PMCL abre processo para contratação de monitor de educação inclusiva

A Prefeitura Municipal através da Secretaria Municipal de Educação realizará um Processo Seletivo Simplificado para designação temporária para a função de Monitor Educação Inclusiva, Edital nº 01/2024, para atendimento ao público da Educação Especial nas unidades escolares.
O Processo Seletivo Simplificado será realizado pelo Instituto Brasileiro de Gestão e Pesquisa – IBGP.

As inscrições deverão ser realizadas, exclusivamente, via internet, pelo endereço eletrônico: novo.ibgpconcursos.com.br, no link correspondente ao certame, no período das 09h do dia 10/01/2024 às 15h59 do dia 16/01/2024, de acordo com o disposto em Edital.
O candidato será direcionado ao sistema, para preenchimento do Formulário Eletrônico de Inscrição e para o cadastramento de senha pessoal para acesso à área individualizada: “Área do Candidato”.

Prefeitura reforça compromisso com a educação durante visita às obras de nova Escola

Na manhã desta terça-feira, 26/12, o prefeito de Conselheiro Lafaiete, acompanhado pelo Secretário de Educação Albano Tibúrcio, realizou uma visita técnica para avaliar o progresso das obras de construção da nova escola situada no bairro Santa Cruz (Região da Barreira), que representa mais um grande investimento na educação do município.

Atualmente, em fase de conclusão das fundações, a obra tem um orçamento estimado em 3,9 milhões de reais e previsão de conclusão até julho de 2024, proporcionando mais um espaço educacional moderno e adequado para a comunidade escolar daquela região.

Durante a visita, o prefeito Mário Marcus enfatizou que a Administração Municipal tem buscado disponibilizar novos espaços para nossos alunos, ampliando vagas de creche e criando novas estruturas. Assim como está ocorrendo com a construção da Escola no bairro Siderúrgico e com as obras da Creche Bela Vista, que após anos de abandono, foram retomadas pela atual gestão com entrega prevista para a população no início do ano letivo.

O expressivo investimento nessas instituições de ensino demonstra o comprometimento da Administração Municipal com o progresso educacional de Conselheiro Lafaiete.

Alunos da Rede Municipal de Educação participam dos Jogos Escolares Rurais 2023 em Ouro Branco

60 alunos participam dos Jogos Escolares Rurais 2023

Jogos Escolares Rurais – 2023

No dia 14/12, os alunos da E.M. Nossa Senhora do Carmo, E.M. Raimundo Campos e E.M. Oswaldo Cruz se reuniram na comunidade de Castiliano para realizar jogos rurais.

Os alunos foram divididos em duas equipes e juntos puderam jogar e celebrar o encerramento de mais um ano letivo. 

As equipes Azul e Vermelha fizeram grandes jogos. O placar seguiu equilibrado do início ao fim. E após uma disputa de pênaltis, a equipe Azul saiu como vencedora.

O evento contou com a participação de aproximadamente 60 alunos.

Itabirito: parceria UFMG/Prefeitura oferece 160 vagas de pós-graduação para servidores da Educação

As inscrições podem ser realizadas até o dia 17 de dezembro, por meio de formulário online.

A Prefeitura de Itabirito, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), proporcionará a 160 servidores a oportunidade de fazer a pós-graduação “Formação em Docência para a Educação Básica”.

A pós-graduação será ofertada à professores, diretores e supervisores na modalidade semipresencial. As inscrições podem ser realizadas até o dia 17 de dezembro, por meio de formulário online.

Serão ofertadas vagas para início no primeiro semestre de 2024 destinadas às áreas de concentração: Múltiplas Linguagens em Educação Infantil; Alfabetização e Letramento; Processos de Aprendizagem e Ensino na Educação Básica; Docência e inclusão escolar: pessoas com deficiência e a prática pedagógica na escola. 

Um processo de seleção preencherá as vagas com base nas inscrições dos candidatos, considerando a primeira opção de área de concentração. Podem se inscrever servidores públicos efetivos municipais da Educação com pelo menos cinco anos de serviço.

Para acessar o edital e o link do formulário de inscrição, CLIQUE AQUI

FONTE RADAR GERAL

Educadores contestam número de aulas de História e Geografia em Conselheiro Lafaiete

Este jornal obteve informações que o Conselho Municipal de Educação de Conselheiro Lafaiete apurou uma defasagem de conteúdos obrigatórios de História e Geografia na rede Municipal de Ensino de Conselheiro Lafaiete do 6º ao 9º ano e editou uma recomendação de número 003 desse ano para que fosse atualizada. A secretaria de Educação de Conselheiro Lafaiete na figura do secretário de Educação Professor Albano de Souza Tibúrcio enviou ofício onde a única solução para atualização era a retirada de uma aula de Português dos alunos. Houve protesto dos professores de Português e uma discussão sobre o assunto que envolveu a câmara dos vereadores, professores de diversos conteúdos e o Sinserlaf – Sindicato dos Servidores Públicos de Conselheiro Lafaiete.

O conselho chegou a editar uma resolução com apoio de todos os presentes em que estabelecia dois sextos horários para que a perda nos conteúdos de História e Geografia fossem reparadas.

Eis que desafiando o conselho de Educação, bem como toda a comunidade escolar pelo direito à educação, a SEMED – Secretária Municipal de Educação de Conselheiro Lafaiete está orientando as escolas municipais a se basear num modelo antigo de resolução que foi revogado.

O Presidente do SINSERLAF, Valdney Roatt Delmaschio Alves disse que acompanha a situação e falou do prejuízo aos estudantes do município ao oferecer menos tempo para aprendizagem de conteúdos obrigatórios dizendo que a história do país está sendo massacrada por falta de conhecimento histórico. “Tem pessoas querendo a volta da Ditadura Militar, isso é falta de história. Onde está os projetos Secretário Albano de adequação? Isso vem desde 2021! Não se pode falar em Consciência Negra quando os alunos do 8º ano não aprendem sobre abolição da escravatura! Hoje o tema é faixa de Gaza, os alunos sabem isso em Geografia?”

“Compreender o mundo, debater e argumentar são competências indispensáveis para cidadania.” defendeu uma educadora que preferiu ficar anônima, ela complementou “Cabe lembrar que em todo o Estado de Minas Gerais o Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) contém três aulas semanais de História e Geografia e apenas o Município de Conselheiro Lafaiete possui duas. Ou seja, os alunos que estudam na rede municipal da cidade veem menos conteúdo das matérias do que as redes particular e Estadual. Ao transferir seu filho de uma rede para a outra, a perda é sentida.”

Falta de Diálogo

Valdney Roatt Delmaschio Alves disse que participou de todas as discussões do processo e que houve consenso entre conselheiros, professores de Português, História e Geografia, que falou com o secretário Municipal de Educação Professor Albano de Souza Tibúrciosobre alternativas para cumprimento da resolução do conselho e que este se manteve irredutível.

Simplesmente o conselho de Educação não foi comunicado e as escolas estão sendo orientadas sem embasamento legal, pois o conselho aprova as matrizes escolares.

Tudo que a comunidade escolar debateu, está sendo colocado em xeque pela administração do prefeito Mário Marcus.

“Ainda que a SEMED não reconheça – até porque parece desconhecer a realidade pedagógica das escolas – há uma integração orgânica dos conteúdos de História, Geografia e Língua Portuguesa. Logo, oferecer um número menor de aulas de História e Geografia afetará negativamente na assimilação das demais disciplinas”.

Educadores contestam número de aulas de História e Geografia em Conselheiro Lafaiete

Este jornal obteve informações que o Conselho Municipal de Educação de Conselheiro Lafaiete apurou uma defasagem de conteúdos obrigatórios de História e Geografia na rede Municipal de Ensino de Conselheiro Lafaiete do 6º ao 9º ano e editou uma recomendação de número 003 desse ano para que fosse atualizada. A secretaria de Educação de Conselheiro Lafaiete na figura do secretário de Educação Professor Albano de Souza Tibúrcio enviou ofício onde a única solução para atualização era a retirada de uma aula de Português dos alunos. Houve protesto dos professores de Português e uma discussão sobre o assunto que envolveu a câmara dos vereadores, professores de diversos conteúdos e o Sinserlaf – Sindicato dos Servidores Públicos de Conselheiro Lafaiete.

O conselho chegou a editar uma resolução com apoio de todos os presentes em que estabelecia dois sextos horários para que a perda nos conteúdos de História e Geografia fossem reparadas.

Eis que desafiando o conselho de Educação, bem como toda a comunidade escolar pelo direito à educação, a SEMED – Secretária Municipal de Educação de Conselheiro Lafaiete está orientando as escolas municipais a se basear num modelo antigo de resolução que foi revogado.

O Presidente do SINSERLAF, Valdney Roatt Delmaschio Alves disse que acompanha a situação e falou do prejuízo aos estudantes do município ao oferecer menos tempo para aprendizagem de conteúdos obrigatórios dizendo que a história do país está sendo massacrada por falta de conhecimento histórico. “Tem pessoas querendo a volta da Ditadura Militar, isso é falta de história. Onde está os projetos Secretário Albano de adequação? Isso vem desde 2021! Não se pode falar em Consciência Negra quando os alunos do 8º ano não aprendem sobre abolição da escravatura! Hoje o tema é faixa de Gaza, os alunos sabem isso em Geografia?”

“Compreender o mundo, debater e argumentar são competências indispensáveis para cidadania.” defendeu uma educadora que preferiu ficar anônima, ela complementou “Cabe lembrar que em todo o Estado de Minas Gerais o Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) contém três aulas semanais de História e Geografia e apenas o Município de Conselheiro Lafaiete possui duas. Ou seja, os alunos que estudam na rede municipal da cidade veem menos conteúdo das matérias do que as redes particular e Estadual. Ao transferir seu filho de uma rede para a outra, a perda é sentida.”

Falta de Diálogo

Valdney Roatt Delmaschio Alves disse que participou de todas as discussões do processo e que houve consenso entre conselheiros, professores de Português, História e Geografia, que falou com o secretário Municipal de Educação Professor Albano de Souza Tibúrciosobre alternativas para cumprimento da resolução do conselho e que este se manteve irredutível.

Simplesmente o conselho de Educação não foi comunicado e as escolas estão sendo orientadas sem embasamento legal, pois o conselho aprova as matrizes escolares.

Tudo que a comunidade escolar debateu, está sendo colocado em xeque pela administração do prefeito Mário Marcus.

“Ainda que a SEMED não reconheça – até porque parece desconhecer a realidade pedagógica das escolas – há uma integração orgânica dos conteúdos de História, Geografia e Língua Portuguesa. Logo, oferecer um número menor de aulas de História e Geografia afetará negativamente na assimilação das demais disciplinas”.

Reforma do Ensino Médio: um crime a ser barrado

Acelerada em São Paulo, ela fez da vida de 330 mil jovens um experimento cruel. Deixou de prepará-los para a universidade, sem oferecer formação técnica real. Um engodo – com cor e classe social. Só a revogação pode ser um começo de saída

O antropólogo, educador e político Darcy Ribeiro costumava dizer que, no Brasil, a educação básica pública de qualidade duvidosa não é propriamente um desvio de rota, uma disfunção, mas um projeto da elite nacional. Em diferentes momentos da nossa história, esse intento das camadas abastadas desvela-se sem filtro, revelando uma verdadeira arquitetura da destruição, boicote à nação.

A Reforma do Ensino Médio, apresentada como Medida Provisória 746/16 e aprovada como projeto de lei n.º 13.415/17, foi, já em seu nascedouro, apontada como um instrumento oficial de Estado que resultaria, necessariamente, no aumento das desigualdades educacionais, pois priva, em sua concepção, milhões de estudantes de acessarem os conhecimentos historicamente sistematizados pela humanidade e exigidos nos vestibulares das universidades brasileiras, públicas e privadas.

Escondidos atrás de estandartes que estampavam: flexibilização curricular, protagonismo estudantil com a possibilidade de escolher o que gostaria de cursar, aproximação entre o conhecimento e a realidade dos estudantes, modernização curricular, expansão do ensino técnico-profissional, etc., os adeptos da reforma saíram vencedores. Decidiu-se que o Novo Ensino Médio, denominado de NEM, entraria em vigor a partir de 2022; com a adequação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) – principal porta de entrada para as universidades públicas – às novas determinações trazidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – parte da engrenagem que movimentou a Reforma do Ensino Médio – a partir de 2024.

Alheios às manifestações de rua de profissionais da educação e estudantes, além de centenas de pesquisas frisando que o NEM resultaria, inevitavelmente, num aumento das desigualdades educacionais, colocando em risco o direito à aprendizagem de mais de 7 milhões de estudantes da rede pública, secretários estaduais de educação, capsulados no Conselho Nacional de Secretários de Educação, o CONSED, “indumentaram-se” da vestidura de que “lei não se discute, lei se cumpre”, e programaram-se para a implantação do NEM a partir de 2022.

Para deleite da elite bandeirante, o então governador de São Paulo, João Dória Jr., anunciou, em 2020, que o Estado, protagonista em diferentes momentos da história do país, assumiria a vanguarda do atraso e se adiantaria na implementação do NEM, com a aprovação do Currículo Paulista e a indicação de 11 itinerários formativos de aprofundamento.

Experimentações curriculares questionáveis adotadas em 2019 e 2020, como o Programa Novotec, anunciavam o desastre da arquitetura do NEM. O Novotec ventilou a tese de que o estudante do Ensino Médio sairia com dupla formação, curso regular e técnico-profissional, o último com a grife das Escolas Técnicas Estaduais, as Etecs. Na prática, verificou-se que as diminutas horas destinadas à formação técnica eram insuficientes para habilitar um estudante a desenvolver atividade profissional em qualquer área. Cilada pedagógica anunciada por diferentes críticos. Consequência: frustração de milhares de estudantes.

Desarrumado desde a concepção, o NEM iniciou nas escolas paulistas em fevereiro de 2021. Com incertezas múltiplas, justificava-se “que todo período de transição é complicado”, “que a comunidade escolar deveria estar aberta ao novo, e não ser resistente à mudança”. Rapidamente, as críticas difundidas no contexto da aprovação da Reforma voltaram a fazer eco: as escolas não conseguiram ofertar os itinerários indicados pelos estudantes; houve quantidade interminável de disciplinas; impossibilidade de docentes prepararem material para tantas disciplinas; falta de material didático para os componentes curriculares da formação geral e dos itinerários formativos; disciplinas eletivas sem sustentação acadêmica; falta de professores para as diferentes disciplinas; docentes sem formação específica sendo obrigados a assumir determinados componentes curriculares; etc.

No final do primeiro semestre de 2022, o movimento estudantil organizado evidenciou as inúmeras incongruências do NEM na prática e passou a reivindicar a revogação da Reforma do Ensino Médio. Pipocaram pela imprensa convencional denúncias sobre disciplinas sem lastro acadêmico e a quantidade inadministrável de componentes curriculares, atingindo o surpreende número de 1.526 disciplinas diferentes país afora, colocando em risco o direito da educação básica para todos os estudantes, institucionalizando a fragmentação curricular na última etapa de ensino obrigatório.

Pesquisas na Rede Estadual de Ensino de São Paulo demonstram, já no final de 2022, grande desânimo por parte dos estudantes no que diz respeito à continuação dos estudos. Segundo o artigo 35º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/EN n.º 9.394/96), uma das finalidades do Ensino Médio é “a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos” (grifos nossos). O NEM, com a determinação de que a Formação Geral Básica compreende, no máximo, 1.800 horas das 3.000 dessa etapa de ensino, arquitetou que os secundaristas teriam contato com os conhecimentos historicamente consolidados pela humanidade e exigidos nos principais vestibulares, com destaque para o Enem, somente na 1ª série e primeiro semestre da 2ª série. Ou seja, durante o restante do curso, compreendendo 18 meses, discentes acessarão os conteúdos diversos por meio dos Itinerários Formativos, esses sem, até o momento, referências nítidas e material didático de apoio, resultando, quase sempre, num esforço homérico de docentes para que os seus estudantes não fiquem sem os conteúdos essenciais para a vida em sociedade e continuação dos estudos.

A lei que versa sobre improbidade administrativa indica, no seu artigo 11º, que “constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade…” (grifo nosso). Entende-se que o governador e a Secretaria Estadual da Educação (SEDUC) estavam cientes que os estudantes concluintes do Ensino Médio neste final de 2023 no Estado de São Paulo não estudariam, neste novo modelo adotado, os conhecimentos básicos aplicados no Enem. Sabiam, certamente, que é praticamente impossível cumprir conhecimentos desenvolvidos em 2.400 horas durante 3 anos em 1.800 horas dentro de 1 ano e meio. Por conseguinte, verifica-se em diferentes escolas que muitos estudantes do 3º ano do Ensino Médio paulista, um universo de mais ou menos 330 mil, abdicaram de fazer a principal prova que permite acesso ao ensino superior brasileiro por intuir que não adiantava fazer o exame, pois estavam há mais de um ano sem ver Biologia, Física ou Química; ou Filosofia, Geografia, História e Sociologia. E que o estudante do terceiro ano do ensino particular continuava a estudar todas essas disciplinas. Que a universidade não era para ele. Que estava se organizando para trabalhar.

No rigor técnico-jurídico, apesar de ter punição, a improbidade não é um crime, é um ilícito administrativo com sanção. Portanto, ímprobo e não criminoso. Recorre-se aqui, entretanto, ao conceito social de crime, que não é o mesmo do conceito jurídico, transcende a simples violação de norma legal. Associa-se muito mais ao reflexo de expectativas, valores e ética de determinada sociedade em um período histórico específico. Diferentes estudos revelaram um aumento significativo dos estudantes egressos da rede pública da Educação Básica nas principais universidades brasileiras, todas públicas. Quase 70% da totalidade e mais de 50% de negros. O estudante pobre brasileiro, que tem cor, é preto, é preta, é pardo, é parda, estava entrando na universidade pública. Os sistemas de políticas de ações afirmativas contribuíram para esta mudança. Estabeleceu-se, mesmo eivados de contradições, horizontes diferentes para esses estudantes secundários: cursar o ensino superior. Agora estão frustrados, enganados e humilhados no Estado de São Paulo. Assim, pode-se afirmar que a ação dos responsáveis pela educação paulista da época é possivelmente criminosa, na medida em que frustrou centenas de milhares de estudantes à viabilidade de acesso ao ensino superior. No mínimo, caracteriza-se como desonestidade com um contingente de 330 mil concluintes do Ensino Médio.

O atual governo, na contramão daquilo que já se concluiu no restante do mundo, que a tecnologia é um importante instrumento de apoio pedagógico, mas não substitui a interação presencial e o livro impresso, disponibilizou, agora no segundo semestre, uma plataforma denominada “Prepara São Paulo”, espécie de cursinho pré-vestibular on-line, com assiduidade semelhante à aula em emenda de feriado. Servindo mais para atacar um problema do ensino superior brasileiro do que atender a demanda e o dolo cometido contra os sonhos de 330 mil jovens, o governo do Estado tirou da cartola, feito mágico da Caravana Rolidei do filme “Bye bye Brasil”, 15 mil vagas para o chamado “Enem Paulista” ou Provão Paulista – antigo SARESP (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo), que ganha agora status de selecionar para as grandes universidades paulistas. Serão ofertadas 1.500 vagas para a USP, 934 para a Unesp, 325 para a Unicamp, 2.620 para a Univesp (on-line) e 10 mil para as Fatecs. Não é objeto do presente texto, mas as instituições de ensino superior brasileiras vivem crise estrutural de falta de estudantes, especialmente nos cursos presenciais. Há tempos registramos o mesmo número de alunos nesse nível de ensino: cerca de 8 milhões. Não conseguimos aumentar, apesar do quase imensurável universo de brasileiros sem um diploma de graduação. Ao mesmo tempo, nota-se que aqueles que decidem cursar uma faculdade escolhem o EaD, hoje com mais de 50% dos matriculados nesse nível de ensino. Cursos superiores presenciais correm, velozmente, o risco de desaparecerem. O “Enem Paulista”, além de ser uma afronta à política pública bem-sucedida do Enem, é um suspiro às universidades e às faculdades paulistas.

Pretendesse de fato corrigir o dolo cometido pelos gestores anteriores, o atual governo paulista deveria garantir vagas nas melhores universidades do Brasil (“com casa, comida e roupa lavada”) a todos os 330 mil estudantes da Rede Estadual de Ensino que se viram confundidos, frustrados, enganados, humilhados e excluídos pela decisão dos antigos administradores do Ensino Médio do Estado de São Paulo. Não se pode caracterizar essa arquitetura de destruição como desvio de rota ou mera disfunção. Soa como intencional. Darcy Ribeiro já nos ensinou isso. Projeto da elite para precarizar a Educação Básica, frustrando a perspectiva de vida, de futuro, de país. Um crime!

FONTE OUTRAS PALAVRAS

Reforma do Ensino Médio: um crime a ser barrado

Acelerada em São Paulo, ela fez da vida de 330 mil jovens um experimento cruel. Deixou de prepará-los para a universidade, sem oferecer formação técnica real. Um engodo – com cor e classe social. Só a revogação pode ser um começo de saída

O antropólogo, educador e político Darcy Ribeiro costumava dizer que, no Brasil, a educação básica pública de qualidade duvidosa não é propriamente um desvio de rota, uma disfunção, mas um projeto da elite nacional. Em diferentes momentos da nossa história, esse intento das camadas abastadas desvela-se sem filtro, revelando uma verdadeira arquitetura da destruição, boicote à nação.

A Reforma do Ensino Médio, apresentada como Medida Provisória 746/16 e aprovada como projeto de lei n.º 13.415/17, foi, já em seu nascedouro, apontada como um instrumento oficial de Estado que resultaria, necessariamente, no aumento das desigualdades educacionais, pois priva, em sua concepção, milhões de estudantes de acessarem os conhecimentos historicamente sistematizados pela humanidade e exigidos nos vestibulares das universidades brasileiras, públicas e privadas.

Escondidos atrás de estandartes que estampavam: flexibilização curricular, protagonismo estudantil com a possibilidade de escolher o que gostaria de cursar, aproximação entre o conhecimento e a realidade dos estudantes, modernização curricular, expansão do ensino técnico-profissional, etc., os adeptos da reforma saíram vencedores. Decidiu-se que o Novo Ensino Médio, denominado de NEM, entraria em vigor a partir de 2022; com a adequação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) – principal porta de entrada para as universidades públicas – às novas determinações trazidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – parte da engrenagem que movimentou a Reforma do Ensino Médio – a partir de 2024.

Alheios às manifestações de rua de profissionais da educação e estudantes, além de centenas de pesquisas frisando que o NEM resultaria, inevitavelmente, num aumento das desigualdades educacionais, colocando em risco o direito à aprendizagem de mais de 7 milhões de estudantes da rede pública, secretários estaduais de educação, capsulados no Conselho Nacional de Secretários de Educação, o CONSED, “indumentaram-se” da vestidura de que “lei não se discute, lei se cumpre”, e programaram-se para a implantação do NEM a partir de 2022.

Para deleite da elite bandeirante, o então governador de São Paulo, João Dória Jr., anunciou, em 2020, que o Estado, protagonista em diferentes momentos da história do país, assumiria a vanguarda do atraso e se adiantaria na implementação do NEM, com a aprovação do Currículo Paulista e a indicação de 11 itinerários formativos de aprofundamento.

Experimentações curriculares questionáveis adotadas em 2019 e 2020, como o Programa Novotec, anunciavam o desastre da arquitetura do NEM. O Novotec ventilou a tese de que o estudante do Ensino Médio sairia com dupla formação, curso regular e técnico-profissional, o último com a grife das Escolas Técnicas Estaduais, as Etecs. Na prática, verificou-se que as diminutas horas destinadas à formação técnica eram insuficientes para habilitar um estudante a desenvolver atividade profissional em qualquer área. Cilada pedagógica anunciada por diferentes críticos. Consequência: frustração de milhares de estudantes.

Desarrumado desde a concepção, o NEM iniciou nas escolas paulistas em fevereiro de 2021. Com incertezas múltiplas, justificava-se “que todo período de transição é complicado”, “que a comunidade escolar deveria estar aberta ao novo, e não ser resistente à mudança”. Rapidamente, as críticas difundidas no contexto da aprovação da Reforma voltaram a fazer eco: as escolas não conseguiram ofertar os itinerários indicados pelos estudantes; houve quantidade interminável de disciplinas; impossibilidade de docentes prepararem material para tantas disciplinas; falta de material didático para os componentes curriculares da formação geral e dos itinerários formativos; disciplinas eletivas sem sustentação acadêmica; falta de professores para as diferentes disciplinas; docentes sem formação específica sendo obrigados a assumir determinados componentes curriculares; etc.

No final do primeiro semestre de 2022, o movimento estudantil organizado evidenciou as inúmeras incongruências do NEM na prática e passou a reivindicar a revogação da Reforma do Ensino Médio. Pipocaram pela imprensa convencional denúncias sobre disciplinas sem lastro acadêmico e a quantidade inadministrável de componentes curriculares, atingindo o surpreende número de 1.526 disciplinas diferentes país afora, colocando em risco o direito da educação básica para todos os estudantes, institucionalizando a fragmentação curricular na última etapa de ensino obrigatório.

Pesquisas na Rede Estadual de Ensino de São Paulo demonstram, já no final de 2022, grande desânimo por parte dos estudantes no que diz respeito à continuação dos estudos. Segundo o artigo 35º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/EN n.º 9.394/96), uma das finalidades do Ensino Médio é “a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos” (grifos nossos). O NEM, com a determinação de que a Formação Geral Básica compreende, no máximo, 1.800 horas das 3.000 dessa etapa de ensino, arquitetou que os secundaristas teriam contato com os conhecimentos historicamente consolidados pela humanidade e exigidos nos principais vestibulares, com destaque para o Enem, somente na 1ª série e primeiro semestre da 2ª série. Ou seja, durante o restante do curso, compreendendo 18 meses, discentes acessarão os conteúdos diversos por meio dos Itinerários Formativos, esses sem, até o momento, referências nítidas e material didático de apoio, resultando, quase sempre, num esforço homérico de docentes para que os seus estudantes não fiquem sem os conteúdos essenciais para a vida em sociedade e continuação dos estudos.

A lei que versa sobre improbidade administrativa indica, no seu artigo 11º, que “constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade…” (grifo nosso). Entende-se que o governador e a Secretaria Estadual da Educação (SEDUC) estavam cientes que os estudantes concluintes do Ensino Médio neste final de 2023 no Estado de São Paulo não estudariam, neste novo modelo adotado, os conhecimentos básicos aplicados no Enem. Sabiam, certamente, que é praticamente impossível cumprir conhecimentos desenvolvidos em 2.400 horas durante 3 anos em 1.800 horas dentro de 1 ano e meio. Por conseguinte, verifica-se em diferentes escolas que muitos estudantes do 3º ano do Ensino Médio paulista, um universo de mais ou menos 330 mil, abdicaram de fazer a principal prova que permite acesso ao ensino superior brasileiro por intuir que não adiantava fazer o exame, pois estavam há mais de um ano sem ver Biologia, Física ou Química; ou Filosofia, Geografia, História e Sociologia. E que o estudante do terceiro ano do ensino particular continuava a estudar todas essas disciplinas. Que a universidade não era para ele. Que estava se organizando para trabalhar.

No rigor técnico-jurídico, apesar de ter punição, a improbidade não é um crime, é um ilícito administrativo com sanção. Portanto, ímprobo e não criminoso. Recorre-se aqui, entretanto, ao conceito social de crime, que não é o mesmo do conceito jurídico, transcende a simples violação de norma legal. Associa-se muito mais ao reflexo de expectativas, valores e ética de determinada sociedade em um período histórico específico. Diferentes estudos revelaram um aumento significativo dos estudantes egressos da rede pública da Educação Básica nas principais universidades brasileiras, todas públicas. Quase 70% da totalidade e mais de 50% de negros. O estudante pobre brasileiro, que tem cor, é preto, é preta, é pardo, é parda, estava entrando na universidade pública. Os sistemas de políticas de ações afirmativas contribuíram para esta mudança. Estabeleceu-se, mesmo eivados de contradições, horizontes diferentes para esses estudantes secundários: cursar o ensino superior. Agora estão frustrados, enganados e humilhados no Estado de São Paulo. Assim, pode-se afirmar que a ação dos responsáveis pela educação paulista da época é possivelmente criminosa, na medida em que frustrou centenas de milhares de estudantes à viabilidade de acesso ao ensino superior. No mínimo, caracteriza-se como desonestidade com um contingente de 330 mil concluintes do Ensino Médio.

O atual governo, na contramão daquilo que já se concluiu no restante do mundo, que a tecnologia é um importante instrumento de apoio pedagógico, mas não substitui a interação presencial e o livro impresso, disponibilizou, agora no segundo semestre, uma plataforma denominada “Prepara São Paulo”, espécie de cursinho pré-vestibular on-line, com assiduidade semelhante à aula em emenda de feriado. Servindo mais para atacar um problema do ensino superior brasileiro do que atender a demanda e o dolo cometido contra os sonhos de 330 mil jovens, o governo do Estado tirou da cartola, feito mágico da Caravana Rolidei do filme “Bye bye Brasil”, 15 mil vagas para o chamado “Enem Paulista” ou Provão Paulista – antigo SARESP (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo), que ganha agora status de selecionar para as grandes universidades paulistas. Serão ofertadas 1.500 vagas para a USP, 934 para a Unesp, 325 para a Unicamp, 2.620 para a Univesp (on-line) e 10 mil para as Fatecs. Não é objeto do presente texto, mas as instituições de ensino superior brasileiras vivem crise estrutural de falta de estudantes, especialmente nos cursos presenciais. Há tempos registramos o mesmo número de alunos nesse nível de ensino: cerca de 8 milhões. Não conseguimos aumentar, apesar do quase imensurável universo de brasileiros sem um diploma de graduação. Ao mesmo tempo, nota-se que aqueles que decidem cursar uma faculdade escolhem o EaD, hoje com mais de 50% dos matriculados nesse nível de ensino. Cursos superiores presenciais correm, velozmente, o risco de desaparecerem. O “Enem Paulista”, além de ser uma afronta à política pública bem-sucedida do Enem, é um suspiro às universidades e às faculdades paulistas.

Pretendesse de fato corrigir o dolo cometido pelos gestores anteriores, o atual governo paulista deveria garantir vagas nas melhores universidades do Brasil (“com casa, comida e roupa lavada”) a todos os 330 mil estudantes da Rede Estadual de Ensino que se viram confundidos, frustrados, enganados, humilhados e excluídos pela decisão dos antigos administradores do Ensino Médio do Estado de São Paulo. Não se pode caracterizar essa arquitetura de destruição como desvio de rota ou mera disfunção. Soa como intencional. Darcy Ribeiro já nos ensinou isso. Projeto da elite para precarizar a Educação Básica, frustrando a perspectiva de vida, de futuro, de país. Um crime!

FONTE OUTRAS PALAVRAS

Abertura da I Semana do Conhecimento em Belo Vale!

Prepare-se para uma semana repleta de aprendizado, insights e descobertas imperdíveis. Não deixe de conferir a programação completa em nossas redes sociais, pois esta é a sua chance de ampliar seus horizontes e conectar-se com mentes brilhantes.

Além disso, trazemos para você uma programação especial que vai encantar alunos, professores e toda a comunidade: a visita ao Museu Itinerante da UFMG e o acesso a um rico conteúdo por meio de palestras estimulantes.

O Museu Itinerante é uma experiência única, composta por uma carreta repleta de salas interativas, exposições ao ar livre e experimentos científicos. Não perca a tenda do conhecimento, onde diversas palestras incríveis ocorrerão ao longo da semana.

O evento é gratuito e acontecerá do dia 02 ao dia 06 de outubro, das 08h às 17h, na Praça da Prefeitura. Não perca essa oportunidade de aprender de forma divertida. Fique ligado(a) e participe!

Abertura da I Semana do Conhecimento em Belo Vale!

Prepare-se para uma semana repleta de aprendizado, insights e descobertas imperdíveis. Não deixe de conferir a programação completa em nossas redes sociais, pois esta é a sua chance de ampliar seus horizontes e conectar-se com mentes brilhantes.

Além disso, trazemos para você uma programação especial que vai encantar alunos, professores e toda a comunidade: a visita ao Museu Itinerante da UFMG e o acesso a um rico conteúdo por meio de palestras estimulantes.

O Museu Itinerante é uma experiência única, composta por uma carreta repleta de salas interativas, exposições ao ar livre e experimentos científicos. Não perca a tenda do conhecimento, onde diversas palestras incríveis ocorrerão ao longo da semana.

O evento é gratuito e acontecerá do dia 02 ao dia 06 de outubro, das 08h às 17h, na Praça da Prefeitura. Não perca essa oportunidade de aprender de forma divertida. Fique ligado(a) e participe!

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