é que isto acontece no momento em que a renda média dos brasileiros caiu e atingiu o valor mensal de R$ 1.378, o menor rendimento domiciliar per capita em dez anos, segundo o IBGE.

O mais grave é que tudo isto ocorre quando existe uma reversão do quadro de redução da fome no Brasil. Depois de recuar significativamente até meados da década passada, a insegurança alimentar voltou a crescer no país. O Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, desenvolvido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede Penssan), mostra que houve um retrocesso acentuado nos últimos anos, conforme o gráfico abaixo. Em 2013 a insegurança alimentar estava em 12,6% e passou para 34,7% em 2020. O total de brasileiros vivendo em situação de fome saltou de 10,3 milhões para 19,1 milhões de pessoas.

Desde os tempos bíblicos, como nas dez pragas do Egito, a fome é geradora de mobilizações populares. A Revolução Francesa começou com o aumento do preço do pãozinho (e pela falta de brioche). Estudos do Instituto NECSI (New England Complex Systems Institute) mostram que existe uma alta correlação entre o preço do petróleo e o preço dos alimentos, assim como uma forte correlação entre o aumento do preço dos alimentos e a ocorrência de protestos em todo o mundo, como ocorreu na Primavera Árabe. Na atual onda de carestia, o aumento do preço dos combustíveis e da comida motivou protestos no Peru desde o dia 28 de março, que culminaram com o decreto de Estado de Emergência, assinado pelo presidente Pedro Castillo na terça-feira, dia 5 de abril de 2022.

Nenhum país é uma ilha isolada. O mundo está cada vez mais interconectado. A aproximação do pico do petróleo, o agravamento dos problemas ambientais (erosão dos solos, crise hídrica etc.) e a emergência climática estão transformando a fome em uma questão candente, urgente e global. Certamente estes temas estarão presentes no debate eleitoral que vai ocorrer no ano dos 200 anos da Independência do Brasil.

FONTE PROJETO COLABORA

Crise no transporte público: sem alterações, Umuarama pode deixar serviço em Lafaiete e audiência vai discutir aumento da passagem

A crise não transporte público ainda persiste em Lafaiete. Acontece no dia 4, às 19: 00 horas no Solar Barão do Suassuí, em Lafaiete, audiência pública, para discutir o novo aumento da passagem dos coletivos.

O aumento foi protocolado pela Viação Umuarama, permissionária do transporte público coletivo regular de passageiros em caráter temporário.
Segundo a empresa, considerando o subsídio concedido pela Prefeitura no valor de R$233.000,00 mensais, a tarifa deveria estar no valor de R$ 5,8496. “Temos buscado soluções junto as autoridades competentes a fim de minimizar o custo da operação e consequentemente o déficit apurado pela empresa”, informou a empresa.

O pedido de aumento acontece no aumento em que os usuários criticam a supressão de diversas linhas e itinerário em diversos bairros e zona rural em função. A tarifa está defasada há vários anos.

“Com o alto custo da operação do sistema de transporte, a Umuarama está adequando os quadros de horários a fim de atender as linhas do sistema conforme a demanda e custo operacional. Com isto, algumas linhas terão sua oferta de viagens reduzidas nos dias úteis e nos finais de semana, em especial o atendimento de domingo, por ser muito deficitário devida a baixa demanda, poderá haver até a junção de algumas linhas e serem atendidas com serviço em modalidade circular”, justificou a empresa em nota divulgada à imprensa.

Mudanças

A Umuarama apresentou a prefeitura uma proposta de redução de 4% para 1% do da alíquota do ISSQN e alteração e a alteração da Lei 6.044/2021 que retira a obrigação de termos cobradores em 100% de nossos horários, o qual já foi tratado no ano passado, porém não aprovado.

“Salientamos que tal medida de desobrigação da função do cobrador, não significa a extinção da função, apenas teremos a possibilidade de colocar este colaborador nas linhas e em que justifique tê-lo devido a demanda específica de cada linha e horário para tal”, diz nota.

Segundo a empresa, em estudos realizados, estas alterações significarão uma redução de aproximadamente R$ 1,03 no custo da passagem, o que beneficiará aproximadamente 200 mil passageiros que transportamos e pagam a passagem mensalmente.

Para o usuário que utiliza o transporte rotineiramente com a média de 2 passagens por dia e durante 26 dias no mês, esta redução significará uma economia mensal de R$53,56 e anual de R$642,72.

Caso estas sugestões não forem acatadas a empresa pode deixar o serviço de transporte público em Lafaiete. Segundo a Umurama, seja ela ou qualquer outra empresa não tem condições, na atual conjuntura, de manter o serviço. “O custo de uma empresa aqui em Lafaiete é o mesmo para todas que vão assumir o serviço”, informou.

“Queremos baixar o custo. A prefeitura no repassa R$233 mil mas devolvemos mais de R$30 mil de ISSQN”, avaliou, cobrando mudanças para tornar a operação viável.

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Prefeitura da região corta verba na saúde suspende atendimentos e revolta moradores

A partir de hoje (6), Itaverara fica sem atendimento médico aos finais de semana e feridos

Embalado pela alta popularidade, quando foi reeleito com mais de 70% dos votos, uma das melhores performances eleitorais da região, o Prefeito José Flaviano (PR), mas conhecido como “Nô” agora enfrenta dificuldades financeiras.

Nossa reportagem teve acesso ao ofício nº130/2021, de 3 de novembro, em que a prefeitura corta serviços da saúde prejudicando os atendimentos dos itaveravenses.

Segundo o teor do documento, que “motivos de controle e gestão municipal” o Prefeito Nô determinou a suspensão do funcionamento da Unidade Básica de Saúde (USB) Maria José Alves Reis Carvalho aos finais de semana e feriados. Em outros dias, a USB terá atendimento entre às 7:00 às 21:00 horas.

A decisão já gera reclamações já que a unidade de saúde funciona como um pronto socorro aos moradores. Com o fechamento aos finais de semana, eles serão prejudicados. “A UBS é nosso pronto socorro agora onde vamos recorrer? Não temos onde ir para os atendimentos. Tudo será encaminhado a Lafaiete sendo que muitos casos poderiam ser tratados e resolvidos em Itaverava”, criticou uma moradora, do Bairro Bananal, que não quis se identificar com medo de retaliação.
A partir de hoje (6), Itaverava ficar sem atendimento médico aos finais de semana.

Orçamento

Em 2020, a prefeitura teve a maior arrecadação de sua história batendo na casa de R$17,7 milhões. A previsão para 2021 é de quase R$20 milhões, mas até outubro, Itaverava teve uma receita de R$14 milhões e não deve chegar a soma prevista, aumento as dificuldades financeiras do município diante dos compromissos assumidos.

As especulações apontam que por medida de contenção de despesas, a alternativa seria a demissão de funcionários. O pagamento da folha salarial dos servidores, que deveria ser quitada ontem (5), segundo informações, será paga no dia 10.

Segundo moradores, a prefeitura tem excesso de funcionários e o equilíbrio de prioridades poderia manter em funcionamento da UBS. “O prefeito deveria cortar em outras áreas que não são prioritárias. O atendimento e assistência na saúde são fundamentais para salvar vida o resto deixa para quando puder”, reclamou a moradora.

Crise em Congonhas: vice-prefeito cobra mais espaço no governo e lembra as mudanças prometidas em campanha; “livre-se dos bajuladores”, exortou

Um ofício que vazou nas redes sociais ilustra uma crise institucional na prefeitura de Congonhas, agora envolvendo o vice-prefeito, Paulo Policarpo, e o prefeito, Cláudio Antônio de Souza.

O descontentamento do vice, segundo o ofício encaminhado ao gabinete do gestor, é revelado no documento e expressa a insatisfação pela falta de espaço e de participação nas decisões governamentais, conforme compromisso firmado em campanha. “Destaco, entre tantas lembranças, as inúmeras conversas ainda no período pré-eleitoral onde sonhávamos a oportunidade de realizar as mudanças profícuas no modo gerir a cidade e nos valores e diretrizes que nos guiariam a eventual administração”, assinalou o vice-prefeito, salientando o registo do ofício com o dito latino “scripta manente, verba volant” (“palavras voam, palavres escritas permanecem para sempre”).

Paulo Policarpo relata que as suas atribuições estão atreladas exclusivamente à vontade do Chefe do Executivo e atribuiu o centralismo das decisões e alertou para reflexão. “Livre-se de bajuladores. Mantenha perto de si pessoas que lhe avisem quando você errar!”. Em acordo, o vice-prefeito foi exonerado do Cargo de Secretário de Obras em maio, mas com a promessa de uma participação direta no Governo, citando as ligações sem retorno, já visando um espaço a agenda do prefeito “para os nossos entendimentos prometidos e fracassados”.

Ao final do ofício, o vice prefeito cobra mais espaço na administração com “vistas a efetivação de um estrutura que dê capacidade de exercício pleno do cargo”.

Ele pediu a transferência do seu gabinete para a sede da prefeitura, a utilização da sala de reuniões no gabinete do prefeito para encontros de sua agenda, como também das dependências da Romaria visando a sua aproximação como o centro das decisões.

Nossa reportagem conversou com o vice-prefeito quando ele afirmou que as tratativas de maior participação no governo serão efetivadas.

Crise climática: frio recorde leva a temperaturas negativas em 7 estados

De acordo com especialista, massas polares vindas da Antártica estão chegando mais rapidamente e com mais intensidade ao sul do país

A onda de frio extremo no Sul e Sudeste do Brasil provocou a madrugada mais gelada do ano no país – de quinta, 29/07, para sexta, 30/07 – com temperaturas abaixo de zero em Curitiba e municípios serranos em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. A catarinense Urupema registrou o recorde negativo de temperatura no país em 2021: – 8,9ºC. O frio também bateu recordes gaúchos (7,2º negativos em Vacaria) e paranaenses ( -7,3ºC em General Carneiro). A temperatura fez a temperatura cair para 4 graus na capital paulista, a mais baixa do ano. Florianópolis e Campo Grande também registraram recordes de frio: 1ºC na capital catarinense, 5,6ºC na capital de Mato Grosso do Sul, onde cinco cidades registraram temperaturas negativas (recorde para Iguatemi com -2,6ºC).

E não pensem que esse frio intenso não está ligada à crise climática. Em entrevista à Globonews, o climatologista e geógrafo Francisco Eliseu Aquino, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), explicou que há conexões climáticas entre o sul do Brasil e Península Antártica, com massas de ar que circulam entre as duas regiões – ar quente daqui para lá e ar frio de lá para cá. “Com os invernos cada vez mais quentes e mais secos na Região Sul, essa circulação está cada vez mais rápida e ar polar chega mais forte até o Brasil”, destaca o pesquisador, lembrando que, antes da chegada desta frente fria, os termômetros em cidades como Porto Alegre e São Paulo chegaram a marcar 30 graus Celsius. O inverno de 2021 – apesar das duas ondas de frio – está mais quente do que a média histórica.

Neve cobre o gramado do Estádio Alberto Jaconi, em Caxias do Sul: madrugada mais fria do ano e temperaturas negativas em sete estados (Foto: Fernando Alves / Esporte Clube Juventude - 29/07/2021)
Neve cobre o gramado do Estádio Alberto Jaconi, em Caxias do Sul: madrugada mais fria do ano e temperaturas negativas em sete estados (Foto: Fernando Alves / Esporte Clube Juventude – 29/07/2021)

O meteorologista Fábio Luengo afirmou que a onda de frio que várias regiões do Brasil estão enfrentando é a mais intensa deste ano – mas não será a última do inverno. Por conta da massa de ar polar, dezenas de cidades registraram geadas, chuva congelada e até neve – de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, nevou em mais de 60 municípios da Região Sul na noite de quarta e na madrugada de quinta. A temperatura só deve começar a subir no domingo. “Tudo indica que essa massa de ar polar é a mais intensa deste ano. Vão vir outras ondas de frio entre agosto e setembro, mas, por enquanto, as previsões não indicam uma massa de ar frio como essa”, disse Luengo, no canal do Climatempo.

A madrugada de frio recorde não ficou restrita aos estados da Região Sul e a Mato Grosso do Sul. Em Minas Gerais, a estação meteorológica de Monte Verde, do Inmet, registrou a menor temperatura desde sua instalação em dezembro de 2004: o termômetro marcou – 4,5°C. O recorde anterior era de -3,5°C, ocorrido em 5 de agosto de 2011. Em Belo Horizonte, teve a madrugada mais fria do ano, com termômetros marcando 6,3ºC.

Temperaturas negativas também foram registradas no estado de São Paulo: Campos do Jordão, na Serra da Mantiqueira, registrou – 2,6°C, a menor temperatura em doze anos; na capital paulista, os termômetros marcaram 4ºC de temperatura média mínima, a menor desde 2016, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas), da Prefeitura de São Paulo), que registrou temperaturas negativas em pontos da Zona Sul. No Estado do Rio, o Parque Nacional de Itatiaia registrou temperaturas negativas pelo terceiro dia seguido.

Madrugada gelada na Avenida Paulista: madrugada de quinta para sexta foi a mais fria desde 2016 (Foto: Roberto Parizotti/Fotos Públicas)
Madrugada gelada na Avenida Paulista: madrugada de quinta para sexta foi a mais fria desde 2016 (Foto: Roberto Parizotti/Fotos Públicas)

Impacto na agricultura

Meteorologistas alertam que as temperaturas muito baixas favorecem a formação de geada negra no norte do Rio Grande do Sul, áreas de Santa Catarina e sul do Paraná. O fenômeno tem como característica congelar a seiva da planta. De acordo com um alerta emitido aos agricultores pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) na quarta-feira, as temperaturas congelantes até domingo vão afetar culturas como milho e trigo nos estados do sul e sudeste do Brasil.

Nos estados de São Paulo e Paraná, as geadas moderadas e severas devem afetar o milho, na safrinha que está em fase de enchimento de grãos, assim como o trigo que está em floração. Lavouras de milho e trigo também serão atingidas em Mato Grosso do Sul. No Paraná, o frio extremo atingiu áreas de milho em Guarapuava e de trigo em Cascavel. No início da temporada, a expectativa era de que o Paraná colhesse 15 milhões de toneladas de milho, volume que pode cair para 6,8 milhões de toneladas. Uma redução de 53% em relação à estimativa inicial.

No Sudeste o frio chegou até áreas de citros em Ourinhos (SP). O alerta para formação de geadas também ainda está ligado para áreas de café desde o norte do Paraná até o sul de Minas. De acordo com a estatal, as lavouras de trigo em Santa Catarina e Rio Grande do Sul estão menos suscetíveis a danos causados pelas baixas temperaturas e geadas devido ao seu atual estágio de desenvolvimento. Mas a Conab prevê quebra de safra do segundo milho – plantado em campos usados antes para soja e que costuma representar de 70% a 75% de toda a produção – por estresse hídrico seguido de geadas em três estados.

Turistas aproveitam spray de água para enfrentar o calor em Atenas: temperatura na Grécia alcançou 44 graus (Foto: Louisa Gouliamaki / AFP - 29/07/2021)
Turistas aproveitam spray de água para enfrentar o calor em Atenas: temperatura na Grécia alcançou 44 graus (Foto: Louisa Gouliamaki / AFP – 29/07/2021)

Hemisfério Norte fervendo

Enquanto a América do Sul sofre com o frio, o sudeste da Europa sofre com mais uma onda de calor. As temperaturas subiram acima de 40 graus na Grécia e em grande parte da região dos Balcãs. Especialistas em clima em Atenas disseram esperar que a onda de calor se estenda até a próxima semana, tornando-a uma das mais severas registradas no país desde meados da década de 1980. Na Turquia, pelo menos três pessoas morreram no sul do país e dezenas de pessoas foram hospitalizadas devido ao calor, enquanto as altas temperaturas e os fortes ventos alimentaram dois incêndios florestais.

Autoridades na Sérvia, na Bulgária, na Bósnia e Herzegovina e outros países da região estão alertando a população a evitar a exposição ao sol. Na Macedônia do Norte, mulheres grávidas e pessoas com mais de 60 anos foram dispensadas do trabalho até o final da semana; obras de construção foram obrigadas a interromper o trabalho das 11h às 17h.

As condições climáticas extremas deste verão no Hemisfério Norte já provocaram recentes inundações na Alemanha e em outros países da Europa Central, que mataram pelo menos 200 pessoas, e ondas de calor no Canadá, onde foi registrada temperatura recorde de 49,6 graus, e no Oeste dos Estados Unidos. Especialistas são unânimes em apontar a crise climática como responsável pelas seguidas ondas de calor.

Eventos climáticos extremos neste mês de julho também foram registrados na China e na Índia. Na Província de Henan, na região central do país, morreram mais de 25 pessoas e 200 mil estão desabrigadas: a mídia chinesa fala da pior chuva em mil anos na província onde choveu em três dias desta última semana de julho o esperado para o ano inteiro. Na Índia, o ápice dos temporais foi na semana anterior quando foram registradas mais de 160 mortes causadas por inundações na região de Mumbai e no norte do país.

FONTE PROJETO COLABORA

Até R$ 48 milhões estarão disponíveis para empresas brasileiras

Expectativa da equipe econômica é positiva diante da regulamentação do Programa de Estímulo ao Crédito (PEC)

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou a regulamentação do Programa de Estímulo ao Crédito (PEC). A decisão foi acertada na última quinta-feira (29). A regulamentação está prevista em Medida Provisória (MP) que continua em tramitação no Congresso.

A equipe econômica espera que o PEC gere R$ 48 milhões em crédito para empresas. O dinheiro deve auxiliar os empresários a passar pelo momento de crise.

Esta é mais uma das medidas de incentivo econômico adotadas pelo poder público. Contudo, algumas mudanças foram feitas para conseguir a resposta positiva da autorização do PEC.

Aprovação do PEC

Agora, as empresas que contratarem empréstimos pelo programa terão prazo de até 24 meses para quitação. Anteriormente, o prazo mínimo era de 36 prestações.

Outra mudança está no período de carência. Anteriormente, o texto inicial previa seis meses de carência para começar a pagar. Após a aprovação, o período foi excluído e o empresário deve começar o pagamento logo após assinatura do contrato.

A utilização dos recursos obtidos pelo PEC fica vetada em alguns casos. As empresas não podem utilizar o dinheiro do programa para quitar contas com a mesma financiadora. A informação foi divulgada pelo próprio CNM.

Os interessados podem efetuar a contratação do empréstimo até o dia 31 de dezembro deste ano (2021).

A supervisão do PEC e o acompanhamento das operações ficará sob responsabilidade do Banco Central (BC).

Veja quem pode emprestar dinheiro por meio do PEC:

– Microempreendedor Individual (MEI); 

– Microempresas;

– Empresas de pequeno porte;

– Produtores rurais.

Vale destacar que para aderir ao programa, o faturamento bruto anual não pode superar os R$ 4,8 milhões. 

Detalhes a mais

Os empréstimos não são garantidos pela União. Por isso, as operações são de responsabilidade de cada instituição financeira.  Por isso, as taxas são variáveis e dependem de cada prestador de serviço.

Em contrapartida, as instituições participantes poderão reduzir sua carga de tributos ao Estado. Dessa forma, os bancos poderão usufruir da fórmula publicada na MP que trata do assunto, até 2026.

FONTE EDITAL CONCURSOS

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