Rompimento de barragens destrói saúde física e mental das pessoas, diz estudo

Trabalho da Fiocruz revelou os impactos sobre os atingidos durante audiência na ALMG

Quase cinco anos depois do rompimento da barragem em Brumadinho, e oito anos depois do rompimento da barragem em Mariana, os atingidos permanecem sofrendo com os impactos na saúde, física e mental, provocados pelos resíduos de minério e pela impunidade.

Essa foi a conclusão dos participantes de audiência pública da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada na quarta-feira, 09 de novembro, para debater o tema. 

Segundo a coordenadora regional das Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde da Macrorregião Sanitária Centro do Ministério Público de MG, Vanessa Horta, os atingidos sofrem não apenas impactos socioeconômicos, mas diversos prejuízos à qualidade de vida e à saúde. “Os efeitos vão de dermatites, diabetes e diarréias à hipertensão, ansiedade e depressão”, explicou.

A promotora apresentou estudos da Fundação Getúlio Vargas e da Fiocruz/UFRJ que constataram uma piora geral na saúde e na qualidade de vida das populações após o rompimento de barragens em Mariana e Brumadinho. 

“Metais como arsênio, mercúrio, chumbo e manganês foram encontrados em valores acima dos de referência na corrente sanguínea de vários moradores. É preciso pensar numa rede de atenção para fazer exames de dosagem e acompanhamento da população.”, disse Vanessa.

O assessor-chefe de Relações Institucionais da Secretaria de Estado de Saúde, Luiz Fernando Prado de Miranda, afirmou que estudos da secretaria já concluídos em Barra Longa atestam o risco para a vida humana, mas as mineradoras judicializaram os resultados e por isso ações relacionadas à saúde não puderam ser efetivadas no município.

“Estamos concluindo também os estudos de avaliação de risco à saúde humana no território da bacia do Paraopeba, com 92 pontos de monitoramento da qualidade da água para consumo humano. Porém, uma dificuldade que temos enfrentado são os entraves jurídicos. Em Mariana, foram formulados 24 planos de saúde desde a tragédia, mas nenhum deles foi executado, por judicialização feita pela Fundação Renova e pelas mineradoras”, lamenta. 

A deputada Bella Gonçalves disse durante a audiência que na Comissão de Direitos Humanos da ALMG também haverá debate sobre a questão da saúde dos atingidos e chamou atenção para a contaminação grave de crianças por metais pesados na região do Rio Paraopeba, constatada pela Fiocruz.

“Moradores de Brumadinho e Catas Altas também estão relatando que nuvens de poeira têm sido frequentes, o que tem sido preocupante. Por que isso está acontecendo?”, questionou.

Fonte: André Vince (com informações da ALMG)

FONTE PORTAL DA CIDADE BRUMADINHO

Rompimento de barragens destrói saúde física e mental das pessoas, diz estudo

Trabalho da Fiocruz revelou os impactos sobre os atingidos durante audiência na ALMG

Quase cinco anos depois do rompimento da barragem em Brumadinho, e oito anos depois do rompimento da barragem em Mariana, os atingidos permanecem sofrendo com os impactos na saúde, física e mental, provocados pelos resíduos de minério e pela impunidade.

Essa foi a conclusão dos participantes de audiência pública da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada na quarta-feira, 09 de novembro, para debater o tema. 

Segundo a coordenadora regional das Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde da Macrorregião Sanitária Centro do Ministério Público de MG, Vanessa Horta, os atingidos sofrem não apenas impactos socioeconômicos, mas diversos prejuízos à qualidade de vida e à saúde. “Os efeitos vão de dermatites, diabetes e diarréias à hipertensão, ansiedade e depressão”, explicou.

A promotora apresentou estudos da Fundação Getúlio Vargas e da Fiocruz/UFRJ que constataram uma piora geral na saúde e na qualidade de vida das populações após o rompimento de barragens em Mariana e Brumadinho. 

“Metais como arsênio, mercúrio, chumbo e manganês foram encontrados em valores acima dos de referência na corrente sanguínea de vários moradores. É preciso pensar numa rede de atenção para fazer exames de dosagem e acompanhamento da população.”, disse Vanessa.

O assessor-chefe de Relações Institucionais da Secretaria de Estado de Saúde, Luiz Fernando Prado de Miranda, afirmou que estudos da secretaria já concluídos em Barra Longa atestam o risco para a vida humana, mas as mineradoras judicializaram os resultados e por isso ações relacionadas à saúde não puderam ser efetivadas no município.

“Estamos concluindo também os estudos de avaliação de risco à saúde humana no território da bacia do Paraopeba, com 92 pontos de monitoramento da qualidade da água para consumo humano. Porém, uma dificuldade que temos enfrentado são os entraves jurídicos. Em Mariana, foram formulados 24 planos de saúde desde a tragédia, mas nenhum deles foi executado, por judicialização feita pela Fundação Renova e pelas mineradoras”, lamenta. 

A deputada Bella Gonçalves disse durante a audiência que na Comissão de Direitos Humanos da ALMG também haverá debate sobre a questão da saúde dos atingidos e chamou atenção para a contaminação grave de crianças por metais pesados na região do Rio Paraopeba, constatada pela Fiocruz.

“Moradores de Brumadinho e Catas Altas também estão relatando que nuvens de poeira têm sido frequentes, o que tem sido preocupante. Por que isso está acontecendo?”, questionou.

Fonte: André Vince (com informações da ALMG)

FONTE PORTAL DA CIDADE BRUMADINHO

Rompimento de cabo submarino impacta internet brasileira

Cabo submarino que liga nordeste e sudeste brasileiro sofreu danos nesta semana; empresa responsável está trabalhando para consertar problema

Um cabo submarino que liga as cidades de Fortaleza e Rio de Janeiro teve uma parte das suas fibras rompidas nesta semana. A Cirion, empresa responsável pelo cabo, disse para o Tecnoblog que está trabalhando no conserto. No entanto, não há previsão de quando o serviço será finalizado.

Cabo submarino que liga Fortaleza e Rio de Janeiro sofreu um rompimento nesta semana (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)
Cabo submarino que liga Fortaleza e Rio de Janeiro sofreu um rompimento nesta semana (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Devido ao dano no cabo, que não aparenta ter sido um rompimento total, a conexão de internet no Brasil foi afetada. Operadoras de telecom costumam utilizar mais de uma estrutura para fornecer conexão aos seus usuários. Mas com um cabo danificado, pode haver um congestionamento na rede, causando lentidão e possíveis quedas aos clientes.

Os primeiros relatos do caso surgiram no Reddit e no Twitter. Na publicação na “rede de fóruns”, há uma captura de tela de uma mensagem da Cirion. No texto, a empresa afirma que houve um possível rompimento de fibras no cabo submarino.

Mapa de rede de cabos da Cirion no Brasil (Imagem: Divulgação/Cirion)
Mapa de rede de cabos da Cirion no Brasil (Imagem: Divulgação/Cirion)

A Cirion disse em nota para o Tecnoblog que a equipe técnica já ativou as rotas de contingências, medida que diminui os impactos nos serviços dos seus clientes. Ela também informou que os clientes afetados foram informados (que deve ser a origem da captura de tela) e fornecerá mais informações assim que elas estiverem disponíveis.

Nota da Cirion na íntegra

Detectamos um incidente que afetou a integridade do cabo submarino que conecta as cidades do Rio de Janeiro e Fortaleza (Brasil). Assegurar a confiabilidade dos nossos serviços de rede e de comunicações é a nossa principal preocupação, e estamos dedicados a minimizar o impacto para os nossos clientes.

Nossa equipe técnica atuou prontamente para ativar as rotas de contingência e minimizar eventuais impactos nos serviços dos nossos clientes.

Os clientes potencialmente afetados foram avisados da situação. Estamos tomando todas as medidas necessárias para acelerar o reparo do cabo afetado. Ainda não temos uma previsão de recuperação. Forneceremos novas atualizações conforme mais informações estejam disponíveis.

FONTE TECNO BLOG

Rompimento de cabo submarino impacta internet brasileira

Cabo submarino que liga nordeste e sudeste brasileiro sofreu danos nesta semana; empresa responsável está trabalhando para consertar problema

Um cabo submarino que liga as cidades de Fortaleza e Rio de Janeiro teve uma parte das suas fibras rompidas nesta semana. A Cirion, empresa responsável pelo cabo, disse para o Tecnoblog que está trabalhando no conserto. No entanto, não há previsão de quando o serviço será finalizado.

Cabo submarino que liga Fortaleza e Rio de Janeiro sofreu um rompimento nesta semana (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)
Cabo submarino que liga Fortaleza e Rio de Janeiro sofreu um rompimento nesta semana (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Devido ao dano no cabo, que não aparenta ter sido um rompimento total, a conexão de internet no Brasil foi afetada. Operadoras de telecom costumam utilizar mais de uma estrutura para fornecer conexão aos seus usuários. Mas com um cabo danificado, pode haver um congestionamento na rede, causando lentidão e possíveis quedas aos clientes.

Os primeiros relatos do caso surgiram no Reddit e no Twitter. Na publicação na “rede de fóruns”, há uma captura de tela de uma mensagem da Cirion. No texto, a empresa afirma que houve um possível rompimento de fibras no cabo submarino.

Mapa de rede de cabos da Cirion no Brasil (Imagem: Divulgação/Cirion)
Mapa de rede de cabos da Cirion no Brasil (Imagem: Divulgação/Cirion)

A Cirion disse em nota para o Tecnoblog que a equipe técnica já ativou as rotas de contingências, medida que diminui os impactos nos serviços dos seus clientes. Ela também informou que os clientes afetados foram informados (que deve ser a origem da captura de tela) e fornecerá mais informações assim que elas estiverem disponíveis.

Nota da Cirion na íntegra

Detectamos um incidente que afetou a integridade do cabo submarino que conecta as cidades do Rio de Janeiro e Fortaleza (Brasil). Assegurar a confiabilidade dos nossos serviços de rede e de comunicações é a nossa principal preocupação, e estamos dedicados a minimizar o impacto para os nossos clientes.

Nossa equipe técnica atuou prontamente para ativar as rotas de contingência e minimizar eventuais impactos nos serviços dos nossos clientes.

Os clientes potencialmente afetados foram avisados da situação. Estamos tomando todas as medidas necessárias para acelerar o reparo do cabo afetado. Ainda não temos uma previsão de recuperação. Forneceremos novas atualizações conforme mais informações estejam disponíveis.

FONTE TECNO BLOG

Vale pode se tornar ré em ação no Reino Unido por Mariana

A tragédia ocorreu em novembro de 2015, quando uma barragem da mineradora Samarco localizada em Mariana (MG) se rompeu

A mineradora Vale poderá se tornar ré no Reino Unido em processo que julga as responsabilidades pela tragédia ocorrida em Mariana (MG). A mineradora anglo-australiana BHP Billiton já é alvo desse processo. A questão foi discutida durante dois dias em uma audiência em Londres e encerrada nesta quinta-feira (13). Ainda não há data para que uma decisão seja tomada.

A tragédia ocorreu em novembro de 2015, quando uma barragem da mineradora Samarco localizada em Mariana se rompeu. No episódio, a avalanche de rejeitos escoou pela bacia do Rio Doce, impactando dezenas de municípios mineiros e capixabas. Dezenove pessoas morreram.

A Vale é uma das duas acionistas da Samarco. A outra é a BHP Billiton, que tem sede em Londres e responde ao processo que tramita desde 2018 na Justiça do Reino Unido. Ele foi movido por milhares de atingidos representados pelo escritório Pogust Goodhead. Também integram o processo municípios, empresas e instituições religiosas que alegam ter sido impactados na tragédia.

A inclusão da Vale no processo foi pedida pela BHP Billiton. A mineradora anglo-australiana alega que, em caso de condenação na Justiça do Reino Unido, a Vale também precisa ser responsabilizada no país para arcar com, no mínimo, 50% das indenizações.

O pedido da BHP Billiton foi apresentado após a Justiça do Reino Unido negar pedidos para que o processo fosse arquivado. A mineradora alegou anteriormente haver uma duplicação de julgamentos e defendeu que a reparação dos danos deveria se dar unicamente sob a supervisão dos tribunais brasileiros. De outro lado, a defesa dos atingidos sustenta que o Brasil não tem sido capaz de assegurar uma justa reparação. Em março, 500 mil novos autores aderiram ao processo. Dessa forma, agora são mais de 700 mil pessoas e entidades representadas pelo escritório Pogust Goodhead.

No Brasil, todas as ações reparatórias são administradas pela Fundação Renova, entidade criada em 2016 conforme acordo firmado entre as três mineradoras, a União e os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo. Cabe a ela a gestão de mais de 40 programas. Mas, passados quase oito anos, sua atuação é alvo de diversos questionamentos judiciais por parte dos atingidos e do poder público. Há discussões envolvendo desde a demora para conclusão das obras de reconstrução dos distritos arrasados na tragédia até os valores indenizatórios.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) chegou a pedir a extinção da Fundação Renova por considerar que ela não possui a devida autonomia frente às três mineradoras. Uma tentativa de repactuação do processo reparatório, capaz de apontar para uma solução para mais de 85 mil processos sobre a tragédia, está em andamento desde o ano passado.

Alinhamento

Na audiência realizada nos últimos dois dias, a Vale defendeu que a Justiça do Reino Unido não tem jurisdição para avaliar o caso, se alinhando ao posicionamento já apresentado pela BHP Billiton. Em nota, a mineradora também sustentou que mais de R$ 30,05 bilhões dos recursos destinados à Fundação Renova foram designados para a indenização de mais de 417,5 mil pessoas. “As eventuais indenizações impostas na ação coletiva [movida no Reino Unido] deverão considerar valores já recebidos pelos mesmos autores no Brasil, por força de acordos individuais ou decisões judiciais”, acrescenta o texto divulgado pela Vale.

Do lado de fora do tribunal, uma comitiva de atingidos organizou um protesto. Estiveram presentes moradores de áreas atingidas e representantes de diferentes etnias indígenas. O Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) divulgou uma manifestação do seu coordenador Joceli Andreoli, que integrou a comitiva.

“Nós sabemos que a Justiça brasileira tem sido falha e a Vale quer ser julgada lá, porque ela tem influência. Ela tem enrolado os atingidos há oito anos, nesse que é o maior crime socioambiental do país. Esperamos que a Vale também seja julgada aqui e que ela cumpra com a reparação integral dos atingidos e atingidas”.

O escritório Pogust Goodhead, que representa os atingidos, divulgou uma manifestação do advogado Tom Goodhead. “As duas maiores mineradoras do mundo estão em uma briga judicial para decidir quem deve ser responsabilizado por esse grande crime, quando na verdade o que deveria estar em discussão é a compensação das vítimas que sofrem há oito anos. Estão gastando tempo, energia e recursos em vez de sentarem com as vítimas e resolverem esse caso. Não encaram as consequências de suas negligências. É um espetáculo repugnante”, criticou.

Em nota, a BHP afirma que continuará a se defender na Justiça do Reino Unido e que considera o processo desnecessário por duplicar questões que estão cobertas pelo trabalho da Fundação Renova ou são objeto de discussões judiciais no Brasil. Segundo o texto, o pedido de inclusão da Vale foi uma medida processual necessária para que as responsabilidades sejam compartilhadas caso ocorra uma ordem de pagamento.

Conforme a nota, a situação não afeta as relações entre as duas mineradoras. A BHP Billiton afirma que continuará a trabalhar em estreita colaboração para apoiar as ações de reparação em andamento. “No total, mais de 200.000 autores da ação inglesa já receberam algum tipo de pagamento no Brasil”, acrescenta o texto.

Julgamento em 2024

A ação no Reino Unido chegou a ser suspensa na etapa inicial, quando ainda se discutia se o caso poderia ser analisado no país. Sem adentrar no mérito da questão, o juiz inglês Mark Turner considerou em 2020 que havia abuso, entre outras coisas, porque poderia haver sentenças inconciliáveis com julgamentos simultâneos no Brasil e no Reino Unido.

Para o juiz, não havia evidências suficientes de que a Justiça brasileira fosse incapaz de assegurar a justa reparação. No entanto, em julho de 2022, a Corte de Apelação aceitou recurso dos atingidos e determinou que o mérito do processo deveria ser analisado.

As audiências que julgarão o mérito do processo e avaliarão se a BHP Billiton tem responsabilidades pela tragédia estão inicialmente marcadas para abril de 2024. No entanto, em maio, a Justiça do Reino Unido remarcou a data e o caso será analisado apenas em outubro de 2024. O adiamento atendeu parcialmente o pedido da mineradora. A BHP Billton queria mais prazo para permitir a manifestação da Vale no processo e chegou a defender a realização das audiências apenas em 2025. Já a defesa dos atingidos se manifestou contra o adiamento. (com Agência Brasil)

FONTE JORNAL DO BRASIL

Vale pode se tornar ré em ação no Reino Unido por Mariana

A tragédia ocorreu em novembro de 2015, quando uma barragem da mineradora Samarco localizada em Mariana (MG) se rompeu

A mineradora Vale poderá se tornar ré no Reino Unido em processo que julga as responsabilidades pela tragédia ocorrida em Mariana (MG). A mineradora anglo-australiana BHP Billiton já é alvo desse processo. A questão foi discutida durante dois dias em uma audiência em Londres e encerrada nesta quinta-feira (13). Ainda não há data para que uma decisão seja tomada.

A tragédia ocorreu em novembro de 2015, quando uma barragem da mineradora Samarco localizada em Mariana se rompeu. No episódio, a avalanche de rejeitos escoou pela bacia do Rio Doce, impactando dezenas de municípios mineiros e capixabas. Dezenove pessoas morreram.

A Vale é uma das duas acionistas da Samarco. A outra é a BHP Billiton, que tem sede em Londres e responde ao processo que tramita desde 2018 na Justiça do Reino Unido. Ele foi movido por milhares de atingidos representados pelo escritório Pogust Goodhead. Também integram o processo municípios, empresas e instituições religiosas que alegam ter sido impactados na tragédia.

A inclusão da Vale no processo foi pedida pela BHP Billiton. A mineradora anglo-australiana alega que, em caso de condenação na Justiça do Reino Unido, a Vale também precisa ser responsabilizada no país para arcar com, no mínimo, 50% das indenizações.

O pedido da BHP Billiton foi apresentado após a Justiça do Reino Unido negar pedidos para que o processo fosse arquivado. A mineradora alegou anteriormente haver uma duplicação de julgamentos e defendeu que a reparação dos danos deveria se dar unicamente sob a supervisão dos tribunais brasileiros. De outro lado, a defesa dos atingidos sustenta que o Brasil não tem sido capaz de assegurar uma justa reparação. Em março, 500 mil novos autores aderiram ao processo. Dessa forma, agora são mais de 700 mil pessoas e entidades representadas pelo escritório Pogust Goodhead.

No Brasil, todas as ações reparatórias são administradas pela Fundação Renova, entidade criada em 2016 conforme acordo firmado entre as três mineradoras, a União e os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo. Cabe a ela a gestão de mais de 40 programas. Mas, passados quase oito anos, sua atuação é alvo de diversos questionamentos judiciais por parte dos atingidos e do poder público. Há discussões envolvendo desde a demora para conclusão das obras de reconstrução dos distritos arrasados na tragédia até os valores indenizatórios.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) chegou a pedir a extinção da Fundação Renova por considerar que ela não possui a devida autonomia frente às três mineradoras. Uma tentativa de repactuação do processo reparatório, capaz de apontar para uma solução para mais de 85 mil processos sobre a tragédia, está em andamento desde o ano passado.

Alinhamento

Na audiência realizada nos últimos dois dias, a Vale defendeu que a Justiça do Reino Unido não tem jurisdição para avaliar o caso, se alinhando ao posicionamento já apresentado pela BHP Billiton. Em nota, a mineradora também sustentou que mais de R$ 30,05 bilhões dos recursos destinados à Fundação Renova foram designados para a indenização de mais de 417,5 mil pessoas. “As eventuais indenizações impostas na ação coletiva [movida no Reino Unido] deverão considerar valores já recebidos pelos mesmos autores no Brasil, por força de acordos individuais ou decisões judiciais”, acrescenta o texto divulgado pela Vale.

Do lado de fora do tribunal, uma comitiva de atingidos organizou um protesto. Estiveram presentes moradores de áreas atingidas e representantes de diferentes etnias indígenas. O Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) divulgou uma manifestação do seu coordenador Joceli Andreoli, que integrou a comitiva.

“Nós sabemos que a Justiça brasileira tem sido falha e a Vale quer ser julgada lá, porque ela tem influência. Ela tem enrolado os atingidos há oito anos, nesse que é o maior crime socioambiental do país. Esperamos que a Vale também seja julgada aqui e que ela cumpra com a reparação integral dos atingidos e atingidas”.

O escritório Pogust Goodhead, que representa os atingidos, divulgou uma manifestação do advogado Tom Goodhead. “As duas maiores mineradoras do mundo estão em uma briga judicial para decidir quem deve ser responsabilizado por esse grande crime, quando na verdade o que deveria estar em discussão é a compensação das vítimas que sofrem há oito anos. Estão gastando tempo, energia e recursos em vez de sentarem com as vítimas e resolverem esse caso. Não encaram as consequências de suas negligências. É um espetáculo repugnante”, criticou.

Em nota, a BHP afirma que continuará a se defender na Justiça do Reino Unido e que considera o processo desnecessário por duplicar questões que estão cobertas pelo trabalho da Fundação Renova ou são objeto de discussões judiciais no Brasil. Segundo o texto, o pedido de inclusão da Vale foi uma medida processual necessária para que as responsabilidades sejam compartilhadas caso ocorra uma ordem de pagamento.

Conforme a nota, a situação não afeta as relações entre as duas mineradoras. A BHP Billiton afirma que continuará a trabalhar em estreita colaboração para apoiar as ações de reparação em andamento. “No total, mais de 200.000 autores da ação inglesa já receberam algum tipo de pagamento no Brasil”, acrescenta o texto.

Julgamento em 2024

A ação no Reino Unido chegou a ser suspensa na etapa inicial, quando ainda se discutia se o caso poderia ser analisado no país. Sem adentrar no mérito da questão, o juiz inglês Mark Turner considerou em 2020 que havia abuso, entre outras coisas, porque poderia haver sentenças inconciliáveis com julgamentos simultâneos no Brasil e no Reino Unido.

Para o juiz, não havia evidências suficientes de que a Justiça brasileira fosse incapaz de assegurar a justa reparação. No entanto, em julho de 2022, a Corte de Apelação aceitou recurso dos atingidos e determinou que o mérito do processo deveria ser analisado.

As audiências que julgarão o mérito do processo e avaliarão se a BHP Billiton tem responsabilidades pela tragédia estão inicialmente marcadas para abril de 2024. No entanto, em maio, a Justiça do Reino Unido remarcou a data e o caso será analisado apenas em outubro de 2024. O adiamento atendeu parcialmente o pedido da mineradora. A BHP Billton queria mais prazo para permitir a manifestação da Vale no processo e chegou a defender a realização das audiências apenas em 2025. Já a defesa dos atingidos se manifestou contra o adiamento. (com Agência Brasil)

FONTE JORNAL DO BRASIL

Polícia Civil identifica 267ª vítima de rompimento de barragem em Brumadinho

Neste ano, a PCMG identificou três pessoas que perderam a vida na tragédia. Bombeiros contabilizam, neste mês, mais de 1,4 mil dias de operação no local

Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), por meio do Instituto Médico Legal (IML), identificou, nesta terça-feira (20/12), a 267ª vítima do rompimento da barragem Córrego do Feijão em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).  A instituição confirmou, por meio de exame de DNA, a identidade de Cristiane Antunes Campos, que tinha 35 anos à época. Ela trabalhava como supervisora de mina e era natural de Belo Horizonte.

Pelas redes sociais, o governador Romeu Zema reforçou o compromisso do Governo de Minas em amenizar o sofrimento causado pela tragédia. “Não sossegaremos até encontrarmos todos os desaparecidos, diminuindo um pouco a dor dos familiares”.

A vítima identificada nesta terça-feira foi localizada pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG). O rompimento da barragem da Vale S.A. em Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019, tirou a vida de 272 pessoas – duas estavam grávidas. Três joias – como as famílias se referem aos entes queridos mortos na tragédia – ainda não foram localizadas. 

Desde o rompimento, ou seja, há três anos e 11 meses, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) trabalha na região para localização das vítimas, enquanto a Polícia Civil atua na identificação.

Neste ano, a Polícia Civil identificou três vítimas da tragédia (em maio, em junho e agora). Em dezembro de 2022, o CBMMG contabilizou mais de 1.400 dias de operação em Brumadinho. Desde o início, 5.735 bombeiros militares foram empregados na operação.

Na fase atual, o CBMMG está na 8ª Estratégia de buscas, operando com as Estações de Buscas, que consistem em equipamentos industriais de peneiramento adaptados para a realidade operacional da operação Brumadinho. Essa nova estratégia permitiu um ganho em volume processado: cerca de 200 toneladas por hora em cada equipamento.

Além de 272 vidas perdidas, o rompimento da barragem da Vale S.A. em Brumadinho gerou uma série de impactos sociais, ambientais e econômicos na bacia do Rio Paraopeba e em todo o estado de Minas Gerais.

Crédito: CBMMG / Divulgação (Arquivo)

AGU corre para aprovar acordo com Vale e BHP por rompimento em Mariana

A Advocacia-Geral da União (AGU) conduziu reuniões nesta quarta-feira (30/11) para tentar avançar em pontos estratégicos do acordo

O governo federal deu início a uma empreitada para fechar, no apagar das luzes da administração de Jair Bolsonaro, um acordo de indenização com as empresas Vale e BHP Billiton, controladoras da Samarco, referente ao rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG), o maior desastre ambiental na área de mineração do mundo.

A Advocacia-Geral da União (AGU) conduziu reuniões nesta quarta-feira (30/11) para tentar avançar em pontos estratégicos do acordo. O parcelamento é um dos entraves.

As reuniões são uma resposta à pressão dos estados, em especial de Romeu Zema, que espera o fim do litígio para obter recursos para sua gestão.

Após sete anos do desastre e em meio a uma das maiores brigas judiciais que o país já viu, a expectativa é acelerar as negociações para evitar que o futuro governo do presidente Lula assuma as tratativas e emperre o acordo.

O desenho do acordo, até agora, tem sido positivo para as mineradoras, que pagariam um valor considerado bem aquém do que poderiam pagar se os processos judiciais transcorressem normalmente ou se o acordo fosse liderado por um Ministério de Meio Ambiente atuante.

FONTE METROPOLIS

Acordo por rompimento de barragem em Mariana pode sair ainda esse ano, diz Zema

Governador se mostrou otimista quanto à resolução do caso

Na manhã desta quinta-feira (17), o governador reeleito Romeu Zema (NOVO) afirmou que o acordo de reparação em relação ao rompimento da barragem de Mariana, em 2015, pode acontecer ainda este ano. A declaração foi dada ao programa Café com Política, da Rádio Super.

Segundo Zema, o acordo envolve complexidades sociais, ambientais e econômicas, e caminha para ser um dos maiores do mundo. “É um acordo muito complexo. penso que é do tamanho duas, três bíblias, tamanha a quantidade de detalhes. Estamos falando de reparação ambiental, social, socioeconômica. Está bem avançado. Ontem eu tive reuniões para tratar desse assunto, o governador do Espírito Santo está de acordo em nós fecharmos esse que vai ser o maior acordo do Brasil, e um dos maiores do mundo, ainda em 2022”, revelou.

O governador disse que existe uma grande equipe pública trabalhando no caso, e deu um prazo de 30 a 35 dias para que o martelo seja batido. “Nós estamos com toda nossa estrutura da secretaria do planejamento, da Advocacia Geral do Estado, Ministério Público de Minas Gerais tem tido participação. (Tem também) todas essas estruturas do Espírito Santo e o governo federal, temos Advocacia Geral da União, Ministério Público Federal e até o Supremo Tribunal Federal  tem contribuído para nós fecharmos talvez em 30, 35 dias, esse que vai ser um dos maiores acordos do mundo que é referente a tragédia de Mariana”, disse.

Sete anos de espera

O rompimento da barragem de Fundão, no sub-distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, no dia 5 de novembro de Mariana. Diversas famílias perderam suas casas e 19 pessoas faleceram. Desde então, os moradores lutam na Justiça por seus direitos junto à Vale e à Samarco, responsáveis pela tragédia.

Em outubro, a Fundação Renova inaugurou as primeiras casas no novo distrito de Bento Rodrigues, mas a reparação total ainda está longe de acontecer.

FONTE RADAR GERAL

Posicionamento Fundação Renova

A Fundação Renova esclarece que não é parte das negociações de repactuação. A instituição permanece empenhada na reparação e na compensação, que se encontram em um momento de avanços e entregas consistentes dos programas que tiveram definição clara pelo sistema de governança participativo. 

O processo de indenização avança com a prioridade que o tema exige. Até setembro, a Fundação Renova indenizou mais de 403,8 mil pessoas, com pagamento de R$ 11,5 bilhões em indenizações e Auxílios Financeiros Emergenciais (AFEs).  

No novo distrito Bento Rodrigues, em Mariana (MG), a infraestrutura está pronta, assim como quatro bens públicos. Outros seis estão com obras avançadas.  Com relação às casas, 78 estão prontas e 76 estão em construção (dados de 21 de outubro de 2022). No novo distrito de Paracatu de Baixo, a infraestrutura também está concluída, as obras seguem focadas na construção de casas e bens coletivos. Até o momento, 56 casas estão em construção além de oito bens de uso coletivo.  

Das 526 famílias afetadas, 228 tiveram os seus casos resolvidos com a mudança para os seus novos imóveis ou indenizações. A expectativa é de que, ao final de 2022, existam cerca de 170 casas concluídas e que os serviços públicos estejam em início de operação. As famílias envolvidas podem começar a planejar as suas mudanças para os primeiros meses de 2023.  

O monitoramento da bacia do rio Doce demonstra uma tendência de recuperação, com a retomada dos parâmetros de qualidade da água em níveis históricos. A água do rio Doce é classificada como classe 2 pela legislação brasileira e pode ser consumida pela população após tratamento convencional e ser usada para dessedentação animal e irrigação.

Foi concluída a revegetação nas áreas diretamente impactadas pelo rejeito em mais de 200 propriedades rurais de Mariana, Barra Longa, Rio Doce, Santa Cruz do Escalvado e Ponte Nova. Em terrenos em que não houve depósito de rejeito, uma área equivalente a 28 mil hectares está sendo reflorestada por meio de editais que ultrapassam R$ 800 milhões em Minas Gerais e no Espírito Santo.

Mais de R$ 720 milhões para projetos de saneamento nos municípios impactados. Segundo o Comitê da Bacia Hidrográfica da Bacia do Rio Doce, 80% do esgoto gerado pelos municípios atingidos são despejados diretamente no curso d’água sem tratamento. Outros R$ 830 milhões foram disponibilizados para os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo, além de prefeituras dos municípios atingidos, para ações de infraestrutura, saúde e educação.

No total, até setembro de 2022 foram destinados R$ 24,73 bilhões às ações de reparação e compensação.

Presidente da Feam alerta sobre riscos de novos rompimentos de barragens em Minas Gerais

Hoje, segunda-feira, 29/08, o presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente, Feam, Renato Brandão, em entrevista à rádio Itatiaia, lançou um alerta sobre a possibilidade de novos rompimentos de barragens no Estado.

Na entrevista, ele declarou que há 38 barragens de rejeitos de mineração que precisam ser descaracterizadas, seguindo as diretrizes da Lei Mar de Lama Nunca Mais, que proíbe o funcionamento de barragens de rejeitos de mineração com alteamento a montante – o tipo mais perigoso, como as que romperam em Mariana e Brumadinho.

Renato Brandão fez lembrar também que os serviços de descaracterização devem ser feitos com cautela, ou podem “imputar mais risco para a comunidade que está próxima”. Ele garante que “fiscalizações sistemáticas vêm sendo realizadas”, mas é preciso fazer com que todas as barragens semelhantes às que romperam no Estado, causando muitas mortes, prejuízos e graves danos ambientais, sejam descaracterizadas o mais rápido possível. De acordo com o presidentes da Feam, o prazo estipulado para a conclusão dessa meta é até o ano de 2030.

FONTE: Victor Stutz, para o Diário de Ouro Preto

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