Prefeito de Carandaí é multado por descumprir acordo judicial

Prefeito de Carandaí tenta omitir na justiça o valor da dívida do Município de Carandaí (MG) com o Regime Próprio de Previdência dos Servidores Municipais, descumpre TAC e é multado em R$20.000,00. Ausência de repasses das obrigações do Município à Autarquia levou o Ministério Público a acionar a Justiça. Prefeito ainda utiliza a procuradoria municipal para apresentar sua defesa.

Washignton Gravina, o Vasiquinho (PSD) teria apresentado a justiça o valor do débito do Município com o CARANDAI-PREV, regime próprio de previdência dos servidores municipais como sendo o valor R$25.983.097,07 (vinte e cinco milhões, novecentos e oitenta e três mil, noventa e sete reais e sete centavos).

Contudo, foi levantado pelo MP que o valor, em maio de 2022, é de R$35.218.943,71 (trinta e cinco milhões, duzentos e dezoito mil, novecentos e quarenta e três reais e setenta e um centavos).

Além disso, por ter descumprido a Cláusula 2ª do Termo de Ajuste de Conduta, referente à obrigação do Município de Carandaí apresentar, na promotoria, até o dia 10 de abril de 2020, planilha com atualização do valor da dívida para com o Instituto de Previdência – CARANDAÍ – PREV, com proposta de pagamento parcelado, o prefeito incidiu em multa pessoal de R$20.000,00, a qual está sendo cobrada pelo Ministério Público nos autos da Execução de Título Extrajudicial que tramita na Comarca de Carandaí sob o nº 5001787-65.2022.8.13.0132 .

 Nos autos, o Ministério Público alega que:

“Ora, veja que o executado descumpriu a cláusula segunda do título executivo, uma vez que não apresentou o valor devido pelo ente à autarquia, conforme compromisso assumido. Apresentou tão somente parte do valor devido, sem proposta de pagamento, buscando dar prejuízo ao Instituto de Previdência, afetando o equilíbrio atuarial da Previdência.”

Diante do exposto, o MP requereu a citação do Prefeito para pagamento da multa no valor de vinte mil reais ou a penhora de tantos bens quanto bastem para pagamento dos valores, inclusive despesas processuais, com penhora de dinheiro em depósito ou aplicação financeira, requisitando-se à autoridade supervisora do sistema bancário, preferencialmente por meio eletrônico, informações sobre a existência de ativos em nome dos executados, determinando sua indisponibilidade, até o valor indicado na execução.

Em sua defesa, o prefeito se aproveita da estrutura do próprio município, apresentando embargos à execução assinado por servidora municipal ocupante do cargo de subprocuradora.

Até o fechamento da nossa reportagem, a prefeitura de Carandaí não havia respondido nossos questionamentos.

Prefeito de Carandaí proíbe manifestação e intimida servidores: “Tô dando o último aviso para vocês”, dispara

Apoiador declarado da reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais, o prefeito de Carandaí, Vasiquinho Gravina (PSD), proibiu seus funcionários comissionados de manifestarem suas preferências políticas para o segundo turno das eleições presidenciais. Em áudios, enviado em um grupo que o prefeito mantém com os servidores contratados, Vasiquinho, que cumpre o segundo mandato, confirma sua identidade e declara seu voto em Bolsonaro. 

“Aqui quem fala é Vasiquinho, prefeito de Carandaí. Quero mandar um recado e que seja bem gravado, para os comissionados. Quem dá serviço a vocês, sou eu, Vasiquinho, prefeito de  Carandaí, pode gravar aí. Cada um que quiser tomar suas providências, pode.  Eu sou Bolsonaro, pela ética, moral, da família, do agro, de Carandaí, das indústrias, por tudo de bom que acontece no país”, diz o gestor da cidade de cerca de 26 mil habitantes.

Logo em seguida, o prefeito, que foi reeleito em uma coligação do PSD com PCdoB, o PSC e PT nas eleições municipais de 2020, proíbe os funcionários de declararem apoio no pleito disputado por Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Está proibido qualquer um se manifestar dos comissionados. Votem em qualquer um que quiser, você pode votar no Lula e no Bolsonaro, mas não se manifeste como cargo de confiança do município. Tô dando o último aviso para vocês. Vocês não são obrigados a acompanhar minha ideologia, mas são obrigados a ficar calados”, avisa.

Em um segundo áudio, Vasiquinho aumenta o tom de alarmismo e afirma que, se os repasses de verbas aos municípios atrasarem no futuro, os salários também vão atrasar.

Crime eleitoral

“O prefeito de qualquer cidade, governador ou presidente da República não pode impedir que qualquer cidadão, seja ele funcionário público ou não, de expressar sua preferência por um candidato ou outro. O que existe é que cada pessoa deve fazer isso por si própria e nunca vinculando a instituição onde trabalha para essa finalidade”, explica Marcelo Crespo, coordenador do curso de Direito da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

Para Alexandre Rollo, especialista em direito eleitoral e administrativo, o trecho pode configurar crime eleitoral previsto no Artigo 301 do Código Eleitoral. “Usar de violência ou grave ameaça, e essa violência não precisa ser física, pode ser uma violência moral, como é o caso, para coagir alguém a votar ou não votar em determinado candidato”, afirma Rollo. 

Para o especialista, condicionar o pagamento de salários à vitória de determinado candidato inibe a liberdade de expressão dos contratados. Além do campo eleitoral e administrativo, a linguagem usada por Vasiquinho pode infringir também a legislação trabalhista. “Também poderia configurar assédio moral. Tudo isso se explica como um coronelismo do século passado, que achava que era dono das pessoas e que tinha o controle total e absoluto das pessoas que tinham que calar a boca”, completa Rollo.

O Outro lado

À reportagem de O TEMPO, Vasiquinho confirmou a veracidade dos áudios, mas alegou que o objetivo era alertar que cargos de confiança não usassem perfis das redes sociais oficiais do município para declarar voto, o que não é citado por Vasiquinho nos áudios.

“Eu me manifestei a favor de um candidato e tem gente aqui, de uma ala de petista esquerda, que não concorda com minha opinião. Eles se manifestaram contra dentro das redes sociais do município e isso eu não permito que faça”, disse. 

No entanto, a publicação do prefeito foi feita em seu perfil pessoal. Questionado se algum funcionário se manifestou politicamente pelas redes oficiais da Prefeitura de Carandaí, Vasiquinho negou.

“Para eu não ter essa desavença com funcionário, já preveni todos”, respondeu. Vasiquinho também declarou que é contra perseguições políticas, mas manteve o tom de ameaça sobre o incômodo de funcionários. ( O Tempo)

Prefeito de Carandaí testa positivo para Covid-19 e permanece em isolamento

Em pronunciamento, divulgado nas redes sociais, o Prefeito Municipal de Carandaí, Washington Luís Gravina Teixeira testou positivo para Covid-19 e encontra-se em isolamento domiciliar. Na oportunidade, comunicamos que Carandaí permanecerá na onda amarela do Plano Minas Consciente do dia 19/12 ao dia 26/12. Pedimos a toda a população que siga as regras de prevenção à contaminação por coronavírus, para que não seja necessário regredir à onda vermelha.

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