TJMG julga ação que pede pagamento de aluguel de R$ 3 mil para as famílias perto da barragem da CSN

Acontece hoje (29) a partir das 13:30 horas a sessão de julgamento, no plenário 3, do edifício sede do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em Belo Horizonte, o julgamento de recurso da CSN em uma ação proposta pelo Ministério Público em abril 2019. A causa já teve decisão em primeira instância e confirmada pelo TJMG.
Primeiro o MP recomendou as providências à empresa e a recomendação não foi acatada. Assim o MP entrou com ação judicial e empresa recorreu ao TJMG.
A Ação Civil Pública (ACP) tem como alvo a Barragem Casa de Pedra, administrada pela CSN na cidade histórica, no qual o MPMG pede à Justiça que a empresa privada pague R$ 3 mil por mês a cada família que vive nos bairros Cristo Rei e Residencial Gualter Monteiro e deseja sair de suas casas. As localidades seriam as primeiras atingidas em caso do rompimento da represa que abriga 21 milhões de metros cúbicos de minério de ferro. O promotor de Justiça, Vinícius Galvão, solicitou ainda o aluguel de creches e escolas em locais seguros para as crianças e os adolescentes desses bairros, além de um projeto arquitetônico para a construção de novas estruturas de ensino em quatro meses.
De acordo com Galvão, além do histórico da Barragem Casa de Pedra, fevereiro foi fundamental para que a ação fosse protocolada. “Em fevereiro, tivemos o fechamento de uma escola e de uma creche próxima à barragem. A população apreensiva forçou a prefeitura a interromper o expediente. No dia 19 do mesmo mês, a Agência Nacional de Mineração (ANM) decretou uma portaria na qual proíbe o funcionamento de instalações trabalhistas abaixo de barragens, justamente pelo que aconteceu em Brumadinho”, ressalta. Caso a CSN não apresente um projeto para construção da escola e da creche desses bairros em quatro meses, o MP pede a fixação de uma multa de R$ 2 milhões por dia de atraso.
Em seu total, a ação pede que a CSN adote 14 medidas referentes à represa de Congonhas. Entre elas está o pagamento de R$ 3 mil para cada família que preferir sair dos bairros Cristo Rei e Residencial Gualter Monteiro. Caso a Justiça acate o pedido, a lista dos interessados na indenização deverá ser apresentada pelos líderes comunitários em audiência a ser marcada entre as partes. O valor da causa é de aproximadamente R$ 524 milhões. “O grande x da questão é a localização da barragem. Quais são os países que permitiriam a instalação de uma barragem de rejeitos sobre uma cidade? É uma inversão: é colocar no centro o lucro e colocar a população em segundo plano. É um apartheid social”, afirma Vinícius Galvão.

Novo embate

Não é a primeira vez que o Ministério Público e a CSN protagonizam uma ação judicial. Em março, a Promotoria protocolou outro pedido de liminar com a mineradora como ré, novamente para determinar medidas de segurança em Congonhas, além da evacuação de 2,5 mil moradores. Inicialmente, a empresa ignorou a recomendação, mas voltou atrás dias depois para tentar uma negociação com o MP. Contudo, uma nova ação, conforme mostrado nesta matéria, foi ajuizada ontem.
A Barragem Casa de Pedra está localizada praticamente dentro da cidade. A estrutura fica a 250 metros de casas e a 2,5 quilômetros do Santuário do Bom Jesus de Matozinhos, patrimônio cultural da humanidade. A estrutura tem o método de construção a jusante.

Moradores de Congonhas não querem ampliação de mina da CSN

Aumento da produção da Mina Casa de Pedra gera temor de piora da poluição do ar no município

Moradores e lideranças comunitárias de Congonhas (Região Central) criticaram o projeto de ampliação da Mina Casa de Pedra, da CSN Mineração, durante audiência realizada pela Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta terça-feira (23/8/22).

A mineradora já tem autorização dos órgãos ambientais para aumentar a capacidade de produção de minério de ferro em Casa de Pedra, de 10 milhões para 15 milhões de toneladas por ano. Mas os moradores de Congonhas reclamam que essa ampliação vai agravar a poluição do ar na cidade, que já convive com nuvens de poeira e contaminação atmosférica.

Um estudo do Instituto Histórico e Geográfico de Congonhas, elaborado com dados das estações de monitoramento atmosférico instaladas em 13 pontos estratégicos do município, aponta que a qualidade do ar foi considerada boa em apenas três dias do último mês de julho.

Segundo Domingos Teodoro Costa, representante da instituição, na região de Lobo Leite, a qualidade do ar foi considerada ruim em junho devido à presença de ozônio e de partículas inaláveis. Conforme o relatório apresentado por ele, nessas condições, toda a população pode apresentar sintomas como tosse seca e ardor nos olhos, e idosos e crianças podem ter problemas sérios de saúde.

Por isso, ele defendeu a criação de metas e a definição de procedimentos para melhorar a qualidade do ar em Congonhas, priorizando a saúde pública e reduzindo ao máximo os danos causados pela poluição.

Uso de água na mineração também preocupa

A ampliação da outorga para uso de água pela CSN, autorizada pelos órgãos ambientais em dezembro de 2021, é fonte de preocupação para o representante da União das Associações Comunitárias de Congonhas, Sandoval de Souza Pinto Filho. “Há possibilidade de o município se tornar inviável para a vida humana, com a falta de água e a severa poluição do ar?”, questionou.

Abaixo da barragem de Casa de Pedra, vivem cerca de 4,8 mil pessoas, como lembrou a deputada Beatriz Cerqueira (PT), que solicitou a audiência pública. Devido ao risco de rompimento da estrutura, uma creche e uma escola municipal tiveram que ser fechadas e seus alunos foram remanejados, após uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público.

O promotor Vinícius Alcântara Galvão informou que também entrou com uma ação judicial para remover os moradores da área próxima à barragem, uma vez que não haveria tempo hábil para evacuar a região em caso de rompimento da barragem. Ele disse ter obtido uma liminar favorável a essa decisão em primeira instância, mas a CSN recorreu.

ESTADO E PREFEITURA ALEGAM QUE TRABALHAM PARA REDUZIR POLUIÇÃO

A deputada Beatriz Cerqueira criticou a expansão da Mina Casa de Pedra, autorizada pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) no dia 29 de abril deste ano. “É muito difícil entender como isso foi aprovado”, afirmou.

A subsecretária de Estado de Regularização Ambiental, Anna Carolina da Motta Dal Pozzolo, rebateu as críticas à atuação do Copam, argumentando que os processos de licenciamento ambiental são totalmente eletrônicos e podem ser acompanhados pela população.

Quanto às reclamações sobre a poluição em Congonhas, ela alegou que a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e as Polícias Militar, Federal e Rodoviária atuam conjuntamente para reduzir a emissão de materiais particulados. Segundo ela, haverá aspersão de água e colocação de lonas nos caminhões de minério para reduzir a poeira no ar.

A subsecretária também anunciou que um plano de ação para enfrentar o problema da poluição atmosférica deverá ser construído conjuntamente por órgãos municipais e estaduais, mineradoras e representantes da comunidade.

O secretário municipal de Meio Ambiente de Congonhas, Marcelo José Nunes Moreno, por sua vez, disse que as mineradoras trabalham em consórcio para garantir a limpeza do seu entorno e que já foi realizada uma reunião para resolver o problema da poeira. “Com a parceria de todos – prefeitura, empresas e comunidade –, vamos conseguir alcançar resultados”, afirmou.

CSN diz que impacto ambiental não vai aumentar

Já o gerente-geral de Sustentabilidade da CSN, Eduardo Sanches, disse que a ampliação da produção da Mina Casa de Pedra não aumenta a área impactada pelo empreendimento nem o consumo de água. Ele acrescentou que toda a água utilizada no processamento do minério é filtrada e reciclada e garantiu que relatórios hidrológicos são enviados periodicamente para os órgãos estaduais.

Evandro Sanches informou ainda que, desde 2020, os rejeitos da mineração em Casa de Pedra não são mais direcionados para a barragem, uma vez que são empilhados a seco, conforme determina a Lei 23.291, de 2019, aprovada pela ALMG após a tragédia de Brumadinho. “Temos reuniões programadas com a prefeitura e o Ministério Público para construir soluções”, afirmou.

Diante de protestos e reclamações da população de Congonhas ao longo da audiência, a deputada Beatriz Cerqueira reforçou que o aumento da produção da Mina Casa de Pedra gera enorme inquietação. “Se não se resolvem os problemas atuais, como nos convencer de que haverá ganhos ambientais?”, questionou, referindo-se à argumentação apresentada pela CSN.

FONTE ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS

Tribunal do Cade aprova sem restrições compra da LafargeHolcim no Brasil pela CSN

O Tribunal do Cade aprovou nesta quarta-feira (17) por unanimidade a compra dos ativos brasileiros da maior cimenteira do mundo, LafargeHolcim, pela CSN, sem restrições. Além de diversificar o grupo para o Centro-Oeste, o negócio transforma a CSN em uma das maiores produtoras de cimento no país, com capacidade de mais de 16 milhões de toneladas por ano e rivalizando com os grupos Votorantim e InterCement.

Apesar de citarem concentrações significativas em algumas regiões do país, os conselheiros do órgão de defesa da concorrência afirmaram que elas por si só não impedem que a operação seja aprovada. “Há rivalidade suficiente para não nos preocuparmos com a competição, apesar das concentrações serem significativas”, afirmou o relator do caso, Luis Henrique Bertolino Braido, durante leitura de seu voto.

A venda incluiu cinco fábricas integradas de cimento da Holcim, quatro moagens, seis sites de agregados e 19 instalações de produção de concreto que estão espalhadas por Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. Entre elas está a Unidade Barroso. 

“A operação vem após o cartel de cimentos, que é algo que preocupa a todos. É um mercado concentrado…Mas a CSN não foi condenada no cartel de cimentos…Não há qualquer evidência”, ponderou Braido.

O conselheiro Gustavo Augusto, por sua vez, afirmou que a maior prova de que há uma rivalidade no mercado é o fato de que “o sétimo grupo (CSN) está comprando o terceiro (LafargeHolcim)”. “O remédio de desinvestimento, nesse caso, iria em sentido contrario à competição”, acrescentou Augusto.

O negócio foi acertado em setembro do ano passado, por 1,025 bilhão de dólares, como trouxe com exclusividade o barrosoemdia,  e adiciona capacidade de 10,3 milhões de toneladas por ano à produção de cimento da CSN.

Investing.com

FONTE BARROSO EM DIA

CSN apresenta projeto de ampliação da área de segurança, ao lado do dique de cela, que foi atingido pelas chuvas de janeiro

A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Civil e Social juntamente com a Secretaria de Meio Ambiente de Congonhas estiveram realizando uma visita in loco na Companhia Siderúrgica Nacional – CSN para apresentação do projeto de ampliação da área de segurança, ao lado do dique de cela, que foi atingindo pelas chuvas de janeiro.
As Forças de Segurança e Polícia Militar também estiveram no local para realização da comunicação prévia e ativa de como o projeto será realmente desenvolvido.
Segundo o Secretário de Segurança Pública e Defesa Civil da Prefeitura de Congonhas, Gláucio Ribeiro, “a empresa desenvolveu um projeto construtivo onde primeiramente ocorrerá a conformação do solo e posteriormente a aplicação de concreto aparente com o objetivo de impedir a infiltração de água diretamente no solo, com suas devidas coletas e distribuição de água provenientes de chuvas ou infiltrações. Tecnologia semelhante a utilizada para contenção de talude na conhecida curva do ponteio na entrada da capital mineira. Essa atividade tem objetivo preventivo e não estrutural”, explica.
Nas próximas semanas serão divulgados pela empresa maiores detalhes do projeto para a segurança de toda população.
Por Lilian Gonçalves – Comunicação – Prefeitura de Congonhas
Foto: Arquivo da Secretaria

Poeira e rejeitos atormentam vizinhos da CSN

Além da névoa cinza que a fábrica de cimento espalha, produtores rurais denunciam contaminação da água, que inviabiliza atividades de cachaçaria. Empresa nega

As marcas da extração de calcário e da produção de cimento são o cartão de visitas para quem passa pela comunidade de Boca da Mata, em Arcos, Centro-Oeste de Minas. Seja pelo ar coberto por uma névoa acinzentada ou pela poluição da água que afeta a população, a presença da indústria na região significa um estorvo para os moradores da área. Uma família que se instalou no local há 70 anos e implantou uma cachaçaria tradicional na cidade se vê obrigada a paralisar a produção e cogitar deixar a terra por conta da contaminação da água captada no terreno após a instalação de fábrica de cimento da CSN na vizinhança.

A história da “Cachaçaria do Criolo” começou em 1975, criada por Wilmar Arantes. Ele já morava no local desde a década de 1950, quando começou a produção da bebida, feita com cana-de-açúcar plantada no próprio terreno. À época, a região tinha um desenho bastante diferente, sem a exploração mineral e a fábrica de cimento.

No mesmo ano em que Wilmar iniciou a produção de cachaça, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) se instalou na região para extrair calcário e, em 2010, a implantação de uma fábrica de cimento ampliou significativamente os impactos na região. Foi quando a relação entre a empresa e a Cachaçaria do Criolo ficou insustentável.

Partículas lançadas no ar cobrem o entorno da comunidade de Boca da Mata, que ainda sofre com o barulho dos caminhões usados no transporte do cimento

  “Começamos a ter problemas com a nossa água. Na cisterna, de onde a gente tirava água para a casa e para a fábrica de cachaça, começou a aparecer uma nata e uma ferrugem muito concentrada. Então, fui até o responsável da CSN e disse pra ele que a represa estava contaminando nossa água, mas me disseram que eu estava equivocado”, contou Wilmar Arantes Junior, filho do fundador da cachaçaria e atualmente à frente do negócio familiar.

A suspeita da família era de que uma represa utilizada para lavagem de material e produção da indústria, localizada alguns metros acima do terreno da cachaçaria, estivesse afetando a água da casa, que ficou imprópria para consumo. “Eu não tomava mais a água, porque a gente estava tendo muito problema de pedras nos rins e infecção urinária. Começamos a comprar água mineral para tomar, ficamos quatro anos comprando direto”, conta Edilse Rodrigues, que também trabalha na produção da bebida e é esposa de Wilmar Junior.

Represa utilizada pela CSN apontada como fonte de contaminação da água captada pela família Arantes no subsolo

ÁGUA CONTAMINADA Após denúncias protocoladas no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e na Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), a família conseguiu que a CSN realizasse um estudo para averiguar a situação da água usada pela família. O resultado apontou que há relação entre a atividade da empresa e a contaminação da água utilizada tanto para consumo doméstico quanto na cachaçaria. Cobalto, ferro, manganês e níquel, todos eles em concentrações acima da considerada aceitável para consumo humano, foram detectados na amostra da água que abastecia a casa e a unidade de produção da família havia quatro décadas.

A solução encontrada foi oferecer água à família por meio de caminhões-pipa. A CSN entrega 4 mil litros por dia, mas a saída não foi de todo conciliatória. Além de a quantidade ser suficiente apenas para o consumo dos seis moradores da propriedade, eliminando a possibilidade de continuar a fabricação da cachaça, a empresa começou oferecendo água de má qualidade.

“A Feam (Fundação Estadual do Meio Ambiente) intimou a CSN a ceder água num caminhão-pipa. São obrigados a oferecer 4 mil litros de água por dia e a água não era boa. Não era água potável, vinha um caminhão sujo. Só depois que arrumaram um caminhão com água limpa, mas antes não era. Até disso, a gente teve que reclamar, estava vindo barro. Era uma humilhação”, conta Edilse.

Além da poluição do lençol freático, os moradores também apontam para a contaminação do Rio Candonga, que é responsável por parte do abastecimento da cidade de Arcos. “Aqui na frente tem uma lavação de caminhão. Eles lavam os caminhões todos sujos da cal e do cimento e não tem uma contenção dessa água. A sujeira escorre diretamente para o rio. Tem gente que precisa da água desse rio. É um estado de calamidade pública. A gente chama a Polícia de Meio Ambiente, faz o B.O. (boletim de ocorrência), mas não adianta nada”, protesta Wilmar Junior.

OUTRO LADO Em nota, a CSN Cimentos informa que, mesmo considerando não ser possível tecnicamente correlacionar tais alterações aos rejeitos presentes na barragem ou mesmo às demais operações da companhia, iniciou uma série de estudos e investigações para tentar determinar a fonte da contaminação. A empresa afirma que possui outros três poços de água num raio de 500 metros do ponto de coleta de água na propriedade da cachaçaria, que não apresentam quaisquer alterações em seus parâmetros.

No texto, a CSN ainda informa que apresentou um Plano de Recuperação de Área Contaminada (Prac) no ano passado para avaliar e monitorar a qualidade da água na região. Segundo a empresa, “os estudos realizados até o momento indicam que as concentrações de ferro e manganês não têm relação com as operações da Companhia ou com a antiga barragem, podendo estar, inclusive, relacionadas a fatores naturais como, por exemplo, a composição mineralógica das rochas e dos solos presentes na região”.

Até que haja uma solução definitiva, informa a CSN, a empresa segue suprindo a propriedade com 4 mil litros diários de água potável, além de ter perfurado um novo poço na área. A empresa afirma que não foi constatada alteração na água retirada desse poço.

Wilmar Arantes e o filho tiveram que suspender a produção dda cachaça Acaciana: a família agora vive do estoque, cada vez menor, da bebida

Projeto de vida interrompido

Desde 2019, após 44 anos de produção ininterrupta, a cachaça Acaciana parou de ser produzida. Sem água para a receita e para o sistema de produção da bebida, Wilmar Arantes viu o projeto de sua vida ser interrompido. Hoje, a família vende o estoque armazenado, mas sabe que o produto está com os dias contados.

“Esses 4 mil litros diários não são suficientes para fazer a pinga. A CSN já perguntou quanto a gente precisa para a fabricação e acha muito, mas (os representantes da empresa) não sabem nada sobre o processo. Estão oferecendo o suficiente pra gente sobreviver, mas não para manter o trabalho. A gente vive disso aqui. A fábrica é de 1975”, explica Edilse.

Como se não bastasse perder a fonte de renda, a família havia feito investimentos recentes na cachaçaria. Em 2009, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) fez uma vistoria na fábrica e demandou que toda a estrutura fosse trocada por materiais de aço inoxidável. A adequação foi finalizada em 2011 e mexeu nos cofres da empresa familiar.

Além de a contaminação da água ter interrompido a produção, Edilse acrescenta que os metais presentes nela acabaram por avariar os materiais recém-instalados. “Como a água estava contaminada, a caldeira apodreceu, o encanamento apodreceu. Foi um grande prejuízo”.

“A vida do meu pai está aqui, até chorar ele chora. A gente perdeu o entusiasmo. Meu pai não quer vender, mas é o que falei pra ele: ‘Pai, infelizmente, neste nosso país, as mineradoras que mandam. Mesmo você estando aqui antes, a lei está cega’. As empresas aqui ficam contra a gente, falam que a gente está contra o emprego, jogam  a gente contra as pessoas”, desabafa Wilmar Junior.

O pai, Wilmar Arantes, tem 88 anos, a esposa dele, Maria Ferreira, 86. Duas histórias construídas na região da Boca da Mata e viradas de ponta-cabeça após a chegada das mineradoras. Em meio ao imbróglio com a CSN, uma das soluções apresentadas foi sair da região e vender a propriedade à empresa. Novamente, a discussão está longe de ser amigável.

“Em 2019, um representante da empresa veio aqui e se ofereceu para comprar a propriedade. Mostrei pra ele todo o terreno. Aí disseram que eu poderia buscar um corretor para avaliar o terreno. Nossa área aqui está em perímetro industrial, então é um terreno valioso e temos uma fábrica que faz uma cachaça premiada como uma das melhores de Minas Gerais. Temos também a fábrica de rapadura. Eles acharam que pedimos muito pela propriedade e não quiseram nem fazer uma contraproposta”, afirma Wilmar Junior.

O produtor rural complementa dizendo que pretende sair do local, pois as condições de vida são muito precárias com a poluição sonora, do ar e da água, mas que a ordem da transação com a CSN não está correta. “A empresa tinha que pagar o que a gente decidisse que é o valor da propriedade e também tirar as pessoas antes de causar o dano”.

Poluição generalizada e sem trégua

As janelas da casa onde moram Wilmar Arantes e Maria Ferreira são lacradas. Idosos, eles sofrem com problemas respiratórios causados pela poeira constante no ar do entorno da CSN. Durante a estação seca, a situação fica ainda pior. Em medição realizada por empresa de gestão ambiental em setembro de 2021, foi constatado que a concentração de partículas no ar da região da cachaçaria foi de 1.172,06 microgramas por metro cúbico. É quase cinco vezes maior que o limite estabelecido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

O barulho intenso da fábrica de cimento e do incessante trânsito de caminhões na região também é uma reclamação de quem mora próximo à CSN. “Eles estavam carecas de saber que a gente seria prejudicado. Tem uma correia que passa o dia inteiro fazendo barulho, é caminhão passando 24 horas. Você já ouviu falar de colocar brita no asfalto? Os caminhões destruíram o asfalto e eles jogaram brita para tapar os buracos. Aqui está podendo fazer tudo. Aqui não tem lei, infelizmente”, reclama Wilmar Junior.

FONTE ESTADO DE MINAS

Prefeitura de Ouro Branco busca parcerias com CSN; mineradora anuncia investimento e expansão

Na última quinta-feira, 23 de junho, o prefeito de Ouro Branco, Hélio Campos, e o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Neylor Aarão, receberam no gabinete os representantes da CSN, Eduardo Sanches (Gerente geral de Sustentabilidade do Grupo CSN) e Otto Levy Reis (Ex-secretário de Planejamento do estado de Minas Gerais e atual diretor de Planejamento e Expansão do Grupo CSN).

Na oportunidade, eles discutiram propostas que possam ser desenvolvidas em parceria com o município de Ouro Branco nas áreas de meio ambiente, capacitação profissional e desenvolvimento de novas tecnologias para a área de mineração.

Os representantes da CSN informaram que a empresa está em franca expansão e pretende ampliar sua produção de forma significativa e que uma política integrada e regionalizada é importante para o sucesso das partes envolvidas.

Outras reuniões estão programadas, bem como a participação da CSN, de forma mais presencial, no município de Ouro Branco e, em especial, durante a Semana do Desenvolvimento Econômico, que será realizada de 26 a 29 de julho, na Praça de Eventos, em Ouro Branco.

elaboração de propostas nas áreas de meio ambiente, capacitação profissional e desenvolvimento

CSN está contratando novos trabalhadores em Minas Gerais e outros estados; as vagas de emprego são para técnicos, mecânicos, eletricistas e outros

Confira as oportunidades imperdíveis de diversas vagas de emprego em Minas Gerais da CSN, importante multinacional do setor siderúrgico

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a maior indústria siderúrgica do Brasil e da América Latina e uma das maiores do mundo, está oferecendo diversas vagas de emprego nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e de Minas Gerais neste dia 11 de junho, nos municípios de Macaé, Rio de Janeiro e Ipojuca. Existem vagas para técnicos, mecânicos, eletricistas e mais, além de vagas voltadas ao público PCD e oportunidades de estágio.

Sobre a empresa

Fundada em abril de 1941, a CSN foi a empresa pioneira na produção integrada de aço plano no Brasil, consolidando um marco no processo de industrialização do país. Seu aço viabilizou a implantação das primeiras indústrias nacionais, que correspondem ao núcleo do atual parque fabril brasileiro. 

Hoje, a CSN é uma multinacional que emprega mais de 30 mil trabalhadores e conta com a gestão focada no desenvolvimento de suas equipes e na convivência harmônica com as comunidades nas cidades onde opera, tanto no Brasil como no exterior.

Confira as vagas de emprego em destaque na CSN

Vagas de emprego para Técnico de Mineração

  • Requisitos necessários: escolaridade mínima deve ser Ensino Médio Profissionalizante completo
  • Principais atribuições: acompanhar e executar tecnicamente processos de lavra, beneficiamento de minério, coletar amostras de solo, rocha e minério, preparação física de amostras, processar dados de prospecção, pesquisa e lavra, participar do planejamento de atividades de mineração e inspecionar barragens, visando otimizar processos operacionais, dar apoio técnico e contribuir para o cumprimento de normas e procedimentos em sua área de atuação.

Vagas de emprego para Técnico de Meio Ambiente II – Itaguaí, Rio de Janeiro

  • Requisitos necessários: escolaridade mínima deve ser Ensino Médio (2º Grau) completo
  • Principais atribuições: Executar e participar de estudos, inspeções, verificações, coleta e compilações de dados e informações relacionados aos Sistema de Gestão Ambiental da CSN mineração pela norma ISO 14001 ou outras similares; inspecionar itens ambientais internos de conformidade operacional e de conformidade legal em equipamentos e sistemas de controle ambiental (condicionantes ambientais); realizar vistoria em área elaborando os relatórios de inspeção; entre outras

Vagas de emprego para Mecânico II (Montador de Andaime) – Congonhas, Minas Gerais

  • Requisitos necessários: escolaridade mínima deve ser Ensino Médio (2º Grau) completo; deve possuir experiência com montagem de andaime

Vagas de emprego para Eletricista de Rede de Distribuição – Congonhas, Minas Gerais

  • Requisitos necessários: experiência em manutenção elétrica em sistemas de alta, média e baixa tensão; conhecimento em sistemas de proteção; desejável formação Técnica em Eletrotécnica, Elétrica, Eletrônica e afins
  • Principais atribuições: executar atividades de manutenção elétrica de média complexidade no sistema de distribuição de energia  e construção de instalações elétricas, interpretação de diagramas funcionais, visando conformidade com requisitos legais e disponibilidade física dos equipamentos de mina e  instalações em suas áreas de atuação.

Vagas de emprego para Operador de Equipamentos (Empilhadeira) – Congonhas, Minas Gerais

  • Requisitos necessários: experiência com operação de empilhadeira; CNH B; Disponibilidade para trabalhar em turno.

Como realizar a inscrição

Para se inscrever em alguma vaga da CSN é simples: basta clicar nos links diretos para as vagas de emprego que mais te interessarem, disponíveis acima. Além dessa alternativa, outra opção é acessar este link, que te redirecionará à página da companhia, onde há todas as oportunidades disponíveis, tanto para Minas Gerais como para outros estados.

O Click Petróleo e Gás não se responsabiliza pelo preenchimento das vagas de emprego oferecidas pela CSN, realizando apenas a divulgação de oportunidades em diversos locais do Brasil e do mundo. Para mais informações, vá até o site ou perfil da empresa que está oferecendo as vagas de emprego e não deixe de conferir os requisitos e atividades. Boa sorte!

FOTNE CLICK PETROLEO

Ampliação das atividades da CSN em Congonhas (MG) pode ameaçar segurança hídrica da população

Em janeiro deste ano, a barragem Casa de Pedra, que faz parte do empreendimento ampliado, teve rachaduras no terreno

Nuvens de poeira, destruição de aquíferos, perda de vegetação e medo do rompimento da barragem Casa de Pedra. Esses são alguns dos impactos já sentidos pela população do município de Congonhas (MG), devido às atividades minerárias na região. Ainda assim, o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) autorizou a CSN Mineração, em maio deste ano, expandir a capacidade de uma planta de beneficiamento de minério.

A planta, localizada na mina Casa de Pedra, produzia 10 milhões de toneladas por ano. Após a decisão, poderá chegar a 15 milhões por ano. A barragem Casa de Pedra é a maior barragem de rejeitos de mineração localizada em território urbano na América Latina. São 103 milhões de metros cúbicos de lama e rejeito. Embaixo dela, cerca de 5 mil pessoas vivem na área de risco. Uma fiscalização da Agência Nacional de Mineração (ANM), em janeiro deste ano, constatou erosões e trincas em terreno natural, próximo ao dique de sela da barragem.

Além do medo constante do rompimento, moradores se preocupam com os impactos à rede hídrica da região que podem ser causados pela ampliação da atividade. “Esse tratamento vai ser feito a úmido. Então vai gastar água para lavar e fazer beneficiamento de minério”, explica Sandoval de Souza Pinto Filho, diretor de Meio Ambiente e Saúde da União de Associações Comunitárias de Congonhas (Unaccon).

Em 20 de dezembro do ano passado, a CSN Mineração conseguiu autorização para ampliar a captação de água na mina Casa de Pedra. A decisão, tomada pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba, permite que a mineradora desvie cerca de 3 mil metros cúbicos por hora de água para as atividades minerárias.

Ao todo, a Serra Casa de Pedra possui cerca de 29 nascentes de água que ajudam no abastecimento hídrico do município. Segundo Sandoval, um levantamento realizado pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) demonstrou que cerca de 60% da população de Congonhas depende da água que vem das nascentes da serra.

Licenciamento fragmentado

Outra preocupação dos moradores da região é a fragmentação dos licenciamentos pedidos pela CSN Mineração. Ou seja, ao invés de a mineradora solicitar a autorização do empreendimento como um todo, a estratégia tem sido dividir os pedidos. Apenas nos últimos seis meses, a mineradora recebeu duas licenças para ampliação de diferentes atividades do mesmo empreendimento.

“O licenciamento é feito fatiado. Isso contraria princípios democráticos e constitucionais de informação sobre o processo. O que deveria ser feito é um licenciamento mostrando onde a mineradora está e onde quer chegar”, explica Sandoval.

O morador reforça que este método de licenciamentos dificulta que a população compreenda o quanto realmente a mineração está expandindo no território.

Tombamento da Serra Casa de Pedra

Já é antigo o processo de mobilização dos moradores do município pela proteção da área da Serra Casa de Pedra. Em 1990, a Câmara Municipal de Congonhas começou a refletir sobre o processo de tombamento da área da Serra. 

Quase 20 anos depois, em 2008, foi aprovada uma lei municipal de tombamento da região. Porém a área não foi delimitada. “Ficou quase num limbo. Era um tombamento sem efetividade, porque não descrevia qual era a área que havia sido tombada”, explica Sandoval.

Após debates com a Câmara e a mobilização da população, uma nova lei, que delimita a área, foi aprovada em 2012. Ainda assim, uma subemenda, permitiu que uma área do Morro do Engenho, parte da Serra Casa de Pedra, recebesse atividades minerárias

Além da importância hídrica para o município, a Serra, que é considerada um dos principais símbolos paisagísticos de Congonhas, tem servido como uma barreira natural entre a poeira da atividade minerária e a população do município.

Edição: Larissa Costa

FONTE BRASIL DE FONTE MG

CSN lucra R$ 1,3 bilhão no primeiro trimestre de 2022

Empresa vai distribuir pouco mais de R$ 904 milhões aos acionistas, equivalendo a R$ 0,67 por ação

Volta Redonda – A CSN divulgou nesta quarta (04) os resultados obtidos no primeiro trimestre de 2022. O lucro líquido da Companhia foi de R$ 1,364 bilhão, um resultado 29% superior ao registrado no trimestre anterior, mas 76% abaixo dos R$ 5,697 bilhões registrados no primeiro trimestre de 2021.

A empresa vai distribuir R$ 904,5 milhões em dividendos aos acionistas, o que equivale a R$ 0,67 por ação ordinária. Estes valores se somam aos juros sobre capital próprio declarados em dezembro no valor de R$ 257,0 milhões, completando a distribuição de 25% sobre o lucro do período.

A receita líquida no trimestre passado totalizou R$ 11,77 bilhões, o que representa um aumento de 13,6% quando comparado com o quarto trimestre de 2021, e uma leve retração de 1,2% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado.

A empresa considera que o resultado “é consequência da melhora do segmento de mineração que apresentou forte recuperação de preço realizado no período, além de maiores volumes vendidos do mercado siderúrgico”.

O custo dos produtos vendidos totalizou R$ 7.287 milhões no primeiro trimestre deste ano, o que representa um aumento de 10,3% em relação ao último trimestre do ano passado e 18% na comparação com o primeiro trimestre de 2021. Segundo a empresa, o aumento de custos foi consequência da alta de preços de algumas matérias primas, como o carvão e o coque, além da menor diluição de custos fixos na mineração com a queda no volume produzido.

A margem bruta atingiu 38% no primeiro trimestre deste ano e foi 1,8 ponto percentual superior à registrada no quarto trimestre de 2021, como resultado da forte recuperação de preços observada no segmento de mineração. Por outro lado, quando comparado com o mesmo período de 2021, houve retração de 22% no lucro bruto. A empresa atribui esse desempenho a dificuldades operacionais verificadas no trimestre, com um volume de chuvas acima do normal, e também custos mais altos na comparação anual.

As despesas com vendas, gerais e administrativas totalizaram R$ 587 milhões, 28% inferior ao registrado no último trimestre do ano passado, como consequência do menor volume comercializado na mineração, gerando uma menor despesa com fretes.

Siderurgia

Segundo a CSN, “a recuperação contínua no volume de vendas mais do que compensou a pequena redução de preços observada no período, resultando em um crescimento trimestral de 3,1% na receita da siderurgia”. As vendas totais ficaram 13% acima das do período anterior, chegando a 1,157 milhão de toneladas, com forte desempenho do mercado externo.

Cimento

O segmento de cimentos foi impactado, neste trimestre, pelo maior volume de chuvas e por pressões temporárias nos custos de produção.

Como consequência, houve retração de 11% no volume de vendas quando comparado com o 4T21. Na comparação anual, as vendas totais foram 17,5% superiores como consequência da incorporação da Elizabeth Cimentos.

FONTE DIARIO DO VALE

Segurança em barragem: CSN terá terá simulado prático na próxima quarta-feira(13)

A Prefeitura de Congonhas, por meio da Defesa Civil Municipal, informa que na próxima quarta-feira (13), às 9h, ocorrerá um simulado prático com abandono de área na comunidade do Esmeril. O treinamento, que testa uma situação real, é obrigatório e faz parte do Plano Municipal de Segurança de Barragens que consiste na moderna política pública, sendo a primeira implantada no Brasil, no qual integra todos os sistemas emergenciais de barragens e de contingenciamento de eventos naturais ou não, como chuvas, inundações, incêndios, deslizamentos, entre outros.

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) acionará uma única sirene de emergência, instalada próxima à zona de auto salvamento do bairro Esmeril. Durante o simulado, os agentes da Defesa Civil e a equipe da mineradora farão o cronômetro do tempo de saída dos moradores de suas residências até ao ponto de encontro e possíveis dificuldades de locomoção e mudanças de rotas.

De acordo com o diretor de segurança social, Denilson Oliveira, “a participação da comunidade é de extrema importância para que sejam feitos os ajustes e atualizações no Plano Municipal de Barragens, visto que a localidade está inserida dentro da zona de risco”.

Por: Letícia Tomaino – Comunicação Prefeitura
Foto: Reprodução Internet

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